Notícias

31 de julho de 2015

9ª Feira de Profissões da USP acontece no Parque CienTec

Realiza-se entre os dias 06 e 08 de agosto, no Parque CienTec – Parque de Ciência e Tecnologia, em São Paulo, a 9ª edição da Feira das Profissões da USP, um evento promovido pela Pró-Reitoria de Cultura e Extensão Universitária (PRCEU).

Realizada anualmente, a Feira faz parte do Programa “USP e as Profissões”, sendo uma oportunidade para os estudantes de ensino médio e vestibulandos conversarem com professores e alunos da USP sobre os cursos de graduação oferecidos pela Instituição, tanto na capital quanto no interior, orientando-os na importante tarefa de optar por uma carreira profissional. Além disso, os jovens poderão obter informações sobre o vestibular, bem como os programas de apoio à permanência estudantil da Universidade (moradia, alimentação etc.) e o mercado de trabalho. Na edição de 2014, o evento recebeu cerca de 50 mil visitantes.

A importância da Feira para os estudantes de ensino médio também é destacada pela pró-reitora de Cultura e Extensão Universitária, Profª. Maria Arminda do Nascimento Arruda. “Do ponto de vista do número de pessoas que atrai e da visibilidade social que tem, a Feira de Profissões é o mais importante evento promovido pela USP. Pois, trata-se de um espaço privilegiado de aproximação da Universidade com os jovens estudantes, em especial da rede pública de ensino. Na Feira, eles tomam contato com o conjunto de carreiras que a Universidade oferece, podem fazer testes vocacionais, descobrir as políticas de inclusão que praticamos e perceber que a USP é possível para todos. O profundo significado social revela-se quando sabemos que aproximadamente 50% dos alunos da rede pública que prestaram o vestibular da Fuvest tomaram a decisão de fazê-lo na Feira de Profissões”.

Novidades

Este ano, os estandes das Unidades de Ensino e Pesquisa da USP estarão organizados por áreas: Ciências Biológicas, Exatas e Humanas, com o intuito de facilitar a visitação e a procura pelos cursos. Outras novidades são o “Espaço do Educador” e o “Espaço Difusão de Arte e Ciência”. O primeiro, que tem o objetivo de dar mais visibilidade às oficinas e cursos de extensão ligados à formação de professores da educação básica, foi reformulado e será um espaço multiuso, com palestras, exposições e um café, com a curadoria das professoras Marta Marandino e Alessandra Fernandes Bizerra, respectivamente da Faculdade de Educação e do Instituto de Biociências da USP. A proposta do “Espaço Difusão de Arte e Ciência” é oferecer atividades interativas para os alunos, através de atrações como a oficina de ótica do Instituto de Física, a Banca da Ciência da Escola de Artes, Ciências e Humanidades e o Catavento Cultural.

Durante os três dias, ocorrerão palestras, bate-papos com professores da USP e convidados sobre os cursos de graduação, o mercado de trabalho, entre outros assuntos. No dia 8, sábado, às 9h, o palestrante será o ministro da Ciência e Tecnologia e Inovação, Aldo Rebelo. Como a Feira é realizada no Parque CienTec, os visitantes também poderão conhecer as atividades oferecidas pelo centro de cultura: o Museu de Meteorologia, a Trilha dos Ecossistemas e do Lago, a Oficina de Solo, o Jardim da Física – Giroscópio e Bicicleta Voadora, o Espaço Geofísica, o Telescópio – Luneta e o Laboratório de Miscroscopia.

A Feira de Profissões funcionará das 9h às 17h e será realizada no Parque CienTec, localizado na Avenida Miguel Stéfano, 4.200 – Água Funda (vizinho ao Jardim Botânico e ao Jardim Zoológico), São Paulo.

A entrada na Feira é gratuita e, para participar, estudantes e escolas deverão se inscrever pelo site da PRCEU.

(Com informações da Assessoria de Comunicação da USP)

Assessoria de Comunicação

31 de julho de 2015

Laboratório do IFSC/USP oferece bolsa de pós-doutorado

O Laboratório de Epidemiologia e Microbiologia LEMiMOMolecular do Instituto de Física de São Carlos (LEMiMo- IFSC/USP) está oferecendo uma bolsa de pós-doutorado para o projeto ”Patterns of emergence of multidrug resistant enterococci and staphylococci in Brazil”, aprovado pela CAPES e parte do programa Ciência sem Fronteiras (CsF). O projeto em questão é coordenado pela docente do IFSC/USP Ilana Camargo, e conta com a colaboração do docente da Harvard University Michael S. Gilmore.

Os interessados em participar da seleção deverão enviar e-mail para ilanacamargo@ifsc.usp.br contendo carta de apresentação, currículo completo, dados de contato e duas ou três referências. Exige-se como pré-requisito que o candidato tenha experiência na área de investigação em microbiologia e biologia molecular.

Para mais informações, acesse http://www.ifsc.usp.br/~ilanacamargo/

Assessoria de Comunicação

30 de julho de 2015

Workshop estimulou o ensino com kits didáticos

Ainda que de forma tímida, docentes já têm levado às salas de aulas atividades práticas, de modo a estimularem o interesse dos jovens pelas ciências e desmistificarem a ideia de que tais disciplinas se resumem apenas aos conteúdos teóricos. Foi neste contexto, que os pesquisadores Bruno Andrade Ono e Hilde Harb Buzzá, ambos do Grupo de Óptica do Instituto de Física de São Carlos (IFSC/USP), realizaram o Curso de treinamento de professores para o aprimoramento da prática de ciências em sala de sala, um workshop que decorreu entre os dias 13 e 17 de julho último, no Instituto, tendo se inserido na programação da 67ª Reunião Anual da Sociedade Brasileira para o Progresso da Ciência – 67ª SBPC*.

O minicurso, que foi supervisionado pelo Prof. Dr. Vanderlei Salvador Bagnato (IFSC/USP), reuniu cerca de quinze participantes, incluindo docentes e estudantes universitários que foram treinados com atividades práticas desenvolvidas através dos kits didáticos do programa Aventuras na Ciência. Esses conjuntos educativos, que envolvem as disciplinas de Física, Química, Biologia, Astronomia e Matemática, foram idealizados por professores da Universidade de São Paulo, Universidade Estadual de Campinas – UNICAMP e da Universidade Federal do Rio de Janeiro – UFRJ.

Hilde Buzzá, que é doutoranda Hilde_300do IFSC/USP, enalteceu o sucesso do minicurso e o interesse que os participantes demonstraram em trabalhar com os citados kits. Às vezes o tempo para fazer determinado experimento já havia terminado, mas os participantes queriam continuá-lo, disse ela, acrescentando que os conteúdos práticos ajudam na memorização e aprendizado dos alunos. Normalmente, na sala de aula, os professores passam o conteúdo no quadro e os alunos têm que decorá-lo para as avaliações. Com os kits, ao invés de decorá-los, os alunos veem como que determinados experimentos funcionam.

BRUNO_ONO_300O estudante de mestrado do IFSC/USP, Bruno Ono, destacou a importância do uso dessas ferramentas práticas em sala de aula, uma vez que ajudam a desenvolver diversos conceitos. Com esses kits, ao invés de apenas assistir um professor descrevendo os conceitos de um assunto específico na lousa, o próprio estudante pode fazer os experimentos. Esses métodos ajudam a memorizar melhor os conteúdos oferecidos em sala de aula… os kits são totalmente interativos, concluiu.

De acordo com Hilde Buzzá, o uso de atividades práticas e lúdicas em sala de aula ainda é escasso, porém, há já incentivo para essa forma de ensino. Têm muitos sites que desenvolvem conteúdos interativos. Hoje, é muito mais fácil encontrar jogos educativos. Está começando a haver uma preocupação em relação a isso, mas as escolas ainda continuam tradicionais, avaliou, cogitando que futuramente poderá haver uma nova edição do minicurso.

Para obter mais informações sobre os kits didáticos, clique AQUI.

*Sexagésima sétima edição da Reunião Anual da SBPC, um dos maiores eventos de ciência da América Latina, que decorreu entre os dias 12 e 18 de julho, em São Carlos.

(Foto do minicurso: Arquivo pessoal)

Assessoria de Comunicação

29 de julho de 2015

A pesquisa básica e o intercâmbio intelectual

Você certamente não ouviu falar sobre o Glossoscolex paulistus, correto? Mas, se perguntar a algum agricultor paulista, especialmente os da região de Rio Claro e Piracicaba, estes, provavelmente, conhecerão o termo. Ou, caso não conheçam, você pode citar uma definição que representa o “palavrão” acima: uma espécie de minhoca gigante, mais conhecida como “minhocoçu”.

MinhocaBrincadeiras à parte, o Glossoscolex paulistus, embora considerado um verme endêmico, já conta com a proteção de órgãos ambientais, uma vez que é uma espécie ameaçada de extinção.

A minhoca em questão, no entanto, possui uma particularidade interessante: uma hemoglobina (proteína responsável pelo transporte de oxigênio) de estrutura extremamente complexa. Para se ter ideia dessa complexidade, a hemoglobina humana é composta por quatro subunidades, enquanto a da Glossoscolex paulistus possui 180. Essas hemoglobinas são sistemas moleculares enormes com dimensões comparadas aos ribossomos.

Tal fato chamou atenção de José Fernando Ruggiero Bachega, que na época era doutorando do Instituto de Física de São Carlos (IFSC/USP), e sob orientação do docente do IFSC, Richard Charles Garratt*, passou a realizar estudos relacionados à estrutura molecular deste complexo de proteínas do Glossoscolex paulistus, com o objetivo final de caracterizar sua estrutura. “Em toda literatura científica, só se havia desvendado a estrutura da hemoglobina de um único representante da classe dos oligoquetas, e sempre é interessante ter a caracterização de mais de um tipo”, conta José Fernando.

A resolução da estrutura cristalográfica desses sistemas é uma tarefa complicada. Os primeiros cristais de proteínas reportados na literatura tratavam-se justamente da hemoglobina de um oligoqueta (Lumbricus terrestris). Esses cristais foram reportados na segunda metade do século XIX, quando a cristalografia de proteínas ainda não havia nascido. No entanto, sua estrutura cristalográfica só foi resolvida no ano 2000, 40 anos depois de Perutz e Kendrew resolverem as primeiras estruturas cristalográficas de proteínas (que, ironicamente, referem-se à hemoglobina e mioglobina).

Depois de alguns anos, hemoglobinas de diversas espécies tiveram suas estruturas resolvidas, e o ineditismo do estudo de José Fernando que, iFer_Bachega-1nclusive, lhe rendeu o título de doutor, foi justamente na revelação da estrutura da complexa hemoglobina do Glossoscolex paulistus, nunca feita antes. “Ao longo dessa pesquisa, agregamos outras espécies de oligoquetas, que sabíamos serem bem estudadas na literatura e que possuem interesse comercial para produção de húmus ou descontaminação de solo”, conta José Fernando.

Desvendar a estrutura da hemoglobina do Glossoscolex paulistus, no entanto, não teve como objetivo relacioná-la ao uso comercial, onde essas hemoglobinas extracelulares de oligoquetas são apontadas com possíveis candidatas a substituintes para sangue humano. Porém, a caracterização estrutural e biofísica realizada neste trabalho representa uma grande contribuição no entendimento de como esses complexos carreadores de oxigênio se comportam.

Do conhecimento científico ao intercâmbio intelectual

Durante os seis anos em que trabalhou com técnicas de cristalografia e caracterização de proteínas, que foram essenciais para conclusão bem sucedida da pesquisa acima, José Fernando adquiriu um ótimo know-how sobre tais técnicas. Por esse motivo, voou para o Peru, mais especificamente para a Universidad Nacional Pedro Ruiz Gallo (UNPRG), em julho passado, para transmitir a outros pesquisadores seus conhecimentos adquiridos no IFSC, relacionados a essa metodologia. “Durante um curso que ministrou na UNPRG, o professor Richard notou que naquela universidade, assim como no Peru, como um todo, não havia o registro de nenhuma proteína cristalizada nem de nenhuma pessoa que tivesse o conhecimento de como cristalizar uma proteína”, relembra o pesquisador.

Diante desse cenário, José Fernando montou um “mini laboratório”** e o levou ao Centro Geoeconômico da UNPRG com a missão de cristalizar a primeira proteína do Peru. “No laboratório de cristalografia do IFSC, cristalizar proteínas é algo comum! Fazemos a cristalografia de dezenas de proteínas, por ano, pois nossa infraestrutura é muito boa e não deixa a desejar para a de nenhum país de primeiro mundo. No Peru, por outro lado, a realidade é muito diferente, pois a universidade conta com poucos recursos e grandes problemas de infraestrutura”.

Foram duas semanas de trabalho intenso para conseguir cristalizar a hemoglobina da Eisenia foetida (espécie de minhoca usada comercialmente para a produção de humos) e os primeiros cristais foram visualizados já no final da primeira semana. “A partir disso, otimizamos o protocolo para obtenção desses cristais e discutimos outros possíveis projetos que poderiam ser concretizados a partir da técnica recém ensinada”, relembra o pesquisador.

De acordo com José Fernando, embora os experimentos tenham sido bem sucedidos e o Peru tenha conseguido cristalizar sua primeira proteína, a empolgação dos participantes foi o maior destaque da experiência vivida. “Quando conseguimos os primeiros cristais, o professor Pedro Chimoy, que tem parceria de pesquisa com o IFSC, organizou um evento para que eu reportasse os resultados conseguidos até aquele momento. Esse evento foi num feriado e, mesmo assim, os alunos compareceram massivamente”, relembra.

José Fernando afirma que, estando no Peru, pôde perceber que esse tipo de intercâmbio é algo importante e conta que muitos de seus aprendizes querem vir ao Brasil fazer pós-graduação. “O professor Richard tem dedicado atenção especial a esses estudantes e já alocou muitos alunos em estágios de curta duração, não somente aqui no IFSC, mas em outras Unidades da USP ou da UFSCar. Em nosso laboratório já tivemos representantes de diversos países da América Latina”.

Já sobre o maior aprendizado que teve durante essa experiência, José Fernando não pensa duas vezes para responder: “Temos que sonhar que é possível. Esse é o maior estímulo para que qualquer pesquisa ou trabalho possa ser concretizado”, conclui.

* colaboraram diretamente com essa pesquisa o docente do Instituto de Química de São Carlos (IQSC), Marcel Tabak, o docente do IFSC, Eduardo Horjales Reboredo, o pesquisador do Laboratório Nacional de Luz Síncrotron (LNLS), Marcelo Carazzolle, o técnico de laboratório do IFSC, Humberto Muniz e o doutorando Fernando Vasconcelos Maluf.

**equipamentos antigos e sem uso nos laboratórios do IFSC além de alguns reagentes

Assessoria de Comunicação

29 de julho de 2015

A contribuição do IFSC/USP na construção de telescópios do CTA

Em uma reunião que aconteceu recentemente raios_gama_200em Berlim (Alemanha), especialistas concluíram que as construções dos observatórios do Cherenkov Telescope Array – CTA serão efetivadas no Chile e nas Ilhas Canárias (Espanha), beneficiando-se das excelentes condições e qualidades atmosféricas encontradas em ambas as regiões. O CTA é um grande projeto, cujo intuito é medir raios gamas vindos do espaço e estudar os diversos mistérios de nosso Universo, incluindo a matéria escura – algo que se sabe que existe, porém não se consegue enxergar -, formação estelar, produção de partículas em buracos negros, entre outros fenômenos.

Os observatórios do CTA serão constituídos por uma centena de telescópios de três tipos: quatro grandes (24 metros), vinte e cinco médios (12 metros) e outras dezenas de telescópios pequenos (6 metros). Eles serão instalados no observatório que será construído no Chile, enquanto que algumas dezenas desses equipamentos também serão montadas no observatório que estará sediado nas Ilhas Canárias.

Na citada reunião, os pesquisadores conheceram o protótipo do telescópio médio, chamado Middle Size Telescope, cujo “braço” de aço, que sustenta a câmera do equipamento, foi desenvolvido pela empresa Orbital Engenharia (Brasil), sob coordenação do Prof. Dr. Luiz Vitor de Souza Filho, docente e pesquisador do Grupo de Física Computacional e Instrumentação Aplicada do Instituto de Física de São Carlos (IFSC/USP), com o apoio da Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de São Paulo (FAPESP) e do próprio IFSC/USP. O telescópio, que pesa cerca de 70 toneladas, é formado por uma torre de sustentação, uma superfície refletora (espelhos) e pelo braço, que pesa quase cinco toneladas e que tem dezesseis metros de comprimento.

PROTOTIPO_MST_500

Protótipo do Middle Size Telescope

Com o desenvolvimento dessa parte do telescópio, os pesquisadores brasileiros também tiveram que projetar e elaborar um dispositivo de ajuste que não encontraram no mercado. Esse mecanismo, que fica embaixo de três toneladas, serve para ajustar, milimetricamente, a ponta da estrutura que sustenta a câmera. Em breve, o dispositivo deverá ser patenteado por meio da Agência USP de Inovação.

Luiz Vitor, que se envolveu com o projeto assim que o conheceu (2008), ministrou diversos seminários com a finalidade de reunir ainda mais pesquisadores nessa iniciativa. Hoje, o docente do IFSC/USP é um dos cerca de vinte especialistas brasileiros que colaboram com a construção dos dois observatórios. Me envolvi com o projeto do CTA, porque ele tem um escopo científico muito interessante e porque tem sobreposição com as pesquisas que temos feito no Brasil, explica ele, destacando que o Cherenkov Telescope Array deverá resultar em uma quantidade imensa de descobertas, revolucionando quase tudo o que já se sabe na área da astrofísica.

LUIZ_VITOR_350Vitor reconhece o desafio e a importância desse projeto ambicioso. Não sou especialista em construção de estrutura metálica. Por outro lado, os engenheiros da empresa brasileira nunca tinham construído um telescópio. Entretanto, a junção dos nossos saberes resultou em um desenvolvimento vitorioso. Trabalhar na construção dos observatórios é muito interessante e desafiador, porque envolve várias visões diferentes para alcançar um único objetivo, revela ele, que também sublinha a extrema habilidade que o projeto exige de todos os membros envolvidos nessa iniciativa.

O docente também relata as complexidades da construção do braço do telescópio, tendo em vista que, como esses equipamentos ficarão sujeitos a diversas situações climáticas, foi necessário escolher cada material com muita cautela, para que suas estruturas não ficassem prejudicadas. Esses telescópios ficarão expostos no meio-ambiente, então precisarão sobreviver a temperaturas muito quentes e também muito frias. Além disso, várias estruturas estão sujeitas a vibrações, podendo comprometer os telescópios, por isso os pesquisadores também executaram testes, onde concluíram que o aço é o material mais adequado para ser utilizado nesses equipamentos, em razão da sua qualidade e de seu baixo custo.

Até o presente momento, apenas o protótipo do telescópio médio foi construído. Contudo, os pesquisadores brasileiros deverão solicitar mais financiamento para que possam construir as demais estruturas dos telescópios, que deverão ser montados, inicialmente, no observatório que será edificado no Chile e que deverá estar funcionando a partir de 2017, quando os primeiros equipamentos estiverem instalados.

Confira um curto vídeo do protótipo do Middle Size Telescope, AQUI.

Assessoria de Comunicação

28 de julho de 2015

Advanced School G&GC 2015 com intensa programação

GEGC2015-200Realiza-se entre os dias 01 e 09 do próximo mês de agosto, no Instituto de Física de São Carlos (IFSC/USP), a Advanced School on Glasses and Glass-Ceramics (G&GC 2015), um evento internacional que reunirá alunos de mestrado e pós-doutorado que realizam pesquisas na área de vidros e vitrocerâmicos no Brasil e no exterior. Foram disponibilizadas cem vagas, sendo que cinquenta eram destinadas a alunos brasileiros e as restantes a estudantes estrangeiros – estes participantes terão suas hospedagens pagas pela organização do evento.

O objetivo da Escola é oferecer aos alunos uma visão global dos principais avanços científicos e tecnológicos nesse campo, bem como os problemas e as perspectivas para pesquisas futuras. Para isso, o evento oferecerá, durante os nove dias de duração, uma intensa programação (VER AQUI) com apresentações feitas pelos próprios estudantes, atividades práticas e visitas aos laboratórios de pesquisa dos campi da Universidade de São Paulo e da Universidade Federal de São Carlos – UFSCar.

Além disso, a Escola Avançada trará palestras ministradas por renomados cientistas do Brasil e do exterior, que abordarão diversos tópicos da citada área, como, por exemplo, fundamentos de estrutura, processos de relaxação, cristalização e propriedades, estrutura molecular, nano e microestrutura, processos dinâmicos, as propriedades mecânicas, ópticas, elétricas e biológicas dessas classes de materiais vítreos, entre outros temas. No início da Escola, os estudantes terão que apresentar uma palestra de um minuto, onde, com um único slide, explicarão as pesquisas em que atuam, diz o Prof. Dr. José Fabian Schneider, docente do Grupo de Ressonância Magnética do IFSC/USP e pesquisador do Center for Research, Technology and Education in Vitreous Materials – CeRTEV, que é o grupo que organiza a G&GC 2015, sendo também um dos Centros de Pesquisa, Inovação e Difusão da Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de São Paulo – FAPESP.

Além disso, os participantes da Escola serão divididos em grupos de cinco ou seis membros que, com a ajuda de um professor ou pesquisador orientador, deverão apresentar um projeto de pesquisa no final do evento, com base nos conhecimentos adquiridos ao longo da semana. A ideia é fazer uma escola ativa, onde os estudantes possam participar intensamente e interagir com os especialistas e outros alunos, explica Schneider.

Os seguintes docentes e pesquisadores ministrarão palestras ou atividades práticas no curso: Hellmut Eckert (Universidade de São Paulo/Brasil), Paulo Sergio Pizani (Universidade Federal de São Carlos/Brasil), Edgar Dutra Zanotto (Universidade Federal de São Carlos/Brasil), Prabhat Gupta (Ohio State University/Estados Unidos), José Pedro Rino (Universidade Federal de São Carlos/Brasil), Francisco Carlos Serbena (Universidade Estadual de Ponta Grossa/Brasil), Vinchenzo M. Sglavo (University of Trento/Itália), Andrea Simone de Camargo Alvarez Bernardez (Universidade de São Paulo/Brasil), John Michael Ballato (Clemson University/Estados Unidos), Aswini Ghosh (Indian Association for the Cultivation of Sience/Índia), Steve Jung (Mo-Sci Corporation/Estados Unidos) e Alexander Priven (Corning Inc./Coréia do Sul).

Investindo no futuro

Para José Schneider, a SCHNEIDER_350G&GC 2015 é um investimento no futuro da área de vidros e vitrocerâmicos, já que, além de líderes de grupos de pesquisa, os jovens participantes do curso deverão ser alguns dos futuros responsáveis pelo desenvolvimento de importantes trabalhos na área em questão. Reunindo esses jovens aqui, em São Carlos, poderemos garantir a continuidade da excelência em pesquisas realizadas na cidade, porque, através desta escola, poderemos consolidar possíveis parcerias. A G&GC 2015 será um investimento no futuro, conclui o docente do Instituto de Física de São Carlos, destacando que nesta cidade há o Vitreous Materials Lab (LaMaV), um dos maiores grupos de pesquisa sobre materiais vítreos e vitrocerâmicos sediados no Brasil, que se encontra sediado na UFSCar.

Para obter mais informações sobre a Advanced School on Glasses and Glass-Ceramics, clique AQUI.

(Imagem 1: Vladimir Fokin/LaMaV)

Assessoria de Comunicação

27 de julho de 2015

Aluna ganha vaga em universidade finlandesa

Em um cenário como o do Brasil, onde a educação básica passa por inúmeras necessidades, são poucos os alunos do ensino fundamental ou médio que conseguem se destacar em níveis nacional e internacional, embora existam muitos exemplos que constituem exceções. Um desses casos é o de Vitória Barim Pacela, uma estudante de apenas 18 anos, que ganhou uma vaga para cursar física na University of Helsinki, Finlândia, em setembro deste ano, graças à sua propensão para estudar disciplinas como física e matemática.

VITORIA_PACELA_350Vitória Pacela, que é do Espírito Santo do Pinhal, interior de São Paulo, sempre estudou em escola pública. Mesmo com muitas dúvidas sobre qual carreira seguir, a jovem começou a gostar ainda mais de física após ter participado do International Young Physicists Tournament – IYPT e da Escola de Física Contemporânea (EFC-2014), este último, um evento anual que acontece no Instituto de Física de São Carlos (IFSC/USP), com o objetivo de mostrar, a jovens talentosos, a física que é estudada pelos alunos de graduação dessa Unidade da Universidade de São Paulo. Sempre estudei sozinha. Na Escola de Física Contemporânea tive uma experiência muito boa, porque pude assistir a palestras e ouvir docentes falando sobre suas pesquisas. Isso me motivou, diz ela.

Uma das atividades que mais agradou Pacela na EFC-2014 foi uma palestra ministrada pelo Prof. Dr. Vanderlei Bagnato, docente do Grupo de Óptica do Instituto de Física de São Carlos, que falou sobre alguns equipamentos que o Grupo desenvolveu para o tratamento de diversas doenças, incluindo o câncer de pele. Tenho a intenção de cursar física e atuar com foco em aplicação. Também pretendo ser bem interdisciplinar, porque, além de física, gosto de outras áreas, como a de sustentabilidade, revela a jovem.

Nesse mesmo ano, Vitória Pacela foi à Helsinque, capital da Finlândia, onde participou do Millennium Youth Camp – MYC, acampamento científico onde os jovens desenvolvem projetos científicos sobre determinados temas, como, por exemplo, matemática aplicada, biociência e biotecnologia, clima e mudança climática, energia, ciência e tecnologia de alimentos, ciências do materiais e material tecnológico, recursos naturais renováveis e planejamento urbano. No âmbito do MYC, a estudante elaborou um projeto na categoria “Planejamento Urbano”, onde replanejou o campus da Aalto University, outra instituição de ensino superior sediada na capital finlandesa. Fiz o projeto e fui selecionada, juntamente com outros 59 estudantes, diz ela, que hoje cursa Engenharia Elétrica na Universidade Estadual de Campinas – UNICAMP.

Orgulhosa da filha – e também do JANETE_PACELA_300filho Vitor Barim Pacela, que participou da EFC-2015 – , Janete Barim Pacela, de 56 anos, destaca que os filhos ficaram bastante satisfeitos em terem participado da Escola de Física Contemporânea. Apesar de saber que sentirá a falta da filha, Janete está bastante orgulhosa com a êxito da jovem: Ela é muito dedicada. Essa conquista é devido ao esforço dela… Seu objetivo é estudar na Finlândia e aplicar o conhecimento no Brasil. Ela quer ser útil para o nosso país, conclui.

VITORIA_JANETE_E_VITOR_PACELA_500Vitória Pacela com sua mãe, Janete Pacela, e seu irmão, Vitor Pacela

Assessoria de Comunicação

24 de julho de 2015

Repensando a Pós-Graduação

No editorial da Revista Science, em sua edição de 23 de julho último, subordinado ao tema Repensando a Pós-Graduação, Alan Leshner, chefe executivo da American Association for the Advancement of Science, aborda de forma enfática a realidade dos cursos de Pós-Graduação em Ciências, nos Estados Unidos, e a necessidade de se alterarem as opções de formação ainda existentes, que se mantêm inalteráveis há cerca de um século.

Na opinião do articulista, as comunidades científica e educacional do país precisam olhar com mais profundidade e abrangência todas as nuances relativas à formação de novos valores na área científica, onde a inovação e empreendedorismo deverão ocupar lugares de destaque, abrindo, dessa forma, as perspectivas profissionais dos jovens.

Para acessar o editorial da Revista Science, clique AQUI.

Assessoria de Comunicação

24 de julho de 2015

Divulgado o Relatório de Atividades – 2014

Com uma receita de R$ 1,22 bilhão em 2014, a Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de São Paulo (Fapesp) destinou R$ 1,15 bilhão a pesquisas científicas e tecnológicas desenvolvidas no Estado de São Paulo. É um desembolso 4,5% superior ao ano anterior, segundo dados do Relatório de Atividades 2014, recentemente divulgado.

O relatório mostra que 82% dos recursos que compõem a Receita da Fundação, o equivalente a R$ 998,67 milhões, foram transferidos pelo Tesouro Estadual. Esse repasse do Tesouro é determinado pela Constituição e equivale a 1% da receita tributária do Estado de São Paulo.

O restante da receita é composto por recursos próprios: R$ 74,70 milhões referentes a receitas patrimoniais e R$ 149,07 milhões referentes a outras fontes de recursos, como é o caso dos convênios para financiamento conjunto de pesquisas em que alguns parceiros escolhem repassar os recursos para a Fapesp administrar o desembolso.

Apesar da desaceleração da atividade econômica no país registrada em 2014, que a afeta, a Fapesp foi capaz de manter seus compromissos e de cumprir com sua missão de apoiar, para o bem da sociedade, o desenvolvimento da pesquisa em nosso Estado“, diz o presidente da Fundação, Celso Lafer.

Em 2014, a Fapesp recebeu 18.286 pedidos de apoio a projetos de pesquisa. Foram assinados 11.609 novos contratos de apoio, solicitados no ano e em anos anteriores, e estavam em andamento 11.197 bolsas.

As três universidades estaduais ficaram com 75% do desembolso da Fapesp no ano: R$ 548,30 milhões para a Universidade de São Paulo (USP), R$ 154,59 milhões para a Universidade Estadual Paulista (Unesp) e R$ 164,81 milhões para a Universidade Estadual de Campinas (Unicamp).

(Com informações da FAPESP)

Assessoria de Comunicação

24 de julho de 2015

A Eletrônica Orgânica marca o futuro

Uma edição especial da revista científica Display and Imaging, da qual um dos editores associados é o Prof. Dr. Osvaldo Novais de Oliveira Junior, docente e pesquisador do IFSC/USP, foi dedicada à Eletrônica Orgânica. Esta é uma área de intensa atividade no Brasil, e particularmente no IFSC/USP, sede do Instituto Nacional de Eletrônica Orgânica, dirigido eletrnica_orgnica225pelo Prof. Roberto M. Faria.

A edição especial aborda o desenvolvimento e utilização de materiais orgânicos, temas que ensejam a promessa de se revolucionarem os diversos tipos de dispositivos e aplicações em muitas áreas, incluindo aquelas relacionadas com displays e imagens. Em seu prefácio na publicação, que apresenta dois trabalhos assinados por dois pesquisadores de nosso Instituto – Prof. Dr. Cleber Mendonça e Dr. Felippe Pavinatto -, Osvaldo Novais salienta que, dada a variedade de materiais e suas possíveis utilizações, o trabalho desenvolvido neste campo normalmente não cabe dentro de uma área específica, pois as contribuições em Eletrônica Orgânica são relacionadas ao estudo e utilização de pequenas moléculas orgânicas e polímeros, cujas propriedades eletrônicas podem ser exploradas em várias aplicações.

Com efeito, explica o editor, essa é uma área ampla que abrange não só os dispositivos eletrônicos tradicionais, como diodos e transistores, mas também células fotovoltaicas, biossensores e muitos mais. Para o Prof. Osvaldo Novais, a decisão de publicar uma edição especial oled-250dedicada à Eletrônica Orgânica foi motivada pelo impacto que as mesmas apresentam, nomeadamente, na tecnologia de displays.

Os trabalhos selecionados nesta edição da revista abrangem um amplo espectro de temas, incluindo estudos fundamentais da física envolvida em dispositivos orgânicos flexíveis impressos. Destaque natural é dado aos trabalhos dos pesquisadores do IFSC/USP, que abordam a fabricação de microdispositivos ópticos empregando laser, e biossensores cuja camada ativa é impressa com tinta especial.

Além de introduzir e explicar o estado da arte de inúmeras pesquisas, no âmbito da Eletrônica Orgânica, o número especial da Display and Imaging apresenta uma coletânea de artigos que oferece uma visão dos benefícios para a ciência, tecnologia e sociedade como um todo, do que o futuro próximo reserva para esta importante área do conhecimento.

Para acessar o trabalho do Prof. Dr. Cléber Mendonça, clique AQUI.

Para acessar o trabalho do Dr. Felippe Pavinatto, clique AQUI.

Assessoria de Comunicação

23 de julho de 2015

Pesquisadora discute otimização da terapia fotodinâmica

Na tarde do dia 23 de julho, a pesquisadora Isabella Luiz Suzuki, mestranda do Instituto de Física de São Carlos (IFSC/USP), apresentou o seminário Formulações Nanoestruturadas contendo Curcumina na Otimização da Terapia Fotodinâmica, um evento que foi organizado pelo Grupo de Óptica do IFSC, na sala de seminários do Grupo.

A terapia fotodinâmica (TFD) é uma modalidade terapêutica que combina o uso de luz com oxigênio molecular (O2) e compostos fotossensíveis para matar células-alvo. A curcumina é um composto antioxidante natural, extraído do açafrão (Curcuma longa Linn), que possui várias atividades farmacológicas, tais como anti-inflamatória, antimicrobiana e anticâncer, e que também pode ser utilizada como fotossensibilizador (FS) na TFD. No entanto, a curcumina, cuja cor é amarela, possui propriedades altamente hidrofóbicas, o que resulta em uma baixa biodisponibilidade sistêmica edificulta suas aplicações.

ISABELLA350Em sua apresentação, a pesquisadora do IFSC/USP falou sobre as principais estratégias para superar tais limitações, que são baseadas no carregamento do composto em nanocarregadores variáveis, como as nanopartículas poliméricas, micelas, ciclodextrinas, dispersões sólidas, emulsões, lipossomas, transportadores de peptídeos, entre outras. Os nanocarregadores, segundo ela, devem ser capazes de incorporar o FS, sem que ele perca ou altere sua atividade. De acordo com a mestranda, a curcumina foi encapsulada em nanopartículas de PLGA (polímero) e caracterizada, com o objetivo de melhorar sua estabilidade e otimizar sua ação fotodinâmica.

Isabela Suzuki também falou sobre o método in vitro utilizado para avaliar a eficiência dessa ação, pois a mesma foi testada em fungo e bactérias (Gram positiva e Gram negativa), já que a inativação fotodinâmica de microrganismos é considerada uma alternativa promissora para infecções resistentes. Por fim, a mestranda também destacou os resultados obtidos nesse estudo, que, posteriormente, foram comparados com os da curcumina em sua forma livre (solução aquosa), a fim de verificar se a formulação de nanopartículas obteve melhor desempenho.

Assessoria de Comunicação

23 de julho de 2015

Entenda o projeto do grande Reator Multipropósito Brasileiro

O primeiro reator nuclear multipropósito brasileiro de grande porte, que garante a independência nuclear do país, já estava previsto como uma das metas do Plano de Ação do Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovação (PACTI/MCT) no ano de 2007. Agora, cinco anos medicinanucleardepois, começa finalmente a sair do papel. Com um orçamento que beira os R$ 900 milhões, o equipamento tem a finalidade de diminuir nossa dependência externa no que diz respeito a insumos utilizados nos procedimentos de pesquisa com radiofármacos – um fármaco, produto biólogico ou droga que contém elemento radioativo empregado como agente diagnóstico ou no tratamento de enfermidades. Atualmente, são realizados cerca de 1,5 milhão de procedimentos por ano apenas no Brasil. Sem poder contar com a tecnologia brasileira, que dispõe apenas de alguns pequenos reatores de pesquisa ativos, o gasto com a importação de radioisótopos, elementos ativos dos radiofármacos, passa dos R$ 30 milhões anuais. Como referido no nome, o reator tem múltiplas finalidades que, além da medicina nuclear, que utiliza seus benefícios, por exemplo, no diagnóstico e tratamento de cânceres, as pesquisas podem ter aplicações em campos diversos como agricultura, energia, ciência dos materiais e meio ambiente, mas só com a produção de radioisótopos o Brasil conseguirá pagar o grande investimento em 20 anos*.

A previsão é de que o equipamento fique pronto em 2017, e que possa funcionar durante 50 anos. Com a autossuficiência do Brasil no setor, é possível que a quantidade de radiofármacos disponível no país dobre, e ainda vislumbra-se a possibilidade de exportar o material excedente, um mercado que hoje é dominado por países como o Canadá, França, Holanda e África do Sul. Para se ter ideia, nos anos de 2009 e 2010, os reatores canadenses e holandeses enfrentaram problemas que levaram a uma crise no abastecimento dos radioisótopos e causaram a suspensão de milhões de procedimentos ao redor do mundo.

Polêmica?

Os reatores nucleares são um assunto delicado, não apenas no Brasil, mas em todo o planeta, discussão fomentada por grandes acidentes nucleares que marcaram a história, como o caso de Chernobyl e o recente desastre em Fukushima. No entanto, a professora Yvonne Mascarenhas, do Grupo de Cristalografia do Instituto de Física de São Carlos e colega profissional de José Augusto Perrotta (o coordenador técnico do projeto na Comissão Nacional de Energia Nuclear – CNEN), explica que não há razão alguma para alarde e preocupação. Segundo ela, há uma diferença essencial entre o tipo de reator que está sendo desenvolvido através deste projeto e os reatores utilizados nos grandes complexos de produção de energia nuclear que tanto amedrontam a população global. “Há dois tipos de reatores nucleares: o reator nuclear de pesquisa, que serve para entender as propriedades físicas e químicas de materiais, ou o reator nuclear de potência, que produz energia e a transforma em energia elétrica. O primeiro é menos potente, mas é muito mais preciso”, aponta a pesquisadora. O reator nuclear de pesquisa, ao contrário do reator de potência, que está interessado apenas no calor da reação nuclear para produzir energia, não produz energia alguma: pelo contrário, consome energia para produzir radioisótopos e nêutrons que, quando termalizados, entram em um comprimento de onda específico para aplicação em materiais de diversas procedências. “Por exemplo, na produção de raio-X, o reator produz radiação eletromagnética, que vai desde o infravermelho até o raio-X, depois você precisa selecionar qual é o comprimento de onda que você quer”, explica Yvonne.

perrottaAlém disso, conforme informações de Perrotta para a agência de informações O Globo, os reatores de pesquisa utilizam apenas cerca de metade do urânio-235 contido no combustível que alimenta os reatores de potência das grandes usinas nucleares. A diferença é que o urânio dos reatores de pesquisa é mais enriquecido – 20% contra 4% das usinas –, o que permite o desenvolvimento de um reator mais compacto e oferece um fluxo de nêutrons muito maior, além de ficar muito abaixo do necessário para produzir uma bomba nuclear. E, para se ter ideia, este reator tem uma potência de apenas 20 megawatts, enquanto Angra 1 tem a capacidade de 657 megawatts elétricos e Angra 2, de 1350.

 

Funcionamento

Yvonne também aproveita para explicar, com mais detalhes, como funciona o reator na pesquisa básica. “Para entender a estrutura de materiais e cristais, é necessário utilizar o método de difração de nêutrons e de raios-X, que fornecerá dados para o cálculo da posição dos átomos dentro deste material ou cristal”, explica a pesquisadora. Este método consiste na reemissão da radiação recebida pelo átomo que, interagindo com a radiação emitida por outros átomos, são direcionadas para um único feixe de luz. Contudo, para caracterizar o material, a difração requer a aplicação dos feixes de nêutrons e de raios-X por um longo período de tempo, o que significa que o cientista só consegue enxergar uma estrutura estática, sem qualquer mudança durante aquele período. Isso ocorre porque o nêutron tem baixo nível de absorção pela matéria, então o rendimento da coleta de dados é baixo, porque ele passa através da matéria e poucos são difratados. “Mas quando você está lidando com uma fonte de alta intensidade, este tempo para coletar dados diminui e, eventualmente, durante uma reação química, aplicando a difração várias vezes entre poucos segundos, é possível verificar a progressão da mudança da estrutura”, esclarece. Para que isso aconteça, é necessária alta intensidade da radiação e uma reação química que não seja extraordinariamente rápida.

LNLS_campinasÉ com este fim que são desenvolvidos, em todo o mundo, fontes muito poderosas de raios-X, que são as radiações dos laboratórios Síncrotron, como o Laboratório Nacional de Luz Síncrotron (LNLS), sediado em Campinas, ainda considerado limitado quando comparado a laboratórios de países como o Japão, EUA e Inglaterra, com muito mais energia e intensidade. “Aqui, ainda seria difícil fazer uma experiência em tempo real, observando a transformação do material”, comenta Yvonne, que tem uma interação de longa data com o LNLS. Ainda segundo ela, conhecer a estrutura cristalina é essencial para conhecer e manipular as propriedades de um material, sejam eles biológicos ou inorgânicos. “A necessidade de caracterização estrutural é muito grande, por isso a necessidade de grandes investimentos”, completa. No Brasil, há um reator de pesquisa voltado à produção de radioisótopos instalado no Instituto de Pesquisas Energéticas e Nucleares (Ipen), no campus da USP em São Paulo (que abriga dois dos quatro reatores de pesquisa do Brasil), com o qual Yvonne tem uma interação de trabalho, e já existe o projeto de um novo laboratório Síncrotron, que será muito mais potente e complementar ao laboratório de Campinas, mas o novo reator multipropósito suprirá uma demanda de pesquisa muito mais ampla e sustentará o Brasil na indústria nuclear por muitos anos à frente.

ipenmb01Além da aplicação na medicina, que salva milhares de vidas anualmente, o fluxo de nêutrons de alta intensidade advindo do funcionamento do novo reator multipropósito servirá para o teste de combustíveis e outros materiais utilizados na produção de energia e de propulsão, na tentativa de oferecer maior segurança eficiência para projetos como o complexo nuclear de Angra e o submarino nuclear brasileiro.

Um acordo com a Comissão Nacional de Energia Atômica da Argentina (CNEA), que também está trabalhando no desenvolvimento de um reator multipropósito, tem a intenção de baratear os custos dos projetos dos dois países. Além disso, a empresa responsável pelo projeto argentino também trabalhou na produção do reator australiano Opal que, em funcionamento desde 2007, hoje é um modelo mundial de confiabilidade na indústria nuclear. O Opal é a grande referência para a construção dos reatores brasileiro e argentino.

O desenvolvimento do projeto terá como sede a cidade de Iperó (SP), onde fica localizado o Centro Experimental de Aramar, da Marinha Brasileira, onde pesquisadores trabalham no protótipo do submarino nuclear brasileiro. O primeiro investimento já foi liberado pela Finep (Financiadora de Estudos e Projetos) no valor de R$ 30 milhões e, neste ano, o governo federal pretende liberar mais R$ 32 milhões*. Todas os projetos nucleares do Brasil estão sob vigilância da Agência Internacional de Energia Atômica (AIEA), e “têm finalidades muito específicas”, conforme conclui a pesquisadora do IFSC-USP.

* com informações de Cesar Baima, da agência O Globo

Assessoria de Comunicação

23 de julho de 2015

Exposição “Portinari – Arte e Meio Ambiente”

O Instituto de Física de São Carlos (IFSC), ciente da importância da proximidade da Universidade de São Paulo à portinari200Sociedade, sempre se colocou como parceiro da Comunidade São-Carlense e do País, com a contínua oferta de produtos e oportunidades.

Dois importantes exemplos são o Sistema de Geração de Imagens por Ressonância Magnética, utilizado para a realização de diagnósticos médicos, e Equipamentos de Terapia Fotodinâmica, empregados para tratamentos oncológicos, ambos instalados na Irmandade Santa Casa de Misericórdia de São Carlos, em prol da saúde da comunidade regional, de forma gratuita.

A partir de 2014, sob a coordenação do Prof. Tito J. Bonagamba, Diretor do IFSC/USP, o Instituto procurou ampliar as ações de aproximação à Sociedade, com a oferta de palestras, cursos e visitas guiadas para estudantes do ensino fundamental e médio e seus respectivos professores e familiares, em parceria com autoridades de ensino.

De modo a ampliar mais ainda sua proximidade com a comunidade local, adicionando cultura e artes às atividades de divulgação científica, o Instituto estabeleceu, no início de 2014, uma excelente parceria com o Departamento de Música (DM) da Faculdade de Filosofia, Ciência e Letras de Ribeirão Preto (FFCLRP/USP), através do Prof. Rubens Russomano Ricciardi, para a realização de uma série de concertos mensais no Auditório “Prof. Sérgio Mascarenhas”, do IFSC/USP. Em função do grande sucesso de público, o IFSC/USP e o DM-FFCLRP/USP, em 2015, se aproximaram da Prefeitura Municipal de São Carlos, através do Coordenador de Artes e Cultura do Município, Roberto Mori Roda, de modo a estabelecer uma parceria, com a realização dos concertos mensais no Teatro Municipal de São Carlos, na série intitulada Concertos USP / Prefeitura Municipal.

Os excelentes concertos já realizados dentro dessa importante parceria têm tido grande sucesso de público, com a presença contínua da Orquestra USP-Filarmônica, do DM-FFCLRP/USP, sendo frequentemente acompanhada por músicos destacados, incluindo, por exemplo, o pianista Caio Pagano e o tenor Fernando Portari.

Para consolidar sua parceria com a comunidade São-Carlense e da região, o portinari300IFSC/USP, em função da sua familiaridade com o Prof. João Candido Portinari, filho do grande pintor brasileiro Candido Portinari e Cidadão Honorário São-Carlense, solicitou a realização de uma exposição do renomado artista – originário de Brodowski -, em São Carlos. Tal solicitação contou com o apoio do Prof. Sérgio Mascarenhas, fundador do IFSC/USP e amigo do Prof. João Candido Portinari.

Em função da enorme gentileza e do grande carinho que o Prof. João Candido tem pela nossa cidade, fomos agraciados com a realização da exposição Portinari – Arte e Meio Ambiente, que é organizada pelo Projeto Portinari (www.portinari.org.br) e coordenada pelo Núcleo de Arte Educação e Inclusão Social da entidade, sob a responsabilidade de Suely Avellar, com o objetivo popularizar o acesso às expressivas obras do artista.

Como não poderia deixar de ser, o IFSC/USP, novamente, realizará esta importantíssima atividade cultural de alto relevo em parceria com a Prefeitura Municipal de São Carlos, procurando também associar-se às instituições que atuam em áreas pertinentes ao tema da Exposição, com destaque às áreas de Ensino.

Neste contexto, o Prefeito Paulo Altomani recebeu no dia 16 de julho a visita do Diretor do IFSC/USP, Prof. Tito José Bonagamba, acompanhado do coordenador de Artes e Cultura, Roberto Mori Roda, para acertar os detalhes e evoluções deste grande evento cultural, que deverá ser realizado no período de 21 de setembro a 28 de outubro de 2015, em locais que estão sendo cuidadosamente selecionados e que deverão ser apreciados pela coordenadora do evento, Suely Avellar, em meados de agosto.

Para o Prefeito de São Carlos, Paulo Altomani, A Coordenadoria de Artes e Cultura vai analisar qual o melhor local para acomodar a exposição e vamos levar todos os alunos da rede municipal de ensino para que não percam essa oportunidade de conhecer parte do acervo desse artista, que muito contribuiu com sua obra para que o Brasil fosse reconhecido internacionalmente nas artes plásticas.

Em breve estarão sendo divulgados maiores detalhes sobre a tão esperada Exposição.

Assessoria de Comunicação

22 de julho de 2015

Participação intensiva do Grupo de Óptica do IFSC/USP

O Grupo de Óptica do Instituto de Física de São Carlos (IFSC/USP) participou intensamente da 67ª Reunião Anual da Sociedade Brasileira para o Progresso da Ciência (SBPC 2015), respeitado evento científico que aconteceu entre os dias 12 e 18 de julho último, na cidade de São Carlos, com base no tema Luz, Ciência e Ação, já que ao longo de 2015 se comemora o Ano Internacional da Luz, conforme decisão da Organização das Nações Unidas para a educação, a ciência e a cultura – UNESCO.

O IFSC na SBPC-Jovem

destsbpc2015-300Um dos destaques da participação do IFSC/USP na SBPC foi a presença do Grupo de Óptica na SBPC-Jovem, cuja comissão organizadora foi integrada por alguns dos docentes do Instituto. A tenda da SBPC-Jovem, localizada em um espaço de 2000m², ofereceu diversas atividades, muitas delas interativas, aos alunos do ensino fundamental e médio, que puderam compreender o que realmente são as ciências. Nessa tenda, os visitantes conheceram diversos projetos do Instituto de Física de São Carlos, incluindo o Circo da Ciência, bem como um trabalho que visa ao ensino da luz a pessoas com deficiência visual. A SBPC Jovem trouxe aos jovens uma parte das pesquisas que é feita em institutos espalhados pelo Brasil, disse Euclydes Marega Júnior, docente do IFSC/USP e membro da comissão organizadora da SBPC-Jovem, estimando que cerca de 30 mil visitantes tenham passado pela tenda.

O IFSC na ExpoT&C (CNPq e FAPESP)

Pelo fato da Reunião ter ocorrido em São Carlos e do IFSC manter um grande projeto com o CNP – Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico e com o INCT* – Instituto Nacional de Óptica e Fotônica -, o estande do Conselho foi inteiramente preenchido por livros, DVD’s e alguns dos equipamentos desenvolvidos por pesquisadores do Instituto, incluindo os aparelhos com luz utilizados no tratamento de várias doenças, como osteoartrose, câncer de pele e bucal, patologias relacionadas à visão, entre outras – tendo alguns desses itens sido expostos, também, no espaço de exposições da FAPESP**.

Ao contrário da SBPC-Jovem EUCLYDESBPCJOVEM-300que, embora tivesse como foco os alunos de ensino fundamental e médio, atraiu igualmente um público variado, o ExpoT&C, por sua vez, teve o intuito de expor as novidades da ciência e tecnologia a pesquisadores e empreendedores. De acordo com Marega, a 67ª Reunião Anual da SBPC foi o maior evento científico já ocorrido na região de São Carlos. Isso é muito importante. São Carlos tem uma infraestrutura científica que é capaz de congregar esse tipo de evento, afirmou ele, tendo destacado o fato de a cidade ser conhecida como polo científico e tecnológico, principalmente por sediar importantes empresas voltadas ao desenvolvimento de tecnologias, e universidades, como a USP e a Universidade Federal de São Carlos (UFSCar).

Planetário Itinerante

WILMA-PLANETARIO-300Os membros do Grupo de Óptica do IFSC/USP também instalaram o Planetário Itinerante da USP no Museu de Ciências Prof. Mario Tolentino, em São Carlos. O projeto, idealizado pela coordenadora de Difusão Científica, Dra. Wilma Barrionuevo (IFSC/USP), em conjunto com o coordenador do Museu, Dr. Paulo Roberto Milanez, é coordenado pelo Prof. Dr. Vanderlei Salvador Bagnato (IFSC/USP). Segundo Wilma Barrionuevo, o número de visitantes ao Planetário foi tão positivo, que o projeto deverá ficar instalado no Museu até o mês de agosto. Por meio desse trabalho, esperamos que os estudantes e professores envolvidos possam entrar em contato com aspectos modernos e avançados da investigação científica. Esse projeto é mais um passo que damos no sentido de auxiliar na difusão eqüitativa do conhecimento e na aquisição, por parte dos estudantes, de múltiplas habilidades e competências. Esperamos que tais ações ampliem o campo de possibilidades que esses jovens irão ter no mercado de trabalho, e lhes concedam uma atitude mais eficaz e positiva frente aos inúmeros desafios da vida, disse ela.

PLANETARIO500

Segundo Paulo Milanez, o PlanetárioPAULO-MUSEU-300 sempre foi uma grande ambição do Museu, que é um espaço que atrai um público bastante diversificado. O Planetário é fantástico, porque nos abre um leque muito grande para mostrarmos às pessoas algumas coisas que são difíceis de serem vistas concretamente, explicou ele. Além disso, Milanez revelou que o conceito do Planetário Itinerante vai ao encontro do objetivo do espaço municipal, que é o de levar ciência para todos. Ainda de acordo com ele, cerca de mil pessoas visitaram o Planetário durante a primeira semana da instalação, no Museu. Mesmo com seis apresentações diárias, não estamos dando conta do número de visitantes. A procura tem sido muito grande, concluiu ele.

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Parte interna do Planetário Itinerante (Crédito: Wilma Barrionuevo)

Projeto com medalhistas da OBFEP-2013

Há alguns anos, docentes da USP, Unicamp e da Universidade Federal do Rio de Janeiro desenvolveram kits que hoje fazem parte do programa Aventuras na Ciência, cujo intuito é despertar a curiosidade dos alunos para as áreas de Física, Química, Biologia, Astronomia e Matemática, abordando a parte prática dessas áreas, de forma a desenvolver o raciocínio, trabalhar o espírito criativo e melhorar o aprendizado de alunos. Ao longo do último ano, Wilma Barrionuevo trabalhou com vários estudantes, medalhistas na Olimpíada de Física das Escolas Públicas (OBFEP-2013), que, com o apoio de docentes, desenvolveram videoaulas com os citados kits. Recentemente, cinco docentes e doze alunos que fizeram parte desse projeto foram selecionados pela coordenadora e premiados com a oportunidade de participarem de vários eventos da 67ª Reunião da SBPC, além de outros projetos.

MARA-OBFEP-OPTICA300A Profa. Mara Cristina de Morais Garcia, que é de Goiânia (GO), foi uma das professoras que pôde orientar um dos alunos. Para ela, essa iniciativa nada mais é do que um estímulo aos estudantes que, com os kits, entendem a ciência de outra maneira. Foi um trabalho fantástico. Esse projeto ajudou a mostrar que, embora a física seja uma ciência difícil, muitas visões sobre ela são distorcidas, já que a física está presente em nosso dia a dia, disse a professora, que atua no Colégio da Polícia Militar de Goiás “Polivalente Modelo Vasco dos Reis” – CPMG.

ALUNOOBFEP-OPTICA300O estudante Matheus Sereno, de Viçosa (MG), foi um dos alunos selecionados por Wilma Barrionuevo para esse projeto. O jovem, de 17 anos, destacou a experiência em ter participado de diversas atividades relacionadas à Física, durante uma semana. Pude conhecer lugares que jamais imaginei visitar. Ter visto na prática o que tinha visto apenas na teoria foi uma experiência muito gratificante, disse ele, que também gostou de ter assistido à palestra O Universo da Luz, que foi ministrada pelo Prof. Dr. Herch Moyses Nussenzveig, durante a Escola de Física Contemporânea – EFC-2015, evento que foi realizado no IFSC/USP, na última semana, com o objetivo de imergir alunos do ensino médio no mundo da física.

Confira, abaixo, mais algumas imagens:

SBPC-Jovem:

01-250SBPCJOVEM 02-250SBPCJOVEM

03-250SBPCJOVEM 04-250SBPCJOVEM

Cliqur AQUI, para conferi-las em maior resolução.

Estande do CNPq e da FAPESP:

05-250SBPCCNPQ 06-250SBPCCNPQ

07-250SBPCCNPQ 08-250SBPCCNPQ

09-250SBPCFAPESP 010-250SBPCFAPESP

Clique AQUI, para conferi-las em maior resolução.

*Institutos Nacionais de Ciência e Tecnologia;

**Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de São Paulo.

Assessoria de Comunicação

21 de julho de 2015

Dedicação de alunos é destaque no dia de encerramento

Após uma semana recheada com aulas teóricas e DESTPUBLICO300práticas, palestras e estudos, os trinta alunos da Escola de Física Contemporânea – EFC-2015 apresentaram seus trabalhos de conclusão de curso, baseados nos moldes dos seminários ministrados em congressos internacionais. Através das apresentações, que aconteceram na manhã do dia 18 de julho, no Anfiteatro Prof. Horacio C. Panepucci (Anfi-Azul), do Instituto de Física de São Carlos (IFSC/USP), foi notável a dedicação e o esforço, bem como a qualidade dos trabalhos apresentados pelos jovens estudantes do ensino médio. Além da banca avaliadora, formada pelos Profs. Drs. Fernando Paiva, Frederico Brito, Rodrigo Pereira e Sérgio Muniz – todos do IFSC/USP e da comissão organizadora da Escola -, a cerimônia de encerramento contou com a presença dos Profs. Drs. Tito Bonagamba, Diretor da Unidade, igualmente um dos responsáveis pela EFC, e Antonio Carlos Hernandes, Pró-Reitor de Graduação da USP, além de muitos amigos e familiares dos estudantes, que vieram observar de perto o notável desempenho dos alunos.

Na ocasião, os dez grupos – cada grupo foi constituído por três alunos – apresentaram seminários que abordaram os temas Velocidade da Luz, Experimento de Millikan, Difração de Elétron, Espectroscopia com Rede de Difração, Determinação Relação E/M do Elétron, Interferômetro de Michelson-Mortey, Determinação da Constante de Planck, Radiação de Corpo Negro, Efeito Termiônico e Efeito Hall.

Antes da premiação, o Diretor do IFSC/USP, Tito José Bonagamba, destacou a grande preocupação que o Instituto tem com o público pré-universitário, tendo enaltecido o perfil profissional dos Profs. Fernando Paiva, Frederico Brito, Rodrigo Pereira e Sérgio Muniz. Ser selecionado para participar da EFC, por esses professores, é realmente um júbilo, constituindo, desde esse momento, uma extraordinária vitória, disse ele. Além disso, Bonagamba lembrou algumas importantes iniciativas do IFSC, que visam à aproximação entre a Universidade e a sociedade, como é o caso da série Concertos USP / Prefeitura Municipal de São Carlos, uma iniciativa da Unidade que é realizada em parceria com a Coordenadoria de Arte e Cultura, da Prefeitura Municipal de São Carlos e com o Departamento de Música da Faculdade de Filosofia, Ciências e Letras de Ribeirão Preto (FCLRP/USP). Em seu discurso, o Diretor também falou sobre um conjunto de bolsas USP/Santander, no valor de R$ 400,00, anunciado pelo Pró-Reitor de Pesquisa da USP, Prof. Dr. José Eduardo Krieger, durante a cerimônia de premiação da Olimpíada Brasileira de Física das Escolas Públicas (OBFEP 2014), que foi realizada recentemente no IFSC/USP.

TITO350À Assessoria de Comunicação do Instituto, o Prof. Tito Bonagamba afirmou que uma das maiores ferramentas fundamentais de uma instituição de ensino ou pesquisa é o patrimônio que se chama estudante. Sem esse patrimônio, não existe uma unidade forte. Para ele, a Escola de Física Contemporânea tem a função de atrair alunos com capacitação necessária para cursarem as disciplinas que o IFSC oferece, para a obtenção do nível de graduação. A EFC também é mais uma de nossas atividades com foco na comunidade pré-universitária, assim como o programa Universitário por um Dia, explicou ele, salientando a importância da Escola de Física Contemporânea, cujo seu foco é trazer ao IFSC alunos medalhistas e estudantes que se destacam em escolas públicas, ou privadas, de todo o país. Quem sabe, talvez a Escola, em um futuro, possa ser oferecida a alunos de toda a América Latina?, indagou. Contudo, a atenção do Diretor do IFSC esteve totalmente concentrada nestes trinta jovens: O importante é que estes alunos possam alcançar uma formação profissional de altíssima qualidade. Eles têm que ser bons profissionais, mas também têm que ser grandes cidadãos, para que possam construir o Brasil e melhorar a condição sócio-econômica do país, disse. Quanto ao desempenho dos alunos da EFC-2015, Tito José Bonagamba elogiou a qualidade dos participantes, que apresentaram seminários sobre conteúdos da física, como se fossem alunos de graduação. A homogeneidade na qualidade e eloquência e na facilidade de apresentação desses alunos foram fantásticas, concluiu ele.

Segundo o Pró-Reitor de HERNANDES350Graduação da Universidade de São Paulo, Prof. Dr. Antonio Carlos Hernandes, a Escola de Física Contemporânea, assim como as outras escolas realizadas na USP, é extremamente importante, principalmente, pelo fato de envolver alunos do ensino médio. A EFC, pela tradição que tem, é fundamental para trazer esses jovens talentos ao Instituto de Física de São Carlos. Do ponto de vista da USP, a Escola é muito importante porque dá aos jovens a oportunidade de conhecer o que a Universidade oferece, explicou. Para ele, a grande vantagem desse modelo de retiro científico é poder mostrar aos alunos como é a ciência, já que há uma grande discrepância entre os conteúdos apresentados no ensino médio e no superior. Participar de uma atividade como esta, em que esses jovens se envolvem com experimentos associados à física contemporânea, é ganhar uma nova vida. Esse tipo de escola dá novas perspectivas aos jovens, disse Hernandes.

PAIVAEFC2015350Na encerramento da Escola de Física Contemporânea, o Prof. Fernando Paiva agradeceu a participação dos alunos. Foi um prazer tê-los aqui no IFSC. Foi uma ótima semana. Obviamente, todos nós esperamos sempre que, aqueles que ainda não vão ingressar em uma universidade, voltem para uma próxima edição. Em entrevista à Assessoria de Comunicação do IFSC/USP, Paiva disse que a EFC-2015 superou todas as suas expectativas, em razão da qualidade dos alunos. Esses jovens são estudantes de muito destaque. Essa edição foi mais uma EFC de grande sucesso. As apresentações foram ótimas e conseguimos ver o quanto eles aprenderam e evoluíram ao longo dessa semana, comentou Paiva, que sublinhou a dificuldade da banca em escolher os vencedores, devido ao alto nível dos alunos e das apresentações.

A escolha dos vencedores foi tão difícil, que os organizadores acrescentaram mais duas categorias na premiação. Assim, além de ter premiado os três melhores grupos, três alunos de destaque e sorteado dois livros, a banca enalteceu dois grupos na nova categoria intitulada Menção Honrosa, bem como um quarto aluno de destaque, que também recebeu Menção Honrosa.

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Perspectivas de pais e alunos

José Ferraz, pai de um dos alunos, disse ter JOSEF200ficado extraordinariamente contente com a participação de seu filho na Escola de Física Contemporânea 2015. Ele gosta da área de exatas e a cidade de São Carlos é referência nesse campo; todos conhecem a cidade. Então, eu e minha esposa ficamos satisfeitos quando ele decidiu participar, porque acredito que a Escola ajuda esses jovens na decisão de qual área seguir, disse ele, que vive em Belo Horizonte.

ANTONIOCARLOS200O são-carlense Antonio Carlos Basso, afirmou que foi emocionalmente difícil ter o filho fora de casa, ao longo de uma semana. Não estamos acostumados a ficar longe dele. Foi difícil, porém, altamente gratificante, sabendo que esteve em um ambiente de muito conhecimento, com outros jovens que vieram de vários estados do país, afirmou ele, tendo dito, também, que a Escola de Física Contemporânea será muito importante para o futuro de seu filho, João Marcos, que inclusive mantém um site com videoaulas sobre física, matemática, química e biologia.

Rafael Martinez, de 15 anos, que também é de RAFAELM200São Carlos, participou da Escola de Física Contemporânea 2015 e disse ter ficado satisfeito, já que pôde aprender bastante e ter conhecido jovens de várias partes do país. Adquiri muito conhecimento sobre vários temas da física que muitas vezes não são abordados no ensino médio. Foi uma experiência muito boa, disse ele, que ficou atraído pelas aulas experimentais, incluindo o desenvolvimento dos experimentos realizados por ele no IFSC/USP.

VITORP200O estudante Vitor Barim Pacela, de 16 anos, também participante da EFC-2015, disse que o mais complicado durante a Escola foi ter estudado alguns tópicos complexos da Física Moderna, mas destacou a oportunidade de ter conhecido bastante pessoas, incluindo nossos docentes. Os monitores também sempre estiveram dispostos a nos ajudar. Essa relação com os alunos e membros da EFC foi o ponto mais alto da Escola, concluiu.

Assim, encerrou-se mais uma bem sucedida edição da Escola de Física Contemporânea, que foi marcada pelo esforço dos membros organizadores, pela dedicação e empenho dos participantes, cuja qualidade foi facilmente notada ao longo dessa semana, e pelo entusiasmo demonstrado pelos dirigentes da Universidade de São Paulo, que marcaram presença no final do evento.

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Abaixo, veja algumas imagens do último dia da EFC 2015:

Apresentação de seminários:

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Clique AQUI, para conferi-las em maior resolução.

Banca Avaliadora:

Profs. Drs. Fernando Paiva, Frederico Brito, Rodrigo Pereira e Sérgio Muniz.

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Clique AQUI, para conferi-las em maior resolução.

Entrega de prêmios:

1º Lugar: Grupo 8 (Ana Beatriz Rabêlo Evangelista, Gabriel Henrique Jorge e Thiago Ross-White Bergamaschi);

2º Lugar: Grupo 2 (Brenno Cisi Ramos, Lorenzo dos Santos Correa e Victor Alves Benevides);

3º Lugar: Grupo 10 (Delcyanne da Silva Oliveira, Isaque Castelo Coutinho e Vitor Barim Pacela);

Menção Honrosa: Grupo 1 (João Pedro Turchetti Ribeiro, José Gustavo Coelho e Miriam Harumi Koga) e Grupo 6 (Arthur Klemenchuk Sueiro, Felipe Mourad Pereira e Joyce Mafra Palotti);

Alunos que foram destaques nessa edição: Ana Beatriz Rabêlo Evangelista, Arthur Klemenchuk Sueiro e Vitor Barim Pacela;

Aluno que foi destaque e recebeu “Menção Honrosa”: Yuri Lopes Pamplona;

Vencedores do sorteio de livros: Alícia Fortes Machado e Beatriz Carla Koch.

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Clique AQUI, para conferi-las em maior resolução.

FOTO_OFICIAL_-_EFC_2015500Foto do grupo de professores, monitores e alunos da EFC-2015

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Foto de todo o grupo, incluindo pais e familiares, durante o encerramento da EFC-2015

Assessoria de Comunicação

20 de julho de 2015

FCT / Universidade Nova de Lisboa (Portugal)

Estão abertas até dia 15 de setembro do corrente ano, as inscrições de candidaturas para a contratação de pesquisadores para o Programa Investigador FCT-2015 – Faculdade de Ciências e Tecnologia – Universidade Nova de Lisboa – Portugal, com o objetivo de financiar mais 200 contratos de Pesquisador FCT.

O Programa Investigador FCT tem como objetivo apoiar o recrutamento, pelos centros de investigação nacionais, de pesquisadores internacionalmente competitivos e com capacidade comprovada para desenvolver pesquisa inovadora.

O Programa Investigador FCT está aberto a pesquisadores de qualquer nacionalidade e de todas as áreas científicas. Em três concursos já realizados anteriormente, foram selecionados quase 600 pesquisadores FCT.

O Programa Investigador FCT oferece uma remuneração equiparada com as categorias de pesquisador auxiliar, pesquisador principal ou pesquisador coordenador da carreira de pesquisa científica, sob a forma de um contrato de trabalho por um período máximo de cinco anos.

Os pesquisadores selecionados, que não sejam Pesquisadores Responsáveis de qualquer projeto ativo financiado pela FCT a partir de 1 de janeiro de 2016 poderão receber também financiamento para desenvolvimento de um projeto de pesquisa, no montante máximo de 50.000€.

O concurso é financiado por verbas do Orçamento do Estado Português.

Todas as informações sobre o concurso poderão ser obtidas, clicando AQUI.

Assessoria de Comunicação

20 de julho de 2015

Docente do IFSC debate empreendedorismo inovador

Na passada quarta-feira, dia 15 de julho último, o Prof. Dr. Jarbas Caiado Neto, do jarbas1-300Grupo de Óptica do Instituto de Física de São Carlos (IFSC/USP), participou do evento denominado Empreendedorismo Inovador – Como Estimulá-lo nas Universidades e Instituições de Pesquisa?, inserido na programação da 67ª Reunião Anual da Sociedade Brasileira para o Progresso da Ciência (SBPC 2015), que ocorreu na última semana, na Universidade Federal de São Carlos (UFSCar).

Em sua apresentação, Jarbas Caiado disse que o conceito de inovação tecnológica está associado à vontade de ganhar dinheiro e à ideia de conhecimento tecnológico. Segundo o docente, que é um dos principais colaboradores e responsáveis da Opto – Eletrônica*, é jarbas2-300necessário quebrar o paradigma latino-americano que rotula a ambição e dinheiro como sendo pecado, já que são itens essenciais para o desenvolvimento. Na ocasião, o docente do IFSC/USP também afirmou que os empreendedores têm a enorme responsabilidade de fazer transformações e mostrar aos estudantes que ter ambição é importante, pois ajuda a ganhar dinheiro e a desenvolver a sociedade.

Além disso, Caiado destacou uma série de rankings, onde foi possível visualizar que as marcas mais conceituadas do mercado atual são de jovens empresas, como, por exemplo, Apple, Samsung, Microsoft e Google. Ainda em sua palestra, o docente destacou que um dos principais desafios enfrentados por empreendedores é conseguir definir quando uma ideia merece investimento, tendo dito, também, que o segredo do sucesso é pegar um milhão de ideias que surgem e saber pescar aquela que renderá sucesso.

Além de Jarbas, participaram desse evento Alexander Ferreira Lavelli (SEBRAE), Juliano Seabra (ENDEAVOR) e Ricardo Silva Pereira (Universidade Federal do Rio de Janeiro – UFRJ), que coordenou esse encontro.

*Spin-off do Instituto de Física de São Carlos

(Imagens: Fernanda Paolillo)

Assessoria de Comunicação

20 de julho de 2015

Cansaço marca preparação dos seminários

1DESTAQUE-250Para quem pensa que a Escola de Física Contemporânea – EFC 2015 é um período pautado por vários momentos de diversão, está muito enganado. Reparem, por exemplo, na dinâmica diária que os alunos enfrentam, já que a rotina é composta por uma programação extensa, com aulas teóricas e práticas, além de palestras. E não é só isso. Um dia antes do encerramento da Escola, os alunos passam horas estudando e se preparando para os seminários que apresentarão no encerramento da EFC, no dia 18 de julho. Para recuperarem alguma energia e aguentarem esta rotina, os participantes têm direito a se vingar no café da manhã, pelas seis horas, a intervalos no período da manhã e da tarde, além de uma hora e meia para jantar. Todos os dias, as atividades, que se iniciam logo pela manhã, encerram-se pelas vinte e uma horas. Não é para todos!!!

O que eles fizeram no dia 15 de julho

Ao longo do dia 15 de julho, os trinta participantes da Escola de Física Contemporânea tiveram uma programação agitada que, além de palestra com docentes do IFSC/USP, contou com uma visita aos laboratórios de nosso Instituto, aula prática, bem como com uma palestra com um renomado pesquisador da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ).

Pelas oito horas, no 2VANZELLA2-350Anfiteatro Prof. Horacio C. Panepucci (Anfi-Azul / IFSC), os participantes assistiram à palestra intitulada Uma breve história do Universo, que foi ministrada pelo Prof. Dr. Daniel Vanzella, docente do Grupo de Física Teórica de nossa Unidade. Em sua apresentação, ele discutiu a evolução do entendimento sobre o Universo, os avanços tecnológicos e teóricos que possibilitaram o estudo da Cosmologia, e as bases observacionais e teóricas da Cosmologia Moderna. Vanzella também falou sobre os ingredientes e a acelerada expansão do Universo, tendo abordado a complexidade da matéria escura. No período da tarde, os alunos tiveram a oportunidade de conhecer os laboratórios de alguns grupos de pesquisa de nosso Instituto, como, por exemplo, de Óptica, Biotecnologia Molecular e Ressonância Magnética. Posteriormente, os Profs. Drs. Fernando Paiva, Frederico Brito, Rodrigo Pereira e Sérgio Muniz se reuniram com os alunos, onde realizaram uma sessão de perguntas, cujos temas estiveram diretamente relacionados com as matérias abordadas na EFC – 2015. À noite, o Prof. Dr. Herch Moyses 3MOYSES350Nussenzveig*, do Instituto de Física da UFRJ, apresentou a palestra O Universo da Luz, onde abordou os principais acontecimentos que marcaram a história da Óptica, fossem eventos recentes, ou fatos que ocorreram há milhares de anos. O tema dessa palestra, segundo o renomado docente, surgiu em razão da comemoração do Ano Internacional da Luz, aprovada pela Organização das Nações Unidas (UNESCO) e cujo intuito foi fortalecer o reconhecimento da importância das tecnologias associadas à luz, que têm oferecido soluções para problemas globais nas áreas de energia, educação, agricultura e saúde.

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O que eles fizeram no dia 16 de julho

Na manhã do dia 16 de 5SERGIO_MUNIZ_300julho, os participantes assistiram a uma aula teórica com o Prof. Sérgio Muniz (IFSC/USP), que falou sobre a Física Moderna, área que inclui as teorias físicas que nasceram no início do século XX, como, por exemplo, a Mecânica Quântica e a Teoria da Relatividade. Na sequência, os Profs. Fernando Paiva, Frederico Brito, Rodrigo Pereira e Muniz deram início à aula teórica sobre Física Moderna, onde os estudantes realizaram diversas práticas, incluindo Experimentos de Thomson e de Millikan, Interferômetro de Michelson, Velocidade da Luz, Espectroscopia Óptica, Efeito Hall, Emissão Termiônica, Radiação do Corpo Negro, Difração de Elétrons e Constante de Planck.

6LUIZ_NUNES350Pelas 19h30, o Prof. Dr. Luiz Nunes de Oliveira, do Grupo de Física Teórica de nosso Instituto, apresentou a palestra intitulada O papel do Físico Computacional, onde discorreu sobre a origem da história da Física Computacional, campo que surgiu há aproximadamente cinquenta anos. Nessa apresentação, Nunes também explicou as atividades realizadas por esse tipo de profissional e como esse especialista pode aplicar seus conhecimentos em pesquisa. Luiz Nunes também discutiu o futuro dos profissionais que atuam nesse campo, bem como a futura evolução da Física Computacional, área que, segundo o palestrante, oferece grandes oportunidades e tem sido considerada cada vez mais importante na física contemporânea, devendo ocupar um espaço muito maior, da mesma forma que a física experimental ocupa hoje. Tal crescimento deverá acontecer graças à maneira como os físicos computacionais veem os diversos problemas – uma visão que, segundo Nunes, muitas vezes é mais adequada para descrever a ciência do futuro.

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O que eles fizeram no dia 17 de julho

Eram cerca de 06h30, quando Alexandre Santos 7Alexandre250desceu ao restaurante do hotel para tomar seu café da manhã. Desde o dia 12 que ele está em São Carlos, junto com os outros 29 colegas estudantes que foram selecionados para participarem da EFC – 2015. O jovem, de 16 anos, reconhece a rotina “puxada” que ele e os colegas enfrentam durante a semana da EFC: Tento dormir cedo, lá pelas dez e meia, onze horas, disse ele, que mora em Guarulhos (SP). Ainda não sabe qual área pretende seguir, mas revelou o interesse em cursar medicina.

8VINICIUS250Seu colega Vinícius Roberto, que veio de Caruaru (PE), para participar do retiro científico, também teve que se adaptar à programação da EFC. Durante a Escola, não temos lazer, brincou o jovem, de 15 anos, que deseja um dia estudar no Instituto Tecnológico de Aeronáutica (ITA). Após o café da manhã, Alexandre, Vinícius e os outros 28 colegas pegaram o ônibus que os levaram ao Instituto de Física de São Carlos (IFSC/USP), onde iniciaram a preparação dos seminários.

No período da manhã e da tarde, os alunos consultaram livros, pesquisaram sites, até terem esboçado as apresentações que acontecerão no dia seguinte, inspiradas nos moldes dos congressos 10BEATRIZ250internacionais. Cada grupo de três estudantes fará sua apresentação, com base em um determinado experimento. Beatriz Carla Koch, de 17 anos, participa da Escola pela primeira vez e tem se mostrado confiante para a sua apresentação, onde abordará o experimento da carga massa do elétron – técnica em que se medem raios de campos magnéticos para a construção e verificação da carga do elétron pela massa. Estou aprimorando meu conhecimento para apresentar um bom seminário sobre esse conteúdo, disse a jovem, que vive em Chapecó (SC).

9EDUARDA250A aluna Eduarda Ramos, que nasceu no Piauí, mas hoje vive em São José dos Campos, no interior de São Paulo, participa da Escola de Física Contemporânea pela segunda vez. A primeira foi na edição de 2014. Durante esta sexta-feira, a aluna passou a maior parte do tempo na biblioteca, estudando os principais aspectos históricos do Efeito Termiônico, tema de seu seminário. Eu coletei bastantes dados, por isso estou com muitas expectativas positivas para este sábado, revelou a jovem.

Se estes alunos têm obrigatoriamente que acordar cedo para cumprirem a programação, os monitores, que acompanham os participantes durante todo o tempo, madrugam para dar todo o VINICIUS300apoio necessário aos estudantes. Para Vinícius Henrique Auríchio, um dos monitores, monitorar os alunos é uma tarefa cansativa, já que tem de despertar muito antes dos alunos e descansar depois que os mesmos já estão dormindo. Se eles cansam de ficarem acordados, nós ficamos ainda mais cansados. Às vezes, quando eles estão em algum laboratório, já vamos para o próximo local de exercícios para deixar tudo pronto, contou ele que, assim como todos os demais monitores, é aluno de doutorado do IFSC/USP.

JESSICA300Para a monitora Jessica Dipold, acompanhar os alunos durante uma semana é gratificante, porque através da convivência com esses jovens é possível captar a visão que eles têm da física: É bom conviver com eles durante todo o tempo, porque também podemos tirar todas as suas dúvidas, explicou ela, acrescentando que, nesta edição, pôde conhecer, através dos próprios alunos, disciplinas ou cursos que ela própria não teve oportunidade de acompanhar durante seu ensino médio, como, por exemplo, o curso de robótica.

O Prof. Dr. Fernando Paiva (IFSC/USP), um dos organizadores da Escola de Física Contemporânea, disse estar satisfeito com o esforço e dedicação dos alunos, que participaram intensamente das aulas teóricas, práticas e palestras ocorridas ao longo desta PAIVA350semana. Os alunos foram expostos a uma série de conceitos da física contemporânea. A turma participante é excelente, tem se dedicado bastante e comportado dentro do que era esperado, avaliou Paiva, que também destacou a qualidade acadêmica dos estudantes, bem como o excelente desempenho que esses jovens demonstraram nos laboratórios do Instituto. Acredito que as apresentações dos seminários prometem ser bem interessantes e que vão complicar muito a nossa decisão em relação a quem irá ser premiado.

Após um dia de muita pesquisa, preparando incansavelmente os seminários, os alunos participaram de um jantar-convívio com os docentes do IFSC/USP. Na sequência, Alexandre Santos, Vinícius Roberto, Eduarda Ramos, Beatriz Koch e seus colegas retornaram de imediato ao hotel, até porque, para que possam apresentar seus seminários e encarar uma banca avaliadora composta pelos exigentes pesquisadores do IFSC, uma noite de bom descanso é tudo que eles precisam.

Abaixo, confira algumas imagens referentes às atividades dos dias 15, 16 e 17 de julho:

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*O docente é graduado pela USP, doutor em Física pelo Instituto de Física da USP, tendo realizado pós-doutorado na Technical University Eindhoven, University of Utrecht, Eidgenossische Technische Hochschule e Univeristy of Birmingham. Herch Nussenzveig é professor emérito da UFRJ, membro convidado da American Physical Society, da Optical Society e da The World Academy of Sciences (TWAS). Aliás, já foi congratulado com o prêmio Max Born, Prêmio Nacional de Ciência e Tecnologia, além do prêmio Grã-Cruz da Ordem Nacional do Mérito Científico. Além de ser membro titular da Academia Brasileira de Ciências, é criador e coordenador do Laboratório de Pinças Óticas da UFRJ.

Assessoria de Comunicação

17 de julho de 2015

Debate sobre a importância da luz

Realizou-se entre os dias 14 e 17 de julho, no Anfiteatro Bento Prado Jr. (Universidade Federal de São Carlos – UFSCar), o Workshop Light: Life & Science (WLL&S), um evento que reuniu renomados cientistas, incluindo docentes do Instituto de Física de São Carlos (IFSC/USP) e estudantes do ensino médio e superior.

destaque250-workshopO objetivo do WLL&S foi discutir os inúmeros aspectos da luz na vida humana, através de plenárias e palestras com linguagens acessíveis ao público geral. O evento esteve inserido na programação da 67ª Reunião Anual da Sociedade Brasileira para o Progresso da Ciência, que aconteceu nesta semana em São Carlos, e do Ano Internacional da Luz, que é comemorado ao longo de 2015, conforme decisão da UNESCO*.

Nas plenárias, os especialistas e o público discutiram temas como luz e vida, fótons, lasers, informações quânticas e ensino prático da fotônica. Já nas palestras, os pesquisadores abordaram exemplos de lasers, nano e microfabricação com pulsos de lasers ultracurtos, tecnologias ópticas para saúde, agricultura e luz, a busca de supersólidos com átomos e luz, luz visível em nanoescala, diodos emissores de luz e seus impactos na vida humana, luz e músculos, terras raras, emaranhamento de feixes de luz em cristais e chips fotônicos, simulações quânticas de sistemas complexos, entre outros tópicos relacionados ao citado tema.

Participaram das reuniões e palestras, nomes importantes da área, como, por exemplo Alain Aspect (Institut Optique – França), Axel Pelster (Tecnische Universität Kaiserslautern – Alemanha), Anderson Gomes (UFPE), Cid de Araujo (UFPE), Cleber Mendonça (IFSC/USP), Cristina Kurachi (IFSC/USP), Débora Milori (EMBRAPA), Emanuel Alves de Lima Henn (IFSC/USP), Euclydes Marega (IFSC/USP), Luiz Davidovich (UFRJ), Francisco Guimarães (IFSC/USP), Giacomo Roati (INO-CNR and LENS – Itália), Jorge Seman (UNAM – México), Nivaldo Parizotto (UFSCar), Osvaldo Antonio Serra (USP), Paulo Nussenzveig (IF-USP), Philippe Courteille (IFSC/USP), Rainer Blatt (UIBK – Áustria), Robin Kaiser (INLN-CNRS – França), Sérgio Ricardo Muniz (IFSC/USP) e Victor Acioly (INCT-DISSE) e Walter Luhs (Leybold Optics).

De acordo com o Prof. Dr. Francisco Guimarães, GUIMARAES350docente do IFSC/USP e membro do comitê organizador do evento, cerca de quatrocentas pessoas participaram do Workshop. O evento foi ao encontro do tema desta 67ª edição da SBPC, que foi, a luz. O WLL&S foi muito importante, porque tivemos a participação de cientistas renomados que discutiram os aspectos da luz, em relação à ciência e à vida, disse.

Além da colaboração de Guimarães, o comitê organizador do Workshop contou com a participação de docentes e outros membros do IFSC/USP, Profs. Drs. Vanderlei Salvador Bagnato, Sebastião Pratavieira e Gustavo Telles, e do Prof. Dr. Nelson Filho (UFSCar).

Abaixo, confira algumas imagens do Workshop:

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*Organização das Nações Unidas.

Assessoria de Comunicação

17 de julho de 2015

II Encontro Nacional de Física na Indústria

Realiza-se entre os dias 10 e 11 de agosto, a segunda edição do IIENFI200Encontro Nacional de Física na Indústria – II ENFI, iniciativa que acontecerá no Auditório do Instituto de Matemática, Estatística e Computação Científica – IMECC, na Universidade Estadual de Campinas – UNICAMP (SP), tendo como público-alvo estudantes de Física, Engenharia Física e de áreas afins, tanto de graduação, quanto de pós-graduação.

Através de debates e exposição de pôsteres, o evento difundirá os casos de sucesso em pesquisas nas empresas, mecanismos de financiamento em indústrias, além de procurar estimular a participação de cientistas no meio empresarial e, principalmente, instigar o envolvimento de estudantes de ciência no setor empresarial, incluindo indústria de alta tecnologia, consultorias, empreendedorismo, etc. Essa preocupação com a interação entre o setor acadêmico e industrial se deve ao fato de a inovação tecnológica ser um mecanismo fundamental de competitividade na economia global. Além disso, o físico, com seu treinamento para “pensar de forma estruturada”, vem se tornando cada vez mais um profissional versátil no setor empresarial, já que tem uma ampla variedade de áreas para atuar, como, por exemplo, nas áreas econômica, bancária, tecnológica, ou mesmo de segurança.

Participarão deste evento nomes importantes da física e do setor produtivo, tais como Ricardo Magnus Osório Galvão (Presidente da Sociedade Brasileira de Física – SBF), Newton R. Frateschi (Diretor do Instituto de Física “Gleb Wataghin” – IFGW/UNICAMP), Fernando Ranieri (Diretor de Desenvolvimento Tecnológico da Embraer – São José dos Campos, SP) e Dario Sassi Thober (Centro Wernher von Braun – Campinas), entre muitos outros.

O comitê organizador do II ENFI é constituído pelos docentes do IFGW/UNICAMP, Paulo Dainese (Coordenador Associado de Engenharia Física), Pascoal Pagliuso (Coordenador de Engenharia Física), Mario Bernal (Coordenador de Extensão) e Adriano R. Lima (Sócio da Inmetric S/A e professor colaborador do IFGW).

Lembramos que a primeira edição do ENFI ocorreu no Instituto de Física de São Carlos (IFSC/USP), em 2013, onde foram realizadas atividades de pesquisa, desenvolvimento e inovação tecnológica. Aliás, na I ENFI, diversos especialistas abordaram questões como a transferência de tecnologia da academia para o setor produtivo, cooperação tecnológica, gestão de inovação, o papel do físico no mercado de trabalho e experiências com spin-outs.

As inscrições para o II ENFI estão disponíveis até o dia 25 de julho e para realizá-las basta acessar o SITE do evento e seguir os procedimentos requeridos. No ato da inscrição, os candidatos poderão solicitar o auxílio financeiro em forma de diárias, que será concedido, ou não, de acordo com a disponibilidade de recursos – o resultado será divulgado durante o mês de julho.

O evento é patrocinado pela Sociedade Brasileira de Física – SBF.

Para mais informações, incluindo a programação do II ENFI, clique AQUI.

Assessoria de Comunicação

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