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5 de agosto de 2015

23º Simpósio Internacional de Iniciação Científica da USP

Faltando apenas cinco dias para o término das inscrições para o 23º Simpósio Internacional de Iniciação Científica da USP (SIICUSP), a Pró-Reitoria de Pesquisa da Universidade de São Paulo informa que as inscrições para este evento deverão ser realizadas pelos alunos interessados (CLIQUE AQUI) até o dia 10 de agosto, sendo que o orientador deverá validar as mesmas até o dia 12.

Bolsistas CNPq, Santander e Institucional têm o compromisso de apresentar seus trabalhos no evento.

Para mais informações, clique AQUI.

Assessoria de Comunicação

5 de agosto de 2015

Novo método detecta falhas em algoritmos de criptografia

Um novo método vai ser capaz de medir a Phys_Org_-_criptografia_217existência de padrões em mensagens criptografadas. A criptografia é o processo que embaralha e protege dados sigilosos, principalmente, durante compras ou transações bancárias via internet. A ferramenta matemática, elaborada por pesquisadores do Instituto de Física de São Carlos (IFSC/USP) em parceria com especialistas da Universiteit Gent (Bélgica), pode auferir o nível de segurança de algoritmos de criptografia e melhorar a segurança dos computadores.

A criptografia e a criptoanálise ficaram famosas após a 2ª bombe_-_creditos_Bletchley_Park_Trust__SSPL_300Guerra Mundial (1939-1945), quando foram utilizadas máquinas para cifrar mensagens e também para desvendá-las. Neste cenário, o brilhante matemático Alan Turing projetou a Bombe, uma máquina que possibilitou a quebra de códigos ultra-secretos de mensagens criptografadas pelo exército alemão, através da máquina Enigma. Ao contrário dessa época, hoje, os algoritmos de criptografia estão presentes em nosso cotidiano, principalmente em razão da evolução tecnológica, tendo se tornado fundamentais durante transações bancárias, compras ou outras atividades executadas online.

A partir do momento em que não oferecemos um canal seguro para que essas transações ocorram, o mundo moderno deixa de existir. Possivelmente, o nosso sistema econômico entraria em colapso, diz o Prof. Dr. Odemir Martinez Bruno, docente do Grupo de Computação Interdisciplinar do IFSC/USP e um dos pesquisadores envolvidos no citado estudo. De acordo com ele, ainda não há uma ferramenta matemática capaz de medir a força, ou segurança, de um algoritmo de criptografia moderna. Todas as metodologias utilizadas hoje na qualificação de algoritmos são capazes apenas de analisá-los como bons ou ruins, ou seja, as atuais técnicas não permitem verificar quais são os melhores algoritmos disponíveis no mercado.

Desenvolver esses algoritmos, para que as mais diversificadas empresas possam utilizá-los, é como fabricar cadeados. O que classifica um cadeado como bom ou ruim? Imagine que todos os cadeados que tivessem uma chave seriam categorizados como bons, enquanto que os cadeados com botões, que pudessem ser apertados por qualquer pessoa, seriam classificados como ruins. Nem todos os cadeados com chave, por exemplo, poderiam não ser tão seguros, mas a questão seria: quais os mais seguros?

No caso dos cadeados, é possível analisar suas estruturas físicas e ter uma ideia de sua segurança. Contudo, ainda não existem maneiras para verificar a eficiência dos algoritmos de criptografia. Por isso, a importância em desenvolver métodos matemáticos para medi-los. Odemir Bruno acredita que o desenvolvimento de novas métricas irá auxiliar na elaboração de métodos de criptografia mais fortes e mais seguros – e a metodologia proposta é um passo nesta direção.

Diagnóstico de doenças

Pelo fato dessa ferramenta matemática estar correlacionada com padrões complexos*, há expectativas de que ela possa ser utilizada na medicina, principalmente, na detecção de diversas doenças, como, por exemplo, do câncer, cujas células tumorais tendem a apresentar sinais de comportamento não esperado, gerando padrões em tecidos que talvez possam ser identificados de forma muito mais rápida.

Através de testes executados com essa ferramenta e com outros sistemas baseados em imagens, Odemir Bruno ODEMIR_BRUNO_350observou que a citada metodologia é capaz de visualizar padrões que não são vistos através das técnicas tradicionais. Quando aplicamos essas ferramentas em uma superfície em que já esperamos que haja padrões complexos, conseguimos analisá-los de forma mais ágil.

O trabalho referente ao novo algoritmo foi publicado recentemente na revista Communications in Nonlinear Science and Numerical Simulation. Para conferi-lo, acesse AQUI.

*A teoria supõe que um simples acontecimento pode acarretar em situações inesperadas.

(Créditos: Imagem 1: PhysOrg / Imagem 2: Bletchley Park Trust/SSPL)

Assessoria de Comunicação

4 de agosto de 2015

11ª edição dos Prêmios Santander Universidades

Estão abertas as inscrições para 11ª edição dos Prêmios Santander Universidades, considerada a maior premiação acadêmica do país e destinada a valorizar projetos de alunos, professores, pesquisadores e gestores do Ensino Superior Brasileiro.

Serão mais de R$ 2 milhões em prêmios, bolsas de estudos internacionais e mentoria, neste último destinada aos vencedores de empreendedorismo.

Desde a 1ª edição da premiação, mais de 66 mil projetos foram inscritos, com mais de 140 vencedores e R$ 9 milhões em prêmios.

Este ano, a composição dos Prêmios Santander Universidades mantém quatro modalidades, a saber: Prêmio Santander Ciência e Inovação; Prêmio Santander Empreendedorismo; Prêmio Santander Universidade Solidária e Prêmio Guia do Estudante – Destaques do Ano.

Em 2015, os Prêmios Santander Universidades apresentam duas novidades: a primeira, a inclusão da área de Agronegócios, na categoria de Biotecnologia, no Prêmio Santander Ciência e Inovação, e a introdução de uma nova categoria – Soluções em Meio de Pagamento -, no Prêmio Santander Empreendedorismo.

Para mais informações sobre os Prêmios Santander Universidades, clique AQUI.

Assessoria de Comunicação

4 de agosto de 2015

Começa a Advanced School G&GC 2015

Na tarde do dia 1º de agosto, decorreu no Hotel PUBLICO_GGC_2015_aberturaAnacã (São Carlos) a abertura da Advanced School on Glasses and Glass Ceramics (G&GC 2015), um evento promovido pela FAPESP* e organizado por membros do CeRTEV**, com o intuito de reunir estudantes de mestrado, doutorado e pós-doutorado, do Brasil e do exterior, que atuam na área de materiais vítreos e vitrocerâmicos.

A Escola, que congrega 95 alunos – 65 estrangeiros e 30 brasileiros – além de cerca de 15 docentes, tem como objetivo oferecer aos jovens pesquisadores uma visão global dos principais avanços científicos e tecnológicos na área em questão, bem como os problemas e perspectivas para pesquisas futuras. Para isso, o evento oferecerá, ao longo de nove dias, uma intensa programação com apresentações feitas pelos próprios estudantes, atividades práticas e visitas aos laboratórios de pesquisa dos campi da Universidade de São Paulo (USP) e da Universidade Federal de São Carlos (UFSCar).

Além disso, a Escola Avançada trará palestras ministradas por renomados cientistas do Brasil e do exterior, que abordarão diversos tópicos da citada área, como, por exemplo, fundamentos de estrutura, processos de relaxação, cristalização e propriedades, estrutura molecular, nano e microestrutura, processos dinâmicos, as propriedades mecânicas, ópticas, elétricas e biológicas dessas classes de materiais vítreos, entre outros temas. Os participantes da G&GC 2015 serão divididos em grupos de cinco ou seis membros que, com a ajuda de um professor ou pesquisador orientador, deverão apresentar um projeto de pesquisa no final do evento, com base nos conhecimentos adquiridos ao longo desta semana.

Na abertura da Escola, os participantes assistiram a uma descontraída apresentação do Prof. Dr. Edgar Dutra Zanotto (UFSCar), um dos organizadores do evento, que falou sobre o CeRTEV e a cidade de São Carlos, tendo destacado os campi da USP e da UFSCar, algumas das grandes empresas sediadas na cidade, além das pesquisas sobre vidros desenvolvidas no Brasil, ao longo das últimas décadas.

Edgar_Zanotto__GGC_2015300Em entrevista à Assessoria de Comunicação do Instituto de Física de São Carlos (IFSC/USP), o docente da UFSCar ressaltou o difícil processo de seleção dos participantes, que foi baseado no currículo de cada um deles, o que permitiu escolher estudantes que se destacam na área de vidros e vitrocerâmicos. Fizemos uma seleção rigorosa. Mas as perspectivas para a G&GC 2015 são ótimas, porque temos alunos e professores de altíssimo nível, enalteceu ele, que também destacou o apoio do IFSC/USP à Escola, já que esta Unidade cederá o Auditório Prof. Sérgio Mascarenhas, para a realização de grande parte das atividades da G&GC 2015.

O participante Matthieu Chazot, oriundo do Canadá, disse estar ansioso por conhecer novos especialistas que atuam na área e aprender sobre novas tecnologias utilizadas no desenvolvimento de pesquisas com materiais vítreos. O jovem pesquisador também afirmou que a Escola é uma excelente ocasião para estabelecer novas parcerias. Já o seu colega Thorben Welter, que veio da Alemanha para participar da G&GC 2015, enfatizou o fato da Escola ser uma ótima oportunidade para descobrir novos métodos para se trabalhar com materiais vítreos. Além disso, destacou a oportunidade que terá para conhecer novos pesquisadores e renomados docentes que atuam na área de vidros e vitrocerâmicos.

Matthieu_GGC_2015_250Thoben_GGC_2015_250

A pesquisadora Tássia de Souza Gonçalves, Taissa_GGC_2015_200doutoranda do Instituto de Física de São Carlos, que também participa da Advanced School on Glasses and Glass Ceramics, comentou estar animada com o evento, já que a G&GC 2015 abordará as estruturas, bem como as propriedades dos materiais vítreos. A Escola será bastante importante, porque deverá ampliar o meu conhecimento na área de vidros, pontuou a jovem pesquisadora.

A G&GC 2015 decorre até o dia 09 de agosto, data em que os grupos apresentarão seus trabalhos finais.

*Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de São Paulo;

**Center for Research, Technology and Education in Vitreous Materials – um dos Centros de Pesquisa, Inovação e Difusão da FAPESP).

Assessoria de Comunicação

4 de agosto de 2015

II Encontro Nacional de Física na Indústria

Ocorrerá entre os dias 10 e 11 de agosto a segunda edição do Encontro Nacional de Física na Indústria – II ENFI, iniciativa que acontecerá no Auditório do Instituto de Matemática, Estatística e Computação Científica – IMECC, na Universidade Estadual de Campinas – UNICAMP (SP), tendo como público-alvo estudantes de Física, Engenharia Física e de áreas afins, tanto de graduação, quanto de pós-graduação.

As inscrições para este evento foram estendidas até dia 07 de agosto.

Através de debates e exposição de pôsteres, o evento difundirá os casos de sucesso em pesquisas nas empresas, mecanismos de financiamento em indústrias, além de procurar estimular a participação de cientistas no meio empresarial e, principalmente, instigar o envolvimento de estudantes de ciência no setor empresarial, incluindo indústria de alta tecnologia, consultorias, empreendedorismo, etc. Essa preocupação com a interação entre o setor acadêmico e industrial se deve ao fato de a inovação tecnológica ser um mecanismo fundamental de competitividade na economia global. Além disso, o físico, com seu treinamento para “pensar de forma estruturada”, tem se tornado cada vez mais um profissional versátil no setor empresarial, já que tem uma ampla variedade de áreas para atuar, como, por exemplo, nas áreas econômica, bancária, tecnológica, ou mesmo de segurança.

Participarão deste evento nomes importantes da física e do setor produtivo, tais como Ricardo Magnus Osório Galvão (Presidente da Sociedade Brasileira de Física – SBF), Newton R. Frateschi (Diretor do Instituto de Física “Gleb Wataghin” – IFGW/UNICAMP), Fernando Ranieri (Diretor de Desenvolvimento Tecnológico da Embraer – São José dos Campos, SP) e Dario Sassi Thober (Centro Wernher von Braun – Campinas), entre muitos outros.

A primeira edição do ENFI ocorreu no Instituto de Física de São Carlos (IFSC/USP), em 2013, onde foram realizadas atividades de pesquisa, desenvolvimento e inovação tecnológica. Aliás, na I ENFI, diversos especialistas abordaram questões importantes, como, por exemplo, a transferência de tecnologia da academia para o setor produtivo, cooperação tecnológica, gestão de inovação, o papel do físico no mercado de trabalho e experiências com spin-outs.

O evento é patrocinado pela Sociedade Brasileira de Física – SBF.

Para mais informações, incluindo a programação do II ENFI, clique AQUI.

Assessoria de Comunicação

3 de agosto de 2015

My English Online

Alunos de Graduação e de Pós-Graduação da Universidade já podem se inscrever no curso My English Online, do programa Idiomas sem Fronteiras. O curso é online e oferece um pacote completo de atividades interativas que podem ser realizadas em qualquer horário, além do acesso a livros interativos, leituras graduadas, exercícios de gramática, dicionários, atividades para prática de conversação e testes de acompanhamento.

O curso possui cinco níveis, atendendo desde alunos com conhecimento básico até os que já estão em condições de prestar o exame TOEFL. Cada nível deve ser cursado em até 180 dias e, no final, o aluno faz uma prova para avaliar o seu conhecimento e definir se está apto ou não para avançar.

Outra novidade é que a USP foi habilitada como Centro Aplicador do TOEFL, no âmbito do programa Idiomas sem Fronteiras. Já no próximo domingo, dia 26 de julho, o teste será aplicado gratuitamente a 600 estudantes previamente inscritos, sob a coordenação da Agência USP de Cooperação Acadêmica Nacional e Internacional (Aucani), em parceria com a Fuvest. O TOEFL é um exame de proficiência exigido para a concessão de bolsas do programa Ciência sem Fronteiras e também aceito por outros programas de mobilidade para países de língua inglesa.

A adesão ao programa Idiomas sem Fronteiras é a mais recente ação que integra o Inglês na USP, uma iniciativa da Aucani, com o objetivo de criar um ambiente acadêmico internacional na Universidade, sem se restringir apenas à questão da mobilidade.

Como explica o presidente da Agência, Raul Machado Neto A iniciativa tem também um aspecto inclusivo, pois oferece capacitação em língua inglesa e proporciona a todos os alunos a oportunidade de participar das atividades acadêmicas internacionais, que são cada vez mais numerosas. Hoje, o aluno precisa pensar além das nossas fronteiras, e ele pode fazer isso mesmo sem sair do Brasil.

Além do My English Online, a Aucani já oferece outros cursos de idiomas, como o Language Education Program at USP, um curso de inglês gratuito e presencial, voltado para os alunos de Graduação, com o objetivo de prepará-los para o International English Language Testing System (IELTS), o exame de proficiência em língua inglesa utilizado como pré-requisito para admissão em universidades de todo o mundo. O curso é oferecido em parceria com a Faculdade de Filosofia, Letras e Ciências Humanas (FFLCH) da USP e com o British Council.

Outra ação importante é a Aucani Idiomas, resultado de uma parceria entre a USP e a Universia Brasil, que oferece cursos on-line a alunos, docentes e funcionários da Universidade.

O inglês é um idioma que tem um apelo maior em diversas áreas de conhecimento, mas essa iniciativa deve ser estendida também a outros idiomas, explica Machado. Também há a expectativa de que seja lançado, em breve, um curso de português, desenvolvido pela Universidade em parceria com a Universia Brasil, para ser oferecido às instituições parceiras.

(Com informações da Assessoria de Comunicação da USP)

Assessoria de Comunicação

3 de agosto de 2015

IFSC/USP poderá firmar parceria com Grupo Fleury

PUBLICO_170No dia 30 de julho último, uma delegação do Grupo Fleury visitou o Instituto de Física de São Carlos (IFSC/USP) com o intuito de firmar uma parceria com nossa Unidade, em razão da homogeneidade que existe entre as pesquisas voltadas à área médica desenvolvidas nos laboratórios de ambas as instituições.

A delegação visitante, constituída por cinco membros do Grupo Fleury, foi recepcionada pelo Prof. Dr. Valtencir Zucolotto, que coordena o Grupo de Nanomedicina e Nanotoxicologia (GNano – IFSC), que demonstrou grande interesse em consolidar essa colaboração. Na ocasião, o Prof. Dr. Tito José Bonagamba, Diretor do IFSC/USP, destacou a importância dessa visita, já que nosso Instituto sempre reforça, principalmente junto a seus estudantes, que o físico tem uma ampla variedade de opções profissionais fora do universo acadêmico, tanto em TITO_300grandes empresas nacionais, como internacionais.

O Diretor do IFSC/USP também relembrou alguns aspectos referentes ao crescimento da Unidade, que nasceu como departamento de física na Escola de Engenharia de São Carlos (EESC), tendo, posteriormente, se tornado o Instituto de Física e Química de São Carlos (IFQSC). Em 1994, ambas as instituições se dividiram, o que deu origem ao Instituto de Física de São Carlos.

JEANE_300Durante as apresentações, a Dra. Jeane Mike Tsutsui, Diretora de Inovação do Grupo Fleury, destacou os principais objetivos e trabalhos desenvolvidos pela sua equipe de pesquisadores. Em entrevista concedida à Assessoria de Comunicação do IFSC/USP, Tsutsui disse que a inovação é um dos pilares fundamentais na área de medicina e diagnóstico, daí a aproximação com centros de excelência ser de suma importância para transferir o conteúdo produzido na universidade para as aplicações práticas, voltadas aos pacientes. Eu vejo, no IFSC, um grande potencial para concretizarmos uma parceria sólida, afirmou ela.

Por fim, o Prof. Zucolotto fez uma apresentação, ZUCO_300onde falou sobre o Grupo de Nanomedicina e Nanotoxicologia do IFSC/USP, tendo abordado as principais linhas de pesquisa de sua equipe, bem como os estudos desenvolvidos pelos pesquisadores do GNano que têm resultado em diversas aplicações na área médica, através do desenvolvimento de diversas metodologias capazes de tratar e/ou diagnosticar várias doenças, incluindo hipertensão arterial e leucemia.

Assessoria de Comunicação

2 de agosto de 2015

Workshop de Educação e Pesquisa – Estado de São Paulo

Conquistas e Desafios da Ciência no Brasil é o tema do X Workshop de Educação e Pesquisa do Estado de São Paulo, um evento que ocorre no dia 03 de agosto, entre as 13 e as 18 horas, no Plenário da Câmara Municipal de São Paulo.

Promovido e organizado pela SAC-IVEPESP – Sociedade Amigos da Cidade e Instituto para a Valorização da Educação e da Pesquisa no Estado de São Paulo, o evento reunirá um conjunto notável de pesquisadores que discorrerão sobre temas importantes inseridos no contexto proposto, entre os quais se contam dois docentes do Instituto de Física de São Carlos (IFSC-USP).

Com efeito, a primeira palestra, que ocorrerá entre as 14 e as 14h40, estará sob a responsabilidade do atual Pró-Reitor de Graduação da Universidade de São Paulo e docente de nosso Instituto, Prof. Dr. Antonio Carlos Hernandes, que dissertará sobre o tema Um novo ambiente para o ensino de graduação, seguindo-se, entre as 14h45 e as 15h35, a palestra do Prof. Dr. Glaucius Oliva, igualmente docente do IFSC/USP, que abordará o tema Ciência e tecnologia para o desenvolvimento nacional, onde o palestrante apresentará, inclusive, uma proposta relativa à criação de uma Fundação de Amparo à Pesquisa da Cidade de São Paulo.

Entre as 16 e as 16h50, caberá ao Prof. Dr. Paulo Saldiva (FMUSP) apresentar a palestra O papel da ciência na melhoria da saúde ambiental, seguindo-se, a encerrar o evento, a palestra do Prof. Dr. Helio Dias (IFUSP), subordinada ao tema A educação em ciências e engenharias: exemplos de sucesso.

O X Workshop de Educação e Pesquisa do Estado de São Paulo tem como principais organizadores os Profs. Drs. Helio Dias (IFUSP), Glaucius Oliva (IFSC/USP) e J.B Oliveira.(SAC-IVEPESP).

Assessoria de Comunicação

31 de julho de 2015

9ª Feira de Profissões da USP acontece no Parque CienTec

Realiza-se entre os dias 06 e 08 de agosto, no Parque CienTec – Parque de Ciência e Tecnologia, em São Paulo, a 9ª edição da Feira das Profissões da USP, um evento promovido pela Pró-Reitoria de Cultura e Extensão Universitária (PRCEU).

Realizada anualmente, a Feira faz parte do Programa “USP e as Profissões”, sendo uma oportunidade para os estudantes de ensino médio e vestibulandos conversarem com professores e alunos da USP sobre os cursos de graduação oferecidos pela Instituição, tanto na capital quanto no interior, orientando-os na importante tarefa de optar por uma carreira profissional. Além disso, os jovens poderão obter informações sobre o vestibular, bem como os programas de apoio à permanência estudantil da Universidade (moradia, alimentação etc.) e o mercado de trabalho. Na edição de 2014, o evento recebeu cerca de 50 mil visitantes.

A importância da Feira para os estudantes de ensino médio também é destacada pela pró-reitora de Cultura e Extensão Universitária, Profª. Maria Arminda do Nascimento Arruda. “Do ponto de vista do número de pessoas que atrai e da visibilidade social que tem, a Feira de Profissões é o mais importante evento promovido pela USP. Pois, trata-se de um espaço privilegiado de aproximação da Universidade com os jovens estudantes, em especial da rede pública de ensino. Na Feira, eles tomam contato com o conjunto de carreiras que a Universidade oferece, podem fazer testes vocacionais, descobrir as políticas de inclusão que praticamos e perceber que a USP é possível para todos. O profundo significado social revela-se quando sabemos que aproximadamente 50% dos alunos da rede pública que prestaram o vestibular da Fuvest tomaram a decisão de fazê-lo na Feira de Profissões”.

Novidades

Este ano, os estandes das Unidades de Ensino e Pesquisa da USP estarão organizados por áreas: Ciências Biológicas, Exatas e Humanas, com o intuito de facilitar a visitação e a procura pelos cursos. Outras novidades são o “Espaço do Educador” e o “Espaço Difusão de Arte e Ciência”. O primeiro, que tem o objetivo de dar mais visibilidade às oficinas e cursos de extensão ligados à formação de professores da educação básica, foi reformulado e será um espaço multiuso, com palestras, exposições e um café, com a curadoria das professoras Marta Marandino e Alessandra Fernandes Bizerra, respectivamente da Faculdade de Educação e do Instituto de Biociências da USP. A proposta do “Espaço Difusão de Arte e Ciência” é oferecer atividades interativas para os alunos, através de atrações como a oficina de ótica do Instituto de Física, a Banca da Ciência da Escola de Artes, Ciências e Humanidades e o Catavento Cultural.

Durante os três dias, ocorrerão palestras, bate-papos com professores da USP e convidados sobre os cursos de graduação, o mercado de trabalho, entre outros assuntos. No dia 8, sábado, às 9h, o palestrante será o ministro da Ciência e Tecnologia e Inovação, Aldo Rebelo. Como a Feira é realizada no Parque CienTec, os visitantes também poderão conhecer as atividades oferecidas pelo centro de cultura: o Museu de Meteorologia, a Trilha dos Ecossistemas e do Lago, a Oficina de Solo, o Jardim da Física – Giroscópio e Bicicleta Voadora, o Espaço Geofísica, o Telescópio – Luneta e o Laboratório de Miscroscopia.

A Feira de Profissões funcionará das 9h às 17h e será realizada no Parque CienTec, localizado na Avenida Miguel Stéfano, 4.200 – Água Funda (vizinho ao Jardim Botânico e ao Jardim Zoológico), São Paulo.

A entrada na Feira é gratuita e, para participar, estudantes e escolas deverão se inscrever pelo site da PRCEU.

(Com informações da Assessoria de Comunicação da USP)

Assessoria de Comunicação

31 de julho de 2015

Laboratório do IFSC/USP oferece bolsa de pós-doutorado

O Laboratório de Epidemiologia e Microbiologia LEMiMOMolecular do Instituto de Física de São Carlos (LEMiMo- IFSC/USP) está oferecendo uma bolsa de pós-doutorado para o projeto ”Patterns of emergence of multidrug resistant enterococci and staphylococci in Brazil”, aprovado pela CAPES e parte do programa Ciência sem Fronteiras (CsF). O projeto em questão é coordenado pela docente do IFSC/USP Ilana Camargo, e conta com a colaboração do docente da Harvard University Michael S. Gilmore.

Os interessados em participar da seleção deverão enviar e-mail para ilanacamargo@ifsc.usp.br contendo carta de apresentação, currículo completo, dados de contato e duas ou três referências. Exige-se como pré-requisito que o candidato tenha experiência na área de investigação em microbiologia e biologia molecular.

Para mais informações, acesse http://www.ifsc.usp.br/~ilanacamargo/

Assessoria de Comunicação

30 de julho de 2015

Workshop estimulou o ensino com kits didáticos

Ainda que de forma tímida, docentes já têm levado às salas de aulas atividades práticas, de modo a estimularem o interesse dos jovens pelas ciências e desmistificarem a ideia de que tais disciplinas se resumem apenas aos conteúdos teóricos. Foi neste contexto, que os pesquisadores Bruno Andrade Ono e Hilde Harb Buzzá, ambos do Grupo de Óptica do Instituto de Física de São Carlos (IFSC/USP), realizaram o Curso de treinamento de professores para o aprimoramento da prática de ciências em sala de sala, um workshop que decorreu entre os dias 13 e 17 de julho último, no Instituto, tendo se inserido na programação da 67ª Reunião Anual da Sociedade Brasileira para o Progresso da Ciência – 67ª SBPC*.

O minicurso, que foi supervisionado pelo Prof. Dr. Vanderlei Salvador Bagnato (IFSC/USP), reuniu cerca de quinze participantes, incluindo docentes e estudantes universitários que foram treinados com atividades práticas desenvolvidas através dos kits didáticos do programa Aventuras na Ciência. Esses conjuntos educativos, que envolvem as disciplinas de Física, Química, Biologia, Astronomia e Matemática, foram idealizados por professores da Universidade de São Paulo, Universidade Estadual de Campinas – UNICAMP e da Universidade Federal do Rio de Janeiro – UFRJ.

Hilde Buzzá, que é doutoranda Hilde_300do IFSC/USP, enalteceu o sucesso do minicurso e o interesse que os participantes demonstraram em trabalhar com os citados kits. Às vezes o tempo para fazer determinado experimento já havia terminado, mas os participantes queriam continuá-lo, disse ela, acrescentando que os conteúdos práticos ajudam na memorização e aprendizado dos alunos. Normalmente, na sala de aula, os professores passam o conteúdo no quadro e os alunos têm que decorá-lo para as avaliações. Com os kits, ao invés de decorá-los, os alunos veem como que determinados experimentos funcionam.

BRUNO_ONO_300O estudante de mestrado do IFSC/USP, Bruno Ono, destacou a importância do uso dessas ferramentas práticas em sala de aula, uma vez que ajudam a desenvolver diversos conceitos. Com esses kits, ao invés de apenas assistir um professor descrevendo os conceitos de um assunto específico na lousa, o próprio estudante pode fazer os experimentos. Esses métodos ajudam a memorizar melhor os conteúdos oferecidos em sala de aula… os kits são totalmente interativos, concluiu.

De acordo com Hilde Buzzá, o uso de atividades práticas e lúdicas em sala de aula ainda é escasso, porém, há já incentivo para essa forma de ensino. Têm muitos sites que desenvolvem conteúdos interativos. Hoje, é muito mais fácil encontrar jogos educativos. Está começando a haver uma preocupação em relação a isso, mas as escolas ainda continuam tradicionais, avaliou, cogitando que futuramente poderá haver uma nova edição do minicurso.

Para obter mais informações sobre os kits didáticos, clique AQUI.

*Sexagésima sétima edição da Reunião Anual da SBPC, um dos maiores eventos de ciência da América Latina, que decorreu entre os dias 12 e 18 de julho, em São Carlos.

(Foto do minicurso: Arquivo pessoal)

Assessoria de Comunicação

29 de julho de 2015

A pesquisa básica e o intercâmbio intelectual

Você certamente não ouviu falar sobre o Glossoscolex paulistus, correto? Mas, se perguntar a algum agricultor paulista, especialmente os da região de Rio Claro e Piracicaba, estes, provavelmente, conhecerão o termo. Ou, caso não conheçam, você pode citar uma definição que representa o “palavrão” acima: uma espécie de minhoca gigante, mais conhecida como “minhocoçu”.

MinhocaBrincadeiras à parte, o Glossoscolex paulistus, embora considerado um verme endêmico, já conta com a proteção de órgãos ambientais, uma vez que é uma espécie ameaçada de extinção.

A minhoca em questão, no entanto, possui uma particularidade interessante: uma hemoglobina (proteína responsável pelo transporte de oxigênio) de estrutura extremamente complexa. Para se ter ideia dessa complexidade, a hemoglobina humana é composta por quatro subunidades, enquanto a da Glossoscolex paulistus possui 180. Essas hemoglobinas são sistemas moleculares enormes com dimensões comparadas aos ribossomos.

Tal fato chamou atenção de José Fernando Ruggiero Bachega, que na época era doutorando do Instituto de Física de São Carlos (IFSC/USP), e sob orientação do docente do IFSC, Richard Charles Garratt*, passou a realizar estudos relacionados à estrutura molecular deste complexo de proteínas do Glossoscolex paulistus, com o objetivo final de caracterizar sua estrutura. “Em toda literatura científica, só se havia desvendado a estrutura da hemoglobina de um único representante da classe dos oligoquetas, e sempre é interessante ter a caracterização de mais de um tipo”, conta José Fernando.

A resolução da estrutura cristalográfica desses sistemas é uma tarefa complicada. Os primeiros cristais de proteínas reportados na literatura tratavam-se justamente da hemoglobina de um oligoqueta (Lumbricus terrestris). Esses cristais foram reportados na segunda metade do século XIX, quando a cristalografia de proteínas ainda não havia nascido. No entanto, sua estrutura cristalográfica só foi resolvida no ano 2000, 40 anos depois de Perutz e Kendrew resolverem as primeiras estruturas cristalográficas de proteínas (que, ironicamente, referem-se à hemoglobina e mioglobina).

Depois de alguns anos, hemoglobinas de diversas espécies tiveram suas estruturas resolvidas, e o ineditismo do estudo de José Fernando que, iFer_Bachega-1nclusive, lhe rendeu o título de doutor, foi justamente na revelação da estrutura da complexa hemoglobina do Glossoscolex paulistus, nunca feita antes. “Ao longo dessa pesquisa, agregamos outras espécies de oligoquetas, que sabíamos serem bem estudadas na literatura e que possuem interesse comercial para produção de húmus ou descontaminação de solo”, conta José Fernando.

Desvendar a estrutura da hemoglobina do Glossoscolex paulistus, no entanto, não teve como objetivo relacioná-la ao uso comercial, onde essas hemoglobinas extracelulares de oligoquetas são apontadas com possíveis candidatas a substituintes para sangue humano. Porém, a caracterização estrutural e biofísica realizada neste trabalho representa uma grande contribuição no entendimento de como esses complexos carreadores de oxigênio se comportam.

Do conhecimento científico ao intercâmbio intelectual

Durante os seis anos em que trabalhou com técnicas de cristalografia e caracterização de proteínas, que foram essenciais para conclusão bem sucedida da pesquisa acima, José Fernando adquiriu um ótimo know-how sobre tais técnicas. Por esse motivo, voou para o Peru, mais especificamente para a Universidad Nacional Pedro Ruiz Gallo (UNPRG), em julho passado, para transmitir a outros pesquisadores seus conhecimentos adquiridos no IFSC, relacionados a essa metodologia. “Durante um curso que ministrou na UNPRG, o professor Richard notou que naquela universidade, assim como no Peru, como um todo, não havia o registro de nenhuma proteína cristalizada nem de nenhuma pessoa que tivesse o conhecimento de como cristalizar uma proteína”, relembra o pesquisador.

Diante desse cenário, José Fernando montou um “mini laboratório”** e o levou ao Centro Geoeconômico da UNPRG com a missão de cristalizar a primeira proteína do Peru. “No laboratório de cristalografia do IFSC, cristalizar proteínas é algo comum! Fazemos a cristalografia de dezenas de proteínas, por ano, pois nossa infraestrutura é muito boa e não deixa a desejar para a de nenhum país de primeiro mundo. No Peru, por outro lado, a realidade é muito diferente, pois a universidade conta com poucos recursos e grandes problemas de infraestrutura”.

Foram duas semanas de trabalho intenso para conseguir cristalizar a hemoglobina da Eisenia foetida (espécie de minhoca usada comercialmente para a produção de humos) e os primeiros cristais foram visualizados já no final da primeira semana. “A partir disso, otimizamos o protocolo para obtenção desses cristais e discutimos outros possíveis projetos que poderiam ser concretizados a partir da técnica recém ensinada”, relembra o pesquisador.

De acordo com José Fernando, embora os experimentos tenham sido bem sucedidos e o Peru tenha conseguido cristalizar sua primeira proteína, a empolgação dos participantes foi o maior destaque da experiência vivida. “Quando conseguimos os primeiros cristais, o professor Pedro Chimoy, que tem parceria de pesquisa com o IFSC, organizou um evento para que eu reportasse os resultados conseguidos até aquele momento. Esse evento foi num feriado e, mesmo assim, os alunos compareceram massivamente”, relembra.

José Fernando afirma que, estando no Peru, pôde perceber que esse tipo de intercâmbio é algo importante e conta que muitos de seus aprendizes querem vir ao Brasil fazer pós-graduação. “O professor Richard tem dedicado atenção especial a esses estudantes e já alocou muitos alunos em estágios de curta duração, não somente aqui no IFSC, mas em outras Unidades da USP ou da UFSCar. Em nosso laboratório já tivemos representantes de diversos países da América Latina”.

Já sobre o maior aprendizado que teve durante essa experiência, José Fernando não pensa duas vezes para responder: “Temos que sonhar que é possível. Esse é o maior estímulo para que qualquer pesquisa ou trabalho possa ser concretizado”, conclui.

* colaboraram diretamente com essa pesquisa o docente do Instituto de Química de São Carlos (IQSC), Marcel Tabak, o docente do IFSC, Eduardo Horjales Reboredo, o pesquisador do Laboratório Nacional de Luz Síncrotron (LNLS), Marcelo Carazzolle, o técnico de laboratório do IFSC, Humberto Muniz e o doutorando Fernando Vasconcelos Maluf.

**equipamentos antigos e sem uso nos laboratórios do IFSC além de alguns reagentes

Assessoria de Comunicação

29 de julho de 2015

A contribuição do IFSC/USP na construção de telescópios do CTA

Em uma reunião que aconteceu recentemente raios_gama_200em Berlim (Alemanha), especialistas concluíram que as construções dos observatórios do Cherenkov Telescope Array – CTA serão efetivadas no Chile e nas Ilhas Canárias (Espanha), beneficiando-se das excelentes condições e qualidades atmosféricas encontradas em ambas as regiões. O CTA é um grande projeto, cujo intuito é medir raios gamas vindos do espaço e estudar os diversos mistérios de nosso Universo, incluindo a matéria escura – algo que se sabe que existe, porém não se consegue enxergar -, formação estelar, produção de partículas em buracos negros, entre outros fenômenos.

Os observatórios do CTA serão constituídos por uma centena de telescópios de três tipos: quatro grandes (24 metros), vinte e cinco médios (12 metros) e outras dezenas de telescópios pequenos (6 metros). Eles serão instalados no observatório que será construído no Chile, enquanto que algumas dezenas desses equipamentos também serão montadas no observatório que estará sediado nas Ilhas Canárias.

Na citada reunião, os pesquisadores conheceram o protótipo do telescópio médio, chamado Middle Size Telescope, cujo “braço” de aço, que sustenta a câmera do equipamento, foi desenvolvido pela empresa Orbital Engenharia (Brasil), sob coordenação do Prof. Dr. Luiz Vitor de Souza Filho, docente e pesquisador do Grupo de Física Computacional e Instrumentação Aplicada do Instituto de Física de São Carlos (IFSC/USP), com o apoio da Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de São Paulo (FAPESP) e do próprio IFSC/USP. O telescópio, que pesa cerca de 70 toneladas, é formado por uma torre de sustentação, uma superfície refletora (espelhos) e pelo braço, que pesa quase cinco toneladas e que tem dezesseis metros de comprimento.

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Protótipo do Middle Size Telescope

Com o desenvolvimento dessa parte do telescópio, os pesquisadores brasileiros também tiveram que projetar e elaborar um dispositivo de ajuste que não encontraram no mercado. Esse mecanismo, que fica embaixo de três toneladas, serve para ajustar, milimetricamente, a ponta da estrutura que sustenta a câmera. Em breve, o dispositivo deverá ser patenteado por meio da Agência USP de Inovação.

Luiz Vitor, que se envolveu com o projeto assim que o conheceu (2008), ministrou diversos seminários com a finalidade de reunir ainda mais pesquisadores nessa iniciativa. Hoje, o docente do IFSC/USP é um dos cerca de vinte especialistas brasileiros que colaboram com a construção dos dois observatórios. Me envolvi com o projeto do CTA, porque ele tem um escopo científico muito interessante e porque tem sobreposição com as pesquisas que temos feito no Brasil, explica ele, destacando que o Cherenkov Telescope Array deverá resultar em uma quantidade imensa de descobertas, revolucionando quase tudo o que já se sabe na área da astrofísica.

LUIZ_VITOR_350Vitor reconhece o desafio e a importância desse projeto ambicioso. Não sou especialista em construção de estrutura metálica. Por outro lado, os engenheiros da empresa brasileira nunca tinham construído um telescópio. Entretanto, a junção dos nossos saberes resultou em um desenvolvimento vitorioso. Trabalhar na construção dos observatórios é muito interessante e desafiador, porque envolve várias visões diferentes para alcançar um único objetivo, revela ele, que também sublinha a extrema habilidade que o projeto exige de todos os membros envolvidos nessa iniciativa.

O docente também relata as complexidades da construção do braço do telescópio, tendo em vista que, como esses equipamentos ficarão sujeitos a diversas situações climáticas, foi necessário escolher cada material com muita cautela, para que suas estruturas não ficassem prejudicadas. Esses telescópios ficarão expostos no meio-ambiente, então precisarão sobreviver a temperaturas muito quentes e também muito frias. Além disso, várias estruturas estão sujeitas a vibrações, podendo comprometer os telescópios, por isso os pesquisadores também executaram testes, onde concluíram que o aço é o material mais adequado para ser utilizado nesses equipamentos, em razão da sua qualidade e de seu baixo custo.

Até o presente momento, apenas o protótipo do telescópio médio foi construído. Contudo, os pesquisadores brasileiros deverão solicitar mais financiamento para que possam construir as demais estruturas dos telescópios, que deverão ser montados, inicialmente, no observatório que será edificado no Chile e que deverá estar funcionando a partir de 2017, quando os primeiros equipamentos estiverem instalados.

Confira um curto vídeo do protótipo do Middle Size Telescope, AQUI.

Assessoria de Comunicação

28 de julho de 2015

Advanced School G&GC 2015 com intensa programação

GEGC2015-200Realiza-se entre os dias 01 e 09 do próximo mês de agosto, no Instituto de Física de São Carlos (IFSC/USP), a Advanced School on Glasses and Glass-Ceramics (G&GC 2015), um evento internacional que reunirá alunos de mestrado e pós-doutorado que realizam pesquisas na área de vidros e vitrocerâmicos no Brasil e no exterior. Foram disponibilizadas cem vagas, sendo que cinquenta eram destinadas a alunos brasileiros e as restantes a estudantes estrangeiros – estes participantes terão suas hospedagens pagas pela organização do evento.

O objetivo da Escola é oferecer aos alunos uma visão global dos principais avanços científicos e tecnológicos nesse campo, bem como os problemas e as perspectivas para pesquisas futuras. Para isso, o evento oferecerá, durante os nove dias de duração, uma intensa programação (VER AQUI) com apresentações feitas pelos próprios estudantes, atividades práticas e visitas aos laboratórios de pesquisa dos campi da Universidade de São Paulo e da Universidade Federal de São Carlos – UFSCar.

Além disso, a Escola Avançada trará palestras ministradas por renomados cientistas do Brasil e do exterior, que abordarão diversos tópicos da citada área, como, por exemplo, fundamentos de estrutura, processos de relaxação, cristalização e propriedades, estrutura molecular, nano e microestrutura, processos dinâmicos, as propriedades mecânicas, ópticas, elétricas e biológicas dessas classes de materiais vítreos, entre outros temas. No início da Escola, os estudantes terão que apresentar uma palestra de um minuto, onde, com um único slide, explicarão as pesquisas em que atuam, diz o Prof. Dr. José Fabian Schneider, docente do Grupo de Ressonância Magnética do IFSC/USP e pesquisador do Center for Research, Technology and Education in Vitreous Materials – CeRTEV, que é o grupo que organiza a G&GC 2015, sendo também um dos Centros de Pesquisa, Inovação e Difusão da Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de São Paulo – FAPESP.

Além disso, os participantes da Escola serão divididos em grupos de cinco ou seis membros que, com a ajuda de um professor ou pesquisador orientador, deverão apresentar um projeto de pesquisa no final do evento, com base nos conhecimentos adquiridos ao longo da semana. A ideia é fazer uma escola ativa, onde os estudantes possam participar intensamente e interagir com os especialistas e outros alunos, explica Schneider.

Os seguintes docentes e pesquisadores ministrarão palestras ou atividades práticas no curso: Hellmut Eckert (Universidade de São Paulo/Brasil), Paulo Sergio Pizani (Universidade Federal de São Carlos/Brasil), Edgar Dutra Zanotto (Universidade Federal de São Carlos/Brasil), Prabhat Gupta (Ohio State University/Estados Unidos), José Pedro Rino (Universidade Federal de São Carlos/Brasil), Francisco Carlos Serbena (Universidade Estadual de Ponta Grossa/Brasil), Vinchenzo M. Sglavo (University of Trento/Itália), Andrea Simone de Camargo Alvarez Bernardez (Universidade de São Paulo/Brasil), John Michael Ballato (Clemson University/Estados Unidos), Aswini Ghosh (Indian Association for the Cultivation of Sience/Índia), Steve Jung (Mo-Sci Corporation/Estados Unidos) e Alexander Priven (Corning Inc./Coréia do Sul).

Investindo no futuro

Para José Schneider, a SCHNEIDER_350G&GC 2015 é um investimento no futuro da área de vidros e vitrocerâmicos, já que, além de líderes de grupos de pesquisa, os jovens participantes do curso deverão ser alguns dos futuros responsáveis pelo desenvolvimento de importantes trabalhos na área em questão. Reunindo esses jovens aqui, em São Carlos, poderemos garantir a continuidade da excelência em pesquisas realizadas na cidade, porque, através desta escola, poderemos consolidar possíveis parcerias. A G&GC 2015 será um investimento no futuro, conclui o docente do Instituto de Física de São Carlos, destacando que nesta cidade há o Vitreous Materials Lab (LaMaV), um dos maiores grupos de pesquisa sobre materiais vítreos e vitrocerâmicos sediados no Brasil, que se encontra sediado na UFSCar.

Para obter mais informações sobre a Advanced School on Glasses and Glass-Ceramics, clique AQUI.

(Imagem 1: Vladimir Fokin/LaMaV)

Assessoria de Comunicação

27 de julho de 2015

Aluna ganha vaga em universidade finlandesa

Em um cenário como o do Brasil, onde a educação básica passa por inúmeras necessidades, são poucos os alunos do ensino fundamental ou médio que conseguem se destacar em níveis nacional e internacional, embora existam muitos exemplos que constituem exceções. Um desses casos é o de Vitória Barim Pacela, uma estudante de apenas 18 anos, que ganhou uma vaga para cursar física na University of Helsinki, Finlândia, em setembro deste ano, graças à sua propensão para estudar disciplinas como física e matemática.

VITORIA_PACELA_350Vitória Pacela, que é do Espírito Santo do Pinhal, interior de São Paulo, sempre estudou em escola pública. Mesmo com muitas dúvidas sobre qual carreira seguir, a jovem começou a gostar ainda mais de física após ter participado do International Young Physicists Tournament – IYPT e da Escola de Física Contemporânea (EFC-2014), este último, um evento anual que acontece no Instituto de Física de São Carlos (IFSC/USP), com o objetivo de mostrar, a jovens talentosos, a física que é estudada pelos alunos de graduação dessa Unidade da Universidade de São Paulo. Sempre estudei sozinha. Na Escola de Física Contemporânea tive uma experiência muito boa, porque pude assistir a palestras e ouvir docentes falando sobre suas pesquisas. Isso me motivou, diz ela.

Uma das atividades que mais agradou Pacela na EFC-2014 foi uma palestra ministrada pelo Prof. Dr. Vanderlei Bagnato, docente do Grupo de Óptica do Instituto de Física de São Carlos, que falou sobre alguns equipamentos que o Grupo desenvolveu para o tratamento de diversas doenças, incluindo o câncer de pele. Tenho a intenção de cursar física e atuar com foco em aplicação. Também pretendo ser bem interdisciplinar, porque, além de física, gosto de outras áreas, como a de sustentabilidade, revela a jovem.

Nesse mesmo ano, Vitória Pacela foi à Helsinque, capital da Finlândia, onde participou do Millennium Youth Camp – MYC, acampamento científico onde os jovens desenvolvem projetos científicos sobre determinados temas, como, por exemplo, matemática aplicada, biociência e biotecnologia, clima e mudança climática, energia, ciência e tecnologia de alimentos, ciências do materiais e material tecnológico, recursos naturais renováveis e planejamento urbano. No âmbito do MYC, a estudante elaborou um projeto na categoria “Planejamento Urbano”, onde replanejou o campus da Aalto University, outra instituição de ensino superior sediada na capital finlandesa. Fiz o projeto e fui selecionada, juntamente com outros 59 estudantes, diz ela, que hoje cursa Engenharia Elétrica na Universidade Estadual de Campinas – UNICAMP.

Orgulhosa da filha – e também do JANETE_PACELA_300filho Vitor Barim Pacela, que participou da EFC-2015 – , Janete Barim Pacela, de 56 anos, destaca que os filhos ficaram bastante satisfeitos em terem participado da Escola de Física Contemporânea. Apesar de saber que sentirá a falta da filha, Janete está bastante orgulhosa com a êxito da jovem: Ela é muito dedicada. Essa conquista é devido ao esforço dela… Seu objetivo é estudar na Finlândia e aplicar o conhecimento no Brasil. Ela quer ser útil para o nosso país, conclui.

VITORIA_JANETE_E_VITOR_PACELA_500Vitória Pacela com sua mãe, Janete Pacela, e seu irmão, Vitor Pacela

Assessoria de Comunicação

24 de julho de 2015

Repensando a Pós-Graduação

No editorial da Revista Science, em sua edição de 23 de julho último, subordinado ao tema Repensando a Pós-Graduação, Alan Leshner, chefe executivo da American Association for the Advancement of Science, aborda de forma enfática a realidade dos cursos de Pós-Graduação em Ciências, nos Estados Unidos, e a necessidade de se alterarem as opções de formação ainda existentes, que se mantêm inalteráveis há cerca de um século.

Na opinião do articulista, as comunidades científica e educacional do país precisam olhar com mais profundidade e abrangência todas as nuances relativas à formação de novos valores na área científica, onde a inovação e empreendedorismo deverão ocupar lugares de destaque, abrindo, dessa forma, as perspectivas profissionais dos jovens.

Para acessar o editorial da Revista Science, clique AQUI.

Assessoria de Comunicação

24 de julho de 2015

Divulgado o Relatório de Atividades – 2014

Com uma receita de R$ 1,22 bilhão em 2014, a Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de São Paulo (Fapesp) destinou R$ 1,15 bilhão a pesquisas científicas e tecnológicas desenvolvidas no Estado de São Paulo. É um desembolso 4,5% superior ao ano anterior, segundo dados do Relatório de Atividades 2014, recentemente divulgado.

O relatório mostra que 82% dos recursos que compõem a Receita da Fundação, o equivalente a R$ 998,67 milhões, foram transferidos pelo Tesouro Estadual. Esse repasse do Tesouro é determinado pela Constituição e equivale a 1% da receita tributária do Estado de São Paulo.

O restante da receita é composto por recursos próprios: R$ 74,70 milhões referentes a receitas patrimoniais e R$ 149,07 milhões referentes a outras fontes de recursos, como é o caso dos convênios para financiamento conjunto de pesquisas em que alguns parceiros escolhem repassar os recursos para a Fapesp administrar o desembolso.

Apesar da desaceleração da atividade econômica no país registrada em 2014, que a afeta, a Fapesp foi capaz de manter seus compromissos e de cumprir com sua missão de apoiar, para o bem da sociedade, o desenvolvimento da pesquisa em nosso Estado“, diz o presidente da Fundação, Celso Lafer.

Em 2014, a Fapesp recebeu 18.286 pedidos de apoio a projetos de pesquisa. Foram assinados 11.609 novos contratos de apoio, solicitados no ano e em anos anteriores, e estavam em andamento 11.197 bolsas.

As três universidades estaduais ficaram com 75% do desembolso da Fapesp no ano: R$ 548,30 milhões para a Universidade de São Paulo (USP), R$ 154,59 milhões para a Universidade Estadual Paulista (Unesp) e R$ 164,81 milhões para a Universidade Estadual de Campinas (Unicamp).

(Com informações da FAPESP)

Assessoria de Comunicação

24 de julho de 2015

A Eletrônica Orgânica marca o futuro

Uma edição especial da revista científica Display and Imaging, da qual um dos editores associados é o Prof. Dr. Osvaldo Novais de Oliveira Junior, docente e pesquisador do IFSC/USP, foi dedicada à Eletrônica Orgânica. Esta é uma área de intensa atividade no Brasil, e particularmente no IFSC/USP, sede do Instituto Nacional de Eletrônica Orgânica, dirigido eletrnica_orgnica225pelo Prof. Roberto M. Faria.

A edição especial aborda o desenvolvimento e utilização de materiais orgânicos, temas que ensejam a promessa de se revolucionarem os diversos tipos de dispositivos e aplicações em muitas áreas, incluindo aquelas relacionadas com displays e imagens. Em seu prefácio na publicação, que apresenta dois trabalhos assinados por dois pesquisadores de nosso Instituto – Prof. Dr. Cleber Mendonça e Dr. Felippe Pavinatto -, Osvaldo Novais salienta que, dada a variedade de materiais e suas possíveis utilizações, o trabalho desenvolvido neste campo normalmente não cabe dentro de uma área específica, pois as contribuições em Eletrônica Orgânica são relacionadas ao estudo e utilização de pequenas moléculas orgânicas e polímeros, cujas propriedades eletrônicas podem ser exploradas em várias aplicações.

Com efeito, explica o editor, essa é uma área ampla que abrange não só os dispositivos eletrônicos tradicionais, como diodos e transistores, mas também células fotovoltaicas, biossensores e muitos mais. Para o Prof. Osvaldo Novais, a decisão de publicar uma edição especial oled-250dedicada à Eletrônica Orgânica foi motivada pelo impacto que as mesmas apresentam, nomeadamente, na tecnologia de displays.

Os trabalhos selecionados nesta edição da revista abrangem um amplo espectro de temas, incluindo estudos fundamentais da física envolvida em dispositivos orgânicos flexíveis impressos. Destaque natural é dado aos trabalhos dos pesquisadores do IFSC/USP, que abordam a fabricação de microdispositivos ópticos empregando laser, e biossensores cuja camada ativa é impressa com tinta especial.

Além de introduzir e explicar o estado da arte de inúmeras pesquisas, no âmbito da Eletrônica Orgânica, o número especial da Display and Imaging apresenta uma coletânea de artigos que oferece uma visão dos benefícios para a ciência, tecnologia e sociedade como um todo, do que o futuro próximo reserva para esta importante área do conhecimento.

Para acessar o trabalho do Prof. Dr. Cléber Mendonça, clique AQUI.

Para acessar o trabalho do Dr. Felippe Pavinatto, clique AQUI.

Assessoria de Comunicação

23 de julho de 2015

Pesquisadora discute otimização da terapia fotodinâmica

Na tarde do dia 23 de julho, a pesquisadora Isabella Luiz Suzuki, mestranda do Instituto de Física de São Carlos (IFSC/USP), apresentou o seminário Formulações Nanoestruturadas contendo Curcumina na Otimização da Terapia Fotodinâmica, um evento que foi organizado pelo Grupo de Óptica do IFSC, na sala de seminários do Grupo.

A terapia fotodinâmica (TFD) é uma modalidade terapêutica que combina o uso de luz com oxigênio molecular (O2) e compostos fotossensíveis para matar células-alvo. A curcumina é um composto antioxidante natural, extraído do açafrão (Curcuma longa Linn), que possui várias atividades farmacológicas, tais como anti-inflamatória, antimicrobiana e anticâncer, e que também pode ser utilizada como fotossensibilizador (FS) na TFD. No entanto, a curcumina, cuja cor é amarela, possui propriedades altamente hidrofóbicas, o que resulta em uma baixa biodisponibilidade sistêmica edificulta suas aplicações.

ISABELLA350Em sua apresentação, a pesquisadora do IFSC/USP falou sobre as principais estratégias para superar tais limitações, que são baseadas no carregamento do composto em nanocarregadores variáveis, como as nanopartículas poliméricas, micelas, ciclodextrinas, dispersões sólidas, emulsões, lipossomas, transportadores de peptídeos, entre outras. Os nanocarregadores, segundo ela, devem ser capazes de incorporar o FS, sem que ele perca ou altere sua atividade. De acordo com a mestranda, a curcumina foi encapsulada em nanopartículas de PLGA (polímero) e caracterizada, com o objetivo de melhorar sua estabilidade e otimizar sua ação fotodinâmica.

Isabela Suzuki também falou sobre o método in vitro utilizado para avaliar a eficiência dessa ação, pois a mesma foi testada em fungo e bactérias (Gram positiva e Gram negativa), já que a inativação fotodinâmica de microrganismos é considerada uma alternativa promissora para infecções resistentes. Por fim, a mestranda também destacou os resultados obtidos nesse estudo, que, posteriormente, foram comparados com os da curcumina em sua forma livre (solução aquosa), a fim de verificar se a formulação de nanopartículas obteve melhor desempenho.

Assessoria de Comunicação

23 de julho de 2015

Entenda o projeto do grande Reator Multipropósito Brasileiro

O primeiro reator nuclear multipropósito brasileiro de grande porte, que garante a independência nuclear do país, já estava previsto como uma das metas do Plano de Ação do Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovação (PACTI/MCT) no ano de 2007. Agora, cinco anos medicinanucleardepois, começa finalmente a sair do papel. Com um orçamento que beira os R$ 900 milhões, o equipamento tem a finalidade de diminuir nossa dependência externa no que diz respeito a insumos utilizados nos procedimentos de pesquisa com radiofármacos – um fármaco, produto biólogico ou droga que contém elemento radioativo empregado como agente diagnóstico ou no tratamento de enfermidades. Atualmente, são realizados cerca de 1,5 milhão de procedimentos por ano apenas no Brasil. Sem poder contar com a tecnologia brasileira, que dispõe apenas de alguns pequenos reatores de pesquisa ativos, o gasto com a importação de radioisótopos, elementos ativos dos radiofármacos, passa dos R$ 30 milhões anuais. Como referido no nome, o reator tem múltiplas finalidades que, além da medicina nuclear, que utiliza seus benefícios, por exemplo, no diagnóstico e tratamento de cânceres, as pesquisas podem ter aplicações em campos diversos como agricultura, energia, ciência dos materiais e meio ambiente, mas só com a produção de radioisótopos o Brasil conseguirá pagar o grande investimento em 20 anos*.

A previsão é de que o equipamento fique pronto em 2017, e que possa funcionar durante 50 anos. Com a autossuficiência do Brasil no setor, é possível que a quantidade de radiofármacos disponível no país dobre, e ainda vislumbra-se a possibilidade de exportar o material excedente, um mercado que hoje é dominado por países como o Canadá, França, Holanda e África do Sul. Para se ter ideia, nos anos de 2009 e 2010, os reatores canadenses e holandeses enfrentaram problemas que levaram a uma crise no abastecimento dos radioisótopos e causaram a suspensão de milhões de procedimentos ao redor do mundo.

Polêmica?

Os reatores nucleares são um assunto delicado, não apenas no Brasil, mas em todo o planeta, discussão fomentada por grandes acidentes nucleares que marcaram a história, como o caso de Chernobyl e o recente desastre em Fukushima. No entanto, a professora Yvonne Mascarenhas, do Grupo de Cristalografia do Instituto de Física de São Carlos e colega profissional de José Augusto Perrotta (o coordenador técnico do projeto na Comissão Nacional de Energia Nuclear – CNEN), explica que não há razão alguma para alarde e preocupação. Segundo ela, há uma diferença essencial entre o tipo de reator que está sendo desenvolvido através deste projeto e os reatores utilizados nos grandes complexos de produção de energia nuclear que tanto amedrontam a população global. “Há dois tipos de reatores nucleares: o reator nuclear de pesquisa, que serve para entender as propriedades físicas e químicas de materiais, ou o reator nuclear de potência, que produz energia e a transforma em energia elétrica. O primeiro é menos potente, mas é muito mais preciso”, aponta a pesquisadora. O reator nuclear de pesquisa, ao contrário do reator de potência, que está interessado apenas no calor da reação nuclear para produzir energia, não produz energia alguma: pelo contrário, consome energia para produzir radioisótopos e nêutrons que, quando termalizados, entram em um comprimento de onda específico para aplicação em materiais de diversas procedências. “Por exemplo, na produção de raio-X, o reator produz radiação eletromagnética, que vai desde o infravermelho até o raio-X, depois você precisa selecionar qual é o comprimento de onda que você quer”, explica Yvonne.

perrottaAlém disso, conforme informações de Perrotta para a agência de informações O Globo, os reatores de pesquisa utilizam apenas cerca de metade do urânio-235 contido no combustível que alimenta os reatores de potência das grandes usinas nucleares. A diferença é que o urânio dos reatores de pesquisa é mais enriquecido – 20% contra 4% das usinas –, o que permite o desenvolvimento de um reator mais compacto e oferece um fluxo de nêutrons muito maior, além de ficar muito abaixo do necessário para produzir uma bomba nuclear. E, para se ter ideia, este reator tem uma potência de apenas 20 megawatts, enquanto Angra 1 tem a capacidade de 657 megawatts elétricos e Angra 2, de 1350.

 

Funcionamento

Yvonne também aproveita para explicar, com mais detalhes, como funciona o reator na pesquisa básica. “Para entender a estrutura de materiais e cristais, é necessário utilizar o método de difração de nêutrons e de raios-X, que fornecerá dados para o cálculo da posição dos átomos dentro deste material ou cristal”, explica a pesquisadora. Este método consiste na reemissão da radiação recebida pelo átomo que, interagindo com a radiação emitida por outros átomos, são direcionadas para um único feixe de luz. Contudo, para caracterizar o material, a difração requer a aplicação dos feixes de nêutrons e de raios-X por um longo período de tempo, o que significa que o cientista só consegue enxergar uma estrutura estática, sem qualquer mudança durante aquele período. Isso ocorre porque o nêutron tem baixo nível de absorção pela matéria, então o rendimento da coleta de dados é baixo, porque ele passa através da matéria e poucos são difratados. “Mas quando você está lidando com uma fonte de alta intensidade, este tempo para coletar dados diminui e, eventualmente, durante uma reação química, aplicando a difração várias vezes entre poucos segundos, é possível verificar a progressão da mudança da estrutura”, esclarece. Para que isso aconteça, é necessária alta intensidade da radiação e uma reação química que não seja extraordinariamente rápida.

LNLS_campinasÉ com este fim que são desenvolvidos, em todo o mundo, fontes muito poderosas de raios-X, que são as radiações dos laboratórios Síncrotron, como o Laboratório Nacional de Luz Síncrotron (LNLS), sediado em Campinas, ainda considerado limitado quando comparado a laboratórios de países como o Japão, EUA e Inglaterra, com muito mais energia e intensidade. “Aqui, ainda seria difícil fazer uma experiência em tempo real, observando a transformação do material”, comenta Yvonne, que tem uma interação de longa data com o LNLS. Ainda segundo ela, conhecer a estrutura cristalina é essencial para conhecer e manipular as propriedades de um material, sejam eles biológicos ou inorgânicos. “A necessidade de caracterização estrutural é muito grande, por isso a necessidade de grandes investimentos”, completa. No Brasil, há um reator de pesquisa voltado à produção de radioisótopos instalado no Instituto de Pesquisas Energéticas e Nucleares (Ipen), no campus da USP em São Paulo (que abriga dois dos quatro reatores de pesquisa do Brasil), com o qual Yvonne tem uma interação de trabalho, e já existe o projeto de um novo laboratório Síncrotron, que será muito mais potente e complementar ao laboratório de Campinas, mas o novo reator multipropósito suprirá uma demanda de pesquisa muito mais ampla e sustentará o Brasil na indústria nuclear por muitos anos à frente.

ipenmb01Além da aplicação na medicina, que salva milhares de vidas anualmente, o fluxo de nêutrons de alta intensidade advindo do funcionamento do novo reator multipropósito servirá para o teste de combustíveis e outros materiais utilizados na produção de energia e de propulsão, na tentativa de oferecer maior segurança eficiência para projetos como o complexo nuclear de Angra e o submarino nuclear brasileiro.

Um acordo com a Comissão Nacional de Energia Atômica da Argentina (CNEA), que também está trabalhando no desenvolvimento de um reator multipropósito, tem a intenção de baratear os custos dos projetos dos dois países. Além disso, a empresa responsável pelo projeto argentino também trabalhou na produção do reator australiano Opal que, em funcionamento desde 2007, hoje é um modelo mundial de confiabilidade na indústria nuclear. O Opal é a grande referência para a construção dos reatores brasileiro e argentino.

O desenvolvimento do projeto terá como sede a cidade de Iperó (SP), onde fica localizado o Centro Experimental de Aramar, da Marinha Brasileira, onde pesquisadores trabalham no protótipo do submarino nuclear brasileiro. O primeiro investimento já foi liberado pela Finep (Financiadora de Estudos e Projetos) no valor de R$ 30 milhões e, neste ano, o governo federal pretende liberar mais R$ 32 milhões*. Todas os projetos nucleares do Brasil estão sob vigilância da Agência Internacional de Energia Atômica (AIEA), e “têm finalidades muito específicas”, conforme conclui a pesquisadora do IFSC-USP.

* com informações de Cesar Baima, da agência O Globo

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