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23 de maio de 2018

Jovem cientista iraniana aposta no IFSC para seguir a carreira

Seu olhar é de timidez e de alguma hesitação em dialogar, embora o sorriso seja aberto e alegre, denunciando querer se expressar: poderão ser reações de quem ainda está pouco habituada ao nosso país, à nossa cultura e ao nosso estilo de vida, a uma educação superior e a um ritmo na área de pesquisa bem diferentes do que acontece em seu país.

Filha de um casal humilde – o pai tem uma loja de equipamentos elétricos e a mãe cuida da casa – a iraniana Hiedieh Mahmoodnia (29) é uma jovem que pretende ir mais longe nos seus estudos de pós-graduação, ultrapassando as grandes dificuldades que seu país enfrenta, nomeadamente no que diz respeito a infraestruturas de pesquisa. Contudo, segundo ela, o governo iraniano esforça-se ao máximo para apoiar seus estudantes do ensino superior a irem mais longe: só que os constrangimentos econômicos impedem que mais estudantes possam viajar ao exterior e colher mais conhecimentos. Hiedieh foi uma das afortunadas nesse apoio – que inclui todas as despesas – e mostra-se extremamente agradecida pela oportunidade dada pelo seu governo.

Universidade de Babol

A jovem iraniana nasceu em Gorgan, capital da provincia iraniana do Golestão, cidade situada a aproximadamente 400 quilômetros da capital do país – Teerã -, neste momento com uma população estimada em cerca de 240 mil habitantes. Foi aí que Hiedieh fez seus primeiros estudos (equivalentes aos nossos ensinos fundamental e médio): “Eu sempre fui bastante boa em matemática e em ciências, ao contrário da área de humanas, onde, confesso, sempre fui um “desastre”: escrever, compor textos e interpretá-los, sempre foi muito complicado para mim”, comenta Hiedieh sorrindo timidamente. No entanto, essa sua grande habilidade e compreensão para as ciências foi o trampolim para que ingressasse em uma das mais conceituadas universidade do Iran – a Babol Noshirvani University of Technology -, localizada na cidade de Babol, no norte do país, muito perto do Mar Cáspio.

Universidade de Teerã

Graduada e com mestrado em Engenharia Eletrônica nessa universidade, a jovem iraniana começou a fazer seu doutorado na mesma área de conhecimento, agora na Universidade de Teerã, e em face de uma oportunidade para estágio de seis meses, escolheu o Grupo de Nanomateriais e Cerâmicas Avançadas do IFSC/USP, liderado pelo Prof. Valmor Mastelaro. “Para a defesa de minha tese, de meu projeto, eu necessitava de manusear equipamentos e de colher mais conhecimentos, até porque a minha área de Engenharia Eletrônica está diretamente relacionada com a Física. Este Instituto é muito conhecido, tem muita fama, por isso escrevi ao Prof. Valmor pedindo para que me aceitasse no seu grupo por algum tempo, atendendo a que o meu país é muito deficitário em equipamentos e infraestruturas. Felizmente, ele acedeu.”, salienta Hiedieh.

“É uma aluna extremante aplicada, tem uma excelente formação e é um prazer ter a Hiedieh entre nós durante seis meses”, sublinha o Prof. Valmor Mastelaro, convicto de que a estada da jovem iraniana no IFSC/USP vai ajudá-la muito a concretizar seus sonhos e sua carreira.

Depois de finalizar o estágio entre nós, Hiedieh vai voltar para Teerã e concluir seu doutorado. “Após essa etapa, vou tentar fazer meu pós-doutorado também no exterior e pelos mesmos motivos que já expliquei. Europa e Estados Unidos estão no meu horizonte, mas pretendo fazer tudo com muita calma, contando com a indispensável ajuda de meus pais e de meu governo”, conclui a jovem.

Assessoria de Comunicação – IFSC/USP

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Instituto de Física de São Carlos - IFSC Universidade de São Paulo - USP
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