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28 de outubro de 2022

Processo seletivo para professores do Cursinho Popular de Licenciatura em Ciências Exatas -2023

Estão abertas até dia 08 de novembro as inscrições para o processo seletivo do Corpo Docente do Cursinho Popular de Licenciatura em Ciências Exatas para o ano de 2023.

São um total de 19 vagas e estas abrangem as seguintes disciplinas: física, matemática, química, biologia, história, geografia, literatura, gramática e redação.

Para se inscrever, basta atender aos requisitos do edital (VER AQUI), podendo os interessados estar cursando, ou ter cursado, qualquer curso de ensino superior.

Os professores selecionados iniciarão suas atividades junto ao Cursinho no final de janeiro de 2023 e atuarão, voluntariamente, até o final desse mesmo ano.

O Cursinho Popular da Licenciatura em Ciências Exatas (CPCEx) do Instituto de Física de São Carlos (IFSC/USP) é um projeto fundado pela Secretaria Acadêmica da Licenciatura em Ciências Exatas (SACEx) e mantém suas atividades desde 2007.

O objetivo é proporcionar aos alunos da rede pública de São Carlos a preparação necessária para a realização do Enem e vestibulares, bem como a base para o desenvolvimento de um ensino superior de qualidade.

Para fazer sua inscrição, clique AQUI.

Assessoria de Comunicação – IFSC/USP

28 de outubro de 2022

Arqueogenética e a história profunda da humanidade: dos neandertais à peste negra

Germany, Saxony, Leipzig, Prof. Johannes Krause at the Mx Planck Institut for Evolutionary Anthropology, 10.06.2020 © Thomas Victor

A USP recebe no próximo dia 8 de novembro, entre as 09h30 e as 11h30, no Auditório István Jancsó da Biblioteca Brasiliana Guita e José Mindlin – Rua da Biblioteca, 21 – Cidade Universitária – São Paulo -, o doutor em genética pela Universidade de Leipzig (Alemanha), Johannes Krause, que dirige o Instituto Max Planck de Antropologia Evolutiva e está lançando o livro “A jornada dos nossos genes”, em parceria com o jornalista Thomas Krauppe.

Krause é membro da equipe de Svante Pääbo, ganhador do Prêmio Nobel deste ano, e colabora com a construção do primeiro laboratório de arqueogenética do Brasil em parceria com o Museu de Arqueologia e Etnologia (MAE) da USP.

Nesse encontro, Krause fará a palestra Arqueogenética e a história profunda da humanidade: dos neandertais à peste negra. Em seguida, haverá uma mesa-redonda com a participação do próprio cientista e também de Kathrin Nägele (Max Planck Institute), André Strauss (MAE) e Tábita Hünemeier (Instituto de Biociências da USP), com a mediação da jornalista Ana Bottallo, do jornal “Folha de S. Paulo”.

Esta palestra abordará a história humana dos últimos 100 mil anos, com base nas evidências do DNA extraído de ossos antigos, com destaque para os estudos realizados em 2010, nos quais se publicou a primeira versão do genoma completo Neandertal, confirmando que essa espécie extinta hibridizou com humanos modernos.

O evento faz parte da série “USP Lectures”, iniciativa da Pró-Reitoria de Pesquisa e Inovação (PRPI) que tem como objetivo trazer cientistas internacionais para conversas mais próximas da comunidade e ampliar o acesso às discussões científicas mais atuais.

A participação é gratuita e aberta a todos os interessados, sem necessidade de inscrição prévia, sendo que os participantes receberão atestado de presença. Toda a programação será em inglês, sem tradução simultânea, contando-se, igualmente, com transmissão online pelo Canal Youtube, em  https://youtu.be/0kXCDqsmB9M.

Nesta edição do “USP Lectures” a PRPI tem a parceria da Pró-Reitoria de Cultura e Extensão Universitária e do MAE.

(Com informações da PRCEU/USP)

Assessoria de Comunicação – IFSC/USP

26 de outubro de 2022

IFSC/USP – Curso gratuito aborda conceitos e aplicações da biofotônica na área da saúde

Estão abertas até dia 03 de abril do corrente ano as inscrições para o curso “Introdução à biofotônica: conceitos e aplicações”, oferecido pelo Centro Latino-Americano de Biotecnologia (CABBIO), que ocorrerá de forma remota entre 15 de maio e 30 de junho, com foco em aplicações para áreas de terapêutica, cirurgia e diagnóstico.

O curso é gratuito e será ministrado de modo online pelo IFSC/USP. No total, serão 30 horas/aula teórica, sendo oferecidas 50 vagas, metade delas para brasileiros. Para efetuar inscrição, os interessados deverão cadastrar-se na plataforma do CABBIO.

O público-alvo do curso são alunos de pós-graduação com interesse em biofotônica. Pelo caráter multidisciplinar, não há pré-requisitos sobre área de formação. Será um diferencial ter formação básica em física, química, biologia ou em áreas da saúde. Profissionais atuantes no mercado nesta área também podem se inscrever.

De acordo com o coordenador do curso, o docente e pesquisador do IFSC/USP, Prof. Vanderlei Salvador Bagnato “A óptica e a luz têm sido utilizadas como ferramentas para a área de ciências da vida, tanto para o diagnóstico rápido de doenças quanto para o tratamento de doenças crônicas”. Bagnato relata que a luz tem permitido o desenvolvimento de sensores de altíssima precisão e que também tem surgido técnicas ópticas na produção de fármacos. “Isto tudo está dentro do escopo da biofotônica. A interação da luz com a vida em suas diversas possibilidades é a biofotônica. Explicar seus fundamentos científicos e técnicos é o escopo principal deste curso”, explica o pesquisador.

Bagnato relata que, a partir do curso, os participantes terão as bases necessárias para vislumbrar “o poder da biofotônica em praticamente milhares de aplicações atuais”. “Sendo um tópico que envolve luz, tecido vivo e biomoléculas, é preciso que as bases associadas a cada uma destas disciplinas sejam bem estabelecidas para podermos entender as aplicações. Muito importante é entender como a luz interage com o tecido biológico e lá deposita energia para se transformar em química ou mesmo na morte celular”, avalia Bagnato. Ele destaca que é uma área de rápido crescimento e de natureza multidisciplinar. “Após a introdução dos conceitos básicos, iremos explicar as diversas aplicações nos três ramos principais de terapêutica, de cirurgia ou de diagnóstico.  Posteriormente, os interessados poderão buscar especializações na área.”

Bagnato relata que, entre as aplicações terapêuticas da biofotônica, estão as técnicas de terapia fotodinâmica, utilizada  para tratamento do câncer e controle microbiológico, e de fotobioestimulação.  A técnica de terapia fotodinâmica consiste na adição de uma molécula ao sistema vivo, como um microrganismo no caso de infecções, e que é acionada por meio da luz, promovendo uma rápida formação dos chamados radicais livres que levam a morte do tecido-alvo. “A ação fotodinâmica é hoje uma das técnicas mais promissoras, em vista à catástrofe do desenvolvimento das bactérias resistentes aos antibióticos”, avalia Bagnato.

A técnica de fotobioestimulação, pela qual a luz atua sem a necessidade de nenhuma molécula, pode ser aplicada em tratamentos dos sintomas de certas doenças crônicas, como Parkinson, fibromialgia e artrite. Na área cirúrgica, os lasers têm dominado como instrumento para ablação e cortes precisos.

O Centro Latino-Americano de Biotecnologia (CABBIO) é um programa de integração regional que tem o objetivo de consolidar os laços de cooperação entre Brasil, Argentina, Uruguai e Colômbia. O Centro tem como propósito potencializar os recursos científico-tecnológicos da região, no âmbito da biotecnologia. A ideia é proporcionar uma maior independência tecnológica dos países membros. Para isso, está estruturado em polos geradores de conhecimento, que correspondem aos setores de pesquisa em biotecnologia das Partes. A infraestrutura existente em cada país é utilizada para executar projetos conjuntos de pesquisa e desenvolvimento, formação e capacitação de recursos humanos e atividades conexas. Os cursos oferecidos e os projetos apoiados buscam atender às necessidades acadêmicas ou industriais, complementarmente aos programas nacionais.

Por meio dos cursos ofertados pelo Centro, mais de 5,5 mil profissionais foram capacitados. Em 2023, está prevista a realização de 16 cursos, sendo oito no Brasil. Em geral, os cursos presenciais têm duração de 40 horas/aula, sendo parte teórica e parte com atividades práticas executadas em laboratórios. Todos os cursos preveem certificado aos participantes.

Para obter mais informações e/ou se inscrever neste curso, clique AQUI.

Assessoria de Comunicação – IFSC/USP

26 de outubro de 2022

FAPESP lança nova chamada com a Agence Nationale de la Recherche (França)

A FAPESP e a Agence Nationale de la Recherche (ANR) anunciam a 16ª chamada de propostas para selecionar e apoiar projetos conduzidos em parceria por pesquisadores da França e de instituições de ensino superior e de pesquisa no Estado de São Paulo, nos termos do acordo de cooperação mantido entre a as duas instituições.

A edição de 2023 propõe cinco blocos temáticos para a elaboração de projetos de pesquisa: Engenharia, Química e Física; Ciências da Computação e Matemática; Ciência dos Materiais; Ciências Sociais e Humanidades; e Meio Ambiente, Ecossistemas e Recursos Biológicos.

Um pré-cadastro dos interessados deve ser feito pelo pesquisador parceiro francês até o dia 7 de novembro, por meio de procedimento determinado pela ANR. Na mesma data termina o prazo para solicitação de análise de elegibilidade do pesquisador de São Paulo à FAPESP.

Os pesquisadores considerados elegíveis e que tenham pré-cadastros aprovados serão convidados em fevereiro de 2023 a submeter propostas completas. Na FAPESP, as propostas tramitarão nas modalidades Auxílio à Pesquisa – Regular (com duração máxima de 48 meses, excepcionalmente) e Auxílio à Pesquisa – Projeto Temático (com duração de 48 a 60 meses).

A chamada também permite a participação de proponentes que sejam pesquisadores responsáveis ou principais de auxílios vigentes nas modalidades Regular, Temático, PITE, CEPID ou CPE/CPA.

Para conferir esta chamada de propostas, clique AQUI.

(Com informações da FAPESP)

Assessoria de Comunicação – IFSC/USP

25 de outubro de 2022

A IA vai escrever por você? Um passeio pela Inteligência Artificial na escrita!

ASSISTA PELO CANAL YOUTUBE DO “CIÊNCIA ÀS 19 HORAS – AQUI

O campo da Inteligência Artificial (IA) aplicada à linguagem – também conhecido como Processamento de Linguagem Natural, ou PLN – passou por avanços excepcionais nos últimos anos. O aprendizado de máquina (machine learning) e uma nova arquitetura de aprendizado profundo (deep learning), conhecida como “Transformers”, estão na base de uma revolução que vai reformular uma das atividades mais básicas da civilização: a escrita.

Depois de mais de cinco mil anos escrevendo quase da mesma forma, não será fácil a transição para esse novo mundo. As pessoas precisam entender que a IA é mais uma ferramenta, e por mais poderosa que seja, ela não substitui a criatividade humana. É verdade que, daqui a cinco ou dez anos, escrever um texto do zero, diante de uma página em branco, palavra após palavra, será considerado um ofício artesanal. No futuro, todos nós seremos muito mais editores do que escritores, vamos colocar nossas ideias e pontos de vista no texto e a IA vai contribuir com aquilo que é mais repetível e previsível. O ser humano possui o monopólio da criatividade intencional… Ao menos, por enquanto.

Parte desse cenário já existe. Milhares de profissionais hoje, no Brasil e no mundo, escrevem com algum tipo de assistente de escrita inteligente. Nessa conversa, vamos falar sobre essas IA’s e como startups, empresas e a academia estão pesquisando e desenvolvendo tecnologias em PLN que irão beneficiar pessoas e profissionais que trabalham com escrita.

25 de outubro de 2022

Laboratório de Conforto Ambiental (IAU/USP) recebe inscrições para vaga de estágio (também para Físicos)

O Laboratório de Conforto Ambiental do Instituto de Arquitetura e Urbanismo (IAU) da USP, em São Carlos, está com inscrições abertas para uma vaga de estágio aos alunos dos cursos de Física, Engenharia Elétrica, Engenharia Mecânica e Engenharia Mecatrônica.

As inscrições estão abertas até o dia 6 de novembro e podem ser feitas exclusivamente por envio dos documentos relacionados no item 5.2 do edital, para o e-mail: iau.estagios@sc.usp.br.

Veja AQUI as informações detalhadas, assim como a documentação completa da inscrição, encontram-se no edital.

(Com informações do Portal USP São Carlos / IAU)

 

 

 

Assessoria de Comunicação – IFSC/USP

25 de outubro de 2022

Tratamento recupera memória recente de pacientes pós-Covid – Outros resultados são publicados em artigo científico

(Créditos: SpeedKingz/Shutterstock/ Discover Magazine)

Já no decurso dos tratamentos para a redução das consequências da fibromialgia, iniciados há alguns anos através de protocolos e tecnologias desenvolvidas no IFSC/USP com base na aplicação de laser e ultrassom na palma das mãos,  os pesquisadores confrontaram-se com relatos de pacientes que, após esses tratamentos, mencionaram ter recuperado memórias recentes, situações essas que se enquadram naquilo que é conhecido como “Fribro Fog” (névoa no cérebro), uma situação que é nova nos tratamentos fisioterápicos em pacientes com sequelas pós-Covid. Agora, em artigo científico publicado no “Journal of Novel Physioterapies”, os pesquisadores do IFSC/USP relatam as pesquisas e os resultados obtidos com o tratamento de pacientes pós-Covid portadores de sequelas físicas e respiratórias, inclusive sequelas relativas à perda de memória recente, diminuição acentuada de ansiedade e depressão, regulação do sono e, inclusive, a reabilitação de paciente com quadro de Doença Pulmonar Obstrutiva Crônica (DPOC).

O que é a “Fibro Fog”

Dr. Antonio de Aquino Junior

“Fibro Fog” – ou névoa do cérebro – é o termo que se utiliza para um conjunto de situações que geram dificuldades cognitivas e que podem atingir alguns pacientes com fibromialgia. Os principais sintomas da “Fibro Fog” caracterizam-se por ansiedade, insônia, falha na memória, cansaço e até mesmo depressão: exatamente os mesmos sintomas detectados recentemente nos pacientes com sequelas de Covid-19 que foram voluntários nesta pesquisa e que recuperaram totalmente após efetuarem os já citados tratamentos.

“Nossas pesquisas não pararam e neste contexto novas tecnologias e metodologias são desenvolvidas para o tratamento dessas sequelas, muitas vezes com o uso de protocolos onde se utilizam equipamentos fotônicos, ultrassônicos e de pressão negativa. Neste trabalho científico, reunimos quatro casos de pacientes com sequelas pós-Covid das mais variadas origens. Eles foram acompanhados na evolução dos tratamentos, variando o número de sessões caso a caso. O tratamento realizado por meio desses recursos não invasivos e não medicamentosos (laser, ultrassom e pressão negativa) possibilitaram a reabilitação completa desses pacientes, devolvendo sua qualidade de vida”, relata o Dr. Antonio de Aquino Junior, pesquisador do IFSC/USP e um dos autores do estudo.

A recuperação da memória recente em pacientes com sequelas de COVID-19

Pesquisadores – Vanessa Garcia e Tiago Rodrigues

Após um ano de se terem iniciado os tratamentos pós-COVID na Unidade de Terapia Fotodinâmica (UTF) – em uma parceria com a Santa Casa da Misericórdia de São Carlos -, os pesquisadores do IFSC/USP realizaram nesse período cerca de quatro mil sessões em atendimento a pacientes com sequelas pós-COVID na área de fisioterapia, bem como aproximadamente quatro mil sessões em atendimentos na área odontológica (recuperação de paladar e olfato).

Porém, após a infecção, podem aparecer sequelas pós-COVID, muitas vezes persistindo por mais de doze semanas, de origem sistêmica, como fadiga e astenia, respiratória, com dispneia e tosse persistente, neuropsiquiátrica, através da perda de memória, desequilíbrio, anosmia, ageusia e ansiedade e músculoesquelética – mialgia e dores articulares. Além disso, há relatos do aparecimento de doenças neurológicas como manifestações secundárias do vírus, como, por exemplo, encefalopatia, meningite, acidente vascular cerebral, encefalite, síndrome de Giullian-Barré, dor de cabeça e tonturas, entre outras.

Contudo, o destaque deste estudo vai para a recuperação da memória recente de um paciente com sequelas pós-Covid, o que poderá abrir portas para novos cenários, outras doenças que provocam a perda de memória.

“O processo do tratamento, que é indolor e não invasivo e, como no caso da fibromialgia, utiliza-se o laser e ultrassom como bases principais, carregando seus efeitos diretamente na pressão intracraniana, gerando um efeito benéfico, por exemplo, nos circuitos reverberativos neuronais, possibilitando que as áreas responsáveis pela memória recente voltem ao seu estado normal. Com isso, também se combatem os estados de ansiedade e depressão, promovendo a qualidade do sono”, salienta Aquino Júnior.

Caso se optasse, nestes casos, por um tratamento convencional, os pesquisadores estão convictos de que esse processo poderia se estender por alguns meses. Com este tratamento, os resultados da recuperação poderão ser alcançados em aproximadamente trinta sessões.

Tratamento de Doença Pulmonar Obstrutiva Crônica (DPOC) e recuperação do olfato e paladar

Outro tratamento bastante importante e cujos resultados foram igualmente reportados no artigo científico foi a recuperação de uma paciente portadora de Doença Pulmonar Obstrutiva Crônica (POC), que tinha como agravante o fato de ter sido fumante por décadas, o que a obrigava a estar dependente de inalação de oxigênio dezoito horas por dia. “Foi realmente impressionante o tratamento dessa sequela respiratória. Ao longo das sessões, a paciente começou a estabilizar sua respiração e, no final das sessões, ela não precisou mais de utilizar a inalação de oxigênio, podendo, dessa forma, retornar de forma gradual à sua vida ativa, recuperando sua qualidade de vida.

Para os estagiários do IFSC/USP que acompanharam estes tratamentos – alunos do 3º ano do Curso de Fisioterapia da UNICEP e igualmente autores do artigo científico – Vanessa Garcia e Tiago Rodrigues “Assistimos e partilhamos momentos muito importantes nas sessões de tratamento, observamos o quanto os pacientes estavam ansiosos por suas recuperações e suas reações quando as melhorias se estabeleciam. Tudo graças a estes novos protocolos e às novas tecnologias disponibilizadas. Tudo isto está sendo muito importante para nós, em termos pessoais, e para a nossa formação acadêmica e profissional”, relatam Vanessa e Tiago.

Dra. Gabriely Simão e Prof. Vitor Hugo Panhóca

Finalmente, temos também os resultados fantásticos obtidos no tratamento de pacientes pós-COVID com sequelas no olfato e paladar. “São muitas centenas os casos que estamos atendendo de perda de olfato e paladar em pacientes com sequelas de COVID-19 e a lista de espera já está grande”, sublinha o Prof. Vitor Hugo Panhóca, pesquisador do IFSC/USP responsável pelos tratamentos na área odontológica. Para o pesquisador, a resposta  ao tratamento tem sido excelente e os índices de recuperação dos pacientes têm sido muito altos “Continuamos evoluindo em nossas pesquisas e em nossos estudos. Já iniciamos uma parceria com pesquisadores do King’s College Hospital, em Londres (Inglaterra), para continuarmos este caminho de recuperação de olfato e paladar em doentes pós-COVID, sendo que em breve teremos publicado um novo artigo internacional, o que diante desses nossos trabalhos, cada vez mais pessoas nos procuram”, finaliza Panhóca.

A Dra. Gabriely Simão, Lais Helena Ferreira, Simone Aparecida Ferreira e Viviane Brocca de Souza, fazem parte da equipe sob supervisão do Prof. Dr. Vitor Hugo Panhóca. A cirurgiã-dentista Gabriely Simão é uma das profissionais que atende os pacientes com alterações de olfato e paladar, já tendo passado por suas mãos cerca de sessenta pacientes. “Os resultados têm sido ótimos e a reação das pessoas que aqui são atendidas é de uma enorme expectativa, de esperança, já que as alterações de olfato e paladar impactam muito na qualidade de vida das pessoas e não devemos esquecer que estas alterações correspondem a 73% das sequelas listadas em pacientes pós-COVID, o que é uma porcentagem muito alta”, enfatiza Gabriely, que a UTF tem atendido pessoas oriundas de todo o Brasil, como, por exemplo, além do Estado de São Paulo, Roraima, Rio de Janeiro, Santa Catarina, Amazonas, Minas Gerais e Paraná.

Assinam este artigo os seguintes pesquisadores: Antonio de Aquino Junior (IFSC/USP) / Tiago Zuccolotto Rodrigues (IFSC/USP) / Vanessa Garcia (IFSC/USP) / Gabriely Simão (IFSC/USP) / Fernanda Carbinatto (IFSC/USP) / Laís Ferreira (IFSC/USP) / Viviane Brocca de Souza (IFSC/USP) / Alannah Rodrigues Kohl (FACSET – Sete Lagoas) / Jéssica Gontijo Alberto (FACSET – Sete Lagoas) / Vitória Gomes da Silva (FACSET – Sete Lagoas) / Vanderlei Salvador Bagnato (IFSC/USP – Texas A&M University) / Vitor Hugo Panhóca (IFSC/USP)

Para acessar o artigo científico, clique AQUI.

(Crédito da imagem de abertura – SpeedKingz/Shutterstock/ Discover Magazine)

Rui Sintra – Assessoria de Comunicação – IFSC/USP

24 de outubro de 2022

“Feira de Ciência e Tecnologia da USP e DER – São Carlos 2022” congregou mais de duas mil pessoas

Corredores entupidos no Ginásio Milton Olaio Filho

Evento esteve integrado na “Semana Nacional de Ciência e Tecnologia”

Cerca de duas mil pessoas se congregaram no Ginásio de Esportes Milton Olaio Filho, em São Carlos, ao longo do dia 22 de outubro último (sábado) no decurso da “Feira de Ciência e Tecnologia da USP  e DER – São Carlos 2022”, um evento organizado pelo Centro de Pesquisas em Óptica e Fotônica (CEPOF), alocado no Instituto de Física de São Carlos (USP) e pela Diretoria de Ensino da Região de São Carlos, integrando  a Semana Nacional de Ciência e Tecnologia 2022.

Foram 197 os clubes de ciência que participaram desta iniciativa, oriundos das diversas escolas de São Carlos e região, que apresentaram os trabalhos e experimentos desenvolvidos ao longo deste ano relacionados ao tema deste evento – “Educação, Ciência e Tecnologia na geração de um planeta sustentável”, que teve o apoio do Instituto de Física de São Carlos (USP), CNPq e de várias Secretarias da Prefeitura Municipal de São Carlos.

Depois de dois anos realizando esta feira de forma remota devido às restrições causadas pela pandemia, a volta ao encontro presencial superou tudo aquilo que a organização poderia prever. Para o coordenador deste evento, Prof. Euclydes Marega Junior (CEPOF-IFSC/USP) “A presença destes 197 clubes de ciência, oriundos das escolas de São Carlos e região, envolveu cerca de 900 pessoas, entre alunos e professores que tiveram a oportunidade não só de mostrar os seus trabalhos para o numeroso público que veio até aqui ao Ginásio Milton Olaio Filho, como também trocar ideias dos inúmeros projetos realizados”, sublinhou o docente, tendo acrescentado o entusiasmo que todos mostraram por finalmente se encontrarem presencialmente.

A “Feira de Ciência e Tecnologia da USP” já está em sua 11ª edição, sendo que este ano o número aproximado de pessoas envolvidas no evento, incluindo visitantes, superou duas mil, tendo atraído a atenção da EPTV/Globo em duas reportagens nesse dia:

Alunos já começam a ter paixão pelo jaleco

EPTV/1ª edição https://globoplay.globo.com/v/11050281/

EPTV/2ª edição https://globoplay.globo.com/v/11051707/

Rui Sintra – Assessoria de Comunicação – IFSC/USP

21 de outubro de 2022

Mecânica matricial e mecânica ondulatória: uma ou duas teorias quânticas?

O professor aposentado da UNICAMP e atualmente professor visitante da UNIFESP, Roberto de Andrade Martins, foi o orador de mais um colóquio do IFSC/USP que ocorreu de forma remota no dia 21 de outubro, subordinado ao tema “Mecânica matricial e mecânica ondulatória: uma ou duas teorias quânticas?”.

Neste colóquio, o palestrante começou por pontuar que até o início da década de 1920, a teoria quântica não possuía um conjunto de princípios e métodos claros, que pudesse ser aplicado a todos os fenômenos. Em meados dessa década surgiram duas propostas distintas para uma mecânica quântica: a mecânica matricial, iniciada por Werner Heisenberg e desenvolvida também por Max Born e Pascual Jordan; e a mecânica ondulatória de Erwin Schrödinger.

Esses dois desenvolvimentos foram totalmente independentes e não era claro, de início, se as duas abordagens eram compatíveis entre si.

O próprio Schrödinger propôs uma demonstração sobre a equivalência das duas, assim como houve outras propostas posteriores no mesmo sentido. Porém, essa equivalência tem sido discutida até hoje.

Este colóquio apresentou, assim, a origem histórica das duas abordagens e algumas das tentativas para demonstrar sua equivalência.

Assessoria de Comunicação – IFSC/USP

21 de outubro de 2022

Defesa Planetária e as ameaças que vêm do Espaço (Parte 1)

Figura 1 – O famoso cometa Halley tem período orbital curto de, aproximadamente, 76 anos. Imagem do núcleo do cometa Halley, feita pela sonda Giotto em 1986 (Crédito: Agência Espacial Européia)

Por: Prof. Roberto N. Onody *

Caro leitor,

Eram cerca de 20 horas do dia 26 de setembro de 2022. Sentado no sofá, em frente à TV, eu assistia à transmissão da NASA pelo YouTube, da colisão da nave DART com o asteróide Dimorphos. Ao vivo, com atraso das imagens de apenas 8 segundos, eu acompanhava confortavelmente, em casa, o impacto proposital de uma nave construída pelo ser humano contra um asteróide. Como brincou o narrador da NASA: “Durante bilhões de anos nosso planeta foi bombardeado pelos asteróides, agora estamos dando o troco”.

As cenas dos momentos finais da nave se chocando contra o asteróide e a clara visão de sua superfície, foram formidáveis. Fiquei profundamente entusiasmado e resolvi que deveria escrever sobre o assunto. Uma vez que o material disponível é enorme, abundante, decidi separar o artigo em duas partes.

Na parte 1, eu discuto a natureza dos asteróides e cometas, bem como as principais missões espaciais realizadas com intuito de, não só estudar à distância esses astros, mas, literalmente, abordá-los e até pousar neles. Temos hoje, aqui na Terra, amostras do material colhido e trazido ao nosso planeta, tanto da cauda de cometas quanto da superfície de asteróides!

Não poderia deixar de mencionar a passagem, pelo nosso sistema solar, de visitantes interestelares. No momento que escrevo, temos somente um par deles: o asteróide Oumuamua e o cometa Borisov. Atraídos gravitacionalmente, eles fizeram uma pequena e breve visita ao nosso Sol e seguem, pelo espaço sideral, tropeçando em outras estrelas.

Na parte 2, vou discutir os projetos do Centro de Coordenação de Defesa Planetária com seu trabalho de identificação e rastreamento de NEOs (Near-Earth objects). NEOs são asteróides e cometas que, próximos à Terra, podem representar algum tipo de ameaça ao nosso planeta. Por fim, analisarei a missão DART em si, seu planejamento, execução e fabuloso sucesso. A estimativa da NASA era de que a colisão diminuiria o período de rotação do asteróide Dimorphos de 10 a 15 minutos. O resultado final foi muito além das expectativas – o período diminuiu em 32 minutos!

Boa leitura!

Parte 1

Sobre Cometas

Sobre Asteróides

Visitantes das Estrelas:

O Asteróide Oumuamua

O Cometa Borisov

Sobre Cometas

Figura 2 – Ilustração da Nuvem de Oort (fronteira do sistema solar). O zoom da pequena região em azul (no centro da Nuvem de Oort), é delimitada pelo Cinturão de Kuiper e o círculo amarelo é a órbita de Plutão (Crédito: NASA)

Os cometas se formaram a partir da nebulosa que deu origem ao nosso Sol, há cerca de 4,5 bilhões de anos atrás. São objetos formados por gelo, gases congelados e um núcleo rochoso. Quando um cometa se aproxima do Sol, esses gases congelados são evaporados e ionizados pela radiação solar dando ao cometa uma cauda brilhante e visível.

Os cometas sempre fascinaram a humanidade. Tem-se registro de passagens de cometas que remontam há cerca 1.000 A.C. Em certas ocasiões, esse fascínio terminou em tragédia, como foi o caso da fanática seita religiosa, Heaven’s Gate. Em 1997, acreditando que havia uma nave espacial na cauda do cometa Hale-Bopp (que os transportaria a uma outra dimensão), 41 seguidores praticaram suicídio coletivo para ´subirem´ até a suposta nave.

Os cometas com pequeno período de rotação em torno do Sol (menor do que 200 anos, como o cometa Halley, veja Figura 1), têm sua origem no chamado Cinturão de Kuiper (uma região entre as órbitas de Netuno e Plutão). As órbitas desses cometas estão em planos muito próximos ao da eclíptica, isto é, do plano da órbita da Terra em torno do Sol.

Os cometas com grande período de rotação em torno do Sol (de milhares a milhões de anos), têm sua origem na chamada Nuvem de Oort. Além da enorme diferença entre os períodos de rotação, os cometas da Nuvem de Oort aproximam-se do Sol vindo de todas as direções possíveis (Figura 2).

Ao se aproximar de um dos grandes planetas gasosos do sistema solar, um cometa pode vir a ser despedaçado pela força gravitacional. Foi exatamente o que aconteceu com o cometa Schoemaker-Levy 9, em 1994. Fracionado gravitacionalmente, pedaços do cometa colidiram, de maneira espetacular, com a superfície de Júpiter.

Figura 3 – A cápsula enviada pela nave Stardust com amostras do cometa Wild-2 (Crédito: NASA/JPL)

Com o intuito de analisar a composição química dos cometas, a NASA lançou, em janeiro de 2005, a nave Deep Impact (mesmo nome de um filme de 1998). Além dos instrumentos científicos a bordo, a nave levava consigo uma pequena sonda. Ao se aproximar do cometa Tempel 1, Deep Impact lançou a sonda para colidir com o cometa. O impacto ocorreu (patrioticamente) no dia 04 de julho de 2005. Levantou material da superfície, cuja análise revelou a presença de carbono, gelo e poeira.

A Stardust foi a primeira nave espacial que colheu material de um cometa e enviou de volta à Terra. Lançada em 1999 do Cabo Canaveral, sobrevoou a cauda do cometa Wild-2 em 2004. O material coletado da cauda foi enviado em uma cápsula (Figura 3) que chegou ao nosso planeta em 2006.

Figura 4 – Canto superior direito: foto do cometa 67P feita em 2015 pela nave Rosetta; Lado esquerdo: foto do cometa 67P tirada em 2016 pela nave OSIRIS; Canto inferior direito: zoom da sonda Philae tomando carona com o cometa 67P (Crédito: Agência Espacial Européia)

Logo após a recuperação dessa cápsula, a NASA distribuiu fotos das amostras para pessoas, ao redor do mundo, instando-as a procurarem por grãos exóticos (projeto Stardust@home). Aproximadamente, 30 mil pessoas estudaram as amostras. A análise final, feita posteriormente pelos cientistas, revelou dois tipos de material: poeira do próprio cometa Wild-2 e poeira interestelar. Essa última está presente no espaço interestelar e é mais antiga do que a poeira de cometa. Acredita-se que essa poeira interestelar foi forjada (e ejetada) no interior de estrelas que se formaram antes do nosso Sol. A prova da origem interestelar dessas partículas foi feita medindo-se a abundância de determinados isótopos de oxigênio e comparando-a com aquelas encontradas em nosso sistema solar.

O cometa Wild-2 estava originalmente em uma órbita bem distante do Sol, com órbita entre os planetas Júpiter e Urano e período de rotação era de 43 anos. Em 1974, perturbado gravitacionalmente pela sua proximidade com Júpiter, o cometa foi lançado em uma nova órbita bem mais próxima da Terra. Seu período de rotação atual é de cerca de 6,41 anos.

Vale a pena também mencionar a aeronave Rosetta que foi lançada em 2004 pela Agência Espacial Européia e sobrevoou o cometa 67P em 2014 [3]. O cometa 67P tem massa de 1013 kg, volume de 18,7 km3 e período de 6,44 anos. A nave Rosetta lançou o módulo robótico Philae para pousar no cometa. Devido à falha nos arpões, projetados para fixar o módulo ao solo, a sonda Philae quicou várias vezes até, finalmente, parar. Foi a primeira sonda humana a pousar sobre um cometa. Em 2016, o módulo Philae foi localizado e fotografado pela nave norte-americana OSIRIS, incrustrado no corpo do cometa 67P (Figura 4).  

Sobre Asteróides

Os asteróides são corpos rochosos que permeiam boa parte do sistema solar. Sua concentração é maior entre as órbitas dos planetas Marte e Júpiter (também conhecido como Cinturão de Asteróides), mas também não é incomum passarem bem perto da Terra. São verdadeiras cápsulas do tempo que guardam informação sobre a formação do sistema solar a cerca de 4,5 bilhões de anos atrás.

Figura 5 – Material recolhido pela sonda Hayabusa 2 do asteróide Ryugu. Observe que o diâmetro interno dos 3 recipientes onde estão as amostras é bem pequeno (cerca de 2,1 cm) e o massa de cada amostra gira em torno de 1 grama (Crédito: Japan Aerospace Exploration Agency)

Em geral, os asteróides têm forma irregular, podendo ser sólidos e rochosos, esponjosos, contendo metais como ferro, níquel, hidrogênio cobalto e carbono. O tamanho dos asteróides varia de cerca de 1 m até 530 km (que é a extensão de Vesta, o maior asteróide conhecido até agora). O maior objeto no Cinturão de Asteróides é o planeta anão Ceres (mesma classificação astronômica de Plutão). A massa total de todos os asteróides presentes no Cinturão de Asteróides é menor do que a massa da Lua.

Meteoróides são asteróides pequenos que vagueiam pelo espaço. Quando um meteoróide, em alta velocidade, entra na nossa atmosfera e se queima, ele produz um clarão que chamamos de meteoro. Muito mais visíveis à noite, o meteoro é chamado popularmente de estrela cadente. Se o meteoróide conseguir chegar até o solo, ele é chamado de meteorito.

Estima-se que 48 toneladas de meteoritos atinjam a Terra todos os dias! Todo mês de agosto, a órbita da Terra atravessa uma esteira de meteoróides abandonados pelo cometa Swift-Tuttle. À noite, vemos uma chuva de meteoros que são chamados de Perseidas.

Figura 6 – Imagem do asteróide Bennu, feita pela sonda OSIRIS-REx em 2018, quando se encontrava a 24 km de distância do asteróide (Crédito: NASA)

Asteróides que acompanham a órbita de um planeta, indo à sua frente ou atrás, são chamados de Troianos. Eles não colidem com seus planetas (estão posicionados nos pontos de Lagrange L4 e L5). Já foram detectados asteróides troianos em Júpiter, Netuno, Marte e na Terra. Só conhecemos (até agora) dois asteróides Troianos da Terra: o 2010TK7 e o 2020XL5. As aproximações frequentes do planeta Vênus com a Terra perturbam nossos asteróides troianos e, daqui alguns milhares de anos, devem conduzi-los a uma nova órbita.

O asteróide Ryugu foi descoberto em 1999, tem uma órbita elíptica em torno do Sol e leva 16 meses para percorrê-la. Está a uma distância média de 180 milhões de quilômetros do Sol e sua menor distância à Terra é de 100.000 km.

O Japão foi o primeiro (e, até agora, o único) país a coletar e trazer de volta à Terra amostras de um asteróide. A sonda Hayabusa 2 (que significa Falcão Peregrino), lançada há 7 anos atrás, é dotada de um braço robótico que fustigou o asteróide Ryugu, obtendo amostras da sua superfície que foram armazenadas na cápsula de reentrada. Esta cápsula desceu em solo Australiano no dia 05/12/2020. O material encontrado, é escuro, duro e parecido com carvão (Figura 5).

O asteróide Bennu (Figura 6) foi descoberto no mesmo ano que o Ryugu. Tem órbita de formato elíptico (mas, ela não é fechada) em torno do Sol com aproximação máxima da Terra de cerca 480.000 km e período de, aproximadamente, 14 meses. É popularmente conhecido como o “asteróide do fim do mundo” pela possibilidade de, no futuro, vir a colidir com a Terra. Segundo os cálculos, a probabilidade de colisão com a Terra será de uma chance em 2.500 (no ano 2.135).

Em 2016, a NASA enviou a sonda OSIRIS-REx para, assim como a japonesa Hayabusa 2, recolher e trazer material para a Terra.

Em dezembro de 2018, a nave OSIRIS-REx encontrou o asteróide Bennu. Durante quase dois anos, fotografou e buscou o melhor ponto para coletar o material. Finalmente, em 20/10/2020, coletou amostras utilizando a técnica TAG (Touch-And-Go) numa cratera de Bennu (batizada de Nightingale) com cerca de 140 metros de diâmetro. OSIRIS-REx deve retornar à Terra em 2023.

Figura 7 – Ilustração artística do asteróide interestelar Oumuamua. Ao contrário do que encontramos na Internet, não existe nenhuma ´foto´ do asteróide. No seu ponto mais próximo do Sol (periélio), o Oumuamua estava a uma distância de 43 milhões de quilômetros e a uma velocidade incrível de 315.000 km/h! (Crédito: ESO/M. Kornmesser)

Dissemos acima que os asteróides são corpos predominante rochosos, mas há exceções.

O gigantesco asteróide Psyche (na mitologia grega, a deusa da alma ou do espírito) é muito rico em metais! Sua órbita está localizada entre Marte e Júpiter.

Se o asteróide Psyche fosse esférico, seu diâmetro seria de 226 km.

Acredita-se que Psyche seja o núcleo metálico de um planetesimal que perdeu seu manto rochoso.

Os planetas (na teoria mais aceita sobre a formação do sistema solar) teriam se originado das colisões entre planetesimais.

Daí a importância de estudar o asteróide Psyche.

Com esse objetivo, a NASA construiu e já tem pronta a nave (de mesmo nome) Psyche.

Ela teve sua partida adiada várias vezes.

Existe uma janela para seu lançamento entre julho e setembro de 2023.

Visitantes das Estrelas

O Asteróide Oumuamua

No dia 19 de outubro de 2017, o telescópio ótico pan-STARRS1 (localizado no Havaí) avistou pela primeira vez o asteróide Oumuamua (que significa Primeiro Mensageiro Distante, numa tradução livre da palavra havaiana). Imediatamente, telescópios espalhados pelo mundo assestaram seus espelhos e lentes para o objeto (Figura 7).

Primeiramente, pensava-se se tratar de um cometa e ele recebeu a classificação C/2017 U1. Depois, pela ausência de cauda, foi reclassificado

Figura 8 – Órbita do asteróide Oumuamua dentro do sistema solar. No seu ponto mais próximo do Sol (periélio), o Oumuamua estava a uma distância de 43 milhões de quilômetros e a uma velocidade incrível de 315.000 km/h! Em seu ponto mais próximo da Terra, o asteróide estava a uma distância de cerca de 14 milhões de quilômetros (Crédito: NASA/JPL – Caltech/IAU)

como asteróide A/2017 U1. Porém, quando estimaram sua velocidade e encontraram fantásticos 160.000 km/h, concluiu-se que esse objeto não pertencia e nem permaneceria no sistema solar – era a descoberta do primeiro asteróide interestelar!

Oumuamua recebeu, então, uma nova classificação – I1/2017 U1 (com o I inicial, para interestelar). É um objeto longo, com dimensões aproximadas de 230m x 35m x 35m. Oumuamua foi também observado em frequências de rádio, o que permitiu aos astrônomos traçarem a sua órbita dentro do sistema solar (Figura 8). Ele penetrou a eclíptica (plano de rotação da Terra-Sol), entre o Sol e Mercúrio e cruzou de volta, entre os planetas Terra e Marte (quando foi detectado).

O asteróide Oumuamua foi ejetado de algum sistema estelar que estava formando seu cinturão de planetas. Muitas especulações acompanharam o Oumuamua. Ele teria vindo da estrela Vega (que fica na constelação de Lira), seria uma nave espacial alienígena, … a maioria dessas hipóteses foram descartadas.

Quando estiver livre no espaço sideral, Oumuamua desenvolverá 95.000 km/h, percorrendo em um ano, cinco vezes a distância Terra-Sol. Aloha! (Tchau, em havaiano) Oumuamua, nunca mais o veremos.

O Cometa Borisov

Figura 9 – Fotografia do cometa 2I/Borisov tirada pelo Hubble em 12 de outubro de 2019. O cometa estava a uma distância de 418 milhões de quilômetros da Terra, com velocidade de 177.000 km/h (Crédito: Hubble Space Telescope)

No dia 29 de agosto de 2019, o astrônomo amador e construtor de telescópios Gennadiy Borisov (da Criméia) observou um cometa nas proximidades de Marte. Imediatamente, telescópios terrestres e espaciais estudaram e fotografaram o cometa (Figura 9).

Com velocidade ainda maior do que a do asteróide Oumuamua, o cometa revelou também ser de origem interestelar. Foi o segundo astro registrado (até agora) vindo das estrelas e foi batizado de 2I/Borisov. Numa trajetória bem mais distante da Terra do que a de Oumuamua, ele penetrou o sistema solar para além da órbita de Marte (Figura 10).

O diâmetro estimado para o seu pequeno núcleo, quando comparado com os dos cometas Tempel 1 (6 km), Halley (15 km) e Hale-Bopp (35km), é de apenas 400 metros. Núcleos desse tamanho tendem a se fragmentar.

No espaço interestelar, o cometa 2I/Borisov terá a velocidade de 116.000 km/h percorrendo em um ano, quase sete vezes a distância Terra-Sol. Khoroshaya poyezdka! (Boa viagem, em russo) 2I/Borisov, nunca mais o veremos.

*Físico, Professor Sênior do IFSC – USP

e-mail: onody@ifsc.usp.br

 

 

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(Agradecimento: ao Sr. Rui Sintra da Assessoria de Comunicação)

Referências:

Deep Impact Mission to a comet | NASA

Stardust – Comet Missions – NASA Jet Propulsion Laboratory

ESA – Rosetta

Lagrange point – Wikipedia

JAXA Hayabusa2 Project

OSIRIS-REx | NASA

Updated: For the first time, astronomers are tracking a distant visitor streaking through our solar system | Science | AAAS

Oumuamua – Wikipedia

2I/Borisov – Wikipedia

Asteroid 16 Psyche | Psyche Mission – A Mission to a Metal World (asu.edu)

Smashing success: humanity has diverted an asteroid for the first time (nature.com)

Assessoria de Comunicação – IFSC/USP

20 de outubro de 2022

Prof. Javier Ellena (IFSC/USP) toma posse como vice-presidente da Associação Brasileira de Cristalografia (ABcr)

Tomou posse no passado dia 17 de outubro a nova diretoria da Associação Brasileira de Cristalografia (ABcr).

A ABcr é uma instituição criada para promover o desenvolvimento da Cristalografia no Brasil, desenvolvendo atividades como a realização de congressos, reuniões científicas e conferências, a promoção de trabalhos de pesquisa e de divulgação, a promoção de intercâmbio com outras associações e sociedades no Brasil e no exterior. É uma associação civil, pessoa jurídica de direito privado, de caráter acadêmico, científico e tecnológico, com fins não econômicos.

A ABCr representa a comunidade brasileira de Cristalografia no âmbito Internacional junto à International Union of Crystallography (IUCr) e no âmbito Regional junto à Latin American Crystallographic Association (LACA). Também é uma das sociedades científicas filiadas à Sociedade Brasileira para o Progresso da Ciência (SBPC).

A ABCr tem, entre seus associados, estudantes e pesquisadores interessados em Cristalografia e/ou que utilizam sistematicamente técnicas de análise estrutural, como difração de raios X, nêutrons e elétrons, espalhamento de raios X/nêutrons a baixo ângulo (SAXS/SANS) e Absorção de raios X (XANES/EXAFS), como forma de atingir uma melhor compreensão da natureza.

A nova diretoria apresenta a seguinte composição:

Presidente:

Profa. Maria Cristina Nonato (USP);

Vice-Presidente:

Prof. Javier Alcides Ellena (IFSC/USP);

Secretário-Geral:

Profa. Beatriz Gomes Guimarães (Fiocruz);

Secretário:

Prof. Narcizo Marques de Souza Neto (LNLS);

Tesoureiro:

Prof. Eduardo Granado Monteiro da Silva (UNICAMP);

Secretário para Assuntos de Ensino:

Prof. Cristiano Oliveira (USP).

O IFSC/USP parabeniza toda a diretoria eleita e particularmente o Prof. Javier Ellena, desejando a todos um profícuo mandato à frente da ABcr.

Assessoria de Comunicação – IFSC/USP

19 de outubro de 2022

Dia 22 de outubro – “Feira de Ciência e Tecnologia da USP e DER – São Carlos 2022”

Edição de 2019

Evento estará integrado na “Semana Nacional de Ciência e Tecnologia” – 22 de outubro de 2022

O Ginásio de Esportes Milton Olaio Filho, em São Carlos, vai receber no próximo dia 22 de outubro (sábado), entre as 10 e 17 horas, a Feira de Ciência e Tecnologia da USP  e DER – São Carlos 2022”, um evento organizado pelo Centro de Pesquisas em Óptica e Fotônica (CEPOF), alocado no Instituto de Física de São Carlos (USP) e pela Diretoria de Ensino da Região de São Carlos, e integrado na Semana Nacional de Ciência e Tecnologia 2022.

Esta edição da Feira de Ciência e Tecnologia, aberta e gratuita, irá contar com a presença de 197 Clubes de Ciência que durante este ano desenvolveram inúmeros experimentos subordinados ao tema “Educação, Ciência e Tecnologia na geração de um planeta sustentável”, que serão apresentados neste certame.

Além dos Clubes de Ciências, as demais ações educacionais do CEPOF junto às escolas públicas da região incluíram minicursos com kits educacionais, disciplinas eletivas sobre o ambiente computacional Arduino, Exposição e Oficina de ciências no Museu de Ciências “Prof. Mario Tolentino”, e excursão para o Museu de Ciências da ESALQ-USP. Tais ações foram ministradas pela Profa. Dra. Wilma Barrionuevo, do CEPOF, em parceria com os professores e coordenadores das escolas.

A difusão e popularização da ciência nas escolas públicas constitui-se em iniciativa de valor social relevante, visto que permite que os alunos de comunidades mais vulneráveis tenham acesso igualitário a conteúdos científicos e tecnológicos, em linguagem compreensível a todos.

O CEPOF desenvolve atividades de difusão de ciências há mais de duas décadas, em importante parceria com a Diretoria de Ensino da Região de São Carlos. Fruto dessa parceria, foram criados e acompanhados, desde 2016, 660 Clubes de Ciências, envolvendo milhares de estudantes e professores de Escolas públicas estaduais de sete municípios abrangidos pela Diretoria de Ensino da Região de São Carlos.

Assessoria de Comunicação –  IFSC/USP