Notícias

14 de junho de 2015

Prof. Hamilton Varela (IQSC-USP) é indicado como membro titular

hamilton-varela-72Tal como aconteceu com os docentes do IFSC-USP, Profs. Tito José Bonagamba, Adriano Delfini Andricopulo e Antonio Carlos Hernandes, também o Prof. Hamilton Brandão Varela de Albuquerque (IQSC-USP) foi indicado para membro titular da ACIESP – Academia de Ciências do Estado de São Paulo, na área de Química.

Vice – Coordenador do IEA-São Carlos (Instituto de Estudos Avançados da USP – Polo de São Carlos), e Coordenador do Grupo de Pesquisa em Sistemas Complexos, do mesmo instituto, Hamilton Brandão Varela de Albuquerque possui graduação em Engenharia Química pela Universidade Federal do Rio Grande do Norte (1998), mestrado em Físico-Química pela Universidade de São Paulo (2000) e doutorado no Fritz Haber Institut der Max Planck Gesellschaft, tendo defendido tese em Química na Freie Universität Berlin – Alemanha (2003) e realizado estágio de Pós-Doutoramento no Departamento de Física Experimental (E19) da Technische Universität München – Alemanha.

É Professor Associado no Instituto de Química de São Carlos – USP e foi eleito, em 2009, membro afiliado da Academia Brasileira de Ciências para o período 2010-2014.

Assessoria de Comunicação

13 de junho de 2015

Universidade vai oferecer disciplinas da graduação em língua estrangeira

A Universidade de São Paulo irá oferecer disciplinas optativas livres, em língua estrangeira, nos seus cursos de graduação, a partir do segundo semestre deste ano, uma resolução que foi aprovada recentemente pelo Conselho de Graduação.

Para o Pró-Reitor de Graduação da USP, Prof. Antonio Carlos Hernandes, essa decisão reflete uma mudança de paradigma, já que até agora só era permitida a oferta de uma disciplina em língua estrangeira, caso a mesma fosse também oferecida em língua portuguesa, o que inviabilizava, em grande parte, a iniciativa. Com essa nova possibilidade, a USP dá um passo importante para a modernização do ensino de graduação, fortalecendo o seu processo de internacionalização, pontuou o dirigente.

A criação das novas disciplinas é de responsabilidade das Unidades de Ensino e Pesquisa, mediante aprovação pelo colegiado e adequação à legislação específica. Para os cursos que exigem carga horária em disciplinas optativas livres, cada Unidade precisa garantir o número de disciplinas em língua portuguesa suficiente para a conclusão do curso.

Embora não havendo, de momento, uma estimativa do número de disciplinas que serão ofertadas, Antonio Carlos Hernandes afirmou que a expectativa é grande, já que praticamente todas as Unidades da Universidade de São Paulo possuem grande parte de docentes fluentes no idioma inglês, além de professores de origem estrangeira que poderão ministrar disciplinas em tópicos especiais.

Assessoria de Comunicação

13 de junho de 2015

Será que o mundo microscópico possui uma realidade?

No início do século XX, houve uma grande revolução na física, quando os pesquisadores perceberam que as regras mudavam no que dizia respeito aos objetos microscópicos, como, por exemplo, fótons (luz) ou átomos. As novas regras, chamadas quânticas, parecem bastante absurdas: a interpretação que atualmente se dá a elas consiste em dizer que, na verdade, não podemos dizer nada sobre o fenômeno e que a única coisa que podemos fazer é calcular as probabilidades de obtermos certos resultados.

Porém, há outra possível interpretação, em termos de trajetórias, que é totalmente consistente. Isso nos leva naturalmente à questão da existência das partículas. Após ter resumido como as ideias se desenvolveram, o Prof. Dr. Patrick Peter, pesquisador do Institut d’Astrophysique de Paris (IAP), França, convidado para dar diversas palestras no nosso Instituto, no mês de junho, mostrou como é possível resolver o debate, por enquanto filosófico, através de experiências puramente físicas.

Para o pesquisador francês, as novas regras da física parecem bastante absurdas porque são regras que não falam realmente sobre o que está acontecendo, apontando apenas o que realmente se pode medir: ou seja, antever um pouco aquilo que pode acontecer em um aparelho de medida, mas não o que vai acontecer de verdade. Existe uma versão da mecânica quântica que tem certa realidade que podemos encontrar, ou não. Isso é meio difícil, confuso, pontua Patrick, que sorri com a insistência de nossa pergunta: mas, existe outra interpretação?

Para Patrick,PATRICK350 não é bem o caso de haver outra interpretação, mas sim o fato de existir outra maneira de formular, outra visão da mecânica quântica que, segundo alguns, está mais perto da formação clássica e daí o fato de haver muita gente que não gosta. Ela é bem diferente, traz os mesmos resultados e implica que há uma realidade, mas se fosse apenas isso, seria só uma questão filosófica, porque as predições seriam as mesmas. Agora, existem algumas situações – inclusive na cosmologia primordial – em que as previsões podem ser diferentes, dependendo muito das condições iniciais, porque a teoria é a mesma… Essa formulação da mecânica quântica é a mesma coisa do que a formulação usual. Elas têm as mesmas predições em quase todas as situações. Existem algumas situações bem difíceis de obterem, mas quando isso acontece podemos ter uma predição um pouco diferente. Com sorte, já temos visto essas predições diferentes, elucida Patrick Peter.

Por outro lado, na cosmologia, mais que uma interferência direta, essa área é sensível ao que chamamos de perturbações originais, já que todo o universo advém delas. Tem aquele príncipe cosmológico que diz que o universo deve ser homogêneo e isotrópico; bem, se fosse exatamente homogêneo e isotrópico não existiria ninguém para falar disso. Então, acontece que, às vezes, o vácuo inicial (o início do universo foi o vácuo) tem aquelas flutuações que são originárias da COSMOLOGIAmecânica quântica, que é a origem de tudo o que observamos no universo, hoje. Agora, essas flutuações podem ser exatamente iguais às da mecânica quântica, ou diferentes, como achamos que podem ser. Se for esse o caso, as predições que vemos, por exemplo, na radiação cósmica de fundo (medida feita recentemente pelo Satélite Planck*), podem ter algumas diferenças e estamos estudando justamente isso agora, salienta Patrick Peter.

Com um debate profundo e por vezes controverso sobre o tema, é óbvio que existem muitas diferenças científicas, cuja única conclusão pode ser obtida apenas através de experimentos. O pesquisador francês afirma que existem várias predições para algumas teorias, outras predições para outra teoria mais específica, mas o certo é que só fazendo experimentos é que se chegará à conclusão certa, aliás, como é apanágio na ciência.

Ainda na área da cosmologia, onde Patrick Peter é especialista, o caminho para a resolução de muitas questões ainda se antevê bastante longo, embora do ponto de vista dos pesquisadores se tenha avançado muito. Faltam algumas coisas… Podemos fazer a descrição total de tudo o que aconteceu no universo nos últimos quatorze bilhões de anos, o que já é bom. Mas, essa descrição tem pequenas coisas que realmente não entendemos – como a energia e matéria escuras, que são coisas que se tornarão extremamente importantes no futuro. Hoje, a cosmologia é uma área muito bem entendida, na qual tem muitos mistérios profundos ainda para serem descobertos. Então, eu digo que é uma situação perfeita para um pesquisador. Tem a ver com a observação, justamente, sublinha Patrick.

O telescópio Hubble, QUANTUM200por exemplo, é apenas um grão de areia na observação infinita do universo, já que ele apenas capta até um determinado ponto. Contudo, segundo Patrick Peter, daqui a cinco ou dez anos deverão ser lançados outros satélites, existindo, por isso, muitos projetos que certamente irão fornecer muitos dados e resultados. Existe uma fenomenologia da cosmologia que está bem entendida, faltando, contudo, desenvolver e alcançar uma teoria mais profunda e interessante, por forma a se chegar a um conjunto de dados novos, previstos para serem obtidos exatamente daqui a cinco ou dez anos. Mesmo com isso, o cientista nunca termina e iremos chegar a um ponto onde se poderão preencher lacunas e abrir outras fronteiras. Isso sempre acontece na ciência. Por isso é legal“, conclui Patrick Peter.

*Satélite europeu lançado em 2009 pela European Space Agency (ESA), com o intuito de detectar o rastro da primeira luz emitida depois do Big Bang. Desde 2013, o satélite tem fornecido medições precisas envolvendo diversos parâmetros cosmológicos.

Assessoria de Comunicação

11 de junho de 2015

Atualização da Produção Científica do IFSC

Para ter acesso às atualizações da Produção Científica cadastradas em maio de 2015, clique aqui ou acesse o quadro em destaque (em movimento) ao lado direito da página principal do Instituto de Física de São Carlos (IFSC/USP).

A figura ilustrativa foi extraída de artigo publicado recentemente por pesquisador do IFSC, no periódico Electrochimica Acta.

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Assessoria de Comunicação

11 de junho de 2015

Programa Unificado de Bolsas para Graduação abre inscrições em julho

O Programa Unificado de Bolsas de Estudo para Estudantes de Graduação 2015/2016 da USP abre inscrições para estudantes no dia 2 de julho.

O programa é uma ação da USP, visando congregar os programas de bolsas Ensinar com Pesquisa, Tutoria Científico-Acadêmica, Aprender com Cultura e Extensão e Iniciação Científica em um único programa de bolsas de estudos integrado à Política de Apoio à Permanência e Formação Estudantil.

Os alunos devem se inscrever pelo Sistema Júpiter até dia 5 de agosto.

Para obter mais informações, clique AQUI.

Assessoria de Comunicação

11 de junho de 2015

II Workshop sobre Laser em Química Analítica

Após o sucesso obtido no I Workshop sobre Laser em Química Analítica, que aconteceu em julho de 2014, será realizada a segunda edição do evento (WLQA – 2015) entre WLQA_200os dias 27 e 31 de Julho deste ano, na Universidade Federal de São Carlos (UFSCar) e na Embrapa – Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária. O Workshop, que tem como objetivo reunir pesquisadores e profissionais interessados em aplicações de laser em química analítica, é organizado pela Dra. Débora Milori (Embrapa) e pelo Prof. Dr. Edenir R. Pereira Filho (Departamento de Química – UFSCar).

O WLQA 2015 trará 12 palestras, incluindo um seminário do Prof. Dr. Vanderlei S. Bagnato, do Instituto de Física de São Carlos (IFSC-USP), 6 apresentações orais, 2 minicursos, bem como algumas atividades práticas. Abaixo, confira os palestrantes já confirmados para o II Workshop sobre Laser em Química Analítica:

Dra. Aida Bebeachibuli Magalhães (Embrapa): Utilização da espectroscopia de fluorescência induzida por laser e imagem de fluorescência para diagnóstico precoce e não invasivo de estresses em citros e soja.

Prof. Dr. Bruno Marangoni (Departamento de Física – UFSCar): O LIBS ressonante e suas possíveis aplicações.

Profa. Dra. Cassiana Seimi Nomura (Instituto de Química – USP): Desafios das medições quantitativas em amostras ambientais por LIBS.

Prof. Dr. Célio Pasquini (Instituto de Química – UNICAMP): Espectroscopia Terahertz no Domínio do Tempo (THz-TD) – Instrumentação e Aplicações.

Profa. Dra. Fabíola Manhas Verbi Pereira (Instituto de Química – UNESP): Expeditious prediction of fiber content in sugar cane: a new possibility with LIBS and Chemometrics.

Prof. Dr. Francisco José Krug (Centro de Energia Nuclear na Agricultura – USP): Análise de plantas por espectrometria de emissão óptica com plasma induzido por laser (LIBS) para a determinação de elementos essenciais e benéficos.

Dr. Francisco Wendel Batista de Aquino (Departamento de Química – UFSCar): Applications of LIBS in the analysis of electronic waste and related materials.

Dr. Gustavo analisis_cuantitativo-_350Nicolodelli (Embrapa): Double pulse LIBS e os principais resultados em amostras de solos, plantas e fertilizantes.

Prof. Dr. Javier Laserna (Universidad de Málaga – Espanha): Underwater LIBS. Atomic composition revealed in complex scenarios.

Dr. Jhanis J. Gonzales (Lawrence Berkeley National Labortory e Applied Spectra – Estados Unidos): Simultaneous elemental and isotopic chemical analysis by LIBS and LA-ICP-MS.

Prof. Dr. José Almirall (Florida International University – Estados Unidos): From Basic Research to Routine Use in the Courtroom: Elemental Analysis and Comparisons of Materials with a Laser Ablation Inductively Coupled Plasma Mass Spectrometry e Analytical LIBS in the Forensic Science Laboratory.

Dra. Lidiane Cristina Nunes (Centro de Energia Nuclear na Agricultura – USP): Análise de fertilizantes por espectrometria de emissão óptica com plasma induzido por laser (LIBS).

Dr. Marcelo Braga Bueno Guerra (Centro de Energia Nuclear na Agricultura – USP): Estratégias analíticas para a análise direta de folhas de cana-de-açúcar por LIBS e EDXRF.

Profa. Dra. Montserrat Hidalgo (Universidad de Alicante – Espanha): The use of Liquid-Liquid Microextraction Procedures as a Method to Improve the Analytical Performance of LIBS in the Analysis of Liquid Samples.

Dr. Reinhard Noll (Fraunhofer-Institut für Lasertechnik ILT – Alemanha): Laser-induced breakdown spectroscopy – progresses and breakthroughs for industrial applications.

Prof. Dr. Renato Lajarim Carneiro (Departamento de Química – UFSCar): Espectroscopia Raman e suas aplicações na análise de fármacos.

Prof. Dr. Vanderlei S. Bagnato (Instituto de Física de São Carlos – USP): Laser e óptica para uma saúde melhor: diagnóstico e tratamento do câncer e controle microbiológico.

Prof. Dr. Valderi Luiz Dressler (Universidade Federal de Santa Maria – UFSM): Aplicação da LA-ICP-MS na análise de materiais biológicos.

Dr. Dinesh Asogan (Teledyne CETAC Technologies – Estados Unidos): Lasers in Analytical Chemistry: Past, Present and Future.

Para saber mais informações sobre o WLQA 2015, acesse AQUI.

Assessoria de Comunicação

10 de junho de 2015

Singularidade Cosmológica e Mecânica Quântica

Em mais uma edição do High Energy Physics Seminars, que decorreu na tarde do dia 10 de junho, na Sala Celeste do Instituto de Física de São Carlos (IFSC/USP), o pesquisador Patrick Peter, do Institut d’Astrophysique de Paris – IAP (França), ministrou o seminário Singularidade Cosmológica e Mecânica Quântica.

A relatividade geral implica que o Universo PATRICK_PETER_250começou com uma singularidade, o que, afinal, não quer dizer nada, senão que não se pode usar essa teoria até esse momento, e que portanto é necessário quantizar a gravidade. De fato, existem outras indicações semelhantes: as perturbações primordiais são entendidas atualmente como flutuações quânticas do vácuo.

Partindo desse pressuposto, é possível explicar todos os dados que tangem o universo primordial, inclusive os recentes do Planck. Por outro lado, esse regime quântico é bem diferente de tudo que se pode testar em laboratório. Dessa forma, o estudo dessa fase nos permite testar diferentes teorias, como, por exemplo, as de variáveis escondidas ou as que implicam em uma equação de Schrödinger modificada não-linearmente. Com um exemplo simples, Patrick Peter mostrou quais são as consequências possíveis e como vinculá-las.

Assessoria de Comunicação

10 de junho de 2015

O caminho de Louis de Broglie até a mecânica ondulatória

ROBERTO_MARTNS_350Decorreu no dia 10 de junho, pelas 10h45, na sala F-210 do Instituto de Física de São Carlos (IFSC/USP), mais um Journal Club, onde o Dr. Roberto de Andrade Martins, pesquisador visitante do IFSC/USP, apresentou o seminário O caminho de Louis de Broglie até a mecânica ondulatória.

Em 1923 e 1924, o físico francês Louis de Broglie desenvolveu a primeira teoria dualística onda-partícula válida tanto para a luz, quanto para corpúsculos, tal como o elétron. Costuma-se descrever apenas a relação entre momentum e comprimento de onda, como sendo a principal contribuição de Broglie, mas ele elaborou uma sofisticada teoria fundamentada tanto na relação de Planck entre energia e frequência, quanto na teoria da relatividade especial, para estabelecer as propriedades ondulatórias associadas a uma entidade quântica qualquer.

O físico também estabeleceu a relação entre a probabilidade de interação e amplitude da onda associada ao quantum – antes do físico alemão Max Born -, bem como as propriedades fundamentais da emissão estimulada. Assim, nesse seminário, Roberto Martins apresentou o desenvolvimento das ideias acimas descritas, da autoria de Louis de Broglie, que levaram até esses resultados, tendo discutido também as limitações de sua teoria.

Roberto Martins, que é físico formado pela Universidade de São Paulo, obteve seu doutorado em Lógica e Filosofia da Ciência pela Universidade Estadual de Campinas – UNICAMP. Além de experiência em História da Física, Filosofia da Física e Ensino de Física, através do Instituto de Física “Gleb Wataghin”, UNICAMP (IFGW/UNICAMP), o pesquisador dedica-se a pesquisas sobre pensamento religioso e filosófico indiano. Martins foi docente do IFGW/UNICAMP, sendo atualmente pesquisador visitante do IFSC/USP e professor visitante da Universidade Federal de São Carlos (UFSCar).

Assessoria de Comunicação

10 de junho de 2015

Novo método de combate a uma das principais doenças tropicais

reportagem_rafael_3200Uma nova pesquisa realizada pelos Profs. Drs. Rafael V. C. Guido e Glaucius Oliva, ambos do Grupo de Cristalografia do Instituto de Física de São Carlos (IFSC/USP), e chefiada pela Profa. Dra. Célia Regina da Silva Garcia, do Departamento de Parasitologia do Instituto de Ciências Biomédicas (ICB/USP), apresenta uma nova forma de combate ao Plasmodium falciparum – parasita causador da forma mais grave de malária – através da nanoencapsulação de metaloporfirinas, moléculas presentes no sangue e que são tóxicas para o citado parasita.

A malária é uma doença tropical infecciosa, transmitida ao homem através da picada do mosquito hospedeiro (fêmea) Anopheles. Calafrios, febre alta, dores de cabeça e musculares, delírios, sonolência, ou vômitos, são alguns dos principais sintomas causados pela doença, que atualmente é responsável por aproximadamente 600 mil mortes por ano, sendo que crianças com menos de cinco anos representam 78% desse índice; acredita-se que, a cada minuto, uma pessoa morre de malária no mundo. Além disso, estima-se que três bilhões de pessoas correm o risco de serem acometidas por essa doença.

Rafael Guido explica que atualmente existem tratamentos para a malária, porém, em países como China ou Camboja, os medicamentos para combater a doença têm apresentado falhas, devido ao fato de muitos parasitas terem se tornado, de forma progressiva, resistentes aos fármacos disponíveis: Isso é um problema enorme. Com o mundo totalmente globalizado, a chance de esta situação se espalhar pelo resto do mundo é muito grande, já que um turista, por exemplo, pode ser acometido pela forma resistente de malária em uma dessas regiões, transmitindo a doença em outros países, diz ele, acrescentando que no Brasil, por exemplo, o parasita mais comum é o Plasmodium vivax, que raramente é responsável por mortes, porém, normalmente causa morbidade nos pacientes infectados, ou seja, os indivíduos portadores dessa espécie do parasita dificilmente morrem de Malária, mas comumente ficam debilitados, incapazes de trabalhar e oneram o sistema público de saúde.

Para combater o Plasmodium, é preciso conhecer as proteínas e células que são importantes para a sua sobrevivência dentro do organismo humano. Com isso, a Profa. Célia Garcia utilizou metaloporfirinas – porfirinas ricas em metais – para combater o parasita, uma vez que o Plasmodium, ao invadir o organismo humano, se instala nas células vermelhas do sangue: ou seja, em seus primeiros estágios dentro do hospedeiro, o parasita vive na mesma região onde existem as metaloporfirinas.

Infelizmente, segundo o Prof. Rafael Guido, essas moléculas possuem baixa solubilidade, e para matar o parasita é preciso aumentar a concentração dessas moléculas. Para sobreviver dentro do hospedeiro, o Plasmodium necessita de aminoácidos, os quais são obtidos pela digestão das moléculas de hemoglobina do sangue, contudo, a degradação da hemoglobina gera heme – metaloporfirina de ferro – solúvel como um subproduto tóxico que danifica as membranas do parasita e inibe uma ampla diversidade de enzimas essenciais para o desenvolvimento do Plasmodium. Para evitar o efeito tóxico do heme solúvel na célula, o parasita desenvolveu um mecanismo sofisticado que torna o heme insolúvel, logo, ele deixa de ser nocivo.

Foi analisando esse processo, RAFAEL_GUIDO_350que os pesquisadores da USP tiveram a ideia de testar qual metaloporfirina seria a mais tóxica para o parasita, tendo concluído que a zinco-porfirina é a mais indicada para combatê-lo. Assim como as outras metaloporfirinas, a zinco-porfirina possui baixa solubilidade, daí que os pesquisadores partiram para um processo de nanoencapsulação dessa proteína. A vantagem da nanoencapsulação é que essas cápsulas têm alta solubilidade. Quando inserimos uma molécula pouco solúvel em algo muito solúvel, aumentamos a solubilidade dela, podendo agora a nanocápsula ser absorvida pela célula onde está o parasita, explica o docente do IFSC/USP.

São essas cápsulas que ajudam as zinco-porfirinas no combate ao parasita. As células do sangue, onde vive o Plasmodium, são cobertas por membranas seletivas que as protegem, impedindo que determinadas biomoléculas invadam essas células. Quando a cápsula é colocada em contato com a célula contaminada com o parasita, ela é absorvida e se degrada, liberando zinco-porfirinas em alta concentração, o que permite que as zinco-porfirinas invadam a célula, intoxicando e combatendo o Plasmodium. Essa nova abordagem, idealizada pela Profa. Célia, permitiu aumentar a concentração das metaloporfirinas em até 80%, explica Guido. A publicação que descreve o impacto da nanoencapsulação de metaloporfirinas no desenvolvimento do Plasmodium falciparum tem recebido grande atenção da comunidade científica mundial. De acordo com o relatório de acesso da Nanomedicine: Nanotechnology, Biologyand Medicine, o artigo foi acessado, aproximadamente, 450 vezes desde sua publicação em fevereiro de 2015.

A próxima etapa desse trabalho será tentar tornar o processo de nanoencapsulamento das zinco-porfirinas mais barato, uma vez que o método é de alto custo e a maior parte dos pacientes acometidos pela Malária vive em regiões com elevado índice de pobreza. No entanto, Guido explica que a transformação desse processo em um medicamento, bem como sua comercialização, deverá demorar cerca de quinze anos, talvez, vinte. Contudo, cada etapa do trabalho realizado pelos pesquisadores uspianos têm demonstrado significantes avanços, o que tem acarretado satisfação e entusiasmo na continuação dos objetivos propostos, que são caracterizados pela luta constante contra essa e outras doenças tropicais.

(Ilustração: Arquivo pessoal)

Assessoria de Comunicação

10 de junho de 2015

USP lidera ranking das melhores universidades da América Latina

Na edição 2015 do QS University Rankings Latin America, a USP ocupa o primeiro lugar entre as universidades latino-americanas. Entre as brasileiras mais bem colocadas, a Unicamp ficou em 2º lugar, a Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ), em 5º e a Unesp na 8ª posição.

Publicado desde 2011 pela Quacquarelli Symonds – organização internacional de pesquisa em educação,especializada em instituições de ensino superior – o ranking é uma variação que classifica as 300 melhores universidades da América Latina, de acordo com sete indicadores: reputação acadêmica, reputação entre empregadores, proporção de professor para estudante, citações científicas, publicações por faculdade, quantidade de professores com doutorado, impacto na internet.

De acordo com o reitor Marco Antonio Zago Apesar de oscilações anuais que são comuns com essas abordagens semiquantitativas, há uma tendência geral a progresso, confirmado mutuamente por diferentes rankings. Nossa Universidade tem grande expressão internacional porque propicia formação de qualidade na Graduação em todas as áreas de conhecimento. Os egressos da USP são admirados no mercado de trabalho, ocupam posições de liderança nos setores público e privado, no mundo político e na vida acadêmica. Nossa Pós-Graduação é uma das grandes forças do desenvolvimento das ciências, da tecnologia e das humanidades do país. A USP é também o mais importante instituto de pesquisa do Brasil, responsável por mais de um quinto de todos os artigos de especializados publicados pelo país, e principal instituição geradora de patentes. Somos uma grande universidade de massa, com mais de 90 mil alunos, enquanto a maioria de universidades que lideram os rankings são muito menores. Apesar disso, temos pesquisa altamente competitiva e formamos recursos humanos de qualidade.

Entre as dez primeiras colocadas, cinco são brasileiras: a Unicamp subiu uma posição e agora ocupa o 2º lugar, a UFRJ está na 5ª posição, a Unesp é a 8ª melhor colocada e a Universidade de Brasília (UnB) é a 10ª.

Quacquarelli Symonds Rankings

No ranking geral, o QS World University, que avalia mais de 3 mil universidades do mundo, a USP ocupa a 132º posição, sendo a instituição latino-americana melhor classificada.

Em outro ranking da organização – o QS Rankings by Subject, publicado em 29 de abril – a USP ficou entre as 50 melhores do mundo em 8 das 36 áreas de concentração avaliadas: Odontologia (12ª); Agricultura e Silvicultura (24ª posição); Arquitetura (33ª); Arte e Design (34ª); Ciência Veterinária (36ª); Filosofia (37ª); Engenharia Civil (47ª); Farmácia e Farmacologia (46ª).

Confira, abaixo, as dez primeiras colocadas no QS University Rankings Latin America:

1º Universidade de São Paulo (USP);

2º Universidade Estadual de Campinas (Unicamp);

3º Pontifícia Universidade Católica do Chile;

4º Universidade do Chile;

5º Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ);

6º Universidade Nacional Autônoma do México (Unam);

7º Universidade de Los Andes ­ Colômbia;

8º Universidade Estadual Paulista Júlio de Mesquita Filho (Unesp);

9º Instituto Tecnológico e de Estudos Superiores de Monterrey;

10º Universidade de Brasília (UnB);

(Com informações da Assessoria de Imprensa da USP)

Assessoria de Comunicação

9 de junho de 2015

Docentes do IFSC/USP são indicados como membros titulares

A Academia de Ciências do Estado de São Paulo (ACIESP) acaba de indicar os nomes dos trinta e oito novos membros titulares, oriundos das áreas de Biociências, Ciências Aplicadas, Física, Geociências, Matemática e Química, sendo que três são docentes e pesquisadores do IFSC/USP.

Desta forma, serão eleitos em outubro próximo os Profs. Tito José Bonagamba – atual Diretor da Unidade – e Antonio Carlos Hernandes – atual Pró-Reitor de Graduação da USP -, ambos inseridos na área da Física, e ainda o Prof. Adriano Delfini Andricopulo, da área de Biociências, e que recentemente foi nomeado Fellow da Royal Society of Chemistry, por relevantes contribuições à Química.

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Sem dúvida, este é um momento de comemoração na nossa Unidade.

Assessoria de Comunicação

9 de junho de 2015

Desenvolvimento de aparelho 100% brasileiro

IRMFIT-200Daniel Consalter, que é aluno de doutorado do CIERMag*, do Grupo de Ressonância Magnética do Instituto de Física de São Carlos (IFSC/USP), gerenciou o desenvolvimento do Specfit, primeiro espectrômetro comercial de ressonância magnética nuclear (RMN), 100% brasileiro. O equipamento, fabricado pela Fine Instrument Technology (FIT), foi lançado no final do mês de maio e já está instalado no Núcleo Interdisciplinar de Dinâmica dos Fluidos, da Universidade Federal do Rio de Janeiro (NIDF/UFRJ), sendo que um dos componentes do referido espectrômetro também foi adquirido pela Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária – EMBRAPA, de São Carlos.

Esse equipamento, um relaxômetro – sistema capaz de executar medidas analíticas -, nasceu através de um projeto aprovado em R$ 1,8 milhão pela FINEP e é constituído por um console – o “cérebro” que controla inteiramente o aparelho -, além de bobina, amplificador, magneto, entre outros componentes.

Segundo Daniel Consalter, que DANIEL_CONSALTER_350além de doutorando do IFSC/USP é gerente de projetos da FIT, o citado espectrômetro pode ser aplicado em diversos setores, seja no alimentar, petrolífero, ou de saúde. No que se refere aos alimentos, o Specfit é capaz de analisar a qualidade de azeite ou a quantidade de frutas em sucos industrializados, além de executar outras medições de líquidos em diversos produtos. Utilizando o nosso aparelho, foi possível descobrir que a diferença entre uma geléia diet e normal estava na quantidade de água. A diet, por exemplo, tinha mais água, o que diminuiu a porcentagem de caloria e açúcar, explica ele.

Esse espectrômetro também pode ser aplicado no processo de extração de petróleo, na análise de rochas, bem como na área de biodiesel. O Specfit é voltado aos pesquisadores e são eles que definem qual será a aplicação do espectrômetro, diz Consalter, acrescentando que a empresa firmou recentemente um convênio com o IFSC/USP, por meio do Sistema Brasileiro de Tecnologia – SIBRATEC, com o intuito de desenvolver equipamentos voltados à área médica. Através dessa parceria, a FIT e o CIERMag darão, juntos, os primeiros passos para a elaboração de um equipamento médico nacional de imagens via ressonância magnética.

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Equipe e o aparelho da FIT

Futuros projetos da FIT

Através de um novo projeto aprovado pela Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de São Paulo – FAPESP, a FIT já está fabricando um novo equipamento voltado a imagens de pequenas amostras, que deverá ser utilizado em laboratórios de ensino universitários.

Com a colaboração do Dr. Giancarlo Tosin, que atuou durante vinte e um anos como chefe do departamento de ímãs do Laboratório Nacional de Luz Síncrotron – LNLS, em Campinas, São Paulo, o doutorando do IFSC deverá desenvolver um novo equipamento de ressonância magnética com magnetos nacionais, já que essas peças normalmente são fabricadas no exterior. O Tosin tem elaborado desenhos inovadores de magnetos para ressonância magnética, então, a expectativa é de que tenhamos esse novo aparelho daqui a alguns meses, revela ele.

Consalter diz que ainda há um preconceito com equipamentos nacionais. Por isso, espera que a FIT receba o apoio da comunidade científica, para que a empresa possa continuar oferecendo suporte aos pesquisadores e se consolidar no mercado como desenvolvedora de tecnologia de ponta em ressonância magnética, suprindo parte da excelente mão de obra existente no país.

*Centro de Imagens e Espectroscopia in vivo por Ressonância Magnética.

Assessoria de Comunicação

8 de junho de 2015

US$ 1 milhão em bolsas de estudo

O Google vai financiar pesquisas acadêmicas de ponta em computação em universidades da América Latina, sendo que no total, a empresa pretende gastar US$ 1 milhão com bolsas de mestrado e doutorado em até 20 projetos de pesquisa ao longo de três anos.

O programa, que foi anunciado no dia 1º de junho, durante evento em Belo Horizonte, receberá inscrições de projetos de computação, engenharia e áreas relacionadas até o dia 6 de julho pela internet.

Os mestrandos selecionados receberão bolsa de US$ 750 (R$ 2.384) ao longo de, no máximo, dois anos. Os alunos de doutorado poderão receber bolsa de US$ 1.200 (R$ 3.814) por até três anos. Os professores orientadores também recebem pelo trabalho no projeto de pesquisa.

Com a valorização do dólar, as bolsas oferecidas pela empresa norte-americana são mais atrativas que aquelas fornecidas pela Capes, órgão federal de fomento da pós-graduação. Hoje a bolsa de mestrado da Capes é de R$ 1.500 e a de doutorado é de R$ 2.200.

Qualquer professor de universidade brasileira poderá inscrever seu projeto de pesquisa e concorrer ao financiamento.

De acordo com o diretor de Engenharia do Google, Berthier Ribeiro Neto, a seleção levará em conta três critérios: alinhamento com a estratégia da empresa, potencial impacto da pesquisa e qualidade geral do projeto.

A previsão é que os vencedores sejam anunciados em agosto.

Para se inscrever, clique AQUI.

Assessoria de Comunicação

8 de junho de 2015

Nanotecnologia na defesa da saúde pública

A empresa Nanomed, spin-off originada do Instituto de Física de São Carlos (IFSC/USP) e encubada no ParqTec de São Carlos, desenvolveu recentemente uma tecnologia para obtenção de uma nanocápsula que se tornou a principal componente de um creme repelente eficaz contra o mosquito transmissor da dengue, e mais potente que os de origem natural atualmente disponíveis no mercado. A matéria-prima já está disponível para farmácias de manipulação.

Amanda-_DengueAtravés da técnica de nanoencapsulamento, os pesquisadores da Nanomed tornaram possível o aproveitamento das propriedades repelentes do cravo-da-índia, o que torna o feito inédito, já que qualquer tipo de óleo (natural ou não) é dificilmente incorporado na formulação farmacêutica. “Além de não se misturar às formulações, os óleos naturais, quando expostos à luz ou ao meio, sofrem oxidação, o que torna sua atividade limitada”, explica Amanda Luizetto, coordenadora da Nanomed.

As nanocápsulas poliméricas de óleo de cravo-da-índia produzidas pela Nanomed apresentaram repelência de 95 minutos, tempo muito maior do que os repelentes naturais comuns, que não chega a 30 minutos. “Isso porque eles não conseguem incorporar grandes concentrações do produto natural repelente. A partir do momento em que o produto natural é nanoencapsulado, muitas complicações, como a oxidação e evaporação do produto, são eliminadas”, conta Amanda.

Outro aspecto que torna a atividade repelente da nanocápsula maior e melhor é sua liberação controlada na pele, ou seja, quando o princípio ativo (no caso, o cravo-da-índia) é liberado aos poucos e continuamente, tornando seu efeito repelente muito mais duradouro.

Produto já disponível 

No empreendimento em questão, a Nanomed tem buscado parceiros. A estratégia envolve a consolidação de parcerias para comercialização do produto, sendo que o alvo inicial são farmácias de manipulação. Uma das parcerias já firmadas é com a empresa Accert, também encubada no ParqTec. “Desenvolvemos as nanocápsulas repelentes e as vendemos às farmácias de manipulação que, por sua vez, irão produzir e vender o repelente no mercado. Continuamos na busca de investidores para que, no futuro, possamos produzir o produto acabado, acessando outros mercados, meta que pretendemos alcançar em dois anos”, explica Amanda.

Nanomed-_logoAlém da ação mais eficaz e duradoura, estudos preliminares apontaram que o produto não é tóxico para sua finalidade repelente, toxicidade avaliada por protocolos internacionais. “Diferente dos repelentes que já existem, que têm restrições de aplicação e de idade, o repelente feito com nossas nanocápsulas não tem restrição, pois sua toxicidade é muito baixa”, conta.

Novamente em relação à comercialização, a venda das nanocápsulas é feita por quilo, sendo que um quilo de nanocápsulas rende cinco quilos de creme repelente. “Embora já tenhamos realizado os testes necessários para aprovação do produto, e diversas farmácias de manipulação do Brasil já estejam interessadas, ainda não temos capacidade produtiva para grandes escalas, pois somos uma empresa pequena. A estratégia comercial neste momento é divulgar nosso produto no mercado e, como consequência, oferecer um repelente de origem natural que ajude no combate de doenças transmitidas por pernilongos e mosquitos, como a dengue”, afirma a pesquisadora.

O vínculo com outras instituições de pesquisa

Todos os 15 projetos de pesquisa- em andamento e já concluídos- da Nanomed resultam, em primeiro lugar, da dedicação dos cinco membros que fazem parte da empresa atualmente. Porém, o auxílio financeiro e de infraestrutura contam com a colaboração de outros locais.

No que se refere ao auxílio financeiro, a Nanomed faz parte do programa da FAPESP “Pesquisa Inovativa em Pequenas Empresas (PIPE)”. Além disso, o próprio IFSC/USP, onde Amanda realizou seu pós-doutoramento, concluído em 2013, sob orientação do docente e coordenador do Grupo de Nanomedicina e Nanotoxicologia (GNano), Valtencir Zucolotto, ainda tem papel protagonista na vida da empresa, bem como outras instituições ligadas à USP. “O IFSC nos dá apoio para muitas outras coisas, principalmente através da disseminação do conhecimento” conta Amanda. “Mesmo que não tenhamos mais vínculos diretos, temos muitos amigos no IFSC que, até hoje, nos auxiliam e, certamente, contribuem direta e indiretamente para melhora contínua de nossos trabalhos”, conclui a pesquisadora.

Assessoria de Comunicação

4 de junho de 2015

José Goldemberg recebe segundo título de Professor Emérito

O Instituto de Energia de Ambiente (IEE/USP) outorgou o título de Professor Emérito ao ex-reitor da USP, que já possuí o mesmo título outorgado pelo Instituto de Física da mesma Universidade, sendo considerado um dos maiores especialistas em energia no mundo.

Definir quem é o professor José Goldemberg é um exercício de concisão. Marcada por prêmios e homenagens, atuação em cargos públicos, docência e pesquisa em instituições dentro e fora do Brasil, sua trajetória profissional e acadêmica acaba de receber mais um reconhecimento: o título de Professor Emérito pelo Instituto de Energia e Ambiente (IEE) da USP. A cerimônia de outorga do título aconteceu na última sexta-feira, dia 29 de maio, no Instituto de Física (IF) da USP, do qual foi diretor e é também professor emérito.

Esta é uma cerimônia simples, mas tem um significado extraordinário para o Instituto, afirmou o então diretor do IEE, Ildo Luis Sauer. A ocasião estava marcada para alguns dias antes, coincidindo com o aniversário de 87 anos de Goldemberg, mas acabou representando o último e um dos mais importantes marcos da gestão de Sauer, que contou emocionado aos presentes um pouco da história do menino das ruas de Porto Alegre. Segundo o amigo, gaúcho como ele, aos 12 anos o professor já vislumbrava a missão que teria pela frente, demonstrando inegável vocação para as ciências.

Goldemberg é o primeiro Professor Emérito do IEE. Foi ele, enquanto reitor da Universidade entre os anos de 1986 e 1990, quem promoveu a incorporação definitiva do então Instituto de Eletrotécnica e Energia à USP e quem incentivou a criação dos programas de pós-graduação interunidades que, hoje, formam importantes dirigentes do setor de energia. Este último ato de minha gestão demonstra gratidão, uma justa homenagem a este amigo, educador e homem público, revelou Sauer.

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Em sua fala, Goldemberg lembrou que, por pouco, o IEE não foi incorporado a outras unidades e comemorou a permanência de um instituto especializado, já que boa parte dos problemas ambientais se originam da forma como se usa a energia. Como reitor, me pareceu óbvio que a USP seria o lugar certo para sediar estudos aprofundados desta natureza, contou. À época, o conceito de desenvolvimento sustentável ainda era incipiente.

Embora aposentado, José Goldemberg continua desenvolvendo pesquisas em energia e é fonte recorrente na mídia para esclarecer causas e propor soluções para os problemas da área no país. Muitos dos professores da USP ignoram a aposentadoria e continuam se dedicando às atividades acadêmicas com todo empenho. É o caso do professor Goldemberg, que se dedica com o mesmo entusiasmo de quando chegou, afirmou o reitor da USP Marco Antonio Zago. Trata-se de uma das mais representativas faces da USP para a sociedade brasileira. Não se pode falar da questão energética e de meio ambiente sem falar nele, celebra o dirigente.

Zago lembrou ainda o papel do professor nas comemorações de 80 anos da USP, na coordenação da comissão organizadora, oportunidade em que promoveu reflexões sobre o passado e os desafios da Universidade nos próximos anos.

Trajetória

Interessado nos segredos da matéria, Goldemberg inicia o curso de Química na USP, mas logo se decide pela Física, seguindo na área e tornando-se doutor em Ciências Físicas. Após um período fora do Brasil, em que desenvolve atividades na Universidade de Stanford, volta à USP, desta vez como professor da Escola Politécnica (Poli) e, alguns anos depois, como diretor do IF. A partir de então, assumiria a presidência da Sociedade Brasileira de Física e da Sociedade Brasileira para o Progresso da Ciência. Passa a se dedicar à área de energia nuclear, participando ativamente das discussões sobre seu uso no Brasil. Em 1988, publica com outros três colegas o livro “Energy for a Sustainable World”, de grande influência na área.

Enquanto reitor da USP, foi um dos articuladores do processo de autonomia universitária, que garantiu soberania de gestão da Universidade. Foi presidente da Companhia Energética de São Paulo (Cesp), onde introduziu um departamento de meio ambiente, inédito em empresas de energia até então. Foi Secretário do Meio Ambiente da Presidência da República durante as negociações da Rio-92, conferência que popularizou o termo “desenvolvimento sustentável”. Ocupou também o cargo de Ministro da Educação e de Secretário do Meio Ambiente do Estado de São Paulo, entre outros cargos na gestão pública.

Em 2008, recebeu o prêmio “Blue Planet Prize” concedido pela Asahi Glass Foundation a personalidades que se destacam em pesquisa e formulação de políticas públicas na área ambiental. Em 2015, foi nomeado pelo governo do Estado de São Paulo para integrar o Conselho Superior da Fapesp.

(In: USP Online – Aline Naoe – Foto arquivos USP)

Assessoria de Comunicação

3 de junho de 2015

18ª Feira de Profissões do CIEE

Nos dias 29, 30 e 31 de maio, a Bienal do Parque Ibirapuera de São Paulo foi sede da 18ª Feira de Profissões do CIEE, que reuniu dezenas de universidades e milhares de estudantes de todo o Brasil.

A Universidade de São Paulo (USP) foi a única universidade pública da Feira, sendo que todas as Unidades do campus da USP de São Carlos estiveram presentes para apresentar seus cursos de graduação.

O Instituto de Física de São Carlos (IFSC/USP) foi representado através do docente João Renato Muniz, do educador Herbert Alexandre João e do aluno de pós-graduação Bruno Ono.

De acordo com Herbert, o foco do IFSC na Feira em questão foi chamar a atenção para possibilidades de carreira que o IFSC pode oferecer a seus estudantes, tanto no que diz respeito à Academia quanto ao mercado de trabalho. “Investimos bastante em informações a respeito da vida profissional de nossos egressos e, para isso, utilizamos folders e um banner institucional com exemplos de empresas multinacionais e spin-offs que contam com ex-alunos nossos em seus quadros”, conta o educador. “Um dos pontos que abordamos para diferenciar os cursos de física oferecidos pelo IFSC e pelo IF/USP [ Instituto de Física da USP de São Paulo] foi o caráter multidisciplinar de nosso Instituto”.

Feira_CIEE_2015-_palestra_Joao_RenatoAinda com foco na divulgação de oportunidades de trabalho para físicos, o IFSC promoveu a palestra “A física no mercado de trabalho”, ministrada por João Renato, e que lotou os 100 lugares disponíveis no auditório da Bienal. “A palestra foi sucesso total! Os assentos foram esgotados, vários participantes procuraram nosso estande posteriormente, e boa parte deles se inscreveu para fazer uma visita ao IFSC”, relembra Herbert.

Sobre isso, Herbert adiantou que, em breve, o Instituto promoverá uma visita para a qual serão convidados exclusivamente os alunos que se inscreveram através da Feira de Profissões do CIEE, e também para os eventuais interessados que participarão da Feira de Profissões da USP em Lorena (SP) nos dias 25 e 26 de junho. “Nossa ideia é fazer um dia de Casa Aberta exclusivo para esses alunos, possibilitando o contato deles com nossos alunos e nossa infraestrutura, incluindo os laboratórios de pesquisa”, adianta Herbert. “Aproximadamente 120 alunos preencheram um formulário para oficializar seu interesse em conhecer o IFSC”.

Segundo Herbert, um diferencial da Feira em questão foi a presença majoritária de alunos de escolas públicas. “Por ter sido uma Feira que contou com a participação de várias universidades, além de promover estágios para alunos do ensino médio, a maior parte foi composta por alunos de escolas públicas, sendo que muitos deles não tinham conhecimento sobre como ingressar na USP, e sobre o fato de ela ser uma universidade gratuita”, conta Herbert.

O pequeno espaço reservado à USP São Carlos- um stand de 5 m² abrigou todas as Unidades- não impediu que o campus se destacasse no evento. Prova disso foi a matéria publicada pelo Diário Oficial de São Paulo sobre a Feira, na qual o IFSC foi citado e fotografado com destaque.

Imagem: palestra proferida pelo docente do IFSC João Renato Muniz durante a Feira. Créditos: Herbert João e João Renato Muniz

Assessoria de Comunicação

3 de junho de 2015

Docente discute os limites de validade de equações cinéticas

Na tarde do dia 03 de junho, o Prof. Dr. Tarcísio M. Rocha Filho, do Instituto de Física da Universidade de Brasília (UnB), participou do Café com Física, onde ministrou a palestra Limites de Validade de equações Cinéticas em função do número de partículas para sistemas com interações de longo alcance, um evento que aconteceu na Sala Celeste do Instituto de Física de São Carlos (IFSC/USP).

Uma abordagem comum TARCISIO_FILHO_350para a dedução de equações cinéticas consiste em partir da hierarquia Born-Bogolyubov-Green-Kirkwood-Yvon – BBGKY para as distribuições de probabilidade reduzidas de um sistema de N partículas, e utilizar a expansão em aglomerados de Meyer, em conjunto com suposições sobre a forma do potencial. Para um campo fraco, é possível obter a equação de Landau e, no limite de fluido, a equação de Balescu-Lenard. Algumas hipóteses adicionais são usualmente utilizadas, como, por exemplo, a propriedade Markoviana do sistema.

No citado seminário, Tarcísio Filho mostrou porque essa é uma propriedade importante e como ela é violada se o número N de partículas não for grande o suficiente, tendo explicado os comportamentos anômalos descritos na literatura recente para alguns sistemas modelo. Além disso, ele discutiu a existência de um limiar universal em função da dimensão espacial para a relaxação de sistemas em rede, como uma quebra da validade da rota usual de dedução da equação cinética pertinente.

Filho tem graduação em Bacharelado em Física pela UnB, mestrado em Física, também pela UnB, e doutorado em Ciências Físicas pela Université libre de Bruxelles, Bélgica. O docente da Universidade de Brasília tem experiência em Métodos Matemáticos da Física e atua com dinâmica não-linear, mecânica estatística de não-equilíbrio, simetrias de Lie, propriedades analíticas de equações não-lineares e computação algébrica.

Assessoria de Comunicação

3 de junho de 2015

Pesquisador discute a descoberta do bóson de Higgs e SMEFT

Decorreu no dia 03 de junho, pelas 16h30, na Sala Celeste do Instituto de Física de São Carlos (IFSC/USP), mais uma edição do High energy physics seminars, onde o pesquisador Diogo Boito, do Instituto de Física da Universidade de São Paulo (IF/USP), ministrou o seminário The Higgs discovery and the effective theory of the Standard Model.

A descoberta do bóson de DIOGO_BOITO_350Higgs no The Large Hadron Collider (LHC), em 2012, foi a principal conquista da Física de Partículas durante os últimos anos. Desde então, os físicos que atuam nessa área têm tentado entender, em detalhes, as propriedades do novo estado, incluindo sua massa, números quânticos, e a forma como ocorre sua interação com outras partículas já conhecidas no mundo da ciência. Neste âmbito, em seu seminário, Boito falou sobre a descoberta do bóson de Higgs, tendo discutido a ferramenta Standard Model Effective Field Theory – SMEFT.

Diogo Boito tem graduação em Física pela Universidade de São Paulo, mestrado em Física pela USP, e mestrado e doutorado pela Universitat Autònoma de Barcelona – UAB, Espanha. O pesquisador, que é pós-doutorando do IF/USP, através da Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de São Paulo – FAPESP, atua com ênfase em física das partículas elementares e campos.

Assessoria de Comunicação

3 de junho de 2015

Spin-Electron-Phonon Excitation Re-based Half-Metallic Double Perovskites

No último dia 03 de junho, pelas 10h30, o Prof. Dr. Luiz Nunes de Oliveira, do Instituto de Física de São Carlos (IFSC/USP), apresentou a palestra Spin-Electron-Phonon Excitation in Re-based Half-Metallic Double Perovskites, que ocorreu na sala F-210 (IFSC/USP), através do Journal Club.

Em sua apresentação, Luiz Nunes LUIZ_NUNES_300discutiu o artigo que intitulou sua palestra, assinado pelos pesquisadores do Instituto de Física “Gleb Wataghin”, da UNICAMP (Campinas, São Paulo), A. F. García-Flores, A. F. L. Moreira, U. F. Kaneko, F. M. Ardito, H. Terashita, e E. Granado, pelo especialista M. T. D. Orlando, do Departamento de Física e Química da Universidade Federal do Espírito Santo (UFES), e pelos pesquisadores J. Gopalakrishnan e K. Ramesha, do Indian Institute of Science (Índia).

Nunes tem graduação e mestrado em Física pela Universidade de São Paulo, doutorado em Física pela Cornell University, Estados Unidos, e pós-doutorado pela Ohio State University, também nos Estados Unidos. Atualmente é docente do Grupo de Física Teórica do Instituto de Física de São Carlos, onde trabalha com Física Atômica e Molecular, Magnetismo e Semicondutores, tendo interesse nas seguintes linhas de pesquisa: estrutura eletrônica, magnetismo itinerante, sistemas eletrônicos fortemente correlacionados, novos métodos para cálculo de propriedades de impurezas em metais, entre outras.

Assessoria de Comunicação

3 de junho de 2015

As vantagens das nanopartículas híbridas à base de sílica

Em mais um seminário organizado pelo Grupo de Óptica do Instituto de Física de São Carlos (IFSC/USP), o Dr. Juan Vivero-Escoto, do Department of Chemistry, da The University of North Carolina at Charlotte (UNC Charlotte), Estados Unidos, ministrou a palestra Silica-based Hybrid Nanoparticles: Novel Alternative for Photodynamic Therapy and Drug Delivery for Cancer Treatment, um evento que decorreu no dia 03 de junho, pelas 13h, na Sala de Seminários do Grupo de Óptica.

JUAN_VIVERO-ESCOTO_350Os recentes avanços na síntese e caracterização de materiais funcionais, em escala nanométrica, viabilizaram a aplicação desses componentes em diversas áreas, incluindo a biológica e biomédica. Emergentes nanopartículas inorgânicas, tais como nanotubos de carbono, pontos quânticos, ou nanopartículas supermagnéticas, têm sido amplamente utilizadas em pesquisas biomédicas para o diagnóstico e terapia de tumores malignos.

Entre as principais aplicações terapêuticas dos nanomateriais inorgânicos, destacam-se o processo de entrega de medicamentos, termoterapia e terapia fotodinâmica. Nesse âmbito, Juan Vivero-Escoto discutiu sua nova pesquisa, cujo objetivo é desenvolver e aplicar essas nanopartículas na terapia fotodinâmica e entrega de drogas para o tratamento do câncer.

O Dr. Vivero-Escoto, que atualmente é professor assistente de química na UNC Charlotte, tem graduação e mestrado em Engenharia Química pelo National Polytechnic Institute of Mexico, doutorado em química pela Iowa State University, Estados Unidos, e pós-doutorado pela UNC Charlotte.

Assessoria de Comunicação

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