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23 de março de 2017

Uma parceria na excelência acadêmica

A reunião de esforços e a estreita colaboração entre a Escola de Engenharia de Lorena (EEL/USP) e o Instituto de Física de São Carlos (IFSC/USP), com o imprescindível apoio e envolvimento da Pró-Reitoria de Graduação da Universidade de São Paulo, fez com que se concretizasse neste mês de março a completa remodelação dos laboratórios de física da EEL/USP, um projeto que teve início em maio de 2015 e que compreendeu a concepção e construção de kits didáticos, beneficiando da longa experiência do IFSC no ensino de física experimental.

Este resultado, que irá beneficiar em larga escala alunos e professores da Escola de Engenharia de Lorena, partiu de uma conversa informal entre o Pró-Reitor de Graduação, Prof. Dr. Antonio Carlos Hernandes e o docente da EEL Prof. Dr. Carlos José Todero Peixoto na I Semana de Engenharia Física da EEL em outubro de 2014.

Já no início de 2015 aconteceram diversos diálogos entre o Diretor do IFSC/USP, Prof. Tito José Bonagamba, o Pró-Reitor de Graduação da USP, o Diretor da EEL, Prof. Dr. Antonio Marcos de Aguirra Massola e os docentes da EEL/USP, Prof. Dr. Carlos Todero e o Prof. Dr. Carlos Renato Menegatti, tendo-se transformado o projeto e sua execução em um profícuo modelo de cooperação que poderá ser reproduzido por outras unidades da USP, sendo, inclusive, um exemplo para futuras ações e projetos em outras instâncias de ensino da Universidade.

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A Escola de Engenharia de Lorena (EEL) foi incorporada à Universidade de São Paulo em 2006 e, desde esse ano, um conjunto de reestruturações tem sido implementado em diversos níveis, inclusive nos seus quadros de docentes e funcionários técnico-administrativos, bem como em sua infraestrutura, que, ao longo do tempo vem sendo renovada. Os laboratórios de Ensino de Física da EEL possuíam infraestruturas e equipamentos muito antigos, construídas ainda no tempo da antiga Faculdade de Engenharia Química de Lorena (FAENQUIL/USP) e que nunca sofreram manutenção, tendo-se deteriorado com o passar do tempo devido à falta de investimentos.

Necessitando de renovação emergencial e através dos diálogos acima citados, o lef1-300IFSC, de forma solidária e ativa, e com uma experiência no ensino experimental de física de mais de 30 anos, auxiliou na recuperação dos laboratórios da Unidade de Lorena, começando pela concepção e construção de diversos kits didáticos, apoio esse que foi dado através dos técnicos de laboratório dos Laboratórios de Ensino de Física (LEF) e das Oficinas de nossa Unidade, que ofereceram a reprodução e atualização de vários experimentos e as respectivas apostilas para a realização das práticas que serão agora extremamente úteis para todos os cursos oferecidos pela EEL/USP. A profunda experiência do IFSC e as contribuições dos técnicos dos Laboratórios de Ensino de Física (LEF/IFSC) na construção dos novos kits contribuirão para que cerca de 350 alunos passem a se beneficiar dos renovados laboratórios.

Os Profs. Carlos José Todero Peixoto e Carlos Renato Menegatti, ambos egressos do IFSC e agora parte do corpo docente da EEL, que se envolveram profundamente neste projeto desde o seu início, enaltecem os esforços intensos que o IFSC desenvolveu para que sua unidade conseguisse reproduzir os kits, além, claro, do consecutivo e imediato apoio do Pró-Reitor de Graduação, Prof. Antonio Carlos Hernandes, para que fossem disponibilizadas rapidamente as verbas necessárias e não houvesse atrasos nas obras.

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Ao longo dos últimos dois anos, enquanto os responsáveis pela EEL cuidaram de toda a infraestrutura física dos laboratórios, os técnicos do IFSC se empenharam ao máximo na construção dos kits didáticos, conforme explica o Prof. Carlos Todero: “O Diretor do IFSC, Prof. Tito José Bonagamba, passou para nós a coordenação dos técnicos, ou seja, deu-nos total controle dos recursos técnicos do IFSC, algo que foi extremamente importante para poupar tempo e integrar as múltiplas tarefas já programadas. Assim, conseguimos iniciar as obras em simultâneo, colocando cada técnico responsável por um laboratório: Jae Antonio de Castro Filho ficou com o Laboratório de Física-1, Cláudio Boense Bretas ficou responsável pelo Laboratório de Física-2, Antenor Fabbri Petrilli Filho ficou com o laboratório de Física-3 e Ercio Santoni ficou com o Laboratório de Física-4. Foi um trabalho integrado na construção dos kits didáticos no IFSC, porém, com pequenas adaptações e inovações com relação aos componentes eletrônicos de alguns experimentos, o que demonstrou que os técnicos do IFSC têm uma grande experiência em como fazer equipamentos robustos e práticos”.

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“Isso foi também um dos grandes motivos em se ter conseguido reduzir os custos, ao longo do tempo. Os experimentos foram cotados em empresas nacionais e internacionais com estimativas iniciais entre 1,4 e 1,8 milhão de reais. Estes mesmos experimentos foram construídos com o que há de melhor em materiais utilizados a um custo de aproximadamente R$ 300.000,00 reais. ‘Agora sim, estou me sentindo em uma universidade’, foi o comentário que mais ouvimos entre os alunos e podemos perceber que os jovens ficaram também mais interessados, algo que não acontecia anteriormente. Ao receber um material prático e didático as equipes ficam mais estimuladas a participar da aula. Por enquanto, as apostilas serão as do IFSC, mas com o tempo iremos adaptá-las para Lorena. Preciso ressaltar algo importante … você perguntou sobre a melhoria que houve. Uma coisa que nós notamos, de imediato, foi a presença do aluno.

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Antes, tínhamos uma quantidade enorme de faltas, mas agora isso se inverteu, ou seja, o número de faltas diminuiu drasticamente. Você percebia, anteriormente, que um curso experimental com aulas teóricas era bem desanimador para o aluno… Entrar em uma universidade chamada USP, lef_3-250ir a uma aula experimental e ficar apenas ouvindo conceitos e imaginando os experimentos. O professor não tinha o que fazer porque não tinha experimentos e o aluno acabava sendo prejudicado. Agora, toda aula que ele chega ele vai ter um experimento. Ele sabe o que vai aprender e isso estimula bastante o jovem”, comenta o Prof. Carlos Renato Menegatti.

Já no que diz respeito aos docentes, as reações foram interessantes. No começo houve um pouco de receio, mas conforme se foi demonstrando que as aulas ficavam muito mais didáticas, os docentes acabaram interagindo com a ideia, porque tudo se transformou em algo mais prático, dinâmico e interativo. Com esta parceria, a EEL passa agora a dispor dos novos laboratórios, com capacidade para cerca de 30 alunos cada um e dedicados às seguintes áreas, beneficiando de 23 kits para 60 experimentos distintos entre si:

Laboratório de Física-1: Mecânica Básica;

Laboratório de Física-2: Mecânica dos fluídos e ondas mecânicas;

Laboratório de Física-3: Eletromagnetismo;

Laboratório de Física-4: Óptica linear, geométrica e física.

Além do benefício à EEL, o projeto gerou uma extensa documentação de todo o processo de construção dos kits didáticos. Esta documentação foi reunida num “Manual de Construção de Laboratórios de Ensino de Física” de forma a tornar a construção kit_1-500de qualquer kit do IFSC o mais eficiente possível. O intuito deste manual é devolver esta documentação ao IFSC como uma contrapartida de todo o esforço dedicado a EEL e o de facilitar futuras novas construções de kits para outros institutos de ensino que por ventura possam requerer tal colaboração novamente.

Em todo este complexo trabalho, que envolveu esforços do IFSC e da EEL, saliente-se o fato de que técnicos e docentes que se integraram no projeto trabalharam de forma voluntária e gratuita, conforme salienta o Prof. Carlos Todero: “Ninguém recebeu nenhum tipo de apoio pecuniário e o nosso trabalho cotidiano também não foi economizado. Então, nós não demos menos aulas ou menos trabalho administrativo e os técnicos também não tiveram redução de jornada. Os técnicos do IFSC abraçaram o projeto como se fosse deles, levaram isso como se fosse algo pessoal. Eles trabalharam de madrugada, fim de semana, em casa, não se pouparam… Por outro llorena_transporte-350ado, acho de extrema justiça enaltecer aqui também o trabalho extraordinário desenvolvido por tantos outros profissionais do IFSC, como, por exemplo, Sueli Sanchez (LEF/IFSC), Cláudia Tofaneli (Secretária da Diretoria IFSC), Maurício Schiabel (Financeiro/IFSC), os profissionais da Oficina Mecânica, Ademir Morais, Carlos Aparecido Pereira, Gerson Martins Pereira, Carlos Alberto Arruda Camargo, Leandro de Oliveira, Ricardo Henrique Rodrigues e Araldo Luiz Isaías de Moraes, e também o nosso técnico da EEL, Marcelo Matos, que sozinho supervisiona os quatro laboratórios, só para citar alguns. Enfim, um grande trabalho coletivo concluído graças a uma grande parceria”, conclui o docente, que ainda recorda com bastante saudade o dia em que fez sua primeira viagem para São Carlos, na companhia de seu colega Carlos Renato Menagatti.

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Os técnicos dos Laboratórios e Oficina Mecânica do IFSC/USP

A competência dos Laboratórios de Ensino de Física (LEF’s) do IFSC/USP

Os Laboratórios de Ensino de Física (LEF’s) do Instituto de Física de São Carlos surgiram na década de 1960, tendo sido propostos por um dos pioneiros na criação do IFSC, o Prof. Dr. Sérgio Mascarenhas, quando a Unidade era um departamento da Escola de Engenharia de São Carlos (EESC/USP).

O Prof. Dr. Luiz Nunes de Oliveira, do Grupo de Física Teórica do IFSC, graduou-se em física em 1973, na primeira turma de alunos do então Instituto de Física e Química de São Carlos (IFQSC) – em 1971, o Departamento de Física da EESC se tornara uma unidade uspiana, juntamente com o Instituto de Química de São Carlos. Luiz Nunes recorda que, inicialmente, algumas atividades práticas ocorriam onde hoje se localiza o Auditório “Professor Jorge Caron” (EESC/USP) e era nesse local que, semana após semana, ele e seus colegas aprendiam sobre um tema e uma prática diferentes, mas sempre relacionados com as disciplinas dos dois primeiros anos da graduação. No terceiro ano, com a ampliação do curso de física, criou-se o Laboratório de Estrutura da Matéria (atual Laboratório Avançado), cujas práticas eram demonstradas a partir de antigos materiais que haviam sido usados em pesquisas, ou que existiam em maior quantidade nos laboratórios do IFQSC. “As antigas atividades práticas marcaram o estilo do Laboratório Avançado. Hoje, ele tem práticas mais modernas e uma infraestrutura superior. Mas sua filosofia é a mesma”, comenta o docente do IFSC/USP.

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O Laboratório localizava-se onde hoje estão instalados os Anfiteatros Azul e Verde do IFSC. Tanto esse Laboratório, como os outros oito que compõem os LEF’s/IFSC (Física Geral, Eletricidade, Eletrônica, Óptica, Biologia Geral, Computacional, a Sala do Conhecimento e o Laboratório de Apoio ao Ensino de Física) receberam uma infraestrutura própria na Área I do campus durante a gestão do falecido Prof. Dr. Horácio C. Panepucci, que administrou o IFQSC entre 1986 e 1990 – atualmente, a Área II do campus também está equipada com materiais dos LEF’s.

Durante um curto período, Luiz Nunes coordenou os Laboratórios de Ensino de Física do Instituto. Segundo ele, graças à contínua reformulação dos materiais didáticos dos Laboratórios e à atuação de seus técnicos, hoje os LEF’s são referências diante dos demais laboratórios de ensino de física que Nunes já conheceu, resultando agora, inevitavelmente, na demanda por mais espaços físicos para o desenvolvimento de novas atividades práticas.

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Entrada principal dos Laboratórios de Ensino de Física (LEF) do IFSC/USP

Assessoria de Comunicação – IFSC/USP

22 de março de 2017

IAG celebra incorporação à USP e inaugura laboratórios

Além de celebrar os 70 anos de sua incorporação à Universidade de São Paulo, o Instituto de Astronomia, Geofísica e Ciências Atmosféricas (IAG/USP) inaugurará na próxima sexta-feira (24), no Auditório IAG do Campus USP São Paulo, o Sistema de Laboratórios Integrados de Instrumentação Científica: Eletrônica, Mecânica e Óptica.

Com o apoio da Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de São Paulo (FAPESP), ambas as atividades acontecerão durante todo o período da manhã e incluirão a participação de dois docentes do Instituto de Física de São Carlos (IFSC/USP), nomeadamente os Profs. Drs. Antonio Carlos Hernandes (Pró-Reitor de Graduação da USP) e Tito José Bonagamba (Diretor do IFSC/USP).

Abaixo, confira a programação:

PARTE I

09h00 – Abertura – Prof. Dr. Laerte Sodré Júnior – Diretor do IAG/USP

09h10 – Prof. Dr. Humberto Ribeiro da Rocha – Presidente da CCEx-IAG

09h20 – Prof. Dr. Marcelo A. Roméro – Pró-Reitor de Cultura e Extensão Universitária da USP

09h30 – Prof. Dr. Vahan Agopyan – Vice-Reitor da USP (representará o Reitor da USP, Prof. Dr. Marco Antonio Zago)

09h40 – Apresentação do vídeo “Memórias Vivas”, com os Profs. Drs. Igor Ivory Gil Pacca, Sylvio Ferraz Mello e Paulo Marques dos Santos

10h – Intervalo

PARTE II

10h20 – Prof. Dr. Laerte Sodré Júnior – Diretor do IAG/USP

10h30 – Profa. Dra. Cláudia Mendes de Oliveira – Presidente da CPq-IAG

10h40 – Prof. Dr. Antonio Carlos Hernandes – Pró-Reitor de Graduação da USP

10h50 – Prof. Dr. José Eduardo Krieger – Pró-Reitor de Pesquisa da USP

11h00 – Prof. Dr. Carlos Henrique de Brito Cruz – Diretor Científico da FAPESP

11h10 – Palestra “A Experiência de São Carlos com o Desenvolvimento de Instrumentação” – Prof. Dr. Tito Bonagamba (IFSC/USP)

11h55 – Apresentação “Laboratórios Integrados de Instrumentação” – Denis Andrade (Departamento de Astronomia do IAG/USP)

12h15 – Hino à USP

12h20 – Descerramento de Placa

12h25 – Visita aos laboratórios

Assessoria de Comunicação – IFSC/USP

22 de março de 2017

Estágio de verão atrai alunos da América Latina

Quando esteve no norte do Peru há mais de cinco anos, para participar de um congresso na área de biologia, o Prof. Dr. Richard Garratt conheceu muitos alunos entusiasmados com a carreira científica. Por outro lado, visitou uma instituição de ensino superior que oferecia uma infraestrutura tão limitada, que talvez pudesse prejudicar o interesse de estudantes pela ciência.

AL-1Durante a viagem, ao conversar com um aluno que viria a ser seu doutorando, Richard soube de um programa organizado pelo Laboratório Nacional de Luz Síncrotron (LNLS), em Campinas (SP), que oferecia bolsas a alunos interessados em estagiar no local durante dois meses. Nessa época, Richard estava à frente da Comissão de Relações Internacionais (CRInt) do Instituto de Física de São Carlos (IFSC/USP), onde hoje ocupa o cargo de Vice-Diretor, e o programa de estágio do LNLS, somado à realidade divergente que observara no Peru, o estimulou a propor à direção do Instituto que parte do orçamento da Unidade fosse investida em um programa de estágio semelhante, que oferecesse bolsas a estudantes estrangeiros, principalmente a jovens oriundos de países geograficamente próximos do Brasil, buscando aumentar a popularidade do IFSC entre as instituições de ensino superior e de pesquisa da América Latina e incentivar a participação de alunos latino-americanos na pós-graduação da Unidade.

A proposta de Richard fora aprovada. Os programas de Estágio de Verão do IFSC/USP recebiam uma média de cem inscritos, dos quais cerca de doze eram selecionados para estagiarem na Unidade durante dois meses. Mas, o projeto durou apenas três anos, porque, “durante um período, a USP foi mal gerenciada. Então, hoje, por exemplo, não há mais todo aquele dinheiro”, diz Richard.

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Disposto a dar continuidade ao programa do IFSC, o docente procurou outras fontes de investimento. Lembrou-se de Harren Jhoti, um amigo que, em 1999, juntamente com colegas ingleses, fundou uma empresa de biotecnologia que se dedicava ao desenvolvimento de fármacos e que, cerca de três anos atrás, foi comprada por uma companhia japonesa. Em 2015, quando Jhoti veio ao Brasil para ministrar uma palestra, Richard perguntou-lhe se estaria interessado em investir algum dinheiro no programa, e o amigo disse prontamente que sim, principalmente porque queria estimular a participação de mulheres na ciência.

Curiosamente, algum tempo depois, um norte-americano chamado Daniel Salazar, que atuava na companhia japonesa, mudou-se para o Brasil, para trabalhar em uma empresa da qual o Prof. Dr. Glaucius Oliva (IFSC/USP) é consultor. Durante uma confraternização, Glaucius comentou a respeito do programa com Salazar, que por sua vez sentiu o desejo de colaborar com a iniciativa, doando um valor em dinheiro.

A quantia de ambas as doações era suficiente para custear gastos com hospedagens e transportes aéreos de alguns bolsistas. Pensando nisso, Richard decidiu organizar uma nova edição do programa e, em 2016, anunciou a abertura das inscrições do Estágio de Verão do IFSC/USP – 2017, que recebeu aproximadamente quarenta inscrições, sendo que sete candidatos foram selecionados e já estão realizando seus estágios na Unidade.

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Eduardo Luciano Gutierrez, aluno de licenciatura em Química da Universidade Nacional de São Luis (Argentina), foi um dos inscritos que receberam bolsas para esta edição do programa. No Grupo de Cristalografia do IFSC/USP, o Prof. Dr. Javier Ellena tem orientado o estudante de 27 anos, na análise de formas cristalinas de materiais farmacêuticos, com o objetivo de melhorar as propriedades de alguns fármacos.

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Anai Dias Morales, de 23 anos, é aluna de graduação em Engenharia de Biotecnologia Molecular da Universidade do Chile. Seu orientador de Iniciação Científica foi quem a avisou a respeito do estágio. Atualmente, ela está no laboratório do Prof. Dr. Igor Polikarpov, com quem tem tentado descobrir celulases que tenham utilidade industrial. Essas enzimas, retiradas de plantas, são utilizadas no processo de fabricação de materiais, como papel e plástico.

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Aos 23 anos, Anthony Jhoao Fasabi Flores estuda Biologia na Universidade Nacional da Amazônia Peruana. Em duas ocasiões, tentara ingressar no programa de estágio do LNLS, mas não fora selecionado. Ele conheceu Richard há alguns anos em um encontro científico, e, quando solicitou ao docente uma carta de recomendação, para que pudesse se inscrever novamente no citado programa, soube que haveria uma iniciativa semelhante no Instituto. Em 2016, Anthony se inscreveu no estágio, foi aceito, e tem recebido orientação de Garratt, para investigar as cistatinas, proteínas que inibem ações de enzimas que desempenham papéis importantes no desenvolvimento de câncer.

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Pablo Antonio Cea Medina também tem 23 anos e é mestrando em Engenharia de Biotecnologia Molecular, na Universidade do Chile. Sob a orientação do Prof. Glaucius Oliva, tem estudado o ciclo de replicação do vírus Zika. Antes de iniciar o estágio, já conhecia o IFSC, em razão de seus colegas pós-doutorandos que estudaram no Instituto. “Agora estou finalizando o mestrado, mas quero fazer um doutorado. Ainda não sei onde irei desenvolvê-lo, mas o IFSC é uma das minhas opções”.

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Diana Carolina Castaño é graduanda do curso de Biologia da Universidade de Antioquia, na Colômbia. Através do programa do IFSC, a jovem de 24 anos tem estudado mecanismos de defesa de microrganismos que causam infecções hospitalares. “Atualmente, há uma preocupação mundial acerca dessas bactérias, porque elas estão se tornando cada vez mais resistentes aos antibióticos que deveriam combatê-las”, explica ela, que tem estagiado no laboratório da Profa. Dra. Ilana Lopes e demonstrado interesse em desenvolver a pós-graduação no IFSC/USP.

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Com 26 anos, Catherine Mirley Ortega Gomez, da Universidade de Cauca (Colômbia), também tem desenvolvido o estágio no Instituto. “Me inscrevi no programa para complementar meu trabalho de graduação, que envolve estudos com parasitas; e para aprender mais sobre biologia estrutural”, comenta a aluna que, no laboratório do Prof. Otavio Thiemann, tem feito clonagem e mutação de genes relacionados ao trypanossoma brucei, o parasita que causa a doença do sono, uma patologia que pode provocar mudanças de humor ou de comportamento, confusão mental, febre, distúrbios sensoriais e de coordenação, convulsões, bem como alterações no ciclo do sono. Nos animais, o parasita também pode causar uma doença chamada nagana, que ocasiona febre, anemia e inchaço. Uma vez infectados, os animais podem hospedar protozoários capazes de contaminar os seres humanos.

Embora a maioria destes alunos esteja na graduação, todos certamente darão continuidade à carreira acadêmica. E, se depender deles, esta edição do programa já cumpriu algumas de suas principais metas, haja vista que Eduardo, Anai, Anthony, Pablo, Diana e Catherine pretendem desenvolver a pós-graduação na Unidade, ou estimular parcerias entre suas instituições de origem e o IFSC/USP.

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O Prof. Richard e os alunos que receberam bolsas financiadas por Harren Jhoti e Daniel Salazar

Assessoria de Comunicação – IFSC/USP

21 de março de 2017

Análise computacional do proteoma humano

Nesta terça-feira (21), a Profa. Dra. Agnieszka Bronowska, da Escola de Química da Universidade Newcastle (Reino Unido), ministrou a palestra Computational identification of novel binding sites to expand druggable human proteome, que aconteceu na Sala 3 do Bloco D do Instituto de Física de São Carlos (IFSC/USP), sob a organização do Grupo de Biotecnologia Molecular da Unidade.

A docente discorreu a respeito do proteoma* AGNIESZKA_1_250humano e comentou acerca de trabalhos que têm sido desenvolvidos em seu grupo de pesquisa, que realiza, por exemplo, simulações de moléculas e cálculos de química quântica, oferecendo apoio tanto a projetos da citada Escola como do Instituto do Norte para a Pesquisa do Câncer (NICR, na sigla em inglês).

A Dra. Agnieszka é mestre (1994-1998) e doutora (1998-2001) em Química Computacional pela Universidade de Varsóvia (Polônia), sendo atualmente docente de Química Medicinal Computacional da Universidade Newcastle.

*Grupo de substâncias que podem ser encontradas em uma célula submetida a algum tipo de estímulo.

Assessoria de Comunicação – IFSC/USP

21 de março de 2017

Mulheres na Ciência

Encontram-se abertas até dia 08 de abril as inscrições para o Prêmio ABC – L’Oreal – Unesco / Mulheres na Ciência, um programa, que está completando 12 anos no Brasil e 19 no mundo, tendo como motivação a transformação do panorama da ciência, favorecendo o equilíbrio dos gêneros no cenário brasileiro e global, incentivando a entrada de mulheres no universo científico.

Em cada edição anual realizada no Brasil, são escolhidas sete jovens pesquisadoras de diversas áreas de atuação que são contempladas com uma bolsa-auxílio para ser investida em sua pesquisa. O prêmio já reconheceu 75 cientistas promissoras que receberam impulso extra para dar prosseguimento em seus estudos e incrementar o desenvolvimento da ciência no Brasil.

Os trabalhos são avaliados por uma comissão julgadora formada por renomados profissionais da área da científica.

As candidatas deverão estar desenvolvendo suas atividades nas áreas de física, química, biologia, médica e matemática e terem concluído o doutorado a partir de 01/01/2010.

O prêmio é de R$ 50.000,00 para cada uma das sete ganhadoras.

Para saber mais sobre este prêmio, clique AQUI.

Para se inscrever clique AQUI.

Assessoria de Comunicação – IFSC-USP

21 de março de 2017

Doutorado pleno em França

Encontram-se abertas até dia 10 de abril inscrições para o preenchimento de uma vaga, com duplo vínculo, para doutorado pleno em Óptica, no Institut Fresnel (CRCM), e em Biologia, no Centro de Investigação em Cancerologia de Marselha (Ecole Doctorale 062 Sciences de la Vie et de la Santé) (Ecole Doctorale 352 Physique et Sciences de la Matière), ambas as instituições localizadas na cidade de Marselha, na França.

Este doutorado tem o objetivo de desenvolver novas ferramentas ópticas e biológicas para decifrar a organização de septinas, que são proteínas essenciais do citoesqueleto celular, juntamente com a sua interação com outros filamentos do citoesqueleto actina e microtubulos durante a divisão celular. O tema abordado é altamente interdisciplinar, com a supervisão a cargo das duas instituições e com o apoio da empresa Horiba.

Os candidatos deverão ser das áreas de física ou biofísica, com conhecimentos em óptica (com interesse em biologia) ou biologia (com interesse em óptica experimental). O trabalho envolverá tanto desenvolvimento de instrumentação óptica como preparação de amostras biológicas, sendo que o aluno estará envolvido em diferentes facetas do trabalho, onde tarefas como in vitro/desenvolvimento de amostras de células/imagem experimental e análise de dados serão igualmente importantes. Uma experiência anterior com interdisciplinaridade durante a tese de mestrado é, portanto, muito favorável, em particular envolvendo microscopia óptica.

Os candidatos deverão estar fortemente motivados para a exploração de novas questões em biologia e no desenvolvimento de um instrumento de interesse para a indústria, uma vez que o dispositivo de detecção previsto neste projeto pode levar ao desenvolvimento industrial. Os candidatos trabalharão parte de seu tempo com um colaborador internacional e participarão de várias conferências nacionais e internacionais, devendo, por isso, ser capazes de se integrarem em ambientes internacionais.

Para acessar o edital e/ou os contatos para se candidatar a uma destas vagas, clique AQUI.

Assessoria de Comunicação – IFSC/USP

21 de março de 2017

Otimizando a aplicação da Terapia Fotodinâmica

A aplicação da Terapia Fotodinâmica (TFD) Imagem_TFD_250poderá ser mais eficaz em tratamentos clínicos não-invasivos ou minimamente invasivos, se depender de um estudo desenvolvido recentemente no Instituto de Física de São Carlos (IFSC/USP). A TFD baseia-se na associação de três componentes: luz (ajustada em determinada frequência), substância fotossensibilizadora e oxigênio. Quando a luz incide na substância fotossensível, esta é estimulada, liberando um oxigênio que combate células tumorais e de microrganismos.

Embora a TFD seja aplicada no tratamento de lesões e doenças, como câncer, e utilizada inclusive para fins cosméticos, há questões acerca de sua funcionalidade que continuam sem solução. Por exemplo: às vezes, um conjunto de células doentes resiste à técnica após ser submetido a algumas sessões da Terapia – em alguns casos, o tratamento de TFD exige mais do que uma sessão de aplicação.

Em seu mestrado, desenvolvido no Grupo de Óptica do IFSC/USP, a pesquisadora Clara Maria Gonçalves de Faria elaborou um “modelo de distribuição limiar de doses de TFD”, ou seja, uma curva que ilustra como as tolerâncias das células se distribuem em um intervalo de doses da luz da Terapia.

Na primeira etapa do trabalho, Clara analisou diversos gráficos de publicações científicas que correspondiam a aplicações da TFD em diferentes tipos de célula, usando seu modelo – a análise foi descrita no artigo Determination of the threshold dose distribution in photodynamic action from in vitro experiments, publicado no Journal of Photochemistry and Photobiology B: Biology, da Elsevier.

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Curva genérica de dose resposta (em preto) e sua respectiva distribuição de limiar de dose (azul). Créditos: autores do citado artigo

Na segunda fase do projeto, ela realizou experimentos in vitro, avaliando parâmetros essenciais para a TFD, a partir da utilização do fotossensibilizador Photogem e das células de fígado saudáveis, resistentes (que foram submetidas a 10 sessões de TFD) e tumorais. Ao testar cada elemento (como, por exemplo, a concentração do fotossensibilizador) sem alterar os demais parâmetros, Clara verificou com mais clareza as condições que permitem que uma determinada aplicação apresente resultados eficazes no tratamento de câncer.

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O intuito de Clara é divulgar os resultados dessa segunda etapa em novo artigo científico, que poderá ser publicado em breve. Contudo, adianta que a conclusão do projeto comprova a possibilidade de seu método ser utilizado na investigação de casos de resistência e variabilidade de resultados em aplicações de TFD, podendo estabelecer protocolos de aplicações clínicas mais eficazes.

A pesquisa foi orientada pelo Prof. Dr. Vanderlei Salvador Bagnato (IFSC/USP) e realizada através do Centro de Pesquisa em Óptica e Fotônica (CePOF), um dos Centros de Pesquisa, Inovação e Difusão apoiados pela Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de São Paulo (CEPID’s/FAPESP).

A pesquisa descrita nesta matéria de divulgação pode se encontrar em fase inicial de desenvolvimento. A eventualidade de sua aplicação para uso humano, animal, agrícola ou correlatas deverá ser previamente avaliada e receber aprovação oficial dos órgãos federais e estaduais competentes. A responsabilidade pelas informações contidas na reportagem é de inteira responsabilidade do pesquisador responsável pelo estudo, que foram devidamente conferidas pelo mesmo, após editadas por jornalista responsável devidamente identificado, não implicando, por isso, em responsabilidade da instituição.

Assessoria de Comunicação – IFSC/USP

20 de março de 2017

Levantamento das competências científicas

Uma plataforma de dados que poderá ser consultada, por exemplo, por empresários dispostos a abrir novos negócios, com informações sobre onde existe capacidade estabelecida para apoiar seus desafios.

Esta é apenas uma das funções do denominado Mapa da Ciência de São Paulo, lançado em fevereiro último pela Academia de Ciências do Estado de São Paulo (Aciesp), consubstanciado em um levantamento sobre as competências científicas presentes em cada uma das 15 regiões administrativas do território paulista.

Esta matéria foi um dos destaques da edição de março da “Pesquisa FAPESP”, que pode ser lida clicando AQUI.

Assessoria de Comunicação – IFSC/USP

20 de março de 2017

Inscrições abertas para programa de trainee

IFSC_JrA IFSC Jr., empresa formada e administrada por alunos do Instituto de Física de São Carlos (IFSC/USP), está com inscrições abertas para seu programa de trainee. Os interessados em participar do processo deverão realizar sua inscrição on-line (clique aqui para se inscrever).

O processo seletivo é realizado pelo menos uma vez ao ano, sendo que os participantes, após a inscrição, participarão de uma dinâmica de grupo e de uma entrevista individual. Os aprovados no processo passam por um período de dois meses de treinamento, antes de serem efetivados na IFSC Jr.

Sobre a empresa

A IFSC Jr. é formada por alunos de todos os cursos de graduação oferecidos no Instituto de Física de São Carlos (IFSC/USP), tornando-a, assim com o próprio Instituto, interdisciplinar.

O principal objetivo da empresa é oferecer serviços de consultoria e desenvolvimento de projetos a pequenas, médias e grandes empresas, auxiliando-as em seu desenvolvimento, e identificando e solucionando suas necessidades.

Para mais informações sobre a IFSC Jr., acesse o site oficial da empresa, através do endereço eletrônico http://www.ifscjr.ifsc.usp.br/

Assessoria de Comunicação- IFSC/USP

20 de março de 2017

Palestra: Os desafios e a realidade da indústria brasileira

O Auditório “Prof. Sérgio Mascarenhas” (IFSC/USP) recebe hoje (20/03), a partir das 19 horas, o presidente do Conselho da Empresa Brasileira de Pesquisa e Inovação Industrial (EMBRAPII), Pedro Wongtschowski, que apresentará a palestra intitulada Desafios e realidade da indústria brasileira.

Na sua apresentação, o palestrante abordará os desafios e oportunidades para a indústria brasileira com base na atual situação socioeconômica e política do Brasil e do mundo, tendo como base sua experiência como ex-CEO e atual conselheiro do Grupo Ultra e membro de diversos conselhos como do CNPEM, FAPESP e EMBRAER.

A presença de Wongtschowski nesta palestra surge a partir do convite formulado pelo Centro Avançado EESC para Apoio à Inovação (EESCin), sendo que o evento se integra em um conjunto de atividades promovido pela EESCuderia Mileage e pelo Capitalismo Consciente Universidades, que visa introduzir uma perspectiva de novas formas de pensamento, focando nos valores e propósitos defendidos por esses grupos.

O evento é gratuito e aberto a todos os interessados.

Para fazer a inscrição no evento, clique AQUI.

Para obter mais informações sobre a palestra, clique AQUI.

Assessoria de Comunicação – IFSC/USP

20 de março de 2017

Plataforma criada por alunas do IFSC concorre a prêmio internacional

Saber lidar com o tempo no vestibular é um problema para muitos estudantes. Cientes desse fato, Carolina Campos e Laís Brazaca, doutorandas do Instituto de Física de São Carlos (IFSC/USP), e os estudantes de graduação do curso de Engenharia Aeronáutica da Escola de Engenharia de São Carlos (EESC/USP), Kayo Adonnay, Rafael Lima e Isabella Beninca, resolveram criar uma plataforma para trazer uma solução ao problema.

FastibularBatizado como Fastibular, o projeto encabeçado pelos alunos visa à criação de uma plataforma que trará diversas provas de vestibulares como da FUVEST e do ENEM para os alunos resolverem. Ao terminar o simulado, os alunos receberão uma avaliação, na qual constará o desempenho de tempo em cada uma das disciplinas. “Damos um feedback que traz, entre outras coisas, quanto tempo eles demoraram para fazer cada questão, cada disciplina, além de darmos dicas de como eles poderão melhorar e sobretudo lidar com o tempo para resolução das questões”, explica Carolina.

A ideia dos alunos de trazer um retorno focado no tempo, e não nos conhecimentos dos alunos, é o diferencial do Fastibular. “Ao pesquisarmos plataformas desse tipo, ou seja, voltadas ao vestibular, percebemos que todas elas são focadas em dar um retorno ao aluno em relação aos conhecimentos dos mesmos, e não ao tempo que eles levam para fazer as provas”, conta Laís. “Mesmo os chamados coaches, que são pessoas contratadas para auxiliar no planejamento de estudo dos vestibulandos, não trabalham com esse foco”.

Por ora, o retorno aos alunos é feito manualmente, mas Carolina diz que um dos próximos passos do projeto é criar um algoritmo que dê esse retorno automaticamente. Ela comenta que o grupo está em busca de alunos com experiência em programação para desenvolver a plataforma online (clique aqui para saber mais ). “Também estamos trabalhando com uma possibilidade que identifica sentimentos do aluno, como nervosismo, angústia etc., para trazer uma resposta ainda mais completa aos usuários”.

Embora a plataforma ainda não tenha sido disponibilizada ao público, Carolina diz que o retorno de cursinhos pré-vestibulares já foi positivo. “Nossos clientes serão os cursinhos, enquanto os alunos serão os usuários. Apresentamos a ideia a diversos alunos de cursinhos da cidade, e todos afirmaram que utilizariam a plataforma”, diz. “Queremos apresentar o produto em um preço acessível, para que a plataforma seja utilizada por todos eles”.

Ideia premiada

Carol_e_Lhais-_FastibularO Fastibular foi apresentado na competição Sua Ideia Na Prática (SINP) e foi um dos ganhadores da etapa regional da competição. Em janeiro deste ano, o projeto foi novamente apresentado, e mais uma vez foi vencedor. Com essa vitória, o time foi selecionado para entrar nas quartas de final da competição International Business Model Competition (IBMC) que ocorrerá nos Estados Unidos em maio deste ano. “O SINP é a ‘porta de entrada’ para esta competição mundial, e por ter participado dela, fomos direcionados à etapa internacional. Ao entrar na IBMC ganhamos US$ 2 mil, e usaremos esse dinheiro para ir competir nos EUA”, comemora Laís.

Já estando nas quartas de final do IBMC, Laís e Carolina estão empolgadas, mas ao mesmo tempo cientes de que competirão com outros projetos relevantes. “A plataforma ainda não foi completamente desenvolvida, pois ainda estamos na fase de validação e testes. Não teremos a plataforma completa até maio, mas a base dela poderá ser apresentada, e estará muito bem consolidada”.

Laís afirma que, mesmo que o projeto ainda não tenha sido concluído, o aprendizado já foi grande, especialmente no que se refere à parte do empreendedorismo. Em relação às expectativas para a etapa mundial, ela afirma que a equipe do Fastibular tem se esforçado bastante para ter chance de ganhar o prêmio. Se depender da torcida do IFSC, a vitória dos alunos é só uma questão de… tempo.

Imagem: Carolina (à esq.) e Laís

Assessoria de Comunicação- IFSC/USP

17 de março de 2017

Panorama da Cristalografia no Brasil

No Colloquium diei que se realizou nesta YVONNE_MASCARENHAS_17-03-2017_250sexta-feira (17), no Auditório “Professor Sérgio Mascarenhas” do Instituto de Física de São Carlos (IFSC/USP), a Profa. Dra. Yvonne Primerano Mascarenhas, do Grupo de Cristalografia do IFSC, dissertou a respeito do Panorama da Cristalografia no Brasil, tendo apresentado sua visão acerca do desenvolvimento dessa área no país, desde o século passado até os dias atuais.

Pioneira no IFSC/USP, a Profa. Yvonne desenvolveu a graduação em física e química na Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ), o doutorado em química (físico-química) na USP, e o pós-doutorado na Universidade de Harvard, nos Estados Unidos. 

Assessoria de Comunicação – IFSC/USP

17 de março de 2017

Bolsa Empreendedorismo – Intercâmbio com Rice University (EUA)

A Agência USP de Inovação, responsável pela Bolsa Empreendedorismo, acaba de divulgar diversas oportunidades de projetos de intercâmbio com a Rice University, uma instituição de ensino do estado do Texas (EUA).

Abaixo estão dispostas as possíveis áreas de pesquisa, sendo que os alunos interessados deverão enviar e-mail para Mayra Onuchic monuchic@rice.edu / mho1@rice.edu , Program Manage, com o assunto “Bolsa Empreendedorismo”, citando a área de interesse.

Áreas de Pesquisa:

1 – Anatoly Kolomeisky – Professor, Chemistry, Chemical & Biomolecular Engineering, Associate Chair for Graduate Studies Chemistry ;

Number of students = 1

Possible research areas:

• Understanding mechanism of collective behavior of motor proteins;

• Dynamics of protein-DNA interactions;

• Multi-particle non-equilibrium phenomena;

 

2 – Randy Hulet – Professor of Physics Physics and Astronomy;

Number of students = 1;

Possible research areas: We study atoms cooled to the ultra-low temperature regime of a few nano-Kelvin. We have two main thrusts: 1) strongly correlated fermion physics and 2) matter wave solitons of attractivelyinteracting bosons. In the first area, we emulate an electronic material using optical lattices to study high-temperature superconductors. In the second area, we confine a Bose-Einstein condensate to 1 dimension to better understand the nonlinear dynamics of solitons.

 

3 – Pedro Alvarez – Professor of Materials Science and NanoEngineering; Civil & Environmental Engineering;

Number of students = up to 2;

Possible research areas: Nanotechnology-enabled water treatment / Remediation of sites contaminated with hazardous materials;

 

4 – Erez Lieberman Aiden – Assistant Professor , Department of Genetics – Baylor College of Medicine Adjunct Assistant Professor of Computer Science – Rice University;

Number of students = up to 3;

Possible research areas: How genome folds inside the nucleus of a cell.

 

5 – José Nelson Onuchic – Professor of Physics, Co-Director: Center for Theoretical Biological Physics, Professor Of Chemistry + BioSciences Physics and Astronomy;

Number of students = up to 2;

Possible research area: Theoretical physics has an increasingly essential role to play in understanding the set of interwoven complex phenomena that constitute living systems. The Center for Theoretical Biological Physics (CTBP) has long had a critical role in creating this new reality. CTBP vision is that we can combine our increasingly sophisticated understanding of biomolecule-based information processing in cells and tissues with recently developed concepts of self-organization by active materials to create a new paradigm of living systems as smart matter.

 

6 – Rebecca Richards-Kortun – Professor of Bioengineering, Prof of Elec & Comp Engr, Special Adviser to the Provost, Director of Rice 360: Institute for Global Health Technology Bioengineering;

Number of students = up to 2;

Possible research area: Early cancer detection: To improve early detection and prevention of cancer, we are developing a new generation of high-performance, low-cost, optical imaging technologies. These technologies enable in vivo imaging of tissue with subcellular resolution, allowing immediate diagnostic evaluation at the point of care. We work with clinical collaborators to translate these technologies to clinical settings in the United States and elsewhere in the world (including Brazil) for early diagnosis of oral cancer, esophageal cancer, and cervical cancer. Point-of-care diagnostics: We are developing molecular specific contrast agents, optical microfluidic chips, and rapid diagnostic tests to improve point-of-care detection of infectious diseases in low-resource settings. Applications include tests for tuberculosis, malaria, HPV, sickle cell anemia, and sepsis, as well as tests to evaluate complete blood count, hemoglobin, and bilirubin levels.

 

7 – Francisco M. Vargas – Assistant Professor, Chemical & Biomolecular Engineering Chemical & Biomolecular Engineering;

Number of students = up to 2;

Possible research areas: Asphaltenes constitute the heaviest fraction of the crude oil, which can deposit during oil production, damage oil reservoirs, and clog wellbores and surface facilities. This can cause excessive downtime and high cleaning costs of the affected areas. There are several heavy oil reservoirs in Brazil with very high asphaltene contents. Understanding the behavior of asphaltenes in these heavy crude oils is necessary for the oil production as well as the process of the crude oil in the downstream refinery. Our research work contributes to have a better understanding of the mechanisms by which asphaltenes precipitate and deposit and to develop better mitigation strategies and modeling tools to anticipate and prevent this problem.

 

8 – Andre Droxler – Professor, Earth Sciences Earth Sciences;

Number of students = 2;

Possible research areas: Uniquely productive Microbial (reef) carbonate oil reservoirs have been discovered offshore Brazil in the past decade and, therefore, our research in Central Texas has triggered interests from oil and gas companies involved in the offshore Brazil exploration.

Assessoria de Comunicação – IFSC/USP

17 de março de 2017

Cérebro, Biomúsica e a Terceira Cultura

O futuro da humanidade depende da união virtuosa da Ciência e Tecnologia com as Humanidades (arte

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s, literatura, história, filosofia).

C.P.Snow denominou essa utopia de Terceira Cultura. Uma realização efetiva dessa transdisciplinaridade já ocorre com o uso de sofisticadas tecnologias, como das áreas de Matemática, Física, Bioinformática com Música,Artes Plásticas e Linguística.

Uma das tentativas mais interessantes nas quais estou envolvido é o que podemos chamar de Biomúsica, com três vertentes:

1- A partir da estrutura molecular de biomoléculas, como proteínas, polinucleotídeos, lipídios, glicídios;

2- A partir de técnicas de imagens ou de análise espectroscópica de funções biológicas, como Ressonância Nucl

ear Magnética Funcional;

3- A partir da Bioinformática, com o uso de técnicas de análise de sinais biológicos com redes neurais, autômatos celulares, envolvendo o que se chama de machine-learning e/ou métodos de sistemas complexos.

Em todas essas áreas aparece imediatamente uma necessidade fundamental: as técnicas de ciências básicas como matemática e suas vertentes modernas, como topologia, teoria de números, fractais ou na biofísica e bioengenharia com suas poderosas técnicas de imageologia espectroscopias e hardwares e softwares associados, que não podem expressar sozinhos valores da estética ligados tanto à expressão musical ligada à estrutura das composições, como com o próprio psiquismo da percepção musical – por exemplo, na psicoacústica ou na musicofilia tão bem analisada por Oliver Sacks.

No meu caso, tomei a estrutura primária de uma proteína ligada ao veneno de serpente usada em cardiologia, ou da insulina ligada ao diabetes. Criei uma planilha de correspondência entre os aminoácidos e as notas de uma dada escala musical. Para o ritmo essencial para a expressão musical utilizei frequências biológicas, como batimentos cardíacos, frequências respiratórias . Naturalmente, deixei a cargo dos músicos profissionais co-autores a expressão final das composições

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Esses trabalhos foram registrados no Estudio Berimbau em São Carlos, onde podem ser obtidos por solicitação no site http://www.berimbauestudio.com.br/

Um excelente número de composições tipo terceira cultura tem sido realizado pioneiramente pelo Prof. Norberto Cairasco, neuro-cientista da Faculdade de Medicina de Ribeirão Preto, da Universidade de São Paulo, no qual ele associa a música executada por grupos musicais com sua própria inspiração ao ouvi-la, executando maravilhosas ilustrações por meio de aplicativos digitais.

Parte desse material constituiu evento no Instituto de Estudos Avançados – Polo Ribeirão Preto (USP), em comemoração da Semana Internacional do Cérebro – 2017 e o vídeo pode ser encontrado no site do IEA/USP – Polo Ribeirão Preto pelos interessados.

(Prof. Dr. Sérgio Mascarenhas (IFSC/USP) – Acad. Brasil. Ci. / Presid. Honor. SBPC – Coordenador de Projetos OPAS/FAPESP/MIT – Diretor do PIEPAL)

Assessoria de Comunicação – IFSC/USP

16 de março de 2017

Astro-Cosmo-Particle Journal Club: “Acceleration of petaelectronvolt protons in the Galactic Centre

Astro-Cosmo-Particle_JC-_loguinhoA proposta do programa é reunir estudantes e cientistas interessados em discutir temas relevantes na física de partículas, cosmologia e astrofísica de partículas.

Todos estão convidados a participar das reuniões, mas se recomenda a leitura do artigo com antecedência, para que se possa acompanhar a discussão.

Clique aqui para saber qual artigo será discutido no próximo encontro.

16 de março de 2017

Docente do IFSC participa de mesa-redonda

O Prof. Dr. Luiz Vitor de Souza Filho, docente do Grupo de Física Computacional e Instrumentação Aplicada do Instituto de Física de São Carlos (IFSC/USP), irá compor, nessa quinta-feira (16), uma das mesas-redondas do workshop que inaugurará a São Paulo Astronomy Network (SPAnet) (Rede Paulista de Astronomia). O evento se realizará das 9h às 16h, na sede da Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de São Paulo (FAPESP), no bairro Alto da Lapa, na capital paulista.

galaxia_250O objetivo da Rede é estreitar a relação entre pesquisadores da comunidade paulista de astronomia, para fortalecer as pesquisas desenvolvidas nessa área, no estado de São Paulo, e aumentar a visibilidade desses estudos nos âmbitos nacional e internacional. A iniciativa também objetiva promover atividades que estimulem o desenvolvimento de instrumentação astronômica, bem como parcerias internacionais, haja vista que alguns pesquisadores que atuam no estado estão envolvidos em colaborações com outros países, como Chile, Estados Unidos e Argentina, nos projetos intitulados Giant Magellan Telescope (GMT), Large Latin-America Millimiter Array (LLAMA) e Cherenkov Telescope Array – CTA.

A criação da Rede foi inspirada em projetos de naturezas semelhantes, como o South American Institute for Fundamental Research, do Instituto de Física Teórica da Universidade Estadual Paulista “Júlio de Mesquita Filho” (SAIFR/IFT/UNESP), e a Netherlands Research School for Astronomy (NOVA), sediada na Holanda.

Com o intuito de promover as ações da SPAnet e estimular discussões entre os participantes, o workshop compreenderá palestras sobre a astronomia no estado de São Paulo, bem como mesas-redondas que abordarão a visibilidade da ciência paulista, instrumentação astronômica, educação e difusão científica, e a gestão da SPAnet (confira a programação na íntegra AQUI).

Membro da Rede, o Prof. Luiz Vitor participará da mesa-redonda que discutirá Como promover a instrumentação e a participação industrial, na tentativa de buscar maneiras de fomentar a relação entre grupos de pesquisa e empresas, e descrever o tipo de indústria que tem interesse e capacitação suficientes para atuar em projetos de astronomia. Nessa discussão, o docente do IFSC/USP estará ao lado de outros pesquisadores que têm experiências em projetos de construções relacionadas a observatórios astronômicos, sendo eles: Claudia Vilega Rodrigues (Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais – INPE), Danilo Zanella (Instituto de Astronomia, Geofísica e Ciências Atmosféricas da Universidade de São Paulo – IAG/USP), José Octávio Armani Paschoal (GMT Brazil), Elisabete de Gouveia Dal Pino (IAG/USP) e Bruno Castilho (Laboratório Nacional de Astrofísica – LNA).

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Luiz Vitor de Souza Filho é graduado, mestre e doutor em física pela Universidade Estadual de Campinas (UNICAMP), tendo desenvolvido pós-doutorado no IAG/USP. Especialista em astrofísica de partículas, o docente diz que há muitos grupos de pesquisa independentes obtendo sucesso em importantes pesquisas na área de astronomia, e que a SPAnet é uma tentativa de unir os esforços já registrados por essas equipes, para otimizar os investimentos atribuídos a projetos dessa área e obter resultados científicos ainda melhores.

“Acredito que a maneira como a SPAnet enxerga a ciência poderá ser aplicada inclusive em outras áreas do conhecimento”, comenta o docente, cujas expectativas para a atuação da rede de cooperação são bastante positivas, principalmente porque os pesquisadores envolvidos na SPAnet já têm discutido propostas via e-mail.

As inscrições gratuitas para o workshop podem ser feitas AQUI.

(Créditos: Imagem 1 – NASA)

Assessoria de Comunicação – IFSC/USP

15 de março de 2017

Conselheiros do CO são ofendidos e agredidos por manifestantes

No passado dia 7 de março, data marcada para a realização da reunião do Conselho Universitário da USP onde seriam analisados, discutidos e votados os designados Parâmetros de Sustentabilidade Econômico-Financeira da Universidade, um ato de protesto promovido por cerca de duas centenas de manifestantes contrários à medida evolui para a ofensa e agressão física dos conselheiros, gerando, por isso, a intervenção da Polícia Militar.

Sobre esse episódio, a USP publicou uma nota, dando conta do que se passou, com declarações do presidente da Comissão de Orçamento e Patrimônio (COP) do Conselho Universitário, e diretor da Faculdade de Economia, Administração e Contabilidade (FEA), Prof. Dr. Adalberto Américo Fischmann, da diretora da Escola de Educação Física e Esportes de Ribeirão Preto (EEFERP), Profª Draª Maria das Graças Bomfim de Carvalho e do diretor do Instituto de Física de São Carlos (IFSC), Prof. Dr. Tito José Bonagamba.

Para acessar essa nota, clique AQUI.

Assessoria de Comunicação – IFSC/USP

15 de março de 2017

IFSC abre ano letivo com aula de Daniel Kleppner (MIT)

Como forma de recepcionar seus novos calouros, o Instituto de Física de São Carlos (IFSC/USP) organizou a Aula Magna Inaugural intitulada Three Seeds in the Flowering of Quantum Sciences, que foi apresentada pelo Prof. Dr. Daniel Kleppner, um dos mais consagrados físicos atômicos vivos.

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Com o Auditório “Professor Sérgio Mascarenhas” (IFSC/USP) completamente lotado, Kleppner, que é docente do Instituto de Tecnologia de Massachusetts (MIT – EUA), dissertou sobre os substanciais avanços que decorreram na física quântica, área em que se estuda o comportamento de elementos em escala atômica e sub-atômica, como, por exemplo, elétrons, prótons, pósitrons e moléculas.

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O desenvolvimento dos relógios atômicos, da eletrodinâmica quântica, dos átomos de Rydberg, bem como dos condensados de Bose-Einstein, recebeu maior ênfase durante a apresentação do físico, que enfatizou o fato de que nas últimas décadas a mecânica quântica deixou de ser restrita à física e passou a ganhar relevância em praticamente todas as ciências. Segundo Daniel Kleppner, desde a Biologia, passando pela Ciências de materiais e e culminando na computação, todos não poderiam hoje progredir sem a inclusão dos fundamentos da matéria quântica. Dada esta importância, o tema deve ser vivo na mente dos estudantes, desde o inicio de sua formação, motivo pelo qual Kleppner abordou três fatos relevantes (sementes) que tornaram os conceitos quânticos, não apenas parte da física, mas uma ciência por inteiro.

Exausto de um voo que o transportou ao Brasil, o cientista de 84 anos não se negou a interagir com os muitos alunos que o abordaram no final da apresentação, dispondo-se inclusive a manter uma profícua conversa com a Assessoria de Comunicação do IFSC/USP.

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“Creio que toda criança seja curiosa… Eu não perdi minha curiosidade”

Daniel cresceu na cidade nova-iorquina de Nova Rochelle. Seu pai, Otto Kleppner, foi um imigrante austríaco que deixou a cidade de Viena em 1906 – já sob pressões antisemitas -, tendo se mudado para Nova Iorque onde se graduou na universidade local, tendo trabalhado intensamente para sustentar a família. Atencioso e bem-humorado, Daniel acredita ser um homem de sorte. Na infância, estudou em boas escolas e viveu em uma casa confortável. “Meu pai teve que trabalhar muito para superar seus problemas. Mas a vida sempre foi fácil pra mim. Então, me sinto sortudo”, diz ele, que se considera o verdadeiro beneficiário do árduo trabalho do pai.

Na infância, Daniel mantinha vários hobbies. Junto com o irmão, por exemplo, construía rádios de galena e pequenos modelos de aeronaves. Embora seus pais não fossem cientistas, jamais se opuseram ao desejo de Kleppner de se tornar físico. Assim, em 1953, Daniel se graduou na Faculdade Williams em Amherst (Massachusetts) e em 1955 concluiu outro bacharelado, só que dessa vez na Universidade de Cambridge (Inglaterra). Durante o ensino médio e seus bacharelados conviveu com pessoas que acabaram por se tornar seus mentores. Mas foi nos últimos anos da década de 1950, na Universidade de Harvard (EUA), que Kleppner conheceu seu verdadeiro “guru” – nada mais nada menos que o Prof. Dr. Norman Ramsey, que orientou sua tese de doutorado e viria a ser Prêmio Nobel de Física de 1989. Para Kleppner, Ramsey era um indivíduo incomum, criativo, que interagia abertamente com quem conhecia, que jamais se mostrava irritado e que tinha facilidade em unir pesquisadores de diferentes áreas para trabalharem juntos, uma característica que lhe permitiu ajudar a criar tanto o Laboratório Nacional de Brookhaven (EUA) como o Laboratório Fermi (EUA), cujo auditório leva seu nome.

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Durante o doutorado, Daniel criou o hidrogênio maser, um sistema que hoje é importantíssimo nas áreas de telecomunicação e de sistemas de navegação (como o Sistema de Posicionamento Global – GPS) – e que foi um dos motivos pelo qual Ramsey recebeu o Prêmio Nobel, em 1989. “Sei que Norman ficou desapontado porque decidi não compartilhar o Prêmio com ele. Mas a ideia-chave para a invenção do hidrogênio maser foi dele. Eu era apenas um estudante graduado”, relembra Kleppner que, com o título de doutorado, se tornou professor do MIT, onde foi pioneiro no estudo de áreas (como, por exemplo, átomos de Rydberg e átomos em cavidade…) que são fundamentais para o entendimento da natureza quântica da matéria. Mas, entre tantas opções, pode-se perguntar por que ele escolheu trabalhar com física. Segundo Kleppner, a área permite obter resultados que ultrapassam as expectativas, algo que ocorre em menor frequência em outros campos do conhecimento. Segundo ele, se na década de 1960 as pessoas soubessem de tudo o que foi inventado até hoje elas ficariam maravilhadas. Como exemplo, citou a invenção da Ressonância Magnética. “Ninguém poderia prever que a imagem por Ressonância Magnética seria uma tecnologia tão importante e capaz de salvar milhões de vidas”, comenta Kleppner. Há décadas trabalhando com física atômica, Kleppner é otimista ao falar sobre o futuro da física quântica, tendo afirmado que, se soubéssemos a respeito do futuro, também nos sentiríamos maravilhados. Nesse sentido, citou a teoria do Big Data, termo que se refere ao armazenamento de uma imensa quantidade de dados, o que tem sido cada vez mais apreciado pela comunidade científica. “Na visão das ciências quânticas, o Big Data começará a ser Little Data“, brincou, se referindo aos pequenos elementos que são tão fundamentais na física atômica.

Embora não tenha sido laureado com o Prêmio Nobel de Física, Kleppner foi mestre e/ou colega de laboratório de seis pesquisadores que receberam o famigerado Prêmio. Aliás, classificou como “triste” o fato de muitos cientistas serem tão obcecados pelo título do Prêmio Nobel, mas reconhece o merecimento dos laureados e a importância de seus trabalhos. Obviamente que Kleppner gostaria de receber o título, mas acima de tudo considera que o melhor prêmio que o cientista pode receber é “uma carreira muito feliz”. Neste ano, em reconhecimento às suas contribuições científicas, Kleppner recebeu a Medalha da Associação Americana de Física (APS), que é considerada a maior condecoração atribuída a físicos nos EUA.

Questionado a respeito das diferenças entre se fazer ciência no Brasil e em outras regiões, como EUA e Europa, ele enfatiza que o avanço da ciência geralmente está relacionado às tradições regionais. Os históricos seculares de algumas instituições de ensino superior*, as ações filantrópicas voltadas ao ensino e à pesquisa, e, inclusive diversos episódios da II Guerra Mundial, colaboraram – ou ainda colaboram – para o avanço tecnológico tanto norte-americano como europeu. A Guerra, por exemplo, culminou na imigração de excelentes cientistas da Alemanha para os EUA, bem como na transformação da imagem que se tinha dos pesquisadores, que passaram a ser vistos como heróis, já que o conflito também foi marcado por diversas invenções ousadas, como, por exemplo, os radares que foram utilizados para detectar ameaças de ataques aos exércitos aliados.

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A próxima fronteira a ser explorada pela física

Embora algumas áreas, como a nanociência, neurociência, ciências biológicas e teorias quânticas, ofereçam perspectivas promissoras para o futuro da ciência, Kleppner crê que a primeira detecção direta das ondas gravitacionais, anunciada em 2015, alterou a visão que se tem do universo, podendo certamente ser a próxima fronteira para os estudos da física. “Os pesquisadores que as detectaram fizeram testes extraordinários para se certificarem de que essa detecção é real. Quando você tem acesso ao paper, e o lê com atenção, você acredita nisso: temos que ser otimistas”. Seu otimismo acerca do futuro da ciência é comum entre os pesquisadores, porque a ideia de poder entender o funcionamento de tudo aquilo que nos cerca é uma maneira fascinante de enxergar o mundo. Mas, para Kleppner, além dessa visão positiva, os físicos devem ter muita coragem para conquistar suas metas e ir sempre mais além.

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O reencontro entre o Prof. Dr. Jarbas Caiado de Castro Neto (IFSC/USP) e o seu ex-orientador do MIT, Prof. Daniel Kleppner

*A Universidade de Cambridge, por exemplo, foi fundada em 1209; enquanto a de Harvard surgiu em 1636. Já a USP foi criada em 1934, sendo, portanto, uma instituição jovem.

Assessoria de Comunicação – IFSC/USP

15 de março de 2017

Alunos levam professores do IFSC/USP ao YouTube

A maneira encontrada por Caio Dallaqua, aluno do Instituto de Física de São Carlos (IFSC/USP), para divulgar conhecimentos científicos, foi a criação do canal “Caio na Aula”. Aulas de programação eram seu foco principal, mas o projeto logo foi expandido com a colaboração de Andressa Freires, também aluna do IFSC/USP, elaborando vídeos sobre neurociência.

Youtube-_logoProduzindo conteúdos a princípio somente relacionados à programação e neurociência, o ibope dos vídeos e o retorno dos colegas foram tão grandes que eles decidiram ampliar a temática abordada nos vídeos, mas sempre mantendo o mesmo objetivo: comunicar de maneira fácil e didática conteúdos científicos.

Nessa segunda etapa do projeto, o foco é ampliar o diálogo entre professores do IFSC e alunos de dentro e de fora do Instituto. “Tenho muitos colegas aqui que ainda não sabem muito bem qual direção de estudos irão seguir. Queremos trazer esclarecimentos sobre as possibilidades de estudo em nossos cursos e também estimular que outros estudantes façam cursos aqui no IFSC”, conta Andressa.

De acordo com Caio, o foco dos vídeos é no aspecto qualitativo, pois dessa forma é possível conversar sobre esses assuntos com as pessoas ao redor, difundindo ainda mais o conhecimento. “Queremos mostrar às pessoas a ‘big picture‘ de diversas áreas da ciência para que elas tenham uma visão mais ampla”, explica Caio.

Para cumprir esta meta, Andressa e Caio têm entrevistado professores do IFSC sobre os mais diversos assuntos de ciência. “Os temas têm que ser relacionados à ciência, e sempre escolhemos assuntos próximos da área de pesquisa do professor. A facilidade de entendimento dos vídeos se deve ao alto nível de conhecimento dos docentes. Por exemplo, entrevistamos o professor Leonardo Paulo Maia que falou sobre física estatística e a conversa se estendeu a termodinâmica, propagação de doenças e até ao mercado financeiro”, elucida Caio.

Até o momento, foram disponibilizadas oito entrevistas no “Caio na aula”. Os assuntos são contextualizados, explicados e, posteriormente, os professores falam sobre as atuais e futuras aplicações.

Caio_e_Andressa-_DC_2017Em relação à motivação para criar e manter o projeto, é o próprio Caio quem responde à questão. “Há muito conhecimento dentro do IFSC. Porém, ele fica muito concentrado aqui dentro, então pensei em alguma ação que pudesse fazer com que esse conhecimento ultrapassasse nossas fronteiras”, afirma. “Através de nossos vídeos, os futuros estudantes podem ver um pouco do que será abordado nos cursos, facilitando assim suas escolhas”.

Andressa conta que já recebeu diversos e-mails de pessoas interessadas em saber mais sobre neurociência, bem como sobre os outros assuntos abordados. Devido ao sucesso dos vídeos, Andressa e Caio planejam ampliar ainda mais o canal. “Embora existam diversos vídeos na internet mostrando experimentos de física, notamos que esses vídeos, em geral, não abordam o conceito físico que está por trás dos experimentos. Queremos produzir vídeos que incluam essa abordagem, com animações que permitam que esses conceitos sejam compreendidos mais facilmente”, explica Andressa.

Com o intuito de explorar ao máximo os recursos do IFSC, Caio busca o apoio de mais professores no projeto. “Gostaria de deixar aqui o convite a todos os interessados em divulgar ciência, seja por diversão ou conscientização do impacto que isso tem”, finaliza.

Os interessados em participar do projeto “Caio na Aula”, ou ter mais informações a respeito do assunto, podem enviar e-mail a cvdallaqua@gmail.com ou acessar a página do projeto no Facebook.

Assessoria de Comunicação- IFSC/USP