Notícias Destaque

2 de dezembro de 2021

Eleita a nova diretoria do Instituto de Física de São Carlos (IFSC/USP)

Em eleições realizadas em primeiro turno no dia 1º de dezembro, foi eleita a nova diretoria do IFSC/USP, correspondendo à gestão 2022/2026.

Concorreram a este pleito duas chapas, a saber:

Chapa-1 – Prof. Osvaldo Novais de Oliveira Junior (Diretor) e Profª Ana Paula Ullian de Araújo (Vice-Diretora);

Chapa-2 – Prof. José Carlos Egues de Menezes (Diretor) e Prof. Hellmut Eckert (Vice-Diretor).

Os resultados do pleito deram a vitória à Chapa-1, através dos seguintes números:

 

Participantes habilitados – 57

Participantes votantes – 55

Chapa-1 – 39 votos

Chapa-2 – 14 votos

Votos nulos – 2

Votos brancos – 0

A Comissão Eleitoral foi constituída pelos Profs. Adriano Defini Andricopulo (Presidente), Euclydes Marega Junior e Paulo Barbeitas Miranda.

A nomeação para o exercício da nova diretoria constituída pelos Profs. Osvaldo Novais de Oliveira Junior e Ana Paula Ullian de Araújo  acontecerá a partir da segunda quinzena de fevereiro de 2022, substituindo os atuais Diretor e Vice-Diretor do IFSC/USP, na circunstância, os Profs. Vanderlei Salvador Bagnato e Igor Polikarpov.

Assessoria de Comunicação – IFSC/USP

2 de dezembro de 2021

Prof. Adriano Andricopulo (IFSC/USP) é eleito Membro Titular da Academia Brasileira de Ciências (ABC)

O docente e pesquisador do IFSC/USP, Prof. Adriano Defini Andricopulo, foi eleito hoje, dia 02 de dezembro, Membro Titular da Academia Brasileira de Ciências (ABC) na área de Ciências Químicas.

Todos os eleitos irão tomar posse no dia 1o de janeiro, sendo que os membros titulares e correspondentes receberão seus diplomas em maio de 2022, durante a Reunião Magna da ABC.

A comunidade do IFSC/USP sente-se extremamente feliz e orgulhosa por ver um de seus mais valorosos cientistas integrar a Academia Brasileira de Ciências.

 

 

 

Assessoria de Comunicação – IFSC/USP

2 de dezembro de 2021

Ora, direis, ouvir estrelas! (Parte-2)

 Figura 8 – Buraco negro supermassivo localizado no centro da galáxia Messier 87, feita pelo telescópio Event Horizon em 2019. Observação feita no comprimento de micro-ondas de 1,3 mm. A massa do buraco negro foi estimada em 6,5 bilhões de vezes maior do que a massa do Sol. Fonte: ref. 12

Por: Prof. Roberto N. Onody *

Para estrelas nascidas com massas maiores do que 25 vezes a massa do Sol, também haverá uma explosão de supernova, só que, desta vez, mais catastrófica ainda – dando origem a um buraco negro!

A estrela mais massiva encontrada (até agora) tem cerca de 265 vezes a massa solar, é a R136a1 e está numa galáxia satélite da Via – Láctea, a Grande Nuvem de Magalhães (há cerca de 163.000 anos-luz da Terra). A estrela com maior dimensão, é a hiper gigante UY-Scuti, cujo raio é 1.700 vezes maior que o do Sol (está localizada na Via-Láctea, há cerca de 9.500 anos-luz da Terra).

Em 1915, Albert Einstein propôs a sua disruptiva e revolucionária, Teoria da Relatividade Geral. Nela, se estabelece a relação existente entre a matéria e a curvatura do espaço-tempo. Em 1916, Karl Schwarzschild encontrou uma solução da equação de Einstein que previa a existência de um buraco negro, isto é, o surgimento, após a explosão da supernova, de uma singularidade, de uma fronteira chamada horizonte de eventos. Definida pelo raio de Schwarzschild (que é linearmente proporcional à massa do buraco negro), de onde nada, nem mesmo a luz, consegue escapar do seu interior!

A equação da Relatividade Geral tem, no seu primeiro membro, tudo que está relacionado à geometria do espaço-tempo e, no segundo membro, tudo relacionado à massa e energia. O físico J. Wheeler uma vez disse: “O espaço-tempo diz à matéria como se movimentar; a matéria diz ao espaço-tempo como se curvar”! 

Para solucionar a equação de Einstein é necessário pressupor uma geometria e uma estrutura causal do espaço-tempo (uma métrica) e uma densidade e fluxo de energia e momento distribuída pelo espaço-tempo (o tensor de momento-energia). Por esse motivo, as soluções obtidas dependem de como o cientista acredita que seja o universo. A solução mais geral da Relatividade Geral de um buraco negro estacionário com rotação e carga elétrica utiliza a métrica de Kerr-Newman.

Figura 6 – Na parte superior da figura, a dança da rotação dos 2 buracos negros caminhando para a colisão e a formação de um único buraco negro (veja vídeo3). Observe a escala do tempo – de 0,25 segundos até 0,45 segundos. Na parte intermediária, a frequência da onda gravitacional aumenta de 35 a 250 Hertz (ciclos por segundo) e a variação relativa do comprimento nos braços do interferômetro (10 -21). Na parte inferior, temos (em verde) a velocidade do buraco variando de 32% a 58% (no colapso) da velocidade da luz; em violeta, a distância (medida em unidades do raio de Schwarzschild RS) entre os 2 buracos negros como função do tempo. Para esses buracos negros de, aproximadamente, 30 massas solares, RS ~ 89 km. O evento foi catalogado como GW150914. (Fonte: ref. 2)

Para obter um universo estático, Einstein acrescentou, em 1917, a constante cosmológica na equação da Relatividade Geral. Depois de Hubble ter observado que o nosso universo estava em expansão, Einstein retirou a constante cosmológica (em 1931). Nos dias de hoje, a constante foi reintegrada, seja para tentar explicar a energia escura ou incorporar a energia de flutuação do vácuo, como prevista pela mecânica quântica.

Dentro dessa linha, está em discussão a possibilidade de evaporação do buraco negro por radiação Hawking. Como afirmou Paul Crowther numa entrevista: “Ao contrário dos seres humanos, um buraco negro nasce pesado e perde peso à medida que envelhece”!  (atenção – esta afirmação só vale para um buraco negro isolado). Porém, o ritmo previsto de perda de massa do buraco negro por radiação Hawking é muito pequeno e lento. Como quanto maior a temperatura maior é a radiação térmica e como a temperatura da radiação Hawking é inversamente proporcional à massa, a busca experimental pela radiação Hawking tem sido feita junto com a busca por micro buracos negros.

Do ponto de vista de radiação eletromagnética, um buraco negro pode ser considerado um corpo negro perfeito, pois absorve toda e qualquer luz incidente. Mas, é mais que isso, pois engole matéria e estrelas e engorda. O gás, pouco antes de cruzar o horizonte de eventos, está superaquecido e emite raios-x. É observando essa emissão que sabemos da presença do buraco negro.

As ondas gravitacionais são ondulações que deformam o espaço-tempo e são causadas pela aceleração de corpos celestes extremamente massivos como buracos negros e estrelas de nêutrons. Muito embora previstas (teoricamente) na Teoria da Relatividade Geral, a sua confirmação experimental só veio depois da construção de gigantescos e precisos laboratórios de interferometria. Aqui, eu me refiro ao LIGO (Laser Interferometer Gravitational-wave Observatory). São 2 observatórios sincronizados e separados por uma distância de 3.000 quilômetros (um em Livingston e outro em Hanford). Os interferômetros têm forma de um L com 4 km de comprimento cada braço. O sistema é capaz de medir uma variação, no comprimento desses braços (de laser), de uma parte em 1021. Isso é o equivalente, a ser capaz de medir comprimentos com uma precisão do diâmetro de um próton!

Em 2015 2, eles conseguiram um feito extraordinário – detectar ondas gravitacionais geradas pela colisão (seguida pela fusão) de 2 buracos negros com cerca de 30 massas solares. Essa colisão cataclísmica ocorreu a uma distância de 1,2 bilhões de anos-luz da Terra!

Quando dois buracos negros formam um sistema binário, eles giram em torno do centro de massa e se aproximam (gravitacionalmente) cada vez mais um do outro, de maneira irreversível. Os buracos estão acelerados e devem, portanto, gerar ondas gravitacionais. Quanto maior a frequência de rotação, maior será a frequência e a intensidade da onda gravitacional gerada, até a fusão final, quando então, se forma um único buraco negro (veja vídeo3).

Os resultados obtidos na ref.2 (que tem mais de 1000 coautores!) está mostrado na Figura 6. Em apenas dois décimos de segundo, a frequência medida da onda gravitacional variou de 35 a 250 Hz! Estas frequências se encontram na banda audível do ouvido humano. Claro, ondas gravitacionais, que se propagam à velocidade da luz (veja mais adiante) não são ondas sonoras. Mas, da mesma forma que ouvimos sons no nosso rádio pela conversão de onda eletromagnética (que também viaja à velocidade da luz), podemos ouvir 4 os sons das ondas gravitacionais produzidas pela colisão das que já foram, outrora, estrelas. Ora, direis, ouvir estrelas!

A comprovação e a medição das ondas gravitacionais deram a seus três principais idealizadores o Prêmio Nobel de Física de 2017. Hoje, a busca pela detecção de ondas gravitacionais, adquiriu um formato internacional com a participação dos interferômetros LIGO 5 (E.U.A.), Virgo6 (Itália) e KAGRA7 (Japão). É um esforço gigantesco de colaboração cientifica envolvendo vários milhares de cientistas do mundo todo.

Também foram detectadas ondas gravitacionais produzidas pela coalescência de um sistema binário buraco negro – estrela de nêutron, mas  (até agora) nenhum evento dessa natureza foi localizado na Via-Láctea. O resultado é um buraco negro maior 8. Nenhuma onda eletromagnética foi detectada no processo, nem tampouco, as esperadas ondas de maré que deformariam a estrela de nêutron antes da coalescência. Por algum motivo, ainda desconhecido, as colisões de pares de buracos negros e de pares de estrelas de nêutron, são muito mais comuns que a colisão de um buraco negro com uma estrela de nêutron. Com poucos eventos, os astrônomos estão torcendo para encontrar uma colisão de um buraco negro com uma estrela de nêutron com forte rotação, ou seja, um par buraco negro-pulsar.

Vejamos agora o que acontece na colisão de um par de estrelas de nêutrons. Em 2017 9, cientistas dos observatórios de LIGO e Virgo, observaram, pela primeira vez, ondas gravitacionais produzidas pela colisão de duas estrelas de nêutrons.  As estrelas de nêutrons tinham massas 0,86 e 2,26 vezes a massa solar e estavam há cerca de 130 milhões de anos-luz da Terra (na galáxia NGC4993).

Mas, menos de dois segundos depois da onda gravitacional ser detectada, o telescópio espacial Fermi observou, vindo do mesmo local no céu, um breve e brilhante flash de raios-gama – era a quilonova!

Figura 7 – Imagem de uma quilonova, feita em 2017, um dia depois da explosão, pelo telescópio espacial Swift no comprimento ultravioleta. (Fonte: NASA)

Menos brilhante que a supernova, mas milhares de vezes mais brilhante que uma nova, a quilonova é explosão resultante da colisão de duas estrelas de nêutrons. Acredita-se, que cerca de um terço de toda a comunidade mundial de astrônomos assestaram seus telescópios para o local, analisando esse evento em todos os comprimentos de ondas eletromagnéticas (Figura 7). Pela primeira vez, era possível estudar a espetacular colisão de estrelas de nêutrons, através de ondas gravitacionais e ondas eletromagnéticas! Nascia a astrofísica com múltiplos mensageiros.

Estima-se que ocorra uma quilonova a cada cem mil anos por galáxia. Evento raro, mas, essencial. Quando se analisa os elementos químicos produzidos em explosões de supernovas, percebe-se que a tabela periódica fica incompleta. As quilonovas são as fábricas que forjam os preciosos metais ouro, prata e platina. Pela análise espectral, feita após a explosão (nos fragmentos da explosão, veja vídeo10), foi descoberto que ela havia gerado centenas de planetas Terra inteiros feitos de sólido e puro ouro, prata etc.  Embora uma quilonova seja muito mais rara que uma supernova, ela é muito mais eficiente na fabricação desses elementos.

Por último, mas não menos importante, como a diferença entre o sinal da onda gravitacional e os raios-gama foi de apenas 1,7 segundo, (depois de ambos terem percorrido a distância de 130 milhões de anos-luz), o evento foi a comprovação experimental de que as ondas gravitacionais viajam, de fato, à velocidade da luz.

Há muitos anos sabe-se da existência de buracos negros supermassivos. Enquanto um buraco negro, de origem estelar, tem massa de cerca de 3 a 300 vezes a massa do Sol, um buraco negro supermassivo tem massa correspondente a milhões ou bilhões de vezes a massa solar. Esses buracos negros supermassivos estão localizados no centro das galáxias. O buraco negro supermassivo da nossa Via-Láctea tem massa estimada em 4 milhões de massas solares. O maior encontrado, até agora, é um monstro com massa equivalente a 66 bilhões de massas solares, denominado TON618.

O TON618 é um quasar. Descobertos na década de 1960, a palavra quasar significa “quasi-stellar radio source”, mas, de estrela mesmo um quasar não tem nada. Quasares são galáxias muito jovens que têm no seu centro buracos negros supermassivos e extremamente ativos. Já foram detectados milhões de quasares. O mais próximo (até agora) é o Markarian 231, que está a uma distância de 581 milhões de anos-luz da Terra. O mais distante (até agora) é o PSO J172 que está há pouco mais de 13 bilhões de anos-luz da Terra – vemos hoje, como ele era quando o universo era uma criança com 700 milhões de anos de idade.

Os buracos negros supermassivos nos quasares se alimentam vorazmente de tudo que os rodeia: poeira, gás e estrelas. Apenas uma minoria11 dos quasares emitem jatos poderosos (em direções opostas) de ondas de rádio, gás e de intenso raios-x ao longo do seu eixo de rotação. Alguns jatos chegam a medir milhões de anos-luz de comprimento!

Os astrônomos cedo descobriram uma lacuna ou quase ausência de buracos negros intermediários (com massa entre os de origem estelar e os supermassivos). Uma explicação possível está relacionada à própria formação de buracos negros supermassivos nos centros das galáxias. Quando uma galáxia é jovem e está em formação, a quantidade de gases, estrelas, supernovas é tamanha que buracos negros se alimentam e crescem aproveitando todo o material à sua volta (incluindo aí, o canibalismo). Essa é uma hipótese da formação e origem dos buracos negros supermassivos. Se o processo for suficientemente rápido, seria pouco provável observar buracos negros intermediários.

Não poderia deixar de mencionar aqui, a primeira imagem direta de um buraco negro supermassivo, feita em 2019, pela equipe12 internacional que operava o telescópio Event Horizon (Figura 8). Esse buraco se encontra no centro da galáxia Messier 87. Ela é uma galáxia elíptica supergigante, tem trilhões de estrelas, fica na direção da constelação de Virgem, a uma distância de aproximadamente, 53 milhões da anos-luz da Terra. O impacto dessa façanha foi enorme, com incrível repercussão mundial.

E, finalmente, algumas palavras sobre a hipótese dos buracos negros primordiais. Eles teriam se formado no primeiro segundo do universo, logo após o Big-Bang. Portanto, muito antes da existência de qualquer estrela e consequentemente, não teriam origem no colapso gravitacional estelar. Sua formação é atribuída a efeitos quânticos de flutuação da densidade do universo. De composição não bariônica, os buracos negros primordiais têm atraído físicos teóricos pela possibilidade de serem a tão procurada matéria escura. Até o momento, não houve nenhuma comprovação experimental da sua existência.

A Astronomia é uma ciência com forte apelo popular, uma paixão de todo ser humano. O interesse por ela está presente desde as civilizações mais antigas. Nesta última década, testemunhamos avanços inacreditáveis nas observações astronômicas. Seus resultados, instigam nossa imaginação tentando entender onde estamos – o que é o nosso universo?

Ora (direis) ouvir estrelas! Certo
Perdeste o senso!” E eu vos direi, no entanto,
Que, para ouvi-las, muita vez desperto
E abro as janelas, pálido de espanto…

E conversamos toda a noite, enquanto
A Via-Láctea, como um pálio aberto,
Cintila. E, ao vir do sol, saudoso e em pranto,
Inda as procuro pelo céu deserto.

Direis agora: “Tresloucado amigo!
Que conversas com elas? Que sentido
Tem o que dizem, quando estão contigo?”

E eu vos direi: “Amai para entendê-las!
Pois só quem ama pode ter ouvido
Capaz de ouvir e de entender estrelas.

Olavo Bilac, soneto que se encontra no livro “Poesias”, publicado em 1888.

*Físico, Professor Sênior do IFSC – USP

e-mail: onody@ifsc.usp.br

(Agradecimento: ao Sr. Rui Sintra da Assessoria de Comunicação)

Referências:

2 B. P. Abbot et al. Phys. Rev. Lett. 116, 061102 (2016)

https://doi.org/10.1103/PhysRevLett.116.061102

3 https://youtu.be/1DmCkeK_YU4

4 https://youtu.be/QyDcTbR-kEA

5 https://www.ligo.org/

6 https://www.virgo-gw.eu/

7 https://gwcenter.icrr.u-tokyo.ac.jp/en/

8 R. Abbott et alApJL 915 L5 2021

https://iopscience.iop.org/article/10.3847/2041-8213/ac082e\

9 B. P. Abbott et al. Phys. Rev. Lett. 119, 161101 – 2017

https://doi.org/10.1103/PhysRevLett.119.161101

10 https://youtu.be/-iaviqwMfJ0

11 https://chandra.harvard.edu/blog/node/772 (2020)

12 K. Akyiama et al. The Event Horizon Telescope Collaboration et al 2019 ApJL 875 L1

https://doi.org/10.3847/2041-8213/ab0ec7

Assessoria de Comunicação – IFSC/USP

30 de novembro de 2021

IFSC/USP: Vagas para bolsistas nas áreas de Fisioterapia e Odontologia

O Instituto de Física de São Carlos (IFSC/USP) está com diversas vagas abertas para bolsistas nas áreas de Fisioterapia e Odontologia, para desenvolverem atividades em Saúde e Inovação.

Os interessados deverão ser recém-formados nas áreas de interesse, ou cursando o último ano de graduação.

Os candidatos deverão enviar seus curriculos até dia 06 de dezembro do corrente ano para o email antonioaquino@ifsc.usp.br

 

 

Assessoria de Comunicação – IFSC/USP

28 de novembro de 2021

Pesquisa IFSC/USP: Como as proteínas da via de selenocisteína interagem entre si

Pesquisa do IFSC/USP esclarece o funcionamento de uma via metabólica que abre novas questões

Um importante trabalho científico desenvolvido por pesquisadores do Grupo de Biofísica e Biologia Estrutural “Sérgio Mascarenhas” – IFSC/USP – foi capa da prestigiada revista científica “Journal of Molecular Biology”.

Este complexo estudo desenvolvido por vários autores, entre os quais os pesquisadores do IFSC/USP Vitor Hugo Balasco Serrão e Jessica  Fernandes Scortecci, orientados pelo Prof. Otavio Thiemann, como parte integrante de seus doutorados, envolveu diferentes técnicas biofísicas que tiveram o objetivo de analisar de que forma as proteínas da via de selenocisteína interagem entre si.

Para o Prof. Otavio Thiermann, “Esta é uma pesquisa que esclarece o funcionamento de uma via metabólica que abre novas questões, e só foi possível graças à interação entre diversos pesquisadores em diferentes laboratórios”.

A via de selenocisteína é a via de síntese do 21º aminoácido, incorporando selênio num aminoácido chamado selenocisteína

Prof. Otavio Thiemann

dentro de algumas proteínas, algo que acontece em seres humanos, em bactérias e protozoários parasitas, entre outros, sendo bastante distribuído na natureza.

Neste trabalho, os pesquisadores demonstraram a sequência inteira de interações entre as proteínas para levar a síntese da selenocisteína e a incorporação dela dentro de uma proteína.

A importância desse fato, além de mostrar essa imagem inteira, também vem do fato de que alguns intermediários da reação de síntese de selenocisteína são muito tóxicos para as células.

Dessa forma, os pesquisadores mostraram que durante a síntese esses intermediários ficam ligados às proteínas, não causando, por isso, toxicidade e consequente morte das células.  Estes resultados, obtidos em bactérias Escherichia coli, podem ser extrapolados a todos os organismos que possuem a via de síntese de selenocisteínas, inclusive humanos. Os pesquisadores estão firmemente convencidos que fenômenos semelhantes também ocorrem em outras vias metabólicas onde intermediários de reação apresentam toxicidade a célula.

Resumidamente, este trabalho mostra como a via funciona, quais são as interações por diferentes técnicas biofísicas que se complementam e não se contradizem, mostrando, igualmente, que intermediários tóxicos numa via metabólica, permanece ligado, sequestrado pelas proteínas ou pelos complexos proteicos até o fim da síntese. O fato do componente tóxico não ser liberado no metabolismo traduz-se em uma questão geral de vários organismos que existem na bioquímica.

Para acessar a publicação, clique AQUI.

Rui Sintra – Assessoria de Comunicação – IFSC/USP

28 de novembro de 2021

Alunos do IFSC/USP na “Etapa Internacional” do Simpósio Internacional de Iniciação Científica e Tecnológica da USP (SIICUSP)

Após terem apresentado seus projetos a uma comissão avaliadora, oito estudantes do IFSC/USP foram indicados para a segunda etapa da 29ª edição do Simpósio Internacional de Iniciação Científica e Tecnológica da USP (SIICUSP), um evento cuja primeira fase ocorreu, de forma remota, entre os dias 15 de setembro e 29 de outubro do corrente ano. Agora, os oito jovens abaixo indicados participarão da denominada “Etapa Internacional”, que se inicia no dia 29 de novembro, concluindo-se no dia 02 de dezembro, onde irão reapresentar seus trabalhos finais, a saber:

Amebas de Vida Livre: elaboração da ferramenta de visualização PVT e identificação de Naegleria spp. e Acanthamoeba spp. no Rio Monjolinho em São Carlos – SP – Matheus Issa (Área de Ciências Biológicas);

Vibrational spectroscopy of cell membrane models by sum-frequency generation (SFG spectroscopy) – Bruna Borges Freri (Ciências Exatas e da Terra);

Development of rgb led system for lensless holographic microscope Cesar Yudi Kuramoto (Ciências Exatas e da Terra);

Diffusion-weighted magnetic resonance imaging: an approach using Langevin equation – Felipe Pereira Alves (Ciências Exatas e da Terra);

On the durability and stability for nanoporous gold biosensors for application to dopamine detection – Henrique Meisegeier Larine (Ciências Exatas e da Terra);

Synthesis and characterization of Graphene obtained by irradiation of a polymeric materials by a CO2 laser – Pedro de Almeida Silva (Ciências Exatas e da Terra);

The pain paradox: Self-harm in the perspective of the modern science – Yara Torres de Souza (Humanas);

Effects of gemcitabine and paclitaxel delivery by cell membrane-derived nanoparticles on pancreatic cancer cells
and monocytes – João Victor Brandão Quitiba (Engenharias);

O SIICUSP tem o objetivo de divulgar os resultados dos projetos de iniciação à pesquisa científica e tecnológica realizados por alunos de graduação da USP, bem como de outras instituições nacionais e internacionais. Visa, também, contribuir para o desenvolvimento de competências necessárias à pesquisa acadêmica, promovendo a oportunidade de interação entre pesquisadores de todos os níveis e áreas, e fomentando a colaboração e a pesquisa multidisciplinar na Universidade.

Desde 2014, o SIICUSP é composto de duas fases. Na primeira, cada Unidade (ou grupo de Unidades) organiza seu próprio evento, com trabalhos de sua área específica. Os estudantes apresentam seus projetos para uma comissão avaliadora, que indica os que forem melhor avaliados para a segunda fase, denominada “Etapa internacional”.

Nesta fase, os estudantes selecionados têm a oportunidade de apresentar novamente seus trabalhos, em evento remoto com participação de todas as áreas do conhecimento. A programação do evento é aberta a todos os estudantes, docentes, pesquisadores e público geral interessado. Estudantes de universidades estrangeiras também participam, apresentando seus projetos, selecionados por comitês de sua instituição.

A abertura da “Etapa Internacional realiza-se às 17h00 do dia 29 de novembro, com a mesa redonda intitulada “Desafios para a Ciência e a Tecnologia no Brasil” , contando-se com as participações do Pró-Reitor de Pesquisa da USP, Prof. Sylvio Canuto, da Diretora de Cooperação Institucional do CNPq, Profª Zaíra Turchi, e da Presidente da Academia de Ciências do Estado de São Paulo, Profª Vanderlan Bolzani.

Assessoria de Comunicação – IFSC/USP

28 de novembro de 2021

Dia 03 de dezembro: Homenagem em memória do Prof. Dr. Ricardo De Marco (IFSC/USP)

O IFSC/USP, através de seu Departamento de Física e Ciência Interdisciplinar (FCI) – Grupo de Biofísica e Biologia Estrutural “Sérgio Mascarenhas” -, realiza no próximo dia 03 de dezembro, às 14h00, uma Homenagem em memória de seu docente e pesquisador, Prof. Ricardo De Marco, falecido no início deste ano, vítima de acidente.

A singela Homenagem compreenderá o plantio de um ipê-branco na lateral esquerda do prédio do IFSC/USP localizado na Área-2 do Campus USP de São Carlos, simbolizando a Eterna lembrança da imagem de nosso docente e pesquisador.

 

 

 

 

Assessoria de Comunicação – IFSC/USP

25 de novembro de 2021

Coordenadora-Geral de Popularização da Ciência, Tecnologia e Inovações (MCTI) visita IFSC/USP

Prof. Sebastião Pratavieira exemplifica um dos kits para a visitante

A Coordenadora-Geral de Popularização da Ciência, Tecnologia e Inovações (MCTI), Profª Drª Silvana Copceski, visitou o Instituto de Física de São Carlos (IFSC/USP) no dia 18 do corrente ano, onde se inteirou de projetos importantes já implementados há alguns anos e que têm sido um sucesso na cidade de São Carlos e região, nomeadamente nas áreas de Ciência e Tecnologia, especialmente dedicados aos alunos dos ensinos fundamental e médio.

Os esforços desenvolvidos pelo Centro de Pesquisas em Óptica e Fotônica (CEPOF), um CEPID da FAPESP alocado no IFSC/USP, e onde se encontram agregados inúmeros professores, pesquisadores e técnicos do Instituto, surgiram há cerca de seis anos quando foi constatado que nosso país se encontrava bastante mal colocado na área do ensino de ciências em nível do ensino médio, quando comparado com seus pares no resto do mundo. De fato, notava-se nessa época – e ainda hoje isso é uma realidade -, a escassez de oportunidades e de meios que os jovens estudantes dos ensinos fundamental e médio tinham para acessar laboratórios experimentais e poder manipular objetos reais que faziam parte de seus estudos, aprimorando, assim, seus conhecimentos teóricos. E essas curiosidades não surgem apenas em idade escolar, sendo que são uma realidade mesmo em crianças em idade pré-escolar.

Profs. Sebastião Pratavieira e Wilma Barrionuevo demonstram as particularidades de um dos kits educativos

Foi a partir daí que um grupo de pesquisadores oriundos da Universidade de São Paulo (USP), Universidade de Campinas (UNICAMP) e Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ), decidiram lançar um projeto inovador com a criação de kits científicos dedicados ao ensino médio de ciências, estimulando a curiosidade inata dos jovens alunos, usando recursos individuais para experimentação e gerando pequenos laboratórios caseiros, onde, além de professores, também familiares e amigos pudessem interagir. Desta forma, os kits intitulados “Aventuras na Ciência” apareceram como uma forma de complementar de forma experimental os temas tratados pelos professores em sala de aula, criando uma outra dinâmica e entusiasmando os jovens nas áreas de Física, Química, Biologia, Geologia, Geofísica, Astronomia, Robótica e Matemática. Cada kit vem acompanhado de um folheto que descreve os resultados nele contidos e conta um pouco da história dos cientistas que os descobriram, incluindo, ainda, um manual de instruções sobre como realizar os experimentos propostos e diversas perguntas sobre os resultados.

Graças a esses kits, foram implementados e desenvolvidos na região da cidade de São Carlos (sete municípios), a partir de 2016, os “Clubes de Ciências” nas escolas, graças a uma importante parceria estabelecida entre o CEPOF-IFSC/USP, através do Prof. Vanderlei Salvador Bagnato – com o apoio da FAPESP -, o Instituto Nacional de Ciência e Tecnologia INCT de Óptica Básica e Aplicada às Ciências da Vida – financiado pelo CNPq –  e a Diretoria de Ensino da Região de São Carlos, na pessoa de sua Dirigente Regional de Ensino da Diretoria de Ensino, Profª Debora Gonzalez.

Os temas desenvolvidos pelos “Clubes de Ciências” envolvem a resolução experimental de problemas da sociedade. Durante o ano, os estudantes e seus professores propõem, e demonstram na prática, soluções sustentáveis para melhorias em áreas diversas, como saúde, ensino, alimentação, acessibilidade, trânsito, meio ambiente e equidade social, dentre outros fatores que considerarem relevantes.

Alunos da “Escola Estadual Prof. Sebastião de Oliveira Rocha” gravam vídeo para Ministro Marcos Pontes

Ao final, os experimentos desenvolvidos são exibidos em uma Feira de Ciências, ou outras iniciativas similares,  que podem ser realizadas a nível de escola ou a níveis municipal, regional e em mostras nacionais, preferencialmente durante a “Semana Nacional de Ciência e Tecnologia”.

A Coordenadora-Geral de Popularização da Ciência, Tecnologia e Inovações (MCTI) foi acompanhada, em sua visita, pelos professores Euclydes Marega Junior,  Sebastião Pratavieira (IFSC/USP) e Wilma Barrionuevo (CEPOF), e pela Diretora Presidente da empresa “EDUCar”, Miriam Barbosa, responsável pela construção dos kits educativos.

Em sua estada no Instituto, a Profª Drª Silvana Copceski, visitou o Laboratório de Ensino do IFSC/USP, onde foram mostrados e explicados os kits educativos, os estúdios do Canal 10 da NET – CANAL USP (PROVE), onde são gravados vídeos educativos, e visitou a “Escola Estadual Prof. Sebastião de Oliveira Rocha”, onde a representante do MCTI teve a oportunidade de conversar com alunos e professores e conferir os trabalhos já executados, e com a Dirigente Regional de Ensino, da Diretoria de Ensino, Profª Débora Gonzalez Costa Blanco. Na oportunidade, os alunos pertencentes ao “Clube de Ciências” da escola mostraram seus trabalhos e confraternizaram com a visitante, tendo gravado um pequeno vídeo pedindo ao Ministro Marcos Pontes que visitasse seu estabelecimento de ensino para observar de perto os projetos.

No final, a Profª Drª Silvana Copcesk fez uma balanço de sua visita em entrevista à Assessoria de Comunicação do IFSC/USP, que poderá ser acessada clicando na imagem abaixo.

Rui Sintra – Assessoria de Comunicação – IFSC/USP

25 de novembro de 2021

IFSC/USP no “I Congresso USP de Cultura e Extensão”

Iniciou-se hoje (25/11) o “I Congresso USP de Cultura e Extensão”, um evento, online que oferece palestras e apresentações de trabalhos desenvolvidos por docentes, discentes e servidores técnico-administrativos da USP, em uma grande oportunidade para que toda a comunidade amplie seus conhecimentos e experiências sobre o que é fazer cultura e extensão universitária.

O Congresso propõe-se a ser uma conexão entre a Universidade e a sociedade, permitindo o contato entre os diversos atores que fazem extensão na USP e promovendo a interação entre as áreas do conhecimento.

Confira AQUI aqui os trabalhos relativos ao IFSC/USP, presentes neste grande evento.

Assessoria de Comunicação – IFSC/USP

22 de novembro de 2021

Paciente fibromiálgica fica dois anos e meio sem dores – Resultado é considerado extraordinário no tratamento desenvolvido pelo IFSC/USP

Resultado é considerado extraordinário no tratamento desenvolvido no IFSC/USP

Iracy Inácia Santana (Tiacy) nasceu na cidade de São Paulo, em 1946, e desde os sete anos de idade que sofria com dores intensas sem saber qual o motivo. Até 1975 – ano em que por motivos profissionais se mudou para a cidade do Rio de Janeiro -, Iracy consultou todos os médicos disponíveis, fez todos os exames possíveis e imaginários, esgotou as possibilidades de diagnóstico e eventual tratamento no Hospital das Clínicas (USP). Nada! Ninguém soube detectar a causa das dores extremas que sentia vinte e quatro horas por dia desde sua infância.

O quadro manteve-se ao longo dos anos e a intolerância à medicação para aliviar as dores começou a despontar em meados de 2013: “As dores eram permanentes e extremas, quer quando eu caminhava, quer quando estivesse imóvel, sentada ou deitada. A única solução foi reduzir toda a medicação que eu estava tomando ao longo do tempo, pois comecei a ter intolerância. Aí, os médicos optaram por me medicar “Tramal” e morfina. Era como se fosse a última hipótese para aliviar as dores”, explica Iracy. Foi em 2016 que, durante uma consulta no Instituto da Dor, no Rio de Janeiro, foi finalmente diagnosticada uma doença que Iracy nunca tinha ouvido falar – Fibromialgia. A partir daí, nossa entrevistada pesquisou incessantemente tudo o que se relacionava com essa doença, mas as informações disponíveis não eram conclusivas. Foi no ano seguinte que, através de um amigo, Iracy teve conhecimento de um tratamento experimental que estava sendo feito na Santa Casa da Misericórdia de São Carlos, na Unidade de Terapia Fotodinâmica, coordenada por pesquisadores do IFSC/USP. “Eu não quis saber de mais nada e mesmo com dores quase movi céu e terra para descobrir como me candidatar para esse tratamento que era considerado inovador”, recorda Iracy, salientando que passou uma verdadeira aventura para descobrir com precisão como contatar os pesquisadores, como se candidatar ao tratamento experimental e como chegar em São Carlos, sabendo que viajaria completamente só, mas com determinação para tentar resolver um pesadelo que a perseguia há mais de sessenta anos.

Finalmente, em maio de 2019, Iracy Santana foi selecionada para o tratamento e viajou rumo a São Carlos. “Para mim, era a última tentativa para resolver meu problema. Fui muito acarinhada por todo o pessoal do IFSC/USP e da Santa Casa da Misericórdia de São Carlos. Talvez pela minha idade avançada, as equipes decidiram fazer o tratamento – 10 sessões – em uma única semana, me poupando assim de gastos elevados e de viagens internas diárias. Com surpresa e comovida, logo após a primeira sessão senti algo que nunca tinha sentido na vida – uma diminuição na dor. Na quarta sessão quase me ajoelhei, agradecendo: não sentia qualquer dor”, relata Iracy com lágrimas nos olhos.

O resultado deste tratamento fez com que Iracy Santana começasse a encarar sua vida de outra forma, com uma leveza e esperança nunca antes sentidas. Contudo, para que esse tratamento prolongasse cada vez mais sua qualidade de vida, ela teria que aprender a moderar o estresse diário e todos os aspectos psicológicos que regem a vida de qualquer um de nós. Dois anos e meio após fazer esse tratamento, Iracy passou por diversas dificuldades e vicissitudes em sua vida pessoal, o que originou o regresso de alguns incômodos dolorosos provocados pela Fibromialgia.

Em novembro deste ano (2021), Iracy regressou a São Carlos, à “Clínica MultFISIO Brasil” (parceira do IFSC/USP), para uma nova série de dez sessões. “É verdadeiramente espantoso o resultado deste tratamento, pois logo na primeira sessão o incômodo desapareceu. No fim da série de sessões, a dor sumiu exatamente como aconteceu em 2019”, sublinha nossa entrevistada.

Para o pesquisador do IFSC/USP e coordenador da “Clínica MultFISIO Brasil”, Dr. Antonio Aquino Junior, o último resultado, onde se conseguiu que um paciente fibromiálgico ficasse 300 dias sem dores foi um fato histórico, obviamente ultrapassado por este agora observado na paciente Iracy Santana. “Dois anos e meio sem qualquer tipo de dor provocada pela Fibromialgia é algo extraordinário como resultado deste tratamento. É muito tempo. De qualquer forma, devemos considerar que para conquistar este resultado, o paciente terá que fazer sua parte, ou seja, gerir muito bem sua vida pessoal, familiar e profissional, pois isso também contribui para que os processos dolorosos demorem mais tempo a aparecer. De qualquer forma, é motivo para parabenizar nossa querida Iracy Santana, dizendo para ela que continuaremos sempre ao seu dispor”.

Rui Sintra – Assessoria de Comunicação – IFSC/USP

19 de novembro de 2021

“MOVA – São Carlos” na luta contra o analfabetismo – A solidariedade e apoio do IFSC/USP

São 24 núcleos de alfabetização nas áreas rural e urbana do Município de São Carlos, estando inscritos no programa cerca de 270 pessoas jovens, adultas, idosas, pessoas em situação de rua e pessoas com deficiência, além de atender pessoas que vivem no campo e cuja a maior parte está em processo de alfabetização, pois nunca frequentaram a escola.  O projeto envolve pessoas com idade superior a 18 anos, majoritariamente mulheres, que nunca frequentaram a escola ou que deixaram de frequentar há muito tempo, por diversos fatores que afetam a vida a adulta, a maior concentração de estudantes é por mulheres em todos os núcleos.

Resumidamente, este é o objetivo e o trabalho desenvolvido pelo movimento de alfabetização de jovens e adultos de São Carlos, designado “MOVA São Carlos”, um projeto criado em 2002, sobre a regulamentação da Lei Nº12.968 de março 2002, e que desde então está tendo grande relevância para a comunidade, pois possibilita que a população que não teve acesso a leitura e a escrita possa se alfabetizar e adquirir a dimensão instrumental que é de fundamental importância para as vivências sociais.

Dados do IBGE constataram que no Brasil, no ano de 2018, havia cerca de 11,3 milhões pessoas que ainda não sabiam ler e escrever, ou se sabiam não conseguiam compreender o que estava escrito nos textos. Nessa perspectiva, o “MOVA São Carlos” vem atuando e colaborando relevantemente para a diminuição desse índice, pois possibilita investimentos na área da educação de pessoas jovens e adultas.

Profª Maria Alice Zacharias

“O MOVA São Carlos” é um projeto gratuito que surgiu a partir das experiências desenvolvidas em 1989 pelo “MOVA São Paulo” e que teve a participação da Universidade Federal de São Carlos (UFSCar) e  da Secretaria Municipal de Educação, envolvendo professores voluntários da rede municipal de ensino e da Universidade, que trabalharam juntos para desenvolver apoio e formação dos educadores e educadoras do movimento. Além disso, nessa época foi possível estabelecer uma parceria com o “Brasil Alfabetizado”, onde, a través de vários recursos, foi possível ampliar salas de aula e a formação de educadores e educandos e oferecer o curso de “Inclusão Digital” que era sistematizado, pelas professoras e professores da UFSCar e equipes estudantes da graduação e pós-graduação.

As atuações do “MOVA São Carlos”são voluntárias e gratuitas, ou seja, quem deseja estudar tem atendimento gratuito e material à disposição, como lápis, cadernos, borrachas e apontadores. “A equipe do “MOVA São Carlos” faz o trabalho de campo, ou seja, faz visitas às casas  das pessoas nos bairros e as convida  para se inscreverem no projeto, dando exemplos concretos de quem já se alfabetizou. Esse pré-contato com as pessoas é indispensável, pois a partir dele conseguimos saber quais são suas demandas e necessidades, porque nem sempre elas se sentem encorajadas a frequentar as aulas de imediato. Além disso, proporciona-nos fazer um levantamento prévio em relação ao número de pessoas que estão fora da escola em cada comunidade”, salienta a Profª Maria Alice Zacharias, alfabetizadora e coordenadora do “MOVA- São Carlos”.

Os núcleos são constituídos em espaço cedidos por apoiadores. Assim, cabe ressaltar que é importante que às pessoas tenham acesso ao conhecimento e a equipe MOVA orienta e encaminha as educandas e educandos para que deem continuidade aos estudos, pois compreendemos como é relevante a formação escolar em qualquer etapa da vida.

A solidariedade e o apoio do IFSC/USP

As ações do “MOVA São Carlos”, por serem voluntárias, contam com o apoio de inúmeros parceiros, como, por exemplo: Secretaria Municipal de Educação de São Carlos, Associação de Capacitação, Orientação e Desenvolvimento do Excepcional (ACORDE), Associação de Apoio Educacional e Social de São Carlos (APRENDER), universidades privadas, USP, UFSCar –  Grupo de Pesquisa Núcleo de Investigação e Ação Social e Educativa (NIASE), estabelecimentos comerciais, entidades religiosas, assentamentos, acampamentos rurais, centros espíritas, Serviço Social do Comércio (SESC), e particularmente do Instituto de Física de São Carlos (IFSC/USP), conforme explica a Profª Maria Alice. “O Movimento de Alfabetização de Jovens e Adultos de São Carlos (MOVA), diante do isolamento social provocado pela pandemia da COVID-19, tem procurado possíveis soluções para que os estudantes jovens e adultos, possam ter o contato com os conteúdos escolares, para além do atendimento presencial. Nesse sentido, junto com a equipe de educadoras e educadores foi cogitada a possibilidade de transmitir aulas pelo Canal 10 da Net/TV USP e pelo canal YouTube. Sabendo que o Prof. Vanderlei Salvador Bagnato sempre atua no sentido de contribuir com a sociedade, o “MOVA São Carlos” procurou-o em março deste ano para pedir sua colaboração. Prontamente, o Prof. Bagnato se dispôs a conceder o estúdio de gravação do CEPOF/USP para que fosse possível gravar aulas dedicadas às pessoas jovens e adultas em processo de alfabetização.  Em meados de maio de 2021, as aulas vêm sendo produzidas com a finalidade de proporcionar o compartilhamento dos conteúdos, abrangendo temáticas diversificadas e articuladas com a vida adulta. As aulas são gravadas por educadoras e educadores voluntários, com o apoio da equipe de produção da PROVE, que se encontra ao serviço do IFSC/USP, através dos profissionais Brás José Muniz, Anderson Muniz e Marcel Firmino”, enaltece a professora.

Além disso, a coordenação do “MOVA São Carlos”, junto com uma equipe de educadoras de apoio, vem organizando os cadernos de atividades, articulados com os conteúdos escolares, dedicados a quem não tem acesso aos canais de TV e YouTube. Mesmo com o retorno das aulas presencias, a Profª Maria Alice considera relevante manter as aulas nesses canais, tendo em vista que o isolamento social provocado pela pandemia vem impactando negativamente a vida educacional de muitas pessoas. “Ter o conteúdo escolar disponível no canal do YouTube, por exemplo, é um recurso relevante para que as pessoas possam assistir e rever  os conteúdos, se for necessário”, enfatiza a educadora.

A proposta do “Mova São Carlos” para o ano de 2022 é oferecer à comunidade cursos gratuitos de tecnologias digitais, idiomas, culinária, mecânica, artesanato e cursinho comunitário, entre outros, por meio de parcerias, e implantar o projeto “Horta Solidária”.

A sede do “MOVA São Carlos” está localizada na Av. João Dagnone, nº 7, em São Carlos

Contato – (16) 99235-2190

Facebook – https://www.facebook.com/movasaocarlos/posts/?ref=page_internal

Confira a localização do núcleos do “MOVA São Carlos” AQUI.

Assessoria de Comunicação – IFSC/USP

17 de novembro de 2021

No IFSC/USP: desenvolvido projeto de pesquisa para o tratamento da Disfunção Temporomandibular (DTM)

Um projeto apoiado pela FAPESP (CEPID-CEPOF), para tratamento de Disfunção Temporomandibular (DTM) e dor orofacial (DOF), com aplicação de Laser de baixa potência acoplado a terapia com ultrassom e terapia com vácuo, foi desenvolvido por pesquisadores do Grupo de Óptica do Instituto de Física de São Carlos (IFSC/USP), tendo sido publicados quatro artigos clínicos, sendo dois neste último mês de setembro de 2021.

A Disfunção Temporomandibular é considerada uma das dores orofaciais mais comuns, resultado de inflamação e dores que podem aparecer nos músculos da mastigação e na articulação temporomandibular (ATM) que liga a cabeça da mandíbula à base do crânIo. Normalmente, a DTM está associada a um apertamento dental noturno, usualmente conhecido como “bruxismo do sono”, podendo também surgir devido a pequenos traumatismos (pancadas) e vícios posturais, entre outras causas.

Segundo dados recentes, cerca de 45% da população brasileira apresenta sintomas relacionados com essa doença, cuja maior prevalência é em mulheres com idades entre os 20 e 50 anos de idade, sendo que 10% apresentam necessidade de tratamento.

Para o pesquisador do IFSC/USP, Vitor Hugo Panhóca, responsável por estas pesquisas, este novo tratamento, agora feito com duas metodologias inovadoras e distintas, vem na sequência de anteriores pesquisas feitas ao longo dos últimos cinco anos. “De fato, começamos a abordar esta nova metodologia de tratamento em 2015, com métodos aplicando laser e led, sendo que os estudos evoluíram para este novo tratamento feito com dois equipamentos distintos, mas cuja eficácia é semelhante – o laser de baixa potência acoplado a terapia com ultrassom ou terapia de vácuo. Estes equipamentos foram desenvolvidos pelo Laboratório de Apoio Tecnológico (LAT) do IFSC/USP sob a coordenação do Prof. Vanderlei Bagnato”.

Prof. Dr. Vitor Hugo Panhóca

O Prof. Dr. Vitor Hugo Panhóca, auxiliado pela Profª. Patricia Eriko Tamae e demais pesquisadores da equipe do Laboratório de Biofotônica, do IFSC USP, já realizaram o atendimento experimental em vários grupos de pacientes, cujos resultados demonstraram uma substancial redução de dor, a reabilitação da abertura da boca (extensão do maxilar) e, com isso, a recuperação de uma boa qualidade de vida nos pacientes portadores de DTM. Em um futuro próximo os pesquisadores irão organizar outros grupos compostos por um maior número de pacientes voluntários, no sentido de comprovar os resultados obtidos com estes procedimentos inovadores.

Contato: Dr. Vitor Hugo Panhoca:

E-mail: vhpanhoca@msn.com / WhatsApp (16) 98118-9078

Confira, abaixo, os artigos publicados sobre este assunto

– Treatment of temporomandibular disorder using synergistic laser and ultrasound application. Oral Health Dental Manag, (AQUI).

– Increased Oral Health-Related Quality of Life Postsynergistic Treatment with – Ultrasound and Photobiomodulation Therapy in Patients with Temporomandibular Disorders. Photobiomodulation, photomedicine, and laser surgery (AQUI).

 – Synergistic effect of low-level laser and vacuum therapy on the temporomandibular disorder: two cases report. Laser Physics Letters (AQUI)

– Comparison of the Synergistic Effect of Vacuum Therapy or Ultrasound Associated with Low Power Laser Applied in Temporomandibular Disorders. Oral Health Dental Manag, (AQUI)

Rui Sintra – Assessoria de Comunicação IFSC/USP

17 de novembro de 2021

Pós-doutorado no IFSC/USP com bolsa FAPESP – “Filamentos de septinas: estrutura, polimerização e atuação em patologias”

O IFSC/USP está em busca de candidatos excepcionalmente motivados e inovadores para realizar pós-doutorado (com Bolsa FAPESP), junto ao Projeto Temático “Filamentos de septinas: estrutura, polimerização e atuação em patologias”, para desenvolver  projeto usando crio-ME como principal técnica. Ainda, microscopia eletrônica por contrastação negativa, MALS e SAXS, também poderão ser utilizados na determinação do estado de oligomerização, forma e homogeneidade dos complexos de septinas.

Os candidatos devem possuir título de Doutor obtido há no máximo 7 anos e experiência em  purificação de proteínas. Experiência em Biologia Estrutural e Criomicroscopia são desejáveis, mas não é um requisito.

Esta oportunidade está aberta a candidatos de qualquer nacionalidade.

Interessados deverão enviar, até 10/12/2021, para o coordenador do projeto, Richard C. Garratt (richard@ifsc.usp.br), os seguintes documentos para inscrição:

– Carta apresentando seu interesse;

– Um CV resumido, apresentando a formação acadêmica, publicações, e informações que comprovem a sua experiência científica;

– Carta de recomendação.

(Processo FAPESP: 2020/02897-1)

Assessoria de Comunicação – IFSC/USP

15 de novembro de 2021

LEAR-IFSC/USP presente em atividade da IBM

O Laboratório de Espectroscopia de Alta Resolução por RMN (LEAR) tem feito muitos esforços para desenvolver projetos em diferentes áreas de pesquisa envolvendo colaborações com a Indústria, com destaque para Meios Porosos. Dentro dessa linha de pesquisa, duas atividades se destacam: Física Computacional e Instrumentação Avançada. Por essa razão, acabou estabelecendo parcerias com Grupos de Pesquisa da Petrobras e da IBM Research Brazil.

Como fruto dessas colaborações, o Coordenador do LEAR, Prof. Tito J. Bonagamba, estará participando do “Colóquio 2021 – Descoberta de novos materiais para um futuro sustentável”, organizado pela IBM Research Brazil e agendado para o dia 25/11/21.

Vide a programação do Colóquio no link abaixo:

https://brl-coloquio-2021.gaqe9jqf0t4.us-south.codeengine.appdomain.cloud/

Vejam também as matérias abaixo sobre atividades conjuntas das Equipes do LEAR e da IBM Research Brazil:

– How cloud computing could help store carbon dioxide in tiny rock pores – IBM Research (2021)

Estudos de Rochas Reservatório: permeabilidade ao petróleo e capacidade de armazenar CO2 – Uma parceria entre Academia e Indústria (2021)

– IBM Research Brazil announces AI technology to optimize the use of natural resources and reduce the environmental impact caused by industrial processes (Veja o vídeo e acompanhe a mensagem do Prof. Bonagamba a partir de 2m50s) (2020).

Assessoria de Comunicação – IFSC/USP

14 de novembro de 2021

“Ora, direis, ouvir estrelas!” (parte-1)

Figura 1 – A anã vermelha Proxima Centauri, a estrela mais próxima do nosso Sol, atualmente (cerca de 4,2 anos-luz). Fonte: Telescópio Hubble (NASA)

Por: Prof. Roberto N. Onody *

Após a sua formação, no interior de uma nebulosa, o destino de uma estrela dependerá essencialmente de sua massa. Quanto menor for o valor da sua massa, tanto maior será sua expectativa de vida. Outro fator que regulará o destino dessa estrela, é o seu entorno estelar. A dinâmica dos astros em nosso universo (desde o Big Bang) é controlada pelas interações (gravitacionais e de matéria e energia escura) com explosões e muitas, muitas colisões.

Se a estrela tiver massa entre 1,3 % e 8 % da massa do nosso Sol, a estrela (ou subestrela, pois faz fusão de deutério e não de hidrogênio) é uma anã marrom (para mais detalhes, veja ref. 1).

No intervalo de 8 % a 60 % da massa do Sol, a estrela é uma anã vermelha (que já faz fusão de hidrogênio). A estrela mais próxima do Sol, a Proxima Centauri, é uma anã vermelha (Figura 1). Durante os últimos 32.000 anos, ela foi a estrela mais próxima do Sol, e continuará a sê-lo por mais 25.000 anos!

A maior parte das estrelas que compõem o universo são anãs vermelhas. Estima-se que, na nossa Via-Láctea, dois terços das estrelas sejam anãs vermelhas! Muitas anãs vermelhas são orbitadas por exoplanetas. Para uma anã vermelha, modelos teóricos preveem que, a zona habitável estaria numa órbita muito próxima da estrela. E isso é um problema, pois a atuação do efeito maré faria com que sempre a mesma face do exoplaneta estivesse voltada para estrela. Num hemisfério teríamos sempre alta temperatura e no outro baixa temperatura. Na superfície, de uma anã vermelha, as temperaturas variam entre 2.000 e 3.500 oC (no Sol, a temperatura da fotosfera é cerca de 6.000 oC).

Figura 2 – A nebulosa planetária do Esquimó (NGC2392), ganhou esse nome em 1787 quando foi visualizada por W. Herschel, pois lembra um capuz de pele de um esquimó. O material (hidrogênio, hélio, nitrogênio e oxigênio) é ejetado em alta velocidade, em todas as direções, formando uma espécie de bolha. Outrora, esse material formava as camadas externas de uma estrela gigante vermelha. A nebulosa Esquimó está há cerca de 2.870 anos-luz do Sol. Fonte: Telescópio Hubble (NASA)

Na faixa entre 6 e 10 vezes a massa solar, teremos as estrelas parecidas com o nosso Sol. No seu núcleo, elas transformam hidrogênio em hélio. A temperatura necessária para essa fusão é de 15 milhões de graus Celsius (na superfície da estrela, porém, ela é bem menor). Quando o hidrogênio se esgota no núcleo, este se contrai pela força da gravidade, a temperatura sobe e as camadas externas da estrela se expandem. A estrela se torna, então, uma gigante vermelha. É o que acontecerá com o nosso Sol, daqui há alguns bilhões de anos. Estima-se que a expansão do Sol irá engolfar os planetas Mercúrio, Vênus, Terra e, quem sabe, Marte.

Na temperatura de 170 milhões de graus Celsius, a estrela passa a fundir núcleos de hélio para formar o carbono. O processo continua, com o núcleo estelar produzindo elementos químicos cada vez mais pesados. A partir do ferro, a fusão nuclear ao invés de produzir energia, consome energia. Quando a fusão nuclear cessa, o núcleo então, colapsa gravitacionalmente, pois era a fusão nuclear que se contrapunha à contração gravitacional, gerando energia, aumentando a temperatura e a pressão. O colapso, porém, não é total, e será contido pela ‘força’ de Fermi (veja próximo parágrafo). Como as camadas internas se contraem, por conservação de momento, as camadas externas da estrela se expandem, são ejetadas e se descolam, formando a chamada nebulosa planetária (Figura 2). A má escolha desse nome se deve ao fato que, para telescópios mais antigos, elas se pareciam muito com o planeta Urano. O núcleo, muito denso e quente, é agora uma estrela chamada anã branca (Figura 3).

Mas, por que a anã branca se formou? O que conteve a contração gravitacional? A resposta é que, devido à enorme densidade do núcleo estelar, surge uma força de repulsão que é de natureza quântica, uma manifestação do princípio de exclusão de Pauli (válido para todos os férmions como prótons, nêutrons e elétrons). Ele afirma que dois férmions não podem ter o mesmo conjunto de números quânticos. Em outras palavras, a contração gravitacional preenche os níveis mais baixos de energia e, novos férmions, são obrigados a ocupar energias mais altas, como se houvera uma ‘força’ de repulsão. Ela resiste à atração gravitacional provocada por massas menores ou iguais a 1,4 vezes a massa do Sol. É o chamado limite de Chandrasekhar. Não podem existir anãs brancas com massa maior do que a desse limite.

Em geral, a composição química das anãs brancas envolve carbono e oxigênio, mas, dependendo da massa inicial, também pode conter neônio e magnésio. Em geral, uma anã branca tem um diâmetro um pouco maior que o da Terra e uma densidade da ordem de 1×109 kg/m3 (duzentas mil vezes maior que a densidade da Terra). Como não há mais fusão (de nenhuma espécie) no interior da anã branca, ela deverá se esfriar, se cristalizar e, em algumas dezenas de bilhões de anos, tornar-se uma anã preta. Como a idade estimada do universo é de 13,8 bilhões de anos, não deve haver nenhuma anã preta aí fora.

Figura 3 – O sistema binário Sirius é composto pela estrela Sirius A (a mais brilhante estrela no céu noturno) e a anã branca Sirius B (o pontinho indicado pela seta). Está há cerca de 8,2 anos-luz do Sol. Fonte: Telescópio Hubble (NASA)

Se uma anã branca pertence a um sistema binário (em geral, com outra estrela tipo Sol ou gigante vermelha) e a rotação entre as estrelas diminui para um período de cerca de 1 dia, a anã branca ficará tão próxima que roubará material da sua parceira, acretando hidrogênio na sua superfície.  À medida que essa camada superficial de hidrogênio fica mais espessa, sua temperatura sobe até atingir um valor crítico (da ordem de 15 milhões de graus Celsius), a fusão nuclear tem início de forma explosiva – é uma nova. Muitas dessas explosões de novas podem ser vistas a olho nu e podem brilhar por várias semanas ou meses. Ao juntar mais material na superfície da anã branca, o fenômeno pode se repetir. Aproximadamente, ocorrem 50 novas por ano em galáxias como a nossa Via Láctea. As novas têm brilho dez milhões de vezes menor do que o de uma supernova (veja mais adiante).

Se a massa inicial da estrela estiver entre 10 e 25 vezes a massa solar, ela evoluirá para uma estrela de nêutron. Até o colapso do núcleo, o desenvolvimento de uma estrela de nêutron é muito semelhante ao de uma anã branca. No processo de expansão, a estrela se transforma numa supergigante vermelha. Como o tamanho e a massa do núcleo são maiores, quando cessa a fusão, prótons e elétrons se aniquilam formando nêutrons, liberando neutrinos e muita radiação eletromagnética de alta frequência – os raios-gama. O colapso do núcleo ocorre em menos de um segundo! Uma cataclísmica onda de choque se forma nas camadas exteriores, liberando ao espaço elementos químicos pesados. Futuros planetas, que se formem nas redondezas, muito se beneficiarão desse material!

Essa explosão catastrófica é chamada de supernova. É tão poderosa, que a luminosidade gerada por ela pode superar a de uma galáxia inteira! Muitas supernovas podem e já foram vistas a olho nu. Essa extraordinária luminosidade pode durar semanas, meses ou anos. Os astrônomos investigam as supernovas em vários comprimentos de onda eletromagnética – rádio, infravermelho, visível, ultravioleta, raios-x e raios-gama (Figura 4). O colapso gravitacional total agora é contido por nêutrons degenerados (repulsão nêutron-nêutron). Aqui, novamente, entra em ação a ‘força’ de Pauli. Estimativas calculam que a maior massa possível de uma estrela de nêutron deve estar entre 1,5 e 3,0 vezes a massa solar.

Figura 4 – O material ejetado na supernova (chamados de remanescentes da explosão) fertilizará a composição química de futuros planetas. Na imagem, a nebulosa do Caranguejo após a explosão da supernova SN 1054 (ano que ela explodiu). Está a 6.500 anos-luz de distância, na direção do centro da Via-Láctea. Fonte: NASA/ESA

Quando o núcleo de uma supergigante vermelha colapsa, a conservação do momento angular e do fluxo magnético fazem com que a estrela de nêutron gire muito rapidamente e tenha um campo magnético extraordinariamente intenso (cerca de 1012 vezes o valor do campo magnético da Terra!). Ao nascer, uma estrela de nêutron isolada gira a pelo menos 60 voltas por segundo. Se nascer num sistema binário, a rotação pode chegar a 600 voltas por segundo. Ao longo do eixo norte-sul magnético, a estrela de nêutron emite partículas e muita radiação eletromagnética. Essa estrela de nêutron, que gira tão rapidamente, passou a ser conhecida como Pulsar! (Figura 5)

Em geral, o eixo de rotação de uma estrela de nêutron não coincide com o seu eixo magnético. Se acontecer que a nossa linha de visão aqui da Terra, se cruze com o jato de radiação (ao longo do eixo magnético) detectaremos sinais periódicos. Algo parecido com o que acontece quando um navio aproxima de um farol. Foi assim, que se encontrou a primeira estrela de nêutrons em 1967 (em comprimento de ondas de rádio). À época, chegou-se a especular que se tratava de uma tentativa de comunicação com a Terra de seres inteligentes extraterrestres.

O brilho das supernovas é utilizado para medir a distância da estrela de nêutron até a Terra.  Sabe-se que o tempo de decaimento do seu brilho está relacionado com a luminosidade da estrela. Uma vez conhecida a sua luminosidade, obtém-se a magnitude absoluta. Em seguida, determinando-se (aqui na Terra) a magnitude aparente da estrela, pode-se calcular a distância da estrela à Terra.

As estrelas de nêutrons são muito pequenas, do tamanho de uma cidade, com diâmetro em torno de 10 a 20 km! Mas, sua densidade é absurda, cerca 1017 kg/m3. São os objetos conhecidos mais densos do universo (excluindo-se os buracos negros). Para se escapar da atração gravitacional de uma estrela de nêutron, a velocidade de um corpo tem que ser maior do que 50% da velocidade da luz!

Na nossa Via-Láctea, já foram detectadas cerca de 1.300 estrelas de nêutrons. Mas, a quantidade de poeira e gás ao longo do disco galáctico, dificulta muito a sua observação.  Estima-se que a Via-Láctea contenha cem mil estrelas de nêutrons ao longo do seu disco. A estrela de nêutron detectada (até agora) mais próxima da Terra está há cerca de 420 anos-luz.

Figura 5 – O pulsar existente no interior da nebulosa do Caranguejo (veja Figura 4) detectado, em raios-x, pelo telescópio Chandra. Fonte: NASA

Ora (direis) ouvir estrelas! Certo
Perdeste o senso!” E eu vos direi, no entanto,
Que, para ouvi-las, muita vez desperto
E abro as janelas, pálido de espanto…

E conversamos toda a noite, enquanto
A Via-Láctea, como um pálio aberto,
Cintila. E, ao vir do sol, saudoso e em pranto,
Inda as procuro pelo céu deserto.

Direis agora: “Tresloucado amigo!
Que conversas com elas? Que sentido
Tem o que dizem, quando estão contigo?”

E eu vos direi: “Amai para entendê-las!
Pois só quem ama pode ter ouvido
Capaz de ouvir e de entender estrelas.

Olavo Bilac, soneto que se encontra no livro “Poesias”, publicado em 1888.

(Continua)

*Físico, Professor Sênior do IFSC – USP

e-mail: onody@ifsc.usp.br

(Agradecimento: ao Sr. Rui Sintra da Assessoria de Comunicação)

Referências:

1 Anã Marrom – um objeto subestelar, Roberto N. Onody

https://www2.ifsc.usp.br/portal-ifsc/ana-marrom/

Assessoria de Comunicação – IFSC/USP

14 de novembro de 2021

Doenças negligenciadas são tema da “6ª Conferência FAPESP 60 anos”

Encontro reunirá Sir Mike Ferguson, da Universidade de Dundee, e os Profs. Jon Clardy, da Universidade Harvard e Glaucius Oliva, do Instituto de Física de São Carlos (IFSC/USP)

As doenças negligenciadas afetam mais de 2 bilhões de pessoas, sobretudo as mais pobres e desfavorecidas em regiões tropicais e subtropicais do planeta, incluindo as Américas. O número de mortes supera 1 milhão ao ano, com o agravante de causar grande sofrimento e incapacidade permanente em homens, mulheres e crianças.

A 6ª Conferência FAPESP 60 anos (VER AQUI) reunirá na próxima quarta, dia 17 de novembro, a partir das 10h00, especialistas para debater os avanços da ciência, especialmente da química medicinal e de produtos naturais, para combater esse que é um dos maiores problemas de saúde pública da atualidade.

O encontro contará com a presença de Sir Mike Ferguson, especialista em parasitologia molecular aplicada ao planejamento de fármacos para doenças tropicais. Ele é professor titular e reitor associado de pesquisa da Universidade de Dundee (Reino Unido), membro do Conselho da Medicines for Malaria Venture (MMV), da The Royal Society of London, da Academy of Medical Sciences e da European Molecular Biology Organization (Embo), além de vice-presidente da Wellcome Trust.

Com mais de 250 artigos científicos publicados, Ferguson tem investigado a bioquímica de protozoários parasitas, entre eles os causadores da doença do sono africana, da doença de Chagas e da leishmaniose. Sua pesquisa se inscreve na interface entre a biologia e a química.

Também participará do debate Jon Clardy, especialista em química biológica aplicada ao desenvolvimento de fármacos e ao estudo do controle de processos biológicos por moléculas bioativas de origem natural. Ele é professor titular da Universidade Harvard (Estados Unidos), membro do Broad Institute, da American Association for the Advancement of Sciences (AAAS), da American Academy of Arts and Sciences e da American Academy of Microbiology.

Ao longo de quase 50 anos, Clardy se dedicou a pesquisas relacionadas a produtos naturais que resultaram em mais de 700 publicações. Foi pioneiro no uso da técnica de DNA ambiental para a prospecção da diversidade química codificada em metagenomas e organismos não cultiváveis. Também foi dos primeiros a estudar compostos como a saxitoxina e a brevetoxina, duas neurotoxinas produzidas por dinoflagelados marinhos. Contribuiu ainda para a identificação de alvos proteicos de produtos naturais e para a elucidação das estruturas moleculares de diversos compostos.

A conferência contará ainda com a participação de Glaucius Oliva, especialista em biologia estrutural aplicada ao planejamento de fármacos para doenças infecciosas e professor titular da Universidade de São Paulo (USP). É membro da Academia Brasileira de Ciências (ABC), da Academia de Ciências do Estado de São Paulo (Aciesp) e da The World Academy of Sciences (TWAS).

Oliva é coordenador do Centro de Pesquisa e Inovação em Biodiversidade e Fármacos  (CIBFar), um Centro de Pesquisa, Inovação e Difusão da FAPESP que recentemente desvendou detalhes do processo de maturação da principal enzima envolvida na replicação do SARS-CoV-2, conhecida como 3CL.

A abertura será feita por Ronaldo Aloise Pilli, vice-presidente do Conselho Superior da FAPESP. E o debate será moderado por Adriano Defini Andricopulo, professor do IFSC-USP e vice-presidente da Aciesp.

Para se inscrever, clique AQUI.

Para sanar dúvidas, envie e-mail para conferencias60anos@fapesp.br

Para assistir a este evento, via Canal Youtube da Agência FAPESP, clique AQUI.

Mais informações, clique AQUI.

Assessoria de Comunicação – IFSC/USP

11 de novembro de 2021

“V Escola de Pesquisadores da USP de São Carlos” arranca dia 30/11 – Inscreva-se já!

Edição de 2018

Uma forte contribuição para a formação de pesquisadores de elevada excelência, aprimorando suas habilidades para o desenvolvimento progressivo em pesquisas básicas e aplicadas, sejam quais forem suas áreas de conhecimento.

Este é um dos principais objetivos da “Escola de Pesquisadores da USP de São Carlos” (VER AQUI), em sua 5ª edição, que ocorrerá de forma remota entre os próximos dias 30 de novembro e 02 de dezembro, com inscrição gratuita e ofertando  minicursos e palestras com personalidade acadêmicas e científicas, permitindo-nos destacar: Pró-Reitor de Pesquisa da USP, Prof. Sylvio Canuto, os professores da USP de São Carlos, Valtencir Zucolotto e Osvaldo Novais de Oliveira Junior, bem como Carlos Henrique de Brito Cruz, vice-presidente de redes de pesquisa na Elsevier, André Brunoni, da Faculdade de Medicina da USP e ainda profissionais das áreas de gestão de dados e publicações científicas.

Tendo como público-alvo alunos de pós-graduação, professores, pesquisadores e técnicos de nível superior, a “Escola de Pesquisadores da USP de São Carlos” propõem-se abordar, entre outros assuntos, a escrita de relatório de patentes, a promoção de artigos científicos, e a forma como funciona o processo de editoria em uma revista científica. O evento conta ainda com apresentação do Coral USP de São Carlos e diversos sorteios de brindes.

A organização deste evento é do Portal da Escrita Científica da USP, projeto que tem como objetivo auxiliar na formação de pesquisadores de alto nível com minicursos, materiais de apoio e videoaulas. A iniciativa também conta com apoio do Instituto de Estudos Avançados (IEA) da USP e da Springer, editora que é líder global de publicações em Ciência, Tecnologia & Medicina.

Confira AQUI  a programação do evento.

Faça sua inscrição AQUI.

Saiba mais no site escoladepesquisadores.sc.usp.br/5, no Facebook e pelo e-mail escoladepesquisadores@sc.usp.br.

Assessoria de Comunicação – IFSC/USP

10 de novembro de 2021

Atualização da produção científica do IFSC/USP de novembro de 2021

Para ter acesso às atualizações da Produção Científica cadastradas no mês de  novembro  de 2021,  clique AQUI, ou acesse o Repositório da Produção USP (AQUI) .

A figura ilustrativa foi extraída do artigo publicado recentemente, por pesquisador do IFSC, no periódico Journal of CO2 Utilization (VER AQUI).

 

 

 

 

 

 

Assessoria de Comunicação – IFSC/USP

9 de novembro de 2021

EEFERP/USP recebe Equipe de Judô do Club Athletico Paulistano para atividades conjuntas

Mesa de abertura do evento

Durante o período de 27 a 30 de outubro de 2021, a Escola de Educação Física e Esporte de Ribeirão Preto (EEFERP), da Universidade de São Paulo (USP), recebeu a Equipe de Judô do Club Athletico Paulistano (CAP), para a realização de atividades conjuntas junto à Clínica de Avaliação Multidisciplinar de Atletas de Alto Rendimento (CAMAR). Todas as atividades programadas foram organizadas a partir do Workshop realizado no dia 20 de março de 2021, com participação de membros das duas instituições.

A Equipe visitante do CAP, liderada pelo Prof. Douglas Vieira, foi composta pelo analista de desempenho, Giovani Marcon, o preparador físico Rainner Oscisk e a psicóloga Cristina Madi, bem como 26 Judocas (vide lista no final da matéria), tanto do Judô feminino quanto masculino. Embora não presente nas atividades realizadas, colaborou para organização do evento o técnico de Judô do CAP, Marcos Dagnino.

Coube aos Professores Douglas Vieira, representando o CAP, Hugo Tourinho Filho, Diretor da EEFERP/USP, e Tito J. Bonagamba, do Instituto de Física de São Carlos (IFSC/USP), proponente e coordenador do projeto de colaboração entre o CAP e a EEFERP/USP, comporem a mesa de abertura das atividades.

Teste para determinação da taxa de desenvolvimento de força e força máxima isométrica

Abrindo o evento, o Prof. Douglas Vieira agradeceu os esforços de toda(o)s para que a parceria fosse estabelecida e enalteceu a importância da união entre a prática esportiva e a ciência do esporte, beneficiando a(o)s atletas na procura do melhor rendimento. Por essa razão, solicitou à(o)s Judocas que participassem com empenho e seriedade de todas as avaliações propostas. Após os agradecimentos do Prof. Hugo Tourinho, o Prof. Bonagamba discorreu sobre as atividades gerais do Projeto “Judô na EEFERP/USP”, dando maior atenção à CAMAR, e ressaltou fatos históricos das Olimpíadas de Los Angeles – 1984, concluindo sua fala destacando o êxito do Judoca Douglas Vieira, ao ter sido o primeiro brasileiro a disputar uma final olímpica na modalidade, ficando com a medalha de prata, fato que abriu uma trajetória de sucesso para o Judô brasileiro.

A(o)s Judocas passaram por inúmeras avaliações conduzidas pelo Grupo de Docentes e Pesquisadores da CAMAR, em produtiva parceria com os Profissionais do CAP.

As avaliações ocorreram dentro das áreas descritas abaixo.

A Equipe coordenada pelo Prof. Marcelo Papoti (Grupo de Estudos e Pesquisa em Ciências Fisiológicas e Exercício – GECIFEX) aplicou o Special Judo Fitness Test associado com medidas de concentração de lactato no sangue, frequência cardíaca e consumo de Oxigênio. Com os dados em mãos, serão determinados os índices SJFT e a estimativa da participação metabólica (anaeróbia lática, alática e aeróbia) da(o)s atletas. Todos procedimentos foram realizados sob a liderança do Prof. Wonder Passoni Higino, com o apoio de colaboradora(e)s do GECIFEX.

A lista de toda(o)s os colaboradores dos Grupos de Pesquisa que contribuíram para a realização das avaliações encontra-se no final da matéria.

A Equipe coordenada pelo Prof. Enrico Fuini Puggina (Grupo de Estudos em Desempenho Físico e Treinamento Esportivo – GEDEFITE) realizou medidas da composição corporal e de manifestações da força muscular. A antropometria foi realizada por meio da técnica de densitometria por dupla emissão de raios X (DEXA). Já os Testes de Força e Potência muscular foram conduzidos por meio de mensurações da Taxa de Desenvolvimento de Força (TDF) e Força Máxima Isométrica no exercício do Levantamento Terra com uso de células de carga, da potência de membros inferiores e superiores pelo uso de técnicas de salto vertical em tapete sensorizado (Squat Jump, Countermovement Jump e Power Push-Up Test), e finalmente a força máxima dinâmica, de preensão manual e o equilíbrio muscular utilizando-se de avaliações em dinamômetro isocinético e dinamometria convencional. Todos os procedimentos foram realizados sob a liderança do Prof. Enrico F. Puggina, com o apoio de colaboradora(e)s do GECIFEX.

De forma complementar, toda(o)s atletas foram submetidos à análise da densitometria corporal por meio da técnica de absorção de raios-X de dupla energia (DEXA), para determinação das massas óssea, muscular e de gordura.

Paralelamente, as Equipes coordenadas pelos Profs. Cristiano Roque Antunes Barreira (Grupo de Pesquisa Fenomenologia e Práticas Corporais – GFEPAC) e Renato Francisco Rodrigues Marques (Grupo de Estudo e Pesquisa em Aspectos Socioculturais e Pedagógicos do Esporte – GEPESPE) conduziram as entrevistas dedicadas às análises dos Perfis psicológico e social da(o)s atletas.

Análise da densitometria corporal por meio da técnica de absorção de raios-X de dupla energia (DEXA), para determinação das massas óssea, muscular e de gordura

Após a realização das primeiras intensas atividades, as Equipes da CAMAR e do CAP se reuniram para discutir os resultados alcançados e os próximos passos a serem tomados. Em todas as frentes de avaliação da CAMAR, as perspectivas encontradas são excelentes. Como exemplo, mesmo tendo concluído todas as avaliações previstas originalmente, as últimas atividades realizadas já envolveram aprimoramentos dos testes realizados nos dias anteriores, algo esperado dentro dessa profícua colaboração de longo prazo.

Tendo em mãos os dados obtidos e as excelentes observações e sugestões feitas pela Equipe do CAP, os membros da CAMAR já iniciaram a análise dos dados obtidos ao longo dos quatro dias de atividades, com o intuito de apresentar relatórios individuais detalhados e propostas de novas avaliações à equipe do CAP, em novo encontro a ser agendado para breve.

Participantes das atividades:

– Judocas do CAP: Adriano Toshio Miwa de Souza, Adrielly Lopes de Faria, Alline Cristina da Silva, Amanda Ferreira Culato, Daiana Teresinha Borba, Gabriel Bondezan, Hanna Laryssa Silva do Nascimento, João Henrique de Oliveira Baptista, João Paulo dos Santos Correa, João Pedro Jorqueira, João Vitor de Sá Furquim, Jose Marcelo Araujo Da Silva, Kenia Astrom de Souza, Luís Henrique Santana Janotta, Marcos Soares, Mari Hayse Lys da Silva, Matheus de Campos Silva, Mayrhá Lucato, Natalia Barreto Lima, Rai Ferreira da Silva, Samara Contarini de Oliveira, Samuel Venancio de Souza, Thauana Ap. das Dores Lopes da Silva, Thiago Henrique da Silva Chiodi, Victor Hugo da Silva Nascimento e Vitória Pereira Neto.

– Membros da Equipe do Prof. Marcelo Papoti – GECIFEX:

Professores: Tiago Rezende Figueira e Wonder Passoni Higino.

Alun(a)os de Mestrado: Carlos Dellavechia de Carvalho, Gabriel Peinado Costa, Marcela Coffacci de Lima Viliod, Vitoria Maria Alves Rangel e Yan Figueiredo Foresti.

– Membros da Equipe do Prof. Enrico F. Puggina – GEDEFITE:

Aluna(o)s de Iniciação Científica: Allan Zapatta Gomes, Beatriz Piffer, João Victor Madeira da Costa, Lucas Pompeu Trevelin e Ricardo Bisan Filho

Aluna(o)s de Mestrado: Gabriel Bonavena de Oliveira.

Aluna(o)s de Doutorado: Arthur Marques Zecchim Oliveira, Fábio Marzliak Pozzi de Castro, Izabela dos Santos, Marcel Frezza Pisa, Rodrigo Ribeiro Rosa e Thiago Porto.

Técnico do Laboratório que realizou as análises DEXA: Marcílio Mano Júnior.

– Membros da Equipe do Prof. Cristiano R. A. Barreira – GFEPAC:

Cilene Chivalsky de Oliveira (Psicóloga e pesquisadora), Leonardo Fernandes Coelho (pesquisador), Pedro Henrique Alves Campos (pesquisador) e Thais Petroni Rocha Lima Silva (Psicóloga e Mestranda em Psicologia pela FFCLRP-USP)

– Membros da Equipe do Prof. Renato F. R. Marques – GEPESPE:

Nesta etapa, o Prof. Renato F. R. Marques atuou individualmente.

Judocas visitantes acompanhado(a)s por membros do Club Athletico Paulistano e da EEFERP/USP

Assessoria de Comunicação – IFSC/USP

8 de novembro de 2021

Pesquisadores do IFSC/USP estão entre os maiores especialistas mundiais na área de “Agentes Fotossensibilizadores”

Pesquisadores do IFSC/USP estão entre os maiores especialistas mundiais na área de “Agentes Fotossensibilizadores”, segundo a “Expertscape”, agência que classifica, objetivamente, cientistas e instituições de todo o mundo através de seus trabalhos desenvolvidos em mais de 29 mil tópicos biomédicos.

A “Expertscape”acaba de divulgar a sua mais recente “PubMed”, dedicada ao “Mês da Pela Saudável – Novembro”, onde classifica o docente e pesquisador do IFSC/USP, Prof. Vanderlei Bagnato, como um “Especialista Mundial” na área de Agentes Fotossensibilizadores, enfatizando uma experiência e atuação acumuladas ao longo de, pelo menos, dez anos.

Dentro dessa classificação, encontram-se igualmente registrados outros docentes e pesquisadores importantes de nosso Instituto dentro dessa mesma área, todos pertencentes ao Grupo de Óptica, merecendo, todos eles, o mesmo destaque. São eles: Cristina Kurachi, Sebastião Pratavieira, Natália Inada, Dirceu Vollet-Filho, Hilde Buzzá, Lilian Tan Moriyama, Kate Blanco e Michelle Requena.

Para conferir o “PubMed” da “Expertscape”, clique AQUI.

Uma vez mais, um orgulho para o IFSC e para a Universidade de São Paulo.

Rui Sintra – Assessoria de Comunicação – IFSC/USP

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