No mundo universitário, uma novidade tem feito o maior sucesso: cursos à distância gratuitos de diversas áreas do conhecimento disponíveis na rede. Com a filosofia de que o conhecimento deve estar ao alcance de qualquer pessoa, já são vários os sites que hospedam cursos com vídeo-aulas de renomadas universidades nacionais e internacionais, como USP, Unicamp, Unesp, MIT, Harvard, Yale, entre outras.
Nessa gama de cursos ofertados virtualmente, a Universidade de São Paulo (USP) saiu na frente com o lançamento do primeiro curso aberto de física básica, de autoria do docente do Instituto de Física de São Carlos (IFSC/USP), Vanderlei Salvador Bagnato. Com um número recorde de inscritos (atualmente 13.186 matriculados) vindos de áreas distintas, em parceria com o site Veduca (criado e gerenciado por ex-alunos da Escola Politécnica da USP), Vanderlei traz aulas de física com tópicos que vão desde “Aplicações das leis de Newton”, “Breve introdução às derivadas e integrais” e “Dinâmica dos corpos rígidos”.
O curso é composto por 25 aulas, além de um grande número de atividades que os aprendizes vão realizando no decorrer do curso. “O primeiro curso equivale às disciplinas ‘Física I’ e ‘Física 2’, ou seja, é um curso que tem o mesmo conteúdo de um curso básico de física da USP”, explica.
No entanto, ensinamento à distância não é novidade para o docente. Há mais de uma década, Vanderlei grava vídeo-aulas que são exibidas em um canal de TV do qual é proprietário e que já são acompanhadas por diversos estudantes. As aulas têm como protagonista o próprio Vanderlei e um quadro negro e, nesse formato simples e direto, o docente já conquistou um número expressivo de espectadores. “Parece-me que as pessoas gostam desse estilo, mais até do que se eu utilizasse efeitos especiais para ensiná-las”, conta.
Mas, como atrair estudantes de exatas, ou até de outras áreas, para o intrigante, mas também muitas vezes complicado mundo da física? Sobre isso, Vanderlei tem uma opinião formada. Segundo ele, não é possível discutir qualquer tópico sem buscar os pontos de apoio para que ele seja discutido, isto é, antes de chegar à parte teórica, Vanderlei faz a contextualização e ligação do conteúdo ao cotidiano para que os alunos tirem proveito máximo e tenham interesse em aprender. “Nunca assumo que o aluno não saiba nada, mas também não penso que saiba tudo. Sempre me mantenho num ponto intermediário, procurando trazer o aluno ao nível da aula e não o contrário”, afirma.
Com esse formato, Vanderlei consegue destacar a importância do conhecimento da física aos diversos aprendizes, e não só aos estudantes de cursos de física, mas também aos futuros engenheiros, médicos, dentistas, biólogos etc. “Se você tem material disponível, as pessoas também se dispõem a vê-lo. O sucesso é menos devido à qualidade e mais em razão da falta de disponibilidade desse tipo de material. Hoje em dia, a tecnologia permite que as pessoas, onde quer que estejam, tenham acesso ao conhecimento”, afirma o docente. “Outro ponto importante no qual devemos trabalhar é a desmistificação do curso de física, inclusive no IFSC, como um curso difícil ou até mesmo impossível de ser realizado. Dos 13 mil alunos inscritos em nosso curso on-line existem pré-universitários, e estes, certamente, querem fazer física na graduação. Essa é uma forma de trazer ao IFSC alunos que queiram seguir essa carreira”.
Sobre a educação à distância, Vanderlei sempre se entusiasmou com a ideia. “Nosso desafio é ensinar mais sem gastar mais”, diz. Com isso em mente, ele se posiciona a favor de plataformas virtuais como facilitadoras do acesso ao ensino. Mas, ressalta que certos conteúdos, ainda devem ser ensinados no “tête-à-tête”.
Em relação aos seus planos futuros para o ensino à distância, Vanderlei conta que as aulas de “Física 3” e “Física 4” estarão disponíveis no site do Veduca muito em breve. O docente também já tem planejado o programa “Aprendendo com prática”, também um curso à distância. Neste, os participantes, deverão adquirir um kit educativo que terá como principal objetivo a prática da ciência. Os kits têm conteúdo relacionado a conceitos de óptica, mecânica, termodinâmica, eletricidade e magnetismo e todas as informações e instruções para seu uso serão disponibilizados em vídeo-aulas, possibilitando ao aluno que verifique experimentos práticos de física e compare-os à parte teórica. “Atualmente, temos muitos ‘espectadores em ciência’, no Brasil, pessoas que, de fato, gostam de ciência. Mas, não temos quase nenhum ‘praticante em ciência’, então, estou lançando a campanha ‘chega de espectador, queremos experimentador’, pois precisamos de pessoas que desenvolvam a verdadeira paixão pela ciência”, conclui.
Para acessar o curso de física básica, acesse www.veduca.com.br
Assessoria de Comunicação
