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4 de maio de 2017

Contribuições femininas à astronomia e astrofísica

Uma pesquisa realizada em 14 países mostra que a probabilidade de mulheres concluírem o bacharelado, mestrado e doutorado nas áreas de ciências é de 18%, 8% e 2%, respectivamente, ao passo que as porcentagens relacionadas aos homens são de 37%, 18% e 6%. Segundo o Instituto de Estatísticas da UNESCO, o número total de pesquisadoras no mundo equivale a menos do que 30% da comunidade científica.

Acredita-se que esses dados sejam reflexos, sobretudo, da falta de apoio que o público feminino comumente recebe de familiares e amigos, quando revela a intenção de se tornar cientista. Isso porque a ideia errônea de que ciência não é lugar de mulher ainda persiste na mentalidade de muitos indivíduos.

Mesmo assim, as mulheres têm contribuído significativamente nas mais diversas áreas das ciências, e algumas dessas contribuições foram enfatizadas no vídeo Mulheres na astronomia e astrofísica, desenvolvido pela aluna do Instituto de Física de São Carlos (IFSC/USP) e bolsista do Programa Unificado de Bolsas de Estudo para Estudantes de Graduação da USP, Camila Beli Silva, e coordenado pela Profa. Dra. Manuela Vecchi (IFSC/USP).

cientista_250Com narração da estudante Natália Palivanas, também do IFSC, o vídeo tem cerca de cinco minutos e destaca importantes cientistas mulheres, como Williamina Fleming, que foi contratada pela Universidade de Harvard (EUA) em 1881, tendo chamado a atenção pela precisão de seus cálculos, o que resultou na contratação de um grupo de mulheres, que tinha como objetivo classificar estrelas e mapeá-las – Williamina catalogou mais de dez mil estrelas, 52 nebulosas, incluindo a famosa “Cabeça de cavalo”, e centenas de estrelas variáveis, cujos brilhos são alterados periodicamente; Annie J. Cannon, que criou um sistema de classificação de estrelas que é usado até hoje por astrônomos, tendo classificado mais de duzentas mil estrelas e descoberto centenas de estrelas variáveis; e Cecilia Payne, que observou que a composição das estrelas não se assemelha à da Terra, contradizendo a teoria que havia em sua época.

O vídeo ainda menciona importantes cientistas brasileiras, como, por exemplo, Beatriz Barbuy, que identificou algumas das estrelas mais antigas da Via Láctea, e Thaisa Bergmann, que detectou a existência de uma estrutura cosmológica – um disco de acreção – em torno de um buraco negro supermassivo, localizado em uma galáxia próximo à nossa.

No projeto de Camila, a Profa. Manuela escreveu que é fundamental aproximar as pessoas de exemplos bem-sucedidos de cientistas mulheres, para que se possa desconstruir o paradigma de que o público feminino não pode atuar em ciências, criando uma sociedade mais educada, que estimule e permita a participação feminina em todos os setores que são de grande importância para a sociedade.

O vídeo é apenas uma parte desse projeto, haja vista que, em breve, Camila levará às escolas de São Carlos uma exposição sobre as cientistas mencionadas no vídeo.

(Imagem 1: retirada do vídeo em questão)

Assessoria de Comunicação – IFSC/USP

4 de maio de 2017

Compartilhando uma história de vida

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A USP – Filarmônica realizou no último dia 26 de abril, a partir das 20h30, no Teatro Municipal de São Carlos, o seu 76º Concerto integrado na série Concertos USP – Prefeitura Municipal de São Carlos, com regência do maestro Prof. Rubens Russomanno Ricciardi.

A programação incluiu a abertura da ópera O Barbeiro de Sevilha e Cujus animam do Stabat mater, compostas por Gioachino Rossini (1792-1868), a cantata A alegria do Maçom, de Wolfgang Amadeus Mozart (1756-1791) e Fantasia Carmen, de Pablo Sarasate (1844-1908), tendo-se contado com a participação de Jean William Silva (tenor e ex-aluno da FFCLRP-USP), Luís Felipe Souza (baixo, aluno da FFCLRP-USP), Carlos Gonzaga (barítono) e Priscila Plata Rato (violino), da Orquestra Sinfônica Brasileira, do Rio de Janeiro.

Este evento cultural contou com os apoios de todos os órgãos dirigentes da Universidade de São Paulo (USP) e do Grupo Coordenador das Atividades de Cultura e Extensão Universitária do Campus de São Carlos – USP, numa organização conjunta do Instituto de Física de São Carlos (IFSC/USP), Prefeitura Municipal de São Carlos, Faculdade de Filosofia, Ciências e Letras de Ribeirão Preto (FFCLRP/USP) e, principalmente, do Departamento de Música da citada Faculdade.

Os solistas convidados

É sempre difícil escrever comentários sobre os inúmeros solistas que a “USP Filarmônica” tem apresentado no decurso de seus concertos realizados em São Carlos, já que, quando enaltecemos algum deles, sempre aparece outro… e outro… e ainda outro que, dentro de suas especificidades, consegue deixar o público em êxtase completo. Assim como o desempenho de um violinista não poderá ser comparado ao de um pianista ou violoncelista (por motivos óbvios), a atuação de um tenor também não pode ser comparada à de um baixo ou à de um barítono, nem a performance de um trompetista com a de um saxofonista. Tudo isto para demonstrar e confirmar o quanto a USP Filarmônica tem brindado o público de São Carlos com concertos de extrema qualidade e com músicos de altíssima categoria.

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Carlos Gonzaga e Luis Felipe Sousa

O concerto do dia 25 de abril não foi exceção nesses quesitos, acrescentando-se ao maravilhoso elenco da USP Filarmônica as exuberantes vozes do barítono Carlos Gonzaga e do baixo Luís Felipe Sousa, bem como a extraordinária interpretação da violinista Priscila Rato: quanto ao tenor Jean William, nossa abordagem acontecerá mais no final desta matéria, até porque ela será o nosso destaque.

Quanto ao barítono Carlos Gonzaga, é graduado em Música pela FFCLRP-USP, aluno da Profa. Yuka de Almeida Prado, sendo igualmente um exímio pianista. Tem atuado e participado como solista, preparador vocal e pianista colaborador em diversas montagens musicais e foi integrante da OperArt, da França. É solista do Coro de Câmara da OSRP e atua também como solista de diversas orquestras e grupos de câmara.

No que diz respeito a Luís Felipe Sousa (baixo), iniciou seus estudos de canto com Camilo Calandreli, sendo que no Departamento de Música da FFCLRP-USP é aluno de canto na classe da Profa. Yuka de Almeida, integrando ainda a Oficina Experimental, sob a regência de Sílvia Maria Pires Cabrera Berg e como bolsista da USP-Filarmônica, sob a regência de Rubens Russomanno Ricciardi.

A extraordinária violinista Priscila Rato foi aluna de Nayran Pessanha, Bernardo Bessler e Rudolf Werthen (este último na Bélgica), tendo-se graduado na EM-UFRJ, aluna de Michel Bessler. Em Genebra (Suíça), especializou-se na International Menuhin Music Academy, com Liviu Prunaru, Oleg Kaskiv e Maxim Vengerov. Ainda na Suíça, integrou a Camerata Menuhin. Participou também de turnê com a Gstaad Festival Chamber Orchestra, na Europa e já atuou como solista frente à Orquestra Sinfônica da Bahia (OSB), Orquestra Sinfônica da UFRJ, Camerata Menuhin (Victoria Hall de Genebra), Camerata Jovem do Rio de Janeiro e OSB-Jovem. Foi spalla da OSB-Jovem e integrante da Orquestra Sinfônica do Teatro Municipal do Rio de Janeiro. Atualmente, é violinista da OSB e do Quarteto A Priori, no Rio de Janeiro.

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Jean William – uma história de superação e sucesso

Deixamos o tenor Jean William para o final desta matéria, já que ele é um exemplo de perseverança e de amor à arte, justificando que quando amamos algo, que quando nos entregamos de corpo e alma a um projeto de vida, sempre conseguimos alcançar os nossos objetivos, por mais difíceis que se apresentem os caminhos para chegar até lá.

Jean nasceu em Sertãozinho (SP) há 30 anos e foi criado em Barrinha (SP), bem perto de Ribeirão Preto. Atingido em cheio pela separação de seus pais, aos três anos de idade, Jean William foi carinhosamente criado por seus avós, pessoas muito humildes e simples que lutaram durante toda sua vida de forma árdua contra as agruras da vida. Embora as dificuldades fossem inúmeras, eles conseguiram prover a Jean William uma educação continuada até ao ensino médio. Uma das particularidades na infância de Jean William era ouvir seu avô tocar violão e talvez tenha sido a partir dessa pequena semente jean3-350que o futuro do jovem, que até aí era praticamente inexistente, começou a despontar.

Aos oito anos, Jean arriscou cantar no coral da igreja e sua voz começou a se lapidar de uma forma natural, sem qualquer esforço. Aos dez anos, Jean se apaixona pela música clássica, de tanto ouvir soar trechos italianos nos rádios da vizinhança. Em 2003, já com 16 anos e com o ensino médio concluído, ao interpretar, num festival escolar, na cidade de Sertãozinho, o tema Con Te Partiro, de Andrea Bocelli, o então desconhecido casal Julia Guidi dos Reis e Pedro Reis decidem quase que adotar Jean e, praticamente em uma atitude de mecenas, proveram a restante educação e formação artística musical do jovem. Eles o consideravam uma espécie de clone do cantor italiano Enrique Caruso.

Graças igualmente à sua ação integradora, de inserção social e no lastro da formação de grandes nomes brasileiros ao longo das décadas, coube à Universidade de São Paulo, através do Departamento de Música da Faculdade de Filosofia, Ciências e Letras de Ribeirão Preto, prover o Bacharelado de Canto a este jovem, depositando sua formação nas mãos da Profª. Yuka de Almeida Prado. Posteriormente, Jean William fez especialização em Itália e o mundo se abriu totalmente para este jovem, que já cantou e encantou as principais salas de concerto do mundo – Itália, Portugal, Argentina, Emirados Árabes Unidos, Estados Unidos, Paraguai, Uruguai e Áustria, entre outras.

A simplicidade de um grande artista

Um pouco de antes de iniciar seu aquecimento vocal para participar neste concerto com a USP Filarmônica, Jean William não teve qualquer hesitação em conversar com a Assessoria de Comunicação do IFSC/USP sobre sua trajetória artística e sobre seu futuro imediato.

Questionado sobre quais os professores que o marcaram mais profundamente na sua ascensão artística, Jean referiu com extrema ênfase a sua primeira professora – Bernardete -, no pré-escolar e que, segundo ele, era uma pessoa que adorava cantar. 

Depois, já na 4ª Série, teve outra professora, de nome Marli, que era apaixonada por música e que o incentivou muito a seguir a carreira artística. Finalmente, Rose de Amorim, diretora de outra escola frequentada por Jean, marcou muito a sua vida escolar, já que ela era uma verdadeira caçadora de talentos, não só no âmbito musical como, também, em muitas outras áreas.

jean1-375Estudando sempre em escolas públicas, Jean William sublinhou a postura de seus professores: “Sempre encontrei professores que queriam e conseguiam enxergar muito além do que era tradicional numa escola; muito além de cumprir horários ou de dar matérias específicas e pré-estabelecidas, e, repare, sempre eram salas com quarenta alunos. E esse olhar diferenciado desses meus professores contribuiu em grande medida para que minha estrada começasse a ser traçada”. Ao chegar ao ensino superior, Jean sentiu o peso de se sentir colocado em um degrau abaixo dos seus mais diretos concorrentes, porque, a maioria, ou tinha estudado em conservatórios de música pelo menos dez anos, ou tinham já um percurso invejável em escolas particulares, o que era à partida uma desvantagem para o jovem artista: “Uma coisa é você prestar vestibular para medicina, direito, química, biologia, etc., outra coisa é você prestar vestibular para um curso tão específico quanto é o de música. Quando fui fazer a prova de aptidão na USP encontrei novamente – e para minha alegria – o mesmo olhar pedagógico de antigamente, aquele olhar que não se resumia a lecionar por lecionar, a cumprir metas estipuladas, horários e estatísticas: encontrei esse olhar no Prof. Rubens Ricciardi, no Prof. Fernando Corvisier e na Profaª Yuka de Almeida Prado. Foram essas três pessoas que tiveram a extrema sensibilidade de olhar um talento em estado bruto e de o lapidar de forma magistral, levando-o a uma formalização que proporcionou que eu fosse inserido na sociedade com segurança e respeito e que adquirisse a força e a determinação para galgar os íngremes degraus que iriam inevitavelmente aparecer na minha frente”, salienta Jean William.

Em relação ao público, o jovem tenor guarda sempre um carinho muito especial, não só em relação ao espectador brasileiro, que conhece um pouco sua história de vida e que associa muito o conceito de superação do ser humano, mas também o internacional: “Essa emoção se transmite de forma muito íntima. Semana passada, por exemplo, estava cantando na Catedral de São Marcos, em Milão (Itália), perante um público italiano, genuinamente europeu, que, portanto, não conhece minha história de vida; e a emoção estava ali presente, latente o tempo inteiro. Para se transformar num cantor lírico, você tem que possuir uma consciência técnica e corporal muito grande e, no meu caso, a linguagem da arte ter que estar altamente desenvolvida, por forma a que se apresente além da voz; ela tem que estar no brilho dos olhos, nos gestos, no diálogo perfeito que você estabelece com seu público e onde não existem palavras. E é essa sintonia que classifica o contato da minha arte com o meu público”, enfatiza Jean.

Quanto ao futuro próximo de Jean William, que acabou de regressar da Europa, os próximos dois meses estão já ocupados com diversas apresentações no Brasil, incluindo uma no Teatro Municipal de São Paulo, sendo que o jovem tenor viajará de seguida para Nova Iorque, para fazer um curso de canto. De lá partirá com destino à cidade italiana de Pesaro, seguindo-se Viena e Salzburgo (Áustria) e Moscou (Rússia), regressando depois a São Paulo.

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Em relação ao tenor italiano Enrique Caruso, cujas semelhanças com a voz de Jean William relatamos nesta matéria, o jovem artista não se conteve em lançar duas ou três gargalhadas, tendo comentado: “É claro que Enrique Caruso me marcou muito. Quando Dona Julia Guidi dos Reis me falou pela primeira vez que eu era a reencarnação de Caruso, de fato eu, em primeiro lugar, não sabia sequer o que era reencarnação e muito menos quem era Caruso. Depois, quando estudei a história desse grande tenor e sabendo que ela estava me comparando com um dos maiores ícones e mestres da cultura operística italiana, para mim passou a ser um motivo de grande orgulho e eu espero ter a sorte de fazer um pouquinho só da carreira que Caruso fez.

(Fotos: USP – Filarmônica / André Estevão – FFCL-RP/USP e Jean William / Rui Sintra)

Assessoria de Comunicação – IFSC/USP

3 de maio de 2017

Em destaque a proposta de experimento de docente do IFSC

Até as primeiras décadas do século XX, o conceito de vácuo era o de uma região completamente vazia, sem partículas de matéria ou luz e desprovida de qualquer estrutura. Apenas com o advento da física ou mecânica quântica, e sua posterior conciliação com a relatividade restrita de Einstein — nas chamadas teorias quânticas de campos —, que o conceito de vácuo passou a ser entendido como um “mar” de partículas virtuais, que surgem e desaparecem tão rapidamente que são impossíveis de serem detectadas diretamente e mesmo de serem removidas de uma dada região. Mas ainda assim, considerando apenas as partículas ditas reais (aquelas que podem ser detectadas diretamente), o “vácuo quântico” continua sendo vazio com relação a estas partículas.

Mas o conceito de partículas passaria ainda por “revisões”. Uma delas refere-se à observação da quantidade de partículas em uma região qualquer, que, diferente do espaço e do tempo, não dependeria de um observador. “Desde a relatividade, sabia-se que algumas coisas dependem do observador, como a percepção do tempo e do espaço. Para partículas, no entanto, essa ‘máxima’ não valia. Ou seja, achava-se que a quantidade de partículas em uma região seria a mesma para qualquer um que a ‘observasse'”, explica Daniel Augusto Turolla Vanzella, docente do Grupo de Física Teórica do Instituto de Física de São Carlos (IFSC/USP).

Vanzella-_efeito_UnruhPorém, na década de 1970, trabalhos do matemático estadunidense, Stephen Fulling, e do físico australiano, Paul Davies, davam indícios de que a quantidade de partículas dependia, também, do observador. “Com a junção da mecânica quântica com a relatividade especial, viu-se que as partículas não são os elementos fundamentais da natureza, mas sim os campos [sendo o eletromagnético apenas um exemplo], cujas excitações são encaradas como as partículas. Com isso em mente, não é de se estranhar que a quantidade de partículas pode, sim, ser relativa, e que isso depende do movimento do observador”, explica Vanzella.

A relatividade da quantidade de partículas no vácuo foi finalmente elucidada por William Unruh, físico canadense, e recebeu o nome de efeito Unruh. Embora o vácuo seja desprovido de qualquer partícula real de acordo com qualquer observador inercial (ou seja, sem aceleração), observadores acelerados atribuem, a esse mesmo vácuo, um “banho térmico” de partículas reais. “Por ser muito ‘extravagante’ para nossa intuição de física clássica, muitos ainda acreditam que essa é uma ideia absurda. Mesmo agora, 40 anos depois de sua proposta, o efeito Unruh ainda sofre críticas, e muitos físicos não acreditam em sua realidade”, afirma o docente.

A partir de então, alguns experimentos começaram a ser propostos para comprovar ou refutar a proposta de Unruh. Mas a maneira através da qual essa comprovação pode ser feita é extremamente complexa.

A ideia é colocar um observador no vácuo com uma aceleração da ordem de 10^20m/s² ou mais, façanha impossível de se conseguir com objetos macroscópicos, que jamais suportariam tal aceleração. “Se fosse possível colocar um termômetro no vácuo e acelerá-lo nessa intensidade, o aumento da temperatura seria justamente a comprovação de que a quantidade de partículas no vácuo depende do observador. Ele começaria a marcar 1 K”, explica Vanzella.

Como até o momento é impossível acelerar um objeto macroscópico de tal forma, um “plano B” foi proposto: colocar partículas microscópicas no vácuo, utilizando-as como se fossem um termômetro. A ideia, que se insere como parte do trabalho de doutorado de Gabriel Cozzella (IFT-UNESP), foi bem vista pela revista Physical Review Letters e a proposta resultou em um artigo na revista, de coautoria do próprio Vanzella, e com colaboração dos pesquisadores George Matsas (IFT-UNESP) e André Landulfo (UFABC). “Propusemos um experimento que é factível com a tecnologia atual: inserir um feixe de elétron numa região com campos elétrico e magnético em paralelo. Calculamos a radiação eletromagnética que os elétrons emitem. Se no referencial acelerado, no qual os elétrons executam apenas movimento circular, essas partículas do efeito Unruh não existirem, a emissão de radiação para nós, no laboratório, será de uma maneira. Se no referencial acelerado houver essas partículas, observaremos uma radiação diferente”, elucida Vanzella. “A vantagem dessa proposta em relação às já feitas é que pode ser feita com tecnologia atual, já existente”.

Feita a proposta, que inclusive foi destacada pela notória revista Science, Vanzella acredita que alguns grupos experimentais estejam dispostos a realizar o experimento. “Além de propor este experimento, já fizemos o cálculo da radiação utilizando o eletromagnetismo clássico de Maxwell para prever a radiação que vai ser emitida pelo feixe de elétrons do ponto de vista do laboratório. Quando calculamos qual deve ser a radiação, mostramos que esses resultados estão de acordo com aqueles previstos se o efeito Unruh estiver correto. Sendo assim, a menos que alguém esteja disposto a desafiar o eletromagnetismo de Maxwell, nosso artigo pode ser encarado como uma observação virtual do efeito Unruh”.

Vanzella-_efeito_Unruh-1A comprovação do efeito Unruh pelo experimento viria ressaltar algo que já deveria ter sido aprendido há décadas: que partículas não são fundamentais. Embora isso seja uma consequência direta das mais bem testadas teorias — pois o formalismo usado é o mesmo sobre o qual é construído o chamado Modelo Padrão das Partículas Elementares —, Vanzella conta que o recorrente esquecimento desse ensinamento por vezes leva a direções duvidosas na busca pelo entendimento da Natureza em seu nível mais fundamental. “Na maioria das situações, as partículas podem ser consideradas fundamentais, mas não são, de fato. O experimento que propomos não comprova nada novo, em princípio, mas pode evidenciar importantes conceitos. Estamos através deste e de outros experimentos tentando entender melhor como a natureza e seus elementos funcionam. É mais um ‘tijolo’ que estamos ‘assentando’ e que poderá nos auxiliar nesse entendimento”, finaliza o docente.

Imagens: 1- Arranjo experimental proposto por Vanzella e colaboradores; 2- Gráfico com previsão teórica do que deve ser medido para verificação do efeito Unruh

Assessoria de Comunicação- IFSC/USP

2 de maio de 2017

Astrophysical Intensity Correlations in 2017 Photon bunching from Arcturus, Procyon and Pollux

Na tarde de 02 de maio, realizou-se, na sala de seminários do Grupo de Óptica do Instituto de Física de São Carlos (IFSC/USP), a apresentação Astrophysical Intensity Correlations in 2017: Photon bunching from Arcturus, Procyon and Pollux, em que o Dr. Robin Kaiser, do Instituto Não-Linear de Nice (França), ROBIN_KAISER_250discutiu os resultados de observações de interferometria de intensidade temporal em três estrelas, analisadas a partir de um telescópio óptico do observatório Calern, em Nice.

Desde 1997, Kaiser integra o INLN, uma instituição que envolve seis grupos de pesquisa, que atuam com física teórica e experimental, mais especificamente com óptica, átomos frios, cristais líquidos, sistemas não-lineares, campos e teoria de física estatística.

Assessoria de Comunicação – IFSC/USP

2 de maio de 2017

Da deriva continental às placas tectônicas

O conhecimento sobre como nosso planeta funciona e como nossa vida é afetada por este funcionamento dinâmico e cada vez melhor caracterizado e compreendido, será a base da palestra subordinado ao tema Da deriva continental às placas tectônicas: como trabalham o planeta e a ciência, inserida em mais uma edição do programa Ciência às 19 horas, que ocorrerá no próximo dia 16 de maio, pelas 19 horas, no Auditório “Prof. Sérgio Mascarenhas “(IFSC/USP).

A palestrante será Maria Cristina Motta de Toledo, da Escola de Artes, Ciências e Humanidades (EACH/USP), que dissertará não apenas sobre o que se conhece hoje acerca das placas tectônicas, seus movimentos, seus efeitos e conexões com outros processos da Natureza, mas de como esse conhecimento foi adquirido, por meio de uma longa evolução de observações, reflexões e discussões, utilizando o método científico.

A teoria da Tectônica de Placas tem sido cada vez mais divulgada nos meios de comunicação e verifica-se um interesse crescente com relação aos detalhes dos processos dinâmicos envolvidos e também com relação às razões pelas quais esta teoria encontra-se tão fortemente estabelecida.

Um palestra que terá o intuito de compreender melhor como o planeta se tornou o que é hoje.

A entrada para esta palestra é gratuita e aberta à sociedade.

Assessoria de Comunicação – IFSC/USP

28 de abril de 2017

Vidros e vitrocerâmicas laser e materiais híbridos luminescentes

No Colloquium diei que ocorreu em 28 de abril, no Auditório “Professor Sérgio Mascarenhas” do Instituto de Física de São Carlos (IFSC/USP), a Profa. Dra. Andréa Simone Stucchi de Camargo Alvarez Bernardez, do Grupo de Ressonância Magnética, Espectroscopia e Magnetismo do IFSC, apresentou o seminário Vidros e vitrocerâmicas laser e materiais híbridos luminescentes: Planejamento, síntese e correlações estruturais-funcionais.

A docente falou sobre os trabalhos que têm sido ANDREA_CAMARGO_250conduzidos no Laboratório de Espectroscopia de Materiais Funcionais (LEMAF/IFSC/USP), que faz parte do Center of Research, Technology and Education on Vitreous Materials (CeRTEV), um dos Centros de Pesquisa, Inovação e Difusão, apoiados pela Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de São Paulo (CEPID’s/FAPESP).

Em 1996 e 1999, a Profa. Andréa concluiu o bacharelado e o mestrado em química, respectivamente, na Universidade Estadual Paulista “Júlio de Mesquita Filho” (UNESP). Entre 1999 e 2003, realizou o doutorado em física na USP, tendo, em 2006, finalizado o pós-doutorado na Universidade Federal de São Carlos (UFSCar). No ano de 2015, ela obteve o título de Livre-Docência pelo IFSC/USP, quando defendeu a tese sobre Planejamento, obtenção e investigações espectroscópicas de materiais ópticos e luminescentes.

Assessoria de Comunicação – IFSC/USP

28 de abril de 2017

Projeto “Sirius” – O orgulho do Brasil

Previsto para ser inaugurado em meados de 2018, o Projeto Sirius, localizado em Campinas, pertencente ao Centro Nacional de Pesquisa em Energia e Materiais (CNPEM) e inserido no Laboratório Nacional de Luz Sincrotron (LNLS) – que opera a única fonte de Luz Sincrotron da América Latina para análise dos mais diversos tipos de sirius_externo_-_300materiais orgânicos e inorgânicos -, será a nova fonte de Luz Sincrotron brasileira e a maior e mais completa infraestrutura científica já construída em nosso país, tendo a missão de possibilitar o desenvolvimento de pesquisas de ponta em diversas áreas estratégicas, como, por exemplo, saúde, energia, agricultura, defesa e alimentação, entre outras.

O Sirius será uma gigantesca instalação aberta, indo atender gratuitamente os pesquisadores nacionais e estrangeiros que desejem utilizar suas estações experimentais e que constituem a maior parte de sua estrutura.

Recordamos que o CNPEM é uma organização social qualificada pelo Ministério da Ciência, Tecnologia, Inovação e Comunicações (MCTIC), que possui quatro laboratórios que são referências mundiais, abertos às comunidades científica e empresarial, sendo que os pesquisadores interessados em utilizar as instalações deverão submeter suas propostas de pesquisa, as quais serão analisadas por um comitê científico externo, que avalia o mérito científico e a viabilidade técnica das mesmas.

“UVX” e Luz Sincrotron – O que são

A construção do Sirius acontece para substituir a atual infraestrutura de fonte de Luz Sincrotron – a UVX –, que já esgotou há muito sua capacidade de responder à demanda e que se encontra em operação desde 1977, tendo sido a primeira – e ainda hoje a única – Luz Sincrotron da América Latina.

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Vista parcial dos pontos de pesquisa no UVX

Resumidamente, a UVX é uma máquina de grande porte que é capaz de controlar o movimento dos elétrons para produzir Luz Sincrotron, uma luz que é um tipo de radiação eletromagnética que se estende por uma faixa ampla do espectro eletromagnético (luz infravermelha, ultravioleta e Raios-X). Essa luz é produzida quando partículas carregadas, aceleradas a velocidades próximas da luz, têm sua trajetória desviada por campos magnéticos. Ela é usada como uma ferramenta de estudo para revelar as características microscópicas da matéria, fazendo com que as fontes de luz sincrotron tenham aplicações em quase todas as áreas do conhecimento.

O UVX comporta 14 linhas de pesquisa independentes entre si, nas mais variadas vertentes, podendo-se ver nas imagens abaixo algumas delas em pleno funcionamento e que são alimentadas pelas fontes de luz sincrotron, como por exemplo:

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Vista parcial de pontos de pesquisa no UVX

Saúde e fármacos: Identificação das estruturas de proteínas e unidades intracelulares complexas, etapa importante para o desenvolvimento de novos medicamentos, bem como no desenvolvimento de nanopartículas para o diagnóstico, por exemplo, do câncer e no combate a vírus e bactérias.

Meio-Ambiente e Agricultura: A Luz Sincrotron pode ser usada para a análise do solo, no desenvolvimento de fertilizantes mais eficientes e econômicos e, em simultâneo, menos agressivos ao meio-ambiente e à saúde.

Energia e Materiais: O uso da Luz Sincrotron na área de energia permite o desenvolvimento de novas tecnologias relativas à exploração do petróleo e do gás natural, bem como no entendimento e desenvolvimento de materiais e sistemas para células solares, células de combustível e baterias, bem como em pesquisas relativas a novos materiais, mais leves e eficientes.

A magnitude do Sirius

O Diretor do IFSC/USP, Prof. Tito José Bonagamba, acompanhado pelos Profs. Carlos Goldenberg e José Marcos Alves, ambos da Escola de Engenharia de São Carlos (EESC/USP), visitou em meados deste mês de abril, de forma demorada, o Sirius, que irá substituir o seu irmão mais velho UVX, que será desativado, dando lugar – pelo que se presume inicialmente – a uma gigantesca área de convenções.

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Ana Carolina Zeri e um dos técnicos do Sirius recepcionando os visitantes

Recepcionando e acompanhando os visitantes esteve a pesquisadora do LNLS (e ex-aluna do IFSC/USP), Dra. Ana Carolina de Mattos Zeri, uma extraordinária entusiasta pelo novo projeto que se encontra localizado em uma extensão de terreno adjacente ao CNPEM (Campinas) e que apresenta 68 mil metros quadrados de área construída (visto de fora parece um estádio de futebol).

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Parte da estrutura externa do Sirius

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Adequação do solo (camada sobre camada)

O Sirius (em forma circular) é constituído por quatro pisos, podendo acolher, em simultâneo, o trabalho de cerca de 650 pessoas (entre pesquisadores e equipes técnicas), sendo que irá abrigar três aceleradores de elétrons e quarenta linhas de luz independentes (postos de pesquisa). Entre essas quarenta linhas de luz, seis delas serão longas (entre 100 e 150 metros), com possibilidade de serem instaladas outras duas estações experimentais “extralongas” (com cerca de 250 metros de extensão). No entorno da infraestrutura serão construídos data-centers, laboratórios de apoio, oficinas mecânicas, salas de operações, escritórios e áreas de convivência.

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Adequação do solo

As obras de terraplanagem do Sirius iniciaram-se em 2013, sendo que a construção propriamente dita – e que tem particularidades muito especiais – arrancou em 2014, prevendo-se a conclusão das mesmas já no próximo ano. O Sirius irá disponibilizar as seguintes linhas de luz:

Nanoscopia de Raios-X;

Difração de Raios-X em Policristais;

Espectroscopia de Raios-X com Resolução Temporal;

Espectroscopia e Difração de Raios-X em Condições Extremas;

Tomografia e Difração de Raios-X em Alta Energia;

Espalhamento Inelástico de Raios-X;

Microtomografia de Raios-X;

Espalhamento Coerente de Raios-X;

Espalhamento de Raios-X a Baixos ângulos;

Espectroscopia de Ultravioleta e Raios-X Moles de Alta Resolução;

Espectroscopia de Fotoemissão e Absorção de Raios-X Moles de Alto Fluxo;

Micro e Nano Espectroscopia de Infravermelho;

Micro e Nanocristalografia Macromolecular;

Visitas ao Sirius e UVX

As visitas ao UVX e às obras de construção do Sirius são constantes, não só por parte de grupos de pesquisadores e empresários, como também – e principalmente – por estudantes dos mais variados níveis de ensino.

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Pormenor de um dos pontos de pesquisa do UVX

Equipes do LNLS, devidamente treinadas, estão diariamente em prontidão para corresponder aos pedidos, agendamentos e acompanhamento dos grupos, sendo que as agendas normalmente estão preenchidas.

Para o Prof. Tito José Bonagamba e restante equipe que o acompanhou na visita, os alunos dos diversos cursos do Campus USP de São Carlos – principalmente os do IFSC, ICMC e EESC – deveriam ser motivados a conhecer estas importantes infraestruturas e entender como elas funcionam e como tudo está interligado para que a ciência brasileira possa avançar qualitativamente em um ambiente de pesquisa do primeiro mundo.

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Técnica especializada procede ao corte através de lazer na oficina mecânica do UVX

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Parte da oficina mecânica do UVX

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Responsáveis do LNLS/Sirius/UVX recepcionam os visitantes

No que concerne ao Sirius propriamente dito, ele é, de fato, um orgulho para o Brasil e um exemplo para o mundo.

Assessoria de Comunicação – IFSC/USP

27 de abril de 2017

Pesquisadores constroem 40 detectores de raios cósmicos em parceria internacional

No passado mês de março, três pesquisadores do Laboratório IMAGEM_1_-_TERRA_250de Instrumentação e Física Experimental de Partículas de Portugal (LIP) vieram ao Instituto de Física de São Carlos (IFSC/USP) para orientar uma equipe da nossa Unidade que tem colaborado com a construção de 40 detectores de raios cósmicos que serão instalados no Observatório “Pierre Auger”, em Malargüe, na província argentina de Mendoza.

As auroras boreais são os raios cósmicos mais conhecidos popularmente. Esses raios são partículas que chegam à Terra depois de serem liberadas pelo sol ou pela explosão de algumas estrelas (evento denominado super-nova). Quando interagem com os átomos da atmosfera, os raios cósmicos geram múons (partículas semelhantes aos elétrons, porém mais pesadas), caindo na superfície da Terra em uma chuva de partículas. Ao contrário das auroras boreais, que podem ser vistas no hemisfério norte, há raios cósmicos que não são visíveis, embora sejam comuns, incidindo-se na Terra a cada minuto.

Apesar de serem invisíveis, as partículas oriundas desses raios podem ser estudadas. No citado observatório argentino, por exemplo, há tanques de água que são utilizados para analisá-las. Isso porque elas têm uma quantidade muito grande de energia e, quando passam pela água, dão origem à Luz de Cherenkov, uma onda de choque no espectro do ultravioleta que pode ser detectada.

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Um dos tanques do observatório argentino

Os pesquisadores do LIP e do IFSC/USP, que estão trabalhando em parceria com o Instituto de Física “Gleb Wataghin”, da Universidade Estadual de Campinas (IFGW/UNICAMP), supõem que, ao mapear os múons dessas partículas na Terra, seja possível determinar o local da atmosfera onde os raios cósmicos colidiram com os átomos e, a partir daí, tentar saber qual fenômeno cósmico deu origem às partículas detectadas.

Como os tanques detectam não apenas os múons, mas todas as partículas (fótons, elétrons, etc.) que compõem a chuva em questão, os pesquisadores adaptaram um aparelho que é usado em experimentos de física de altas energias, executados apenas em ambientes com temperatura controlada, criando uma versão que, mesmo ao ar livre, pode detectar especificamente os múons, enviando os dados via rádio para um computador, para análise científica.

Para produzir as 40 unidades, os pesquisadores portugueses têm desenvolvido os sistemas eletrônicos no LIP, enviando-os ao Brasil, onde têm sido integrados aos detectores, pelo Prof. Dr. Luiz Vitor de Souza Filho (IFSC/USP) e pelos técnicos do IFSC, Ailton Batista Alves, Lírio Onofre Batista de Almeida e Marcos Roberto Gonçalves.

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Da esquerda para a direita: os pesquisadores e técnicos Orlando Cunha (LIP), Ailton Batista Alves (IFSC/USP), Miguel Ferreira (LIP), Lírio Onofre Batista (IFSC/USP), Luiz Vitor de Souza Filho (IFSC/USP), Marcos Gonçalves (IFSC/USP) e Luis Lopes (LIP).

Marcos Gonçalves, que tem dado suporte técnico a pesquisas que envolvem o estudo de sinais de peixes e neurônios de siris, tem adquirido o know-how para montar e testar os detectores no Instituto. “O trabalho tem sido bastante produtivo. É um projeto novo e diferente dos demais com que tenho me envolvido na Unidade”, explica.

Cada detector é composto por diversos elementos: sistemas mecânico e eletrônico, gases, etc. Integrar todos os componentes em um único equipamento também tem sido um desafio interessante para o técnico Lírio Batista. “São desafios de ordem prática… Esses detectores de partículas à gás exigem uma série de cuidados, porque todos os componentes devem estar limpos, vedados; a parte de eletrônica deve estar inteiramente conectada… Depois que finalizarmos a montagem de quatro ou cinco detectores, provavelmente já estaremos mais acostumados com todo o processo”.

Para o Prof. Luiz Vitor, a parceria internacional desse projeto tem uma importância substancial, já que os pesquisadores do LIP têm um longo histórico no desenvolvimento de detectores de raios cósmicos, ao passo que o IFSC tem vasta experiência com instrumentação para aplicação em experimentos de astrofísica. “Esses detectores são uma técnica nova de medida e agora o Instituto tem absorvido o conhecimento por trás dessa tecnologia”, diz o docente, otimista, uma vez que os detectores poderão obter dados inéditos, de uma forma que jamais fora explorada por observatórios astronômicos.

Dependendo dos resultados que forem coletados pelos detectores, Luis Lopes e Miguel Ferreira, ambos do LIP, esperam consolidar a metodologia dos equipamentos, aplicando-a em outros experimentos de astrofísica, além de investir em novas parcerias com o IFSC. “A ciência vive do compartilhamento do conhecimento. Nós aprendemos com os pesquisadores daqui [IFSC/USP] e eles aprendem conosco”, destaca Lopes.

Financiados pela Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de São Paulo (FAPESP) e pela Fundação para a Ciência e a Tecnologia (FCT/Portugal), os detectores poderão estar em operação no observatório argentino, no segundo semestre de 2018.

A pesquisa descrita nesta matéria de divulgação pode se encontrar em fase inicial de desenvolvimento. A eventualidade de sua aplicação para uso humano, animal, agrícola ou correlatas deverá ser previamente avaliada e receber aprovação oficial dos órgãos federais e estaduais competentes. A responsabilidade pelas informações contidas na reportagem é de inteira responsabilidade do pesquisador responsável pelo estudo, que foram devidamente conferidas pelo mesmo, após editadas por jornalista responsável devidamente identificado, não implicando, por isso, em responsabilidade da instituição.

(Imagem 1: NASA/Reid Wiseman / Imagem 2: Steven Saffi)

Assessoria de Comunicação – IFSC/USP

26 de abril de 2017

Anomalia quiral e magnetotransporte em semimetais de Weyl e Dirac

Anomalia quiral e magnetotransporte em semimetais de Weyl e Dirac GUSTAVO_MONTEIRO-300foi o tema do seminário ministrado pelo pós-doutorando da Universidade Estadual de Campinas (UNICAMP), Gustavo Monteiro, em 26 de abril, na sala 18 do bloco F2 do Instituto de Física de São Carlos (IFSC/USP), sob a organização do Grupo de Física Teórica do IFSC.

Graduado em Física pela Universidade Estadual de Londrina (UEL), o pesquisador desenvolveu o mestrado na área de Teoria das Supercordas, no Instituto de Física Teórica da Universidade Estadual Paulista “Júlio de Mesquita Filho” (IFT/UNESP), e o doutorado em Física da Matéria Condensada, na Universidade Estadual de Nova Iorque (SUNY), nos Estados Unidos. Desde 2016, Monteiro é pós-doutorando da UNICAMP.

Assessoria de Comunicação -IFSC/USP

26 de abril de 2017

Avaliação de bioimpedância

Entre 26 de abril e 12 de maio, serão realizadas as inscrições para avaliação de bioimpedância na Unidade de Fotodinâmica da Santa Casa de São Carlos. O público alvo da avaliação será exclusivamente mulheres entre 18 e 45 anos.

Grupo_de_Optica-_loguinhoO exame de bioimpedância é feito para medição da massa corpórea e identificação do volume de gordura em relação à musculatura, quantificando e qualificando com precisão a quantidade de músculos, gordura corporal total, gordura visceral, entre outros.

Os exames serão realizados por Antonio de Aquino Júnior, pesquisador do Grupo de Óptica do Instituto de Física de São Carlos (GO-IFSC/USP). De acordo com Aquino, o objetivo da avaliação é proporcionar maior consciência da saúde pessoal e familiar, com o objetivo de combater o aumento da obesidade.

As interessadas em se inscrever para avaliação deverão entrar em contato através do telefone (16) 3509-1351, das 8 às 17 horas.

Assessoria de Comunicação- IFSC/USP

26 de abril de 2017

Prisão de dois moradores do alojamento USP/São Carlos

Relativamente à prisão de dois moradores do alojamento do Campus USP – São Carlos, ocorrida no último dia 20 do corrente mês, a Assessoria de Comunicação do Campus informou em comunicado, no seu site, que paralelamente às medidas de ordem criminal, a Universidade de São Paulo, por meio de seus órgãos competentes, está tomando as providências administrativas internas previstas no regimento da instituição.

A prisão ocorreu durante uma ação de combate ao tráfico de entorpecentes realizada pela Polícia Militar, nesta região da cidade.

No citado comunicado, os dirigentes do Campus manifestam sua preocupação em face ao ocorrido e, neste sentido, destacam que foram assertivas as recentes decisões para gestão da moradia estudantil (VER NOTICIA), especialmente as que se referem ao controle de acesso e segurança dos moradores.

(Com informações da Assessoria de Comunicação – USP São Carlos)

Assessoria de Comunicação – IFSC/USP

26 de abril de 2017

“Medicina personalizada em Oncologia”

Câncer é um nome usado para definir mais de cem doenças distintas, que têm em comum o crescimento descontrolado das células de um determinado tecido. Esse crescimento descontrolado afeta os tecidos adjacentes e distantes, formando cel_cancer175as tão conhecidas metástases. O câncer é a segunda principal causa de morte no mundo e foi responsável por 8.8 milhões de mortes em 2015.

O câncer é causado por alterações que ocorrem no material genético das células e que são capazes de reprogramar as células normais e transformá-las em células tumorais. O sequenciamento do genoma humano e o desenvolvimento de novas metodologias de análise do material genético permitiram aos cientistas identificar essas alterações e, com isso, compreender os diferentes passos dessa transformação.

O conhecimento acumulado ao longo da últimas quatro décadas começa a ser utilizado em benefício dos pacientes com câncer, permitindo um diagnóstico mais precoce, um melhor acompanhamento da doença e o desenvolvimento da medicina personalizada na oncologia, na qual é possível selecionar o tratamento mais eficaz com base nas informações genéticas do tumor.

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Este constitui o resumo da palestra inserida no programa Ciência às 19 Horas, intitulada Medicina Personalizada em Oncologia: A contribuição da genética para o tratamento do câncer, que ocorreu ontem, dia 25 de abril, pelas 19 horas, no Auditório “Prof. Sérgio Mascarenhas”, no nosso Instituto, apresentada pela Drª. Anamaria A. Camargo (PhD), Coordenadora Centro de Oncologia Molecular – Instituto Sírio-Libanês de Ensino e Pesquisa – Hospital Sírio-Libanês (SP), que falará um pouco sobre as bases genéticas do câncer, sobre o processo de transformação celular e sobre como a medicina personalizada tem sido utilizada para mudar a história de alguns tipos de câncer.

Assessoria de Comunicação – IFSC/USP

25 de abril de 2017

Fim da invasão da Prefeitura do Campus USP São Carlos

Na sequência do fim da invasão da Prefeitura do Campus USP de USP_LOGO_MODERNOSão Carlos por um grupo representativo dos alunos da moradira estudantil, os dirigentes do Campus USP São Carlos emitiram um comunicado, que abaixo se transcreve na íntegra:

A invasão da Prefeitura do Campus USP de São Carlos

“Desde abril de 2016, a Administração da Prefeitura do Campus USP de São Carlos tem notificado os representantes dos alunos da moradia estudantil sobre a necessidade de se fazer um inventário patrimonial nos bens ali existentes.

Desde há anos que o Serviço de Patrimônio da Prefeitura informa o registro de mais de 1.300 bens sem averiguação, e a resposta dos representantes sempre foi : “na moradia ninguém entra”. Nesse período, foram se acumulando denúncias sobre a permanência de moradores irregulares sem vínculo com a USP e tornou -se imperioso um controle de quem ali mora. A resposta dos representantes foi “na moradia ninguém entra”. Outras denúncias mais graves geraram comissões de sindicância.

Dia 31/03/2017 foi marcada uma reunião entre os Dirigentes da USP e os representantes dos alunos da moradia estudantil; o anunciado foi a necessidade de limpeza, mas, de fato, o desejo dos representantes era que a USP não interferisse com o inventário patrimonial, bem como na seleção e controle dos seus moradores. Eles queriam que os dirigentes reconhecessem a “autogestão” da moradia pelos moradores, sem a interferência da USP.

Os representantes dos alunos da moradia estudantil queriam que a USP cedesse o prédio e colocasse água, energia elétrica, gás, fogão, máquina de lavar roupa, guarda-roupa, cama, mesa, lâmpada, reator, torneira, serviço de limpeza, de vigilância, de conservação de grama, papel higiênico, entre outros; mas, a “autogestão” faria a gestão da moradia.

Os dirigentes afirmaram que os bens e os recursos públicos devem ser administrados por agentes públicos legalmente instituídos e disseram não reconhecer a “autogestão”. Não concordando com esse posicionamento legal dos dirigentes, um grupo invasor, representando os alunos da moradia estudantil, conduzido pelos seus representantes, ocupou o prédio da Prefeitura do Campus. Imediatamente, no dia 03/04/2017, a USP entrou com pedido de reintegração de posse e, no mesmo dia, a Juíza da Vara da Fazenda Pública de São Carlos concedeu liminar.

Após duas visitas dos oficiais de justiça ao grupo invasor que se encontrava ocupando a Prefeitura do Campus, a Juíza marcou uma Sessão de Conciliação em 07/04/2017, por sugestão e na presença do Comandante da Polícia Militar. Nessa Sessão, os representantes dos alunos da moradia estudantil não aceitaram a proposta dos Dirigentes da USP, insistindo no reconhecimento da “autogestão”. A Juíza escreveu, em seu despacho, a ratificação da liminar de reintegração de posse, tendo estabelecido o prazo de cinco dias: “De ressaltar, ainda, que a ocupação se apresenta desarrazoada frente à pauta de reivindicação, que diz respeito a interesse exclusivo de um número de estudantes, moradores do prédio de moradia cedido pela Universidade, que pleiteiam ser reconhecidos como uma entidade de “Autogestão”, que sequer possui existência jurídica e pretendem que seu estatuto permaneça, frente ao proposto pela USP”.

Ao se aproximar o final do prazo para a reintegração, encontrando-se a ordem de execução em poder da Polícia Militar, os representantes dos alunos da moradia estudantil procuraram o Comandante da Polícia Militar e propuseram a ele mediar uma nova Sessão de Conciliação com os Dirigentes da USP. Como sempre, os Dirigentes aceitaram conversar e, como resultado do diálogo, na presença do Comandante da Polícia Militar, foram aprovados os seguintes itens:

1- Realização anual de inventário patrimonial;

2- Para fins de gestão da USP e segurança dos moradores, implantação de controle de acesso aos prédios da moradia estudantil;

3- Criação de Comissão Permanente de Seleção e Coordenação da Moradia, instituída pelo Conselho do Campus da USP em São Carlos que, entre outras atribuições, fará a seleção dos moradores.

Após a elaboração da ata, que foi anexada ao processo judicial, o grupo invasor entregou o prédio da Prefeitura do Campus sem necessidade de ação da Polícia Militar.

Concluindo, a Universidade de São Paulo estará permanentemente disposta ao diálogo, como fez continuamente durante este episódio, contudo, nunca compactuará com iniciativas ilegais e sempre recorrerá aos regimentos e à justiça, defendendo a gestão pública no interesse da sociedade, neste caso em prol dos alunos que realmente necessitam e fazem jus ao dispendioso benefício oferecido pela Universidade de São Paulo.

Os Dirigentes do Campus USP de São Carlos”

Assessoria de Comunicação – IFSC/USP

24 de abril de 2017

Marcha pela Ciência mobiliza sociedade em São Carlos

Cartazes estampados com frases que defendiam a importância da ciência – e também da tecnologia e educação – chamavam a atenção de pedestres e motoristas que passavam próximo à Praça dos Universitários, na manhã de 22 de abril, quando dezenas de pessoas, em especial pesquisadores, participaram da Marcha pela Ciência em São Carlos.

Iniciada nos Estados Unidos com o intuito de alertar a sociedade a respeito da importância do apoio ao desenvolvimento científico, a Marcha decorreu em outras cidades brasileiras e do exterior, na citada data, em que se comemora o Dia Internacional da Mãe Terra.

Em São Carlos, as atividades foram idealizadas pelos Profs. Drs. Glaucius Oliva e Vanderlei Bagnato, ambos do Instituto de Física de São Carlos (IFSC/USP), e envolveram discursos de lideranças científicas que abordaram, por exemplo, o papel fundamental da ciência na melhoria da qualidade de vida e a importância de maior investimento de verbas públicas em instituições de ensino e pesquisa do país.

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Para Glaucius Oliva, mais do que mostrar que a ciência está presente na vida de cada pessoa e que somos o que somos em razão do desenvolvimento científico, que por sua vez contribui enormemente tanto para a melhoria da saúde e tecnologia como para o acesso à alimentação, a Marcha em São Carlos teve como intuito destacar que o Brasil criou um sistema nacional de ciência e tecnologia que, embora seja pujante, ativo e esteja crescendo (os números da produção científica, de mestrados e doutorados, e de universidades têm aumentado), corre risco, haja vista que os valores dos recursos disponíveis para a ciência nacional têm sido reduzido nos últimos anos. “Este ano, o orçamento do Ministério da Ciência, Tecnologia, Inovações e Comunicações [MCTI] corresponde a menos de um terço do que ele era nos últimos cinco anos. Isso é grave, porque a ciência está sendo desmontada. Então, é importante que a sociedade nos apóie, para que consigamos convencer a classe política de que, sem ciência e tecnologia, esse país não vai pra frente”, disse o docente à Assessoria de Comunicação do IFSC/USP.

Abaixo, veja algumas imagens do evento que aconteceu em São Carlos:

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Profa. Dra. Yvonne Primerano Mascarenhas (IFSC/USP)

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Prof. Dr. José Galizia Tundisi (Instituto Internacional de Ecologia – IIE)

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Dr. Marco Aurélio Carneiro Meira Bergamaschi (Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária – EMBRAPA)

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Dra. Yvone Maria Mascarenhas (Sapra Laundauer)

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Prof. Dr. João Batista Fernandes (Pró-Reitor de Pesquisa da Universidade Federal de São Carlos – UFSCar)

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Prof. Dr. Euclydes Marega Júnior (IFSC/USP)

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Assessoria de Comunicação – IFSC/USP

24 de abril de 2017

Vida artificial detecta padrões em ‘Big Data’

Life-like Network Automata – ou simplesmente LLNA – é o nome de uma nova metodologia que consiste em reconhecer padrões em redes complexas, que envolvem uma quantidade enorme de dados (conceito conhecido como Big Data), e que pode ser aplicada, por exemplo, na análise de diversas relações (sociais, biológicas, matemáticas, etc.), bem como no reconhecimento de autoria de texto.

Em um artigo publicado no segundo semestre modelos_matemticos_-250de 2016, na Scientific Reports, o Prof. Dr. Odemir Martinez Bruno e as doutorandas Gisele Helena Barboni Miranda e Jeaneth Machicao, do Grupo de Computação Interdisciplinar do Instituto de Física de São Carlos (IFSC/USP), associaram o uso de redes complexas ao de autômatos celulares – modelos matemáticos, ou “seres artificiais” que evoluem em centenas de gerações -, para simular diferentes interações, como, por exemplo, o contato entre indivíduos em redes sociais.

Até há pouco tempo, os cientistas podiam separar informações importantes, usando um modelo clássico de reducionismo, extraindo as informações que interferem de modo substancial no objeto de estudo e obtendo um modelo minimalista de dados relevantes. Contudo, há muitos experimentos na ciência moderna, em que esse modelo clássico não é aplicável, sobretudo pela quantidade enorme de informações que pode haver. “Existem vários exemplos disso, e o mais clássico na ciência é a previsão meteorológica, que fez surgir a Teoria do Caos [que propõe que um simples fenômeno pode dar origem a consequências imprevisíveis]. Como vou usar um modelo minimalista para predizer se choverá na próxima semana, em um determinado local, por exemplo? Têm muitos agentes envolvidos nesse tipo de fenômeno, e é por isso que precisamos utilizar outras matemáticas para estudá-los”, explica Odemir.

O LLNA é, segundo os pesquisadores do IFSC/USP, um método superior aos demais utilizados no reconhecimento de padrões em redes complexas. Isso porque, para extrair padrões em Big Data, o método proposto modela dados – sejam eles imagens, textos, áudios, vídeos, equações, códigos, etc. – em redes que representam as relações entre as informações. As redes são habitats para a vida artificial. Interagindo com o meio ambiente de redes, os “seres vivos artificiais” nascem, crescem, se reproduzem e morrem. Ao final de centenas de gerações, a forma como os seres vivos se adaptam ao meio virtual revela peculiaridades das redes e, assim, os padrões são identificados.

A vida artificial surge como um modelo matemático inspirado nos seres vivos. Alan Turing, criador do computador moderno, introduziu esse conceito no século XX, por meio da Teoria dos Autômatos, que consiste na criação de uma representação de seres virtuais que seguem regras específicas para interagir com o meio ambiente, como se fossem seres biológicos.

O LLNA no reconhecimento de redes sociais e redes de estômatos

Os mecanismos de interação que permitem que usuários se relacionem no Google Plus e no Twitter foram modelados, de modo que o LLNA pudesse reconhecer quais mecanismos correspondiam ao de cada site. Embora a metodologia tenha diferenciado e reconhecido as redes de interação de ambas as redes sociais, resta agora compreender quais são as características – os padrões – que as tornam tão distintas. Entre as hipóteses, os pesquisadores do IFSC/USP destacam a interface e a proposta desses sites.

Mas as redes sociais não foram os únicos objetos de estudo do Grupo. Além delas, os pesquisadores analisaram padrões em redes extraídas a partir de imagens de estômatos, pequenas aberturas através das quais as plantas respiram. No último caso, observaram que a posição dos estômatos se altera na superfície das plantas, de acordo com a duração de captação de luz solar, o que permitiria saber, por exemplo, a quantidade de horas em que uma planta recebeu luz.

O LLNA no reconhecimento de autoria de texto

Em colaboração com o Instituto de Ciências Matemáticas e de Computação (ICMC/USP), os pesquisadores do IFSC realizaram outro trabalho, descrevendo o uso do LLNA no reconhecimento de autoria de texto.

Os cientistas usaram correlações entre as palavras de obras literárias de oito autores*, tendo as introduzido em uma rede complexa e, enfim, extraído características que permitiram que o LLNA reconhecesse, com cerca de 70% de precisão, quem era o autor de cada livro analisado, distinguindo as diferenças que há entre as escritas.

A possibilidade de aplicação da técnica é imensa. Jeaneth Machicao explica que o uso do novo sistema também poderia ser utilizado na área de segurança cibernética. “Em uma investigação forense, por exemplo, o LLNA poderia ajudar a descobrir se uma mensagem eletrônica, peça-chave em uma suposta investigação criminal, teria sido escrita pela pessoa cujo nome estivesse na assinatura do e-mail”.

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Jeaneth Machicao e Odemir Bruno

Segundo o Prof. Odemir, o LLNA poderia ser aplicado também em recomendações de vendas. Com base na análise do comportamento de um usuário na internet, seria possível encontrar padrões que sugerissem um produto no qual o indivíduo estivesse interessado em adquirir. Há diversos outros exemplos de aplicações do LLNA, inclusive na área médica, em que se poderia identificar uma doença de modo precoce, a partir de um grande volume de dados gerados por exames médicos de um paciente.

Desde o final de 2016, a doutoranda Gisele Miranda tem desenvolvido parte de seu doutorado na Universidade de Guent, na Bélgica, onde há pesquisadores parceiros do IFSC/USP. O intuito da doutoranda é apresentar a técnica do LLNA aos cientistas belgas, de modo que estes possam desenvolver novos trabalhos em conjunto com o grupo brasileiro.

*Arthur Conan Doyle, Bram Stoker, Charles Darwin, Charles Dickens, Thomas Hardy, Pelham Grenville Wodehouse, Edgar Allan Poe e Alice Munro.

A pesquisa descrita nesta matéria de divulgação pode se encontrar em fase inicial de desenvolvimento. A eventualidade de sua aplicação para uso humano, animal, agrícola ou correlatas deverá ser previamente avaliada e receber aprovação oficial dos órgãos federais e estaduais competentes. A responsabilidade pelas informações contidas na reportagem é de inteira responsabilidade do pesquisador responsável pelo estudo, que foram devidamente conferidas pelo mesmo, após editadas por jornalista responsável devidamente identificado, não implicando, por isso, em responsabilidade da instituição.

(Créditos – Foto 1: Forbes)

Assessoria de Comunicação – IFSC/USP

20 de abril de 2017

Praça dos Universitários é palco de divulgação científica

Ao longo da última quarta-feira, 19, o Centro de Pesquisas em Óptica e Fotônica (CePOF), sediado no Instituto de Física de São Carlos (IFSC/USP), promoveu o evento Ciências para Todos: o Planetário da USP na Praça dos Universitários, que, como o próprio título sugere, ocorreu na Praça dos Universitários, um espaço localizado próximo a uma das entradas da Área I do Campus USP São Carlos e que hoje está sob os cuidados do Centro.

O evento iniciou-se com uma apresentação da Banda Marcial da Associação de Pais e Amigos dos Excepcionais (APAE), e teve continuidade com diversas atividades de interação com o público geral, incluindo o Planetário da USP, visualizações com telescópios e a apresentação das pesquisas mais recentes desenvolvidas pelo Grupo de Óptica do IFSC/USP, as quais incluem, por exemplo, novos métodos para tratamento de câncer e para operações estéticas e odontológicas.

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Os visitantes também puderam conferir atividades de clubes de ciências. Idealizados em 2015 pelo CePOF e pela Diretoria de Ensino – Região de São Carlos, os clubes envolvem alunos de 27 escolas estaduais que desenvolvem projetos científicos, através de kits didáticos fornecidos pelo CePOF.

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Segundo a Dra. Wilma Barrionuevo, do CePOF, o objetivo de envolver estudantes de escolas estaduais nesses clubes é permitir que esses jovens frequentem o ambiente universitário, do mesmo modo como os alunos do ensino privado o fazem. “Os alunos que participam dos clubes são extremamente interessados, focados, e merecem todo o nosso empenho”.

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De acordo com Silvana Belotti, Professora Coordenadora do Núcleo Pedagógico da Diretoria de Ensino – Região de São Carlos, os clubes são uma forma de estimular nos alunos o interesse pelo desenvolvimento de pesquisa, uma vez que não há disciplinas específicas de Iniciação Científica no ensino médio. “Na universidade, há disciplinas de Iniciação Científica, então consideramos os clubes uma atividade de Pré-Iniciação Científica”, explicou Belotti, tendo dito que houve um desdobramento muito grande nos trabalhos dos clubes.

Um exemplo disso é o projeto que foi desenvolvido por um grupo de alunos da Escola Estadual Professor Sebastião de Oliveira Rocha (São Carlos). Utilizando o kit educativo de geologia, eles se questionaram se um planeta, como a Terra, poderia ter o formato cúbico, tendo concluído que essa hipótese é nula, em razão de um fenômeno chamado força centrífuga. É que todo objeto que está no centro da Terra tende a se deslocar para fora dela, ocasionando o formato redondo do Planeta. “Um planeta cúbico é uma ideia completamente diferente. Não seria possível”, enfatizou João Victor, um dos estudantes que desenvolveram o trabalho.

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Da esquerda à direita: Beatriz Gili, Paulo Henrique, João Victor e Aly Chiesse (alguns dos alunos responsáveis pelo projeto sobre planeta cúbico)

Espaço democrático

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Para o coordenador do CePOF, Prof. Dr. Vanderlei Salvador Bagnato, as praças são os ambientes mais democráticos e públicos que existem. Nelas, qualquer indivíduo pode passear, conversar e apreciar a natureza, de forma democrática, o que as tornam espaços adequados para se falar sobre um tema que está relacionado com qualquer pessoa: a ciência. “A Praça dos Universitários é a entrada da Universidade. Isso significa que a nossa entrada tem que representar aquilo que nós pensamos. Nós pensamos o quê? Pensamos que a ciência é um bem de todos. Portanto, ela tem que estar em lugares que são de todos”, disse ele, destacando que este foi apenas o primeiro de muitos eventos científicos que se realizarão na Praça dos Universitários.

Assessoria de Comunicação – IFSC/USP

20 de abril de 2017

Programa de Incentivo à Atração de Pós-Doutorandos é instituído

Em 19 de abril, a Pró-Reitoria de Pesquisa da Universidade de São Paulo (PRP/USP) instituiu o Programa de Incentivo à Atração de Pós-Doutorandos (PIAPD), que tem como um dos objetivos aumentar o impacto das pesquisas desenvolvidas na USP.

Através do Programa, supervisores podem solicitar auxílios de permanência a pós-doutorandos que estão aguardando aprovação de bolsa pela Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de São Paulo (FAPESP). Esses auxílios são pagos mensalmente, no período de até seis meses, sendo que os pós-doutorandos devem estar cadastrados no sistema Atena.

Assim que os projetos são aprovados, os supervisores devem solicitar o cancelamento dos auxílios, imediatamente.

Saiba mais informações AQUI.

Assessoria de Comunicação – IFSC/USP

20 de abril de 2017

Processo seletivo para estágio pós-doutoral

O Grupo de Átomos Frios “Robin Kaiser” (Nice-França) está com oportunidade aberta para físicos (teóricos ou experimentais, com experiência em ótica ou física atômica) para realização de estágio pós-doutoral no Grupo, para trabalhar com detecção e análise de correlações na luz espalhada por átomos frios.

Cold_atomsEssas correlações devem revelar informações sobre as propriedades não clássicas do acoplamento dipolo-dipolo, abrindo novos caminhos para o estudo de sistemas quânticos abertos. Flutuações clássicas serão exploradas a fim de identificar assinaturas experimentais da localização de Anderson de luz em átomos frios. Outros estudos podem ser realizados considerando-se o impacto do movimento atômico na luz espalhada, devido ao surgimento de forças óticas de longo alcance entre os átomos.

A duração do estágio é de seis a 12 meses, e o candidato selecionado receberá uma bolsa CAPES no valor de € 2.100 por mês, mais auxílio instalação, no âmbito do projeto CAPES-COFECUB.

Os interessados em participar do processo seletivo (brasileiros e/ou portadores de visto permanente no Brasil), deverão enviar seu currículo, até dia 30 de abril de 2017, aos e-mails bachelard.romain@gmail.com e philippe.courteille@ifsc.usp.br

O início do estágio será até o dia 15 de novembro de 2017.

Assessoria de Comunicação- IFSC/USP

20 de abril de 2017

Hadrons in a Nonperturbative Continuum Approach to Quantum Chromodynamics

Docente da Universidade Cruzeiro do Sul, o Prof. Dr. Bruno El-Bennich ministrou o seminário designado ao tema Hadrons in a Nonperturbative Continuum Approach to Quantum Chromodynamics, que ocorreu em 19 de abril, na Sala Celeste do Instituto de Física de São Carlos (IFSC/USP), através do High-Energy Physics Seminars.

BRUNO_EL-BENNICH_250Em 1996, El-Bennich graduou-se em física pela Universidade Técnica de Kaiserslautern (Alemanha), tendo, em 1998, concluído o mestrado em física na Universidade Pierre e Marie Curie (França) e na Universidade Técnica de Kaiserslautern. De 1999 a 2004, desenvolveu o doutorado na mesma área pela Universidade do Estado de Nova Jersey (EUA), e, entre 2004 e 2009, realizou pós-doutorado na Universidade Pierre e Marie Curie e no Laboratório Nacional de Argonne (EUA).

Hoje é docente da Universidade Cruzeiro do Sul e pesquisador visitante do Instituto de Física Teórica da Universidade Estadual Paulista “Júlio de Mesquita Filho” (UNESP/São Paulo), atuando com Cromodinâmica Quântica (QCD, na sigla em inglês), a partir da interseção entre as físicas hadrônica e de partículas.

Assessoria de Comunicação – IFSC/USP

20 de abril de 2017

Uma forma diferente de abordar ciência com os mais novos

Mais do que transmitir conceitos acadêmicos ou científicos na busca de mentes brilhantes, o propósito de muito professores é despertar nos jovens a curiosidade por aquilo que, por vezes, está bem na sua frente, fazendo parte de sua vida cotidiana. Como funciona um secador de cabelo, ou um controle remoto de TV, ou mesmo um micro-ondas, um forno elétrico, um celular ou mesmo uma televisão. Pegue um desses equipamentos e peça para um jovem desmontá-lo todo e tentar montá-lo de novo, na tentativa de que ele entenda como funciona cada peça, cada circuito, como tudo isso faz parte de uma engrenagem lógica, mas simples. Você vai ficar surpreso com o entusiasmo que certamente esse jovem irá sentir, na tentativa de descobrir mais… Cada vez mais. Esse será, em suma, um dos segredos encerrados na alma mater de um pesquisador no início de sua trajetória ao serviço da ciência.

logoyoutubeofciencia-300Este é o desafio proposto pelo docente e pesquisador do IFSC/USP, Prof. Luiz Antônio de Oliveira Nunes, ao criar o Canal Oficiência, um projeto verdadeiramente inédito na forma e conteúdo, dedicado exclusivamente a alunos que frequentam os Ensinos Fundamental e Médio, bem como os de Licenciatura em Ciências, nas áreas de Física ou Química.

O Canal Oficiência, alocado no Youtube, congrega já uma quantidade apreciável de vídeos com a duração aproximada de 20 minutos cada um, realizados pelo Prof. Luiz Antônio, tendo como destaque situar o jovem espectador no tempo, com um forte apelo ao conteúdo histórico, ou seja, aos primórdios da criação e construção de inúmeros aparelhos, equipamentos e objetos, que vão desde a vulgar panela de pressão ao gerador eletrostático, passando pelo controle remoto, pela lanterna de bolso, etc.. São demonstrações incríveis que tendem a levar os jovens a se interessar pelos conceitos científicos, sem se aperceberem disso, mas incutindo-lhes a tal “curiosidade”. Muito pouca conversa e muita, mas muita experimentação e prática, ou seja, mão na massa.

O Canal Oficiência utiliza o método aplicado pela Comunidade Arduíno, uma plataforma dedicada aos mais variados tipos de experimentos, desenvolvida por italianos e que tem alcançado grande êxito, tendo servido, inclusive, para que as pessoas montem seus próprios negócios. Por outro lado o novo canal também explica o passo a passo para resolver questões colocadas no ENEM relacionadas com Física e outras disciplinas, só que essa explicação não é teórica, mas sim prática, com o Prof. Luiz Antônio a prover aos alunos, todas as explicações e “segredos” na prática, com um vocabulário simples de entender, transmitindo em simultâneo o caminho que se percorreu até chegar a um invento: um canal de pura experimentação, de mãos na massa, cuja intenção não é substituir as aulas dos professores, mas sim complementá-las ao máximo para que o aluno entenda, de fato, como funcionam as coisas. “Aproveitei a minha licença sabática, desisti de ir para o exterior e dediquei-me de corpo e alma a este projeto.

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O canal foi inaugurado no início do mês de abril e já conta com 14 vídeos, sendo meu propósito chegar ao final do ano com 300 vídeos publicados”, explica o Prof. Luiz Antônio, acrescentando que aproveitou a infraestrutura do CEPOF – Grupo de Óptica do IFSC/USP e que tentou estender o projeto além da necessidade do estudante. “De fato, até os professores podem ser altamente beneficiados assistindo a estes vídeos, já que ele pode utilizá-los como prólogos de suas aulas, dependendo da temática que queira abordar com os jovens”.

Outro grande objetivo do Canal Oficiência é criar uma comunidade formada por pessoas criativas, motivadas e plenamente focadas em gerar mais empregos com mão de obra altamente especializada que poderá vir dos jovens que mostrarem suas habilidades e interesse.

Uma equipe de alta qualidade por trás da produção

Claro que para nascer e florescer um projeto com esta envergadura e comprometimento tem que existir uma equipe técnica de audiovisual de primeira qualidade, na circunstância a “PROVE”, que se encontra ao serviço do Grupo de Óptica do IFSC/USP, constituída por Brás Muniz, Anderson Muniz e Marcelo Firmino, que, de forma solidária, luiz_ant375deram e continuarão a dar um apoio extraordinário para um trabalho acadêmico inédito, especialmente dedicado aos mais jovens.

O Prof. Luiz Antônio cogita no futuro procurar alguns apoios e patrocínios institucionais para que o Canal Oficiência atinja uma maior complexidade temática, sem perder sua singularidade comunicativa de base, prevendo-se também a inclusão de vídeos de outros autores e de instituições que desejem aderir ao projeto.

Para acessar o Canal Oficiência, clique AQUI.

Para contatar o Prof. Luiz Antônio de Oliveira Nunes, envie um email para oficienciasc@gmail.com

Vale a pena conferir!!

Assessoria de Comunicação – IFSC/USP

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