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19 de abril de 2012

Prof. Dr. Osvaldo Novais de Oliveira Júnior é o novo Vice-Diretor do IFSC

Decorreu no período da tarde do dia 18 de abril, no Auditório Prof. Sérgio Mascarenhas, a cerimônia de posse do Prof. Dr. Osvaldo Novais de Oliveira Júnior como novo Vice-Diretor do IFSC-USP. Além do empossado, a mesa de hora foi constituída pelo Diretor do IFSC, Prof. Dr. Antonio Carlos Hernandes, em representação do Reitor da USP, o Pró-Reitor de Pesquisa – USP, Prof. Dr. Marco Antônio Zago, o Vice-Diretor cessante, Prof. Dr. Vanderlei Bagnato, e a Assistente Técnico-Acadêmico, Elizabeth Cristina Conti, responsável pela organização da cerimônia.

Perante uma plateia constituída por responsáveis e representantes das diversas unidades do Campus de São Carlos da USP, convidados oriundos de outros estabelecimentos de ensino superior de São Carlos e de São Paulo, docentes, funcionários e colaboradores do Instituto, bem como familiares do empossado, entre outros convidados.

O discurso do novo Vice-Diretor do IFSC, que se reproduz no final desta matéria, incidiu, em grande parte, nos grandes desafios futuros que são propostos ao IFSC e à própria USP, como, por exemplo, a excelência, internacionalização, educação e formação.

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Esta cerimônia contou, ainda, com duas intervenções importantes: a do Diretor do IFSC, Prof. Antonio Carlos Hernandes, e a do anterior Vice-Diretor, Prof. Vanderlei Bagnato. No seu discurso, o Diretor do IFSC fez questão de agradecer e de enaltecer a figura do Prof. Dr. Vanderlei Bagnato, que cessou suas funções como Vice-Diretor do Instituto, tendo dado as boas-vindas a seu sucessor, o Prof. Dr. Osvaldo Novais de Oliveira Júnior. O Diretor do IFSC fez, ainda, um pequeno balanço de sua gestão, entre 2010 e 2012 (metade de seu mandato), tendo referido diversas peculiaridades que comprovam o crescimento sustentado do IFSC ao longo esse tempo, sendo que um dos exemplos foi o crescimento da área construída em cerca de 16%. No que se refere à atividade científica, Antonio Carlos Hernandes sublinhou o fato dos pesquisadores do IFSC terem publicado 309 papers  no Web of Science, só no ano de 2011, sendo que 120 desse total foram resultantes de interações com outros países, o que demonstra o trabalho que se faz no IFSC e a excelência de sua atividade, inclusive em termos internacionais.

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O último destaque vai para a intervenção do Prof. Dr. Vanderlei Bagnato (ex-Vice Diretor do IFSC), que sublinhou as gestões do Prof. Dr. Glaucius Oliva, nos primeiros dois anos de seu mandato como Vice-Diretor, e posteriormente com o Prof. Dr. Antonio Carlos Hernandes, no decurso dos restantes dois anos. Na sua intervenção, Bagnato agradeceu a oportunidade que teve em acompanhar essas duas gestões, tendo elogiado o atual Diretor do IFSC, classificando-o como “um diretor e colega exemplar, focado em realizações, objetivo e claro, que assumiu e incorporou a tarefa de facilitar a vida de todos – docentes e funcionários”. Para Bagnato, o atual Diretor do IFSC “está conseguindo uma mudança de face no Instituto, tornando-se um exemplo de administração na universidade”.

Discurso do novo Vice-Diretor do IFSC – Prof. Dr. Osvaldo Novais de Oliveira Júnior

 Servir ao IFSC, como vice-diretor, é um privilégio e enorme responsabilidade, pois nosso Instituto tem uma história de muitas contribuições para a física e a ciência brasileira. Graças à dedicação de professores, funcionários e gerações de alunos, o IFSC montou uma infra-estrutura eficiente, com laboratórios, oficinas, biblioteca e parque computacional, além de um corpo técnico e administrativo de grande qualidade. Isso permite atuação multidisciplinar que não tem paralelo no país. Para tanto, contribuíram a visão e capacidade administrativa de nossos dirigentes e líderes ao longo dos anos, daí a grande responsabilidade em assumir um cargo aqui.

Nosso Instituto é, hoje, uma das unidades acadêmicas com maior número de projetos nacionais e estaduais, sendo sede de três INCT’s, duas redes nacionais de nanobiotecnologia, dois CEPID’s da Fapesp, três Núcleos de Apoio à Pesquisa da USP, além da participação de muitos de nossos docentes em redes de pesquisa com sede em outras instituições no país. Esta atuação multidisciplinar, que se iniciou em nível de pós-graduação, cujo programa sempre recebeu nota máxima da Capes, se reflete e induziu uma expansão recente em nossos cursos de graduação. Com os bacharelados em física, física computacional e ciências físicas e biomoleculares, e a licenciatura em ciências exatas, formamos físicos e cientistas que podem atuar em áreas diversas, englobando todo o amplo espectro de atuação de físicos no mundo. Mais especificamente, temos hoje linhas de pesquisa em áreas fundamentais da física, como cosmologia, astrofísica, teoria de campos, relatividade e física atômica, além dos inúmeros tópicos de pesquisa envolvendo estudo da matéria. Muitos são os métodos experimentais e teóricos, alguns dos quais desenvolvidos aqui, utilizados para compreender a matéria em detalhe.

Essa pesquisa de qualidade alimentou um bacharelado em física, que se tornou referência no país. Geramos, nas décadas recentes, conhecimentos em aspectos essenciais de materiais tradicionalmente estudados por físicos, como os sólidos cristalinos, mas também empreendemos grande esforço para estudar matéria mole, e hoje caminhamos para desvendar os mistérios da matéria viva. Nosso curso de ciências físicas e biomoleculares representa a síntese de nossas conquistas e anseios nessa área. A atuação no terceiro tipo de atividade de um físico que vem ganhando destaque, qual seja o de usar conjuntamente métodos da matemática, física, estatística e computação, para abordar problemas complexos em áreas que não são classificadas como física nos livros textos, também é um ponto forte de nosso Instituto.  O estudo de fenômenos sociais, culturais e lingüísticos passou a integrar o rol de nossas contribuições, que fortalece e se beneficia de nosso bacharelado em física computacional. A difusão científica e o apoio às escolas de ensino fundamental e médio sempre tiveram papel de destaque no IFSC, que culminou com a consolidação do Centro de Difusão Científica e Cultural (CDCC), cuja gestão é hoje compartilhada com o IQSC. Esse trabalho de difusão foi intensificado na última década a partir dos CEPIDs e INCTs aqui sediados ou que tiveram docentes nossos no comando desse tipo de atividades. Além das contribuições para a sociedade, como um todo, beneficiam-se também os alunos da Licenciatura em Ciências Exatas. 

Muitas têm sido as contribuições do IFSC em inovação e tecnologia, inclusive com a geração de indústrias formando um polo de empresas de alta tecnologia na cidade. Com iniciativas em parceria com nossas instituições coirmãs na USP de São Carlos, UFSCar e Embrapas, o IFSC ajudou a transformar São Carlos no que chamamos hoje Capital da Tecnologia. As perspectivas para o futuro próximo são ainda mais alvissareiras, pois o patrimônio de conhecimento que se construiu na cidade vem permitindo um trabalho sinérgico em temas fundamentais para nossa sociedade, como energia, meio ambiente, biodiversidade, medicina tropical e novas terapias. Arriscaria a dizer que São Carlos poderá se tornar num futuro não muito distante centro de excelência em pesquisa em ciências da saúde, apesar do foco inicial em engenharias e ciências exatas de grande parte de nossas instituições. Para atividades tão multidisciplinares, o IFSC foi ousado no recrutamento de pesquisadores de diversas áreas, e agora contamos com o trabalho de químicos, engenheiros, biólogos, bioquímicos, agrônomo, dentista e cientistas da computação.

Esse cenário, bastante positivo, não pode esconder os desafios que temos pela frente. Há muito a fazer para transformar o IFSC (e a USP também) em instituição acadêmica de classe mundial. Alguns desafios são locais e imediatos, como aumentar a procura por nossos cursos de graduação. Nosso Instituto tem se esforçado para atrair mais estudantes, mas esbarramos na dificuldade crescente de convencer jovens a seguir carreira científica ou se tornarem professores. São problemas diretamente relacionados à educação de nosso povo, que infelizmente tem cultura científica muito limitada. Talvez tenhamos também que suscitar na sociedade um debate sobre a relevância da formação para o futuro, em contraposição àquela apenas dirigida à divulgação e discussão de profissões. Pois o forte da formação sólida em áreas fundamentais está na capacitação de jovens para aprender a aprender, permitindo-lhes grande flexibilidade na escolha de profissões variadas – diferentes de sua formação original. No caso da licenciatura, o problema é especialmente grave, pois os estudantes mais bem preparados simplesmente não consideram a possibilidade de se tornarem professores devido à falta de prestígio e baixos salários dos docentes de nível fundamental e médio.

Outro desafio para o futuro próximo é de dar mais atenção à formação básica de nossos alunos, que acredito esteja ficando abaixo da referência ideal – ditada pela formação que se obtém nas universidades de classe mundial. Esses problemas estão relacionados – por um lado às deficiências do nosso sistema educacional nos níveis fundamentais – e por outro à política que se estabeleceu no Brasil de privilegiar a eficiência na produção científica. Essa política foi essencial para que nosso país pudesse atingir os avanços em produção científica, com uma fatia da produção mundial que cresceu praticamente uma ordem de grandeza em algumas décadas. Mas é hora de ajustar os rumos, com ênfase na formação básica dos alunos na pós-graduação. Precisamos buscar um equilíbrio entre formação sólida e eficiência na produção científica. Precisamos também aumentar a visibilidade de nossa pesquisa e o intercâmbio com instituições estrangeiras. Já há um conjunto de ações da CRInt do IFSC que busca transformar nossa inserção internacional, e isso precisará ser intensificado. Buscamos maior integração com instituições da América Latina, ao mesmo tempo em que tentamos aumentar a cooperação com universidades e centros de pesquisa da América do Norte, Europa e Ásia.

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São importantes os desafios em nível nacional, pois o IFSC – como a USP – precisa assumir a responsabilidade de apresentar políticas públicas para que o país possa avançar em alguns quesitos essenciais. Apesar de muitos de nossos docentes contribuírem com propostas e participarem do debate nacional sobre os problemas mais relevantes no país, precisamos ir além. No que concerne a instituições acadêmicas, acredito haver dois grandes gargalos para nosso pleno desenvolvimento. O primeiro é a necessidade de inovação, de transformar conhecimento em riqueza. O Brasil não poderá suplantar as deficiências históricas no tratamento dispensado aos extratos mais carentes, sem desenvolver tecnologia competitiva em nível internacional. Considerando que a formação de recursos humanos para inovação e tecnologia é o requisito central para o salto que precisamos dar, propus recentemente um modelo diferenciado para a inovação no país. Esse modelo se baseia em congregar a série de iniciativas de governos e da sociedade para a inovação, como os parques tecnológicos, mecanismos de incentivo fiscal, incubadoras de empresas, etc., com um sistema autônomo de formação de recursos humanos específicos para a inovação. Grosso modo, equivaleria a replicar – para a inovação – a experiência bem-sucedida do Brasil na consolidação do sistema de pós-graduação.  

O segundo gargalo, e o mais importante, está na educação básica, e que maiores reflexos tem no nosso trabalho. A USP tem que ser mais propositiva, pró-ativa. Não ignoro as muitas ações de nossa Universidade – como instituição – e de muitos de nossos docentes, alunos e funcionários para melhorar e valorizar a educação nos níveis fundamental e médio. Mas como todos sabemos, a qualidade dessa educação ainda deixa muito a desejar, mesmo num Estado rico como São Paulo. Talvez precisemos focalizar nossas políticas e esforços no que é mais crucial: a valorização do professor do ensino médio e fundamental. Não vejo outra saída a não ser a criação de um fundo – estadual ou federal – que garanta um salário competitivo para os docentes de todos os níveis. Sem atrair jovens talentosos que possam se transformar em professores bem preparados não haverá educação de qualidade, a despeito de outras possíveis melhorias na infra-estrutura de escolas ou nos métodos pedagógicos.

Falando em professor, os senhores devem ter notado que não mencionei nomes neste discurso. Foi deliberado, pois a lista de nomes a quem deveria agradecer era muito longa e a possibilidade de omissão imperdoável quase certa. Para alguém apaixonado por conhecimento como eu, é necessário agradecer seus professores a todo o momento. Obviamente que pensamos inicialmente em nossos professores formais, nos orientadores, mentores, nos professores de ensino fundamental e médio, nos professores de cursos de graduação e pós. Mas há também os professores não formais. Meus colegas docentes, alguns muito mais jovens, que não foram meus professores em sala de aula, mas muito me ensinaram e ensinam. Os amigos e familiares que ensinam a viver em harmonia. Os alunos e funcionários não docentes, com quem aprendo continuadamente. No trabalho administrativo, por exemplo, tenho recebido ensinamentos constantes de muitos de nossos funcionários e funcionárias. São ensinamentos de procedimentos e regras, algumas vezes essenciais, mas também ensinamentos com exemplos de vida, de dedicação e apreço.

Para finalizar, apresentei algumas ideias relacionadas a metas acadêmicas, administrativas e científicas, como achei adequado para a ocasião. Mas eu não estaria sendo preciso se afirmasse que são essas metas as únicas diretrizes a guiar meu trabalho como vice-diretor. As primeiras diretrizes que espero seguir são aquelas aprendidas dos meus pais. Nunca foram escritas ou faladas, mas ensinadas com exemplo. Ser honesto e generoso. Agir com tranqüilidade, respeitar e valorizar o trabalho do colega. Tratar a todos como gostaria de ser tratado. Enfim, que as nossas ações possam ser exemplo para nossos alunos e nossos filhos.

Muito Obrigado!

 

Assessoria de Comunicação

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1 de abril de 2011

Cerimônia de posse

Tomaram posse, em 1º de abril, os novos membros da Comissão Interna de Prevenção de Acidentes (CIPA) do Instituto de Física de São Carlos (IFSC).

O diretor do Instituto, Prof. Antonio Carlos Hernandes, no uso de suas atribuições, proclamou o resultado das eleições, realizadas em 14 de fevereiro deste ano, com a seguinte composição dos membros:

-Samuel Alvarez (presidente)

-João Roberto Casimiro Machado (vice-presidente)

-Elderson Cássio Domenicucci (1º secretário)

-Mateus José Martins (2º secretário)

-Maria Eliza Tessarin Gatti

-Márcio Donizetti Soares

-Luciano Lopes Felippe

Metade dos membros são representantes dos empregados, enquanto a outra metade representa o empregador.

O mandato dos membros será de um ano, a contar da data da posse (1º de abril/2011).

Assessoria de Comunicação

Data: 1º de abril

 

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Instituto de Física de São Carlos - IFSC Universidade de São Paulo - USP
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