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15 de setembro de 2023

Produção de energia por fusão nuclear: será que agora vai?

“Produção de energia por fusão nuclear: será que agora vai?“ foi o título do colóquio do IFSC/USP realizado no dia 15 de setembro, tendo como palestrante o Prof. Gustavo Paganini Canal (IF-USP).

Em sua apresentação, o docente começou por salientar que o  potencial da fusão termonuclear de se tornar uma fonte praticamente inesgotável de energia limpa tem motivado cientistas de todo o mundo a trabalhar no desenvolvimento de usinas nucleares de energia a fusão.

A demonstração da viabilidade científica de produzir energia através da fusão nuclear controlada já foi demonstrada na década de 90, quando o tokamak TFTR dos EUA produziu 10 MW de potência de fusão e o tokamak europeu JET produziu 16 MW de potência de fusão.

Em sua apresentação, Gustavo Canal salientou que a demonstração da viabilidade técnico-econômica deste processo é o objetivo do projeto ITER – International Thermonuclear Experimental Reactor. O ITER está sendo construído na França através de um consórcio entre países (China, União Europeia, Índia, Japão, Coréia do Sul, Rússia e Estados Unidos) e ele testará equipamentos e tecnologias para as primeiras usinas de fusão. No entanto, devido a atrasos significativos e excedentes de custos, tem havido um interesse crescente no desenvolvimento de outros conceitos de reatores de fusão.

Tal interesse tem levado ao aparecimento de empresas privadas que estão explorando a possibilidade de uma rota acelerada para a fusão baseada em tokamaks esféricos e em bobinas supercondutoras de alta temperatura.

Nesta apresentação, o palestrante forneceu uma visão abrangente da ciência da fusão nuclear com enfoque nestas novas rotas em direção à realização de futuras usinas a fusão.

Por fim, o palestrante abordou a participação do Brasil no cenário internacional da fusão nuclear e como o projeto de modernização do tokamak TCABR, localizado no Laboratório de Física de Plasmas do IFUSP, contribui para os esforços mundiais para desenvolver a fusão nuclear como uma fonte de energia limpa e economicamente viável.

(Rui Sintra – Jornalista)

15 de setembro de 2023

Pesquisador do IFSC/USP conquista “Prêmio Willis E. Lamb de Ciência Laser e Óptica Quântica” (EUA)

O docente e pesquisador do Instituto de Física de São Carlos (IFSC/USP), Prof. Vanderlei Salvador Bagnato, irá receber, em janeiro do próximo ano, o “Prêmio Willis E. Lamb de Ciência do Laser e Óptica Quântica” durante o “The Winter Colloquium on the Physics of Quantum Electronics (PQE), que ocorrerá na cidade de Snowbird (Utah – EUA).

O “Prêmio Willis E. Lamb de Ciência Laser e Óptica Quântica” é concedido anualmente a renomados cientistas mundiais por suas notáveis contribuições nas áreas de laser e óptica quântica, sendo que essa distinção homenageia Willis E. Lamb, físico e ganhador do Prêmio Nobel de Física em 1955 por suas descobertas relativas à estrutura fina do espectro de hidrogênio. Por outro lado, um dos maiores destaques foi sua contribuição para a eletrodinâmica quântica, por meio do deslocamento de Lamb, sendo que na última parte de sua carreira ele se dedicou ao campo das medições quânticas.

 

 

 

Assessoria de Comunicação – IFSC/USP

13 de setembro de 2023

Patologias incomuns são agora um novo foco para estudos – pesquisas iniciais remetem para um novo tratamento

(Créditos: Homage)

Pesquisadores do Grupo de Óptica do Instituto de Física de São Carlos (IFSC/USP) e do Centro de Pesquisas em Óptica e Fotônica (CEPOF), que desenvolvem seus trabalhos em colaboração com a Santa Casa da Misericórdia de São Carlos (SCMSC), na denominada Unidade de Terapia Fotodinâmica (UTF), têm-se deparado várias vezes, ao longo do tempo, com pacientes procurando tratamento para patologias que não são muito vulgares. Habituados a tratar pacientes com tendinites, artrite reumatoide, ou mesmo artroses, os fisioterapeutas da UTF foram recentemente confrontados com um paciente apresentando artrite gotosa (hiperuricemia), uma doença inflamatória provocada pelo aumento da taxa  de ácido úrico no sangue causada pela deposição de cristais nas articulações e com tendências para um desgaste prematuro.

A pesquisadora do IFSC/USP e fisioterapeuta, Drª Ana Carolina Negraes Canelada, salienta os efeitos dessa doença, que apresenta um aumento significativo de dores e uma acentuada diminuição dos movimentos. “A hiperuricemia é derivada de uma má alimentação caracterizada por refeições ricas em carne, sal, açúcar e também pelo excesso de consumo de álcool”. Recentemente, os pesquisadores da UTF atenderam um paciente sofrendo com inúmeras crises intensas ao longo de um mês inteiro, tendo sido diagnosticado com  artrite gotosa (gota), tendo sido submetido ao tratamento com o uso de laser e ultrassom, obviamente sem interromper a medicação que se encontrava prescrita pelos médicos. “Realizei esse tratamento durante vinte sessões e o que mais me chamou a atenção durante esses dois meses e meio que durou o procedimento, foi que esse paciente não teve uma única crise durante esse período, retomando o seu cotidiano, mas dessa vez recuperando a sua qualidade de vida”, comemora a pesquisadora.

Ana Carolina Negraes Canelada

Por outro lado, na UTF estão sendo atendidos, atualmente, dois pacientes com a denominada “dor neuropática”, classificada igualmente no quadro de patologias incomuns. Essa dor deriva de uma lesão, de uma disfunção do sistema nervoso periférico e do sistema nervoso central. “Essa é uma dor diferente das outras mais comuns, agudas, já que ela se assemelha a agulhadas e queimações semelhantes  a choques elétricos. Essas dores são  instantâneas e não são prolongadas. Há um tempo atrás, atendi – e ainda estou atendendo – uma paciente com neuralgia  pós-herpética e também com neuralgia no nervo trigêmeo. Quanto à neuralgia  do trigêmeo, ela se dá na região crânio facial e surge devido a vários  fatores: uma compressão de vasos periféricos, lesões tumorais, podendo aparecer também através de uma reativação do vírus varicela zoster, que é a catapora. E a incidência normal dessa patologia gira em torno de 4,5 a cada cem mil indivíduos, principalmente mulheres com idades compreendidas entre os 60 e os 70 anos”, pontua Ana Carolina.

De fato, essa paciente tratada por Ana Carolina chegou até à UTF com dores na região da mandíbula, sensação de choques elétricos, pontadas, agulhadas, tendo informado os pesquisadores de que vinha sofrendo dessa condição há muito tempo, tendo, entretanto, testado vários tratamentos – sem sucesso -, mantendo a administração de analgésicos muito fortes, contudo, com pouco efeito na dor neuropática. “Quando a paciente chegou para fazer o tratamento, ela alegou que morria de medo de mastigar, de realizar o movimento da mastigação. Então, ela triturava antecipadamente os alimentos e tomava sopa e outros líquidos para não ter que realizar a mastigação. Ao final da quinta sessão, na visita seguinte, a paciente comentou com um sorriso: “Eu estou tão feliz! Participei de um churrasco, comi carne, mastiguei carne e estou tomando menos um comprimido do lote que tomava antes do tratamento”. Ainda não terminamos o processo com  ela, já que ainda está em tratamento. De zero a dez – sendo que o zero significa ausência total de dor -, segundo a própria avaliação da paciente, ela classificou o seu estado atual em 3”, conclui a pesquisadora.

O Dr. Antonio Eduardo Aquino Junior, coordenador dos tratamentos que se realizam na UTF, destaca a importância de futuramente se abrir uma nova fronteira para tratamentos de patologias incomuns. “Ao identificar esses casos raros, incomuns, cujas primeiras abordagens já nos deram uma orientação muito positiva,  nossa proposta é que, após a submissão dos artigos científicos relativos a esses estudos, podemos avançar em mais experimentos e pesquisas para, junto com novos pacientes, conseguirmos consolidar esse novo tratamento”.

Rui Sintra -Assessoria de Comunicação – IFSC/USP

13 de setembro de 2023

USP São Carlos recebe Simpósio de Nanotecnologia aplicada à Medicina e ao Agronegócio (II SiNMA)

O II Simpósio de Nanotecnologia aplicada à Medicina e ao Agronegócio (II SiNMA), que ocorrerá nos dias 8 e 9 de novembro de 2023, tem como objetivo estimular o intercâmbio de conhecimentos, fomentar a colaboração entre pesquisadores e profissionais, e promover a divulgação dos avanços e aplicações da nanotecnologia nos setores da medicina e do agronegócio.

Seguindo a proposta da primeira edição, o simpósio será gratuito e oferecerá a opção de participação presencial, no Auditório “Prof. Sérgio Mascarenhas”, do Instituto de Física de São Carlos (IFSC/USP), e por meio da transmissão ao vivo no canal do evento no YouTube, sendo que esse formato permitirá a interação entre estudantes e pesquisadores de todo o país.

O II SiNMA, organizado pelo Grupo de Nanomedicina e Nanotoxicologia (GNano) do IFSC/USP, contará com palestras de especialistas renomados de diversas universidades e profissionais atuantes na área. Além disso, haverá uma sessão de pôsteres para apresentação de trabalhos científicos, cuja submissão pode ser realizada até o dia 21 de setembro no site do evento. O simpósio visa fornecer informações e insights sobre as possibilidades da nanotecnologia no campo do agronegócio que incluem nanocarreadores para entrega eficiente de agroquímicos. Na área da medicina, serão abordadas perspectivas relacionadas ao diagnóstico precoce através de biossensores nanoestruturados e tratamento mais eficiente de doenças, abordando encapsulamento e entrega controlada de fármacos mediados por nanomateriais biocompatíveis.

Uma das principais contribuições do II SiNMA é a oportunidade de apresentar pesquisas realizadas nas universidades, o que pode atrair investimentos do setor industrial. Essa parceria é fundamental para impulsionar as pesquisas e colaborar com o avanço tecnológico do país.

Em síntese, o II SiNMA tem como propósito promover a disseminação do conhecimento na área da nanotecnologia aplicada à medicina e ao agronegócio. O simpósio busca incentivar a colaboração entre pesquisadores, estimular a implementação de soluções inovadoras e atrair investimentos para impulsionar as pesquisas e o avanço tecnológico no Brasil.

As inscrições para o evento estão abertas até o dia 3 de novembro e podem ser realizadas no site do evento: https://www.even3.com.br/ii-sinmausp/

Confira, abaixo, a programação para os dois dias do evento:

Assessoria de Comunicação – IFSC/USP

12 de setembro de 2023

Internacionalização com Inclusão – América Latina com Diversidade (Intercâmbio de Graduação) – 35 vagas

Estão abertas entre os dias 18 e 25 deste mês as inscrições para o  Edital 1793/2023 – Internacionalização com Inclusão – América Latina com Diversidade (VER AQUI), programa de Bolsas de Intercâmbio Internacional para os Alunos de Graduação USP, com a concessão de 35 (trinta e cinco) vagas/bolsas para apoiar a produção de conhecimento, ações de cultura, extensão, inclusão e diversidade na Universidade.

O programa é dirigido a estudantes de graduação que realizaram todo o Ensino Médio em escola pública brasileira, que podem ser alunos de cursos diversos da USP, que tenham destacado desempenho acadêmico e que durante o intercâmbio desenvolverão o seguinte tema, em um dos destinos/tutores propostos:

A gramática dos direitos e as universidades  – A gramática dos direitos permeia nossa vida em sociedade. Direito à cidade, direito à memória, liberdade de expressão, direito à educação e à saúde, direito ao trabalho, à igualdade e à não-discriminação, presunção de inocência, devido processo legal além de muitos outros.

São muitas as conexões e os caminhos possíveis para expressar desejos e demandas de transformação por meio da forma-direito. Na maioria das vezes, busca-se uma convivência mais inclusiva e menos violenta. Na universidade não poderia ser diferente. Com isso, este projeto tem por objetivo ser um espaço para a reflexão das múltiplas relações entre a gramática dos direitos e o cotidiano das universidades latinoamericanas.

Os alunos interessados devem efetuar as inscrições online pelo Sistema Mundus da USP (AQUI).

Este Edital e todas as publicações a ele referentes ficarão disponíveis na área pública do Sistema Mundus, opção Editais / Alunos de Graduação (não é necessário login), sob o código 1767 e responsabilidade da AUCANI, até consumada a providência que lhe disser respeito.

Para esclarecimento de eventuais dúvidas acerca de benefícios, requisitos gerais e específicos para participação, inscrições e todas as demais fases do processo seletivo, bem como sobre informações não constantes neste edital, o candidato deve consultar o escritório internacional da sua Unidade USP de origem.

Assessoria de Comunicação – IFSC/USP

12 de setembro de 2023

Resultado final dos editais PRPG PRINT-2023 com saídas em 2024

Informam-se todos os interessados sobre o resultado final dos editais PRPG PRINT-2023, para saídas no 1º semestre de 2024

Clique AQUI para acessar o Ofício CoPGR 112/2023 com os resultados.

Quaisquer dúvidas deverão ser encaminhadas para o email print@usp.br

 

 

 

 

Assessoria de Comunicação – IFSC/USP

 

5 de setembro de 2023

Atualização da produção científica do IFSC/USP em agosto de 2023

Para ter acesso às atualizações da Produção Científica cadastradas no mês de agosto de 2023, clique AQUI, ou acesse o Repositório da Produção USP AQUI.

As atualizações também podem ser conferidas no Totem “Conecta Biblio” em frente à biblioteca.

A figura ilustrativa foi extraída do artigo publicado recentemente, por pesquisador do IFSC, no periódico “Scientific Data” (VER AQUI).

 

 

 

 

 

Assessoria de Comunicação – IFSC/USP

4 de setembro de 2023

Inscrições abertas ao 6º edital de pesquisa conjunta do Programa Fiocruz-Pasteur-USP

Estão abertas até dia 30 de outubro de 2023 as inscrições ao 6º edital de pesquisa conjunta do Programa Fiocruz-Pasteur-USP  (VER AQUI) (Edital AUCANI nº 1809 – FIOCRUZ – PASTEUR – USP Call for Project Proposals 2023), com período de execução dos projetos de janeiro de 2024 a novembro de 2025.

Público-alvo: Docentes. Pela USP, os coordenadores de projetos deverão ser necessariamente docentes ativos do quadro permanente da Universidade. Pesquisadores de pós-doutorado poderão ser adicionados à lista de participantes, mas não serão elegíveis para financiamento.

Objetivo: facilitar a colaboração em áreas prioritárias de pesquisa e dos programas em saúde pública, particularmente no âmbito do acordo tripartite assinado entre o Institut Pasteur, a Fundação Oswaldo Cruz e a USP em 2015 e renovado em 2020. As propostas deverão apresentar em suas equipes ao menos um pesquisador de cada instituição.

O financiamento aos projetos aprovados na USP será realizado pela Fundação de Apoio à Universidade de São Paulo (FUSP), partícipe do convênio firmado com o Institut Pasteur, a Fiocruz e a USP em 2017 e aditado em 2020 e 2022, viabilizando o lançamento de editais de pesquisa do programa, atualmente em sua sexta edição.

O Edital Fiocruz-Pasteur-USP 2023 prevê apoio de até 30 mil euros por instituição, contemplando até 2 projetos de pesquisa conjunta entre as instituições parceiras.

Neste ano, o comitê coordenador do programa priorizará propostas que enfatizem estratégias inovadoras para aumentar a eficácia de terapias, acolhendo em especial projetos sobre abordagens de imunoterapia.

Link para a parte pública do Sistema Mundus (Editais > Docentes > n1809): (AQUI)

As dúvidas poderão ser encaminhadas pelo Fale Conosco do Sistema Mundus – https://uspdigital.usp.br/mundus/faleConosco “Editais de Pesquisa Conjunta”), ou para o e-mail international.networks@usp.br.

Assessoria de Comunicação – IFSC/USP

4 de setembro de 2023

Pesquisa do IFSC/USP aponta caminho para tratamento associativo na melhoraria da qualidade do sono – Aplicação conjugada de laser e ultrassom

(Créditos: Medical University of Vienna)

A partir de resultados obtidos no tratamento das consequências da fibromialgia, desenvolvido no Grupo de Óptica do Instituto de Física de São Carlos (IFSC/USP) e no Centro de Pesquisas em Óptica e Fotônica (CEPOF), um CEPID da FAPESP alocado no mesmo Instituto, surge agora a possibilidade de se desenvolver  um tratamento específico para melhorar a qualidade do sono de quem sofre com esse incômodo que compromete a saúde e a qualidade de vida.

Vanessa Garcia

Os fisioterapeutas Vanessa Garcia (42) e Tiago Zuccolotto (23) são os pesquisadores-colaboradores do IFSC/USP que começaram a estudar e a testar este novo tratamento com base em Terapia Fotossônica, através da aplicação conjugada de laser e ultrassom. “Através dos tratamentos realizados em doentes fibromiálgicos começamos a perceber que uma de suas queixas era sobre a má qualidade do sono. Pelos relatos dos pacientes, soubemos que a maioria deles não conseguia ter uma boa noite de sono, o que, nesse caso, ia gerando mais estresse, alteração de humor e com um aumento das dores. Conforme íamos aplicando o tratamento, o primeiro testemunho dos pacientes foi na melhora da qualidade do sono, algo que também conseguimos verificar quando estivemos no projeto de tratamentos em pacientes Pós-COVID. Ou seja, o que conseguimos observar foi que o uso conjugado de laser e ultrassom consegue restabelecer a qualidade do sono, e foi aí que abrimos esta nova linha de pesquisa essencialmente dedicada a quem sofre com esse distúrbio”, pontua Vanessa Garcia.

Tiago Zuccolotto comemora o fato de estar entrando em um novo desafio, abrindo uma nova porta para um tratamento que poderá, em um futuro próximo, beneficiar muita gente. “Tem muitas pessoas que fazem uso de medicamentos fortes para induzir o sono. Nossa intenção é avançar nesta pesquisa e desenvolver um novo tratamento indolor que possa melhorar a ação dos medicamentos, agindo como uma terapia associativa, restabelecendo a qualidade de vida das pessoas que sofrem com esse distúrbio”, sublinha Tiago.

Tiago Zuccolotto

Este projeto de pesquisa, que se iniciou em janeiro de 2022, já envolveu dezoito pacientes não fibromiálgicos, ou seja, apenas com distúrbios de sono – mulheres com idades acima dos trinta anos – em um teste inicial de dez sessões ao longo de vinte dias. Contudo, a pergunta é inevitável – só mulheres, porquê? “Para este início de pesquisa escolhemos mulheres com idades iguais ou situadas um pouco acima dos trinta anos, já que acima dos quarenta ou quarenta e cinco anos elas já entram na situação de menopausa, que provoca uma alteração hormonal que acaba também afetando tanto a parte emocional, quanto o sono, podendo desencadear crises de ansiedade e estado de depressão.

Assim, nos concentramos em pacientes mulheres com idades iguais ou acima dos trinta anos, nesta primeira fase do projeto”, conclui Tiago.

Os dados obtidos até o momento e que foram utilizados no trabalho de conclusão de curso dos pesquisadores acima identificados, alunos de fisioterapia da UNICEP, despontam como uma opção interessante para que a Terapia Fotossônica seja associada ao tratamento medicamentoso que é amplamente recomendado. O trabalho foi recentemente encaminhado a uma revista científica internacional para ser apreciado. Após a publicação do manuscrito, a técnica de tratamento será disponibilizada para profissionais interessados que queiram beneficiar seus pacientes, aponta o Dr. Antonio E. de Aquino Junior, coordenador do estudo.

Rui Sintra – Assessoria de Comunicação – IFSC/USP

1 de setembro de 2023

Materiais quânticos e magnetismo frustrado

O Colóquio do IFSC/USP relativo no dia 01 de setembro teve como palestrante o Prof. Eric Castro Andrade (IFUSP), que abordou o tema “Materiais quânticos e magnetismo frustrado”.

Materiais quânticos são sistemas físicos nos quais as interações entre os elétrons e os íons levam a comportamentos cooperativos que são difíceis de serem antecipados a partir das propriedades individuais das partículas constituintes.

Devido à riqueza combinatória da tabela periódica, tais materiais apresentam uma vasta gama de fases exóticas, algumas com promissoras aplicações tecnológicas.

Peças chaves nesses sistemas são fortes correlações eletrônicas e manifestações macroscópicas das inusitadas propriedades quânticas dos elétrons.

Nesse colóquio, o palestrante discutiu uma interessante classe de materiais quânticos, os isolantes de Mott frustrados. Esses são sistemas nos quais os graus de liberdade de carga dos elétrons ficam congelados por conta da forte repulsão Coulombiana entre eles, mas seus graus de liberdade de spin continuam ativos.

Contudo, por meio da frustração magnética, pode-se suprimir o desenvolvimento de ordem a baixas temperaturas, abrindo o caminho para novas fases quânticas da matéria aparecerem.

O Prof. Eric discutiu, também, o exemplo particular do líquido de spin de Kitaev e suas possíveis manifestações experimentais em óxidos de metais transição compostos por íons pesados.

(Rui Sintra – jornalista)

1 de setembro de 2023

Criptobiose – Um verme ressuscita depois de 46.000 anos

Figura 1 – Embaixo de espessas camadas de gelo, está o Permafrost – um solo formado por terra, rochas, sedimentos e muito gelo. Nele, congelados por milhares de anos, estão presentes vermes, vírus e bactérias. Uma cápsula do tempo e uma bomba relógio contendo uma gigantesca quantidade de gases de efeito estufa como dióxido de carbono e metano (Crédito: Sergey Pesterev/Unsplash)

Por: Prof. Roberto N. Onody *

Criptobiose é um estado de latência em que as atividades metabólicas de um organismo cessam devido a condições ambientais extremas como baixas temperaturas, desidratação e falta de oxigênio. Nos solos gelados da Sibéria, foram encontrados e ressuscitados vermes nematoides em animação suspensa há 46.000 anos!

Permafrost, como o próprio nome indica, é uma camada do subsolo permanentemente congelada. É uma mistura de rochas, terra, matéria orgânica e, claro, gelo. Ele se concentra na região do Ártico, principalmente na Rússia, Groenlândia, Canadá e Alasca (Figura 1).

O Permafrost recobre cerca de 25% das terras do hemisfério norte e abriga sob uma manta de gelo uma quantidade colossal de matéria orgânica, decomposta ao longo de milhões de anos. Estima-se que o Permafrost contenha 1,5 trilhões de toneladas de carbono, duas vezes mais do que aquela que existe (atualmente) na nossa atmosfera!

Um possível degelo do Permafrost libertará uma quantidade enorme dos principais gases responsáveis pelo efeito estufa – o dióxido de carbono e o metano.  Vale lembrar que o Acordo de Paris, assinado por 195 países em 2015, prevê um esforço internacional para limitar o aumento da temperatura média global  a 1,5 graus Celsius.

Figura 2 – Duvanny Yar, no nordeste da Sibéria, é a região onde o material foi coletado. As amostras do solo foram colhidas a cerca de 40 m de profundidade. A datação por radiocarbono (das plantas contidas nessas amostras) estimou sua idade em 46.000 anos (com 95% de precisão) (Fonte: Imagem extraída de Shatilovich et al., PLOS Genetics)

E foi no Permafrost da Sibéria que o material contendo os vermes foi colhido cuidadosamente e levado para o laboratório (Figura 2). Um estudo filogenético, envolvendo tanto características morfológicas quanto o genoma do verme, concluiu que se tratava de uma nova espécie que os pesquisadores batizaram de Panagrolaimus kolymaensis (Figura 3). Os indivíduos dessa espécie que reviveram foram cultivados em laboratório e se reproduziram por mais de 100 gerações!

Através do sequenciamento e estudo do genoma do P. kolymaensis, os cientistas descobriram que a espécie é triplóide, isto é, seu genoma é composto por 3 conjuntos de cromossomos, como de alguns peixes e ostras.

Os mecanismos celulares (utilizados por esses vermes para sobreviverem a dessecação e ao congelamento extremos) são a biossíntese de trealose (um dissacarídeo) e a gliconeogênese (produção de glicose na ausência de carboidratos).

Na espécie encontrada, P. kolymaensis, a sobrevivência ao congelamento acontece graças a uma rápida desidratação (que pode chegar a mais de 95% da água do corpo) o que evita a formação de cristais de gelo no interior das células. Já na espécie encontrada na Antártica e estudada em 2015, P. davidi, descobriu-se inibidores que impediam a formação de gelo intracelular, ou seja, o organismo era capaz de sobreviver ao congelamento mesmo estando totalmente hidratado.

Figura 3 – Morfologia do P. Kolymaensis: A e C – imagens obtidas por microscopia eletrônica; E e F – fotografias obtidas por microscópio ótico; B, D e G – esboços gráficos. A barra de escala na figura A é de 0,002 mm. (Fonte: Imagem extraída de Shatilovich et al., PLOS Genetics)

Entender melhor os mecanismos que levam esses organismos a terem tanta tolerância à desidratação e ao congelamento, pode ser muito importante em campos de ciência relacionados como a crioterapia, criobiologia e  astrobiologia.

E fica a pergunta: quanto tempo o P. kolymaensis pode sobreviver em condições ambientais tão severas? Não sabemos. Até o momento, o organismo campeão por tempo de vida latente é uma bactéria que foi descoberta no abdômen de uma abelha preservada em âmbar (encontrada na República Dominicana) e que foi trazida de volta à vida após mais de 25 milhões de anos!

Dessa forma, para o bem ou para o mal, estamos alterando o processo de evolução natural ao reviver indivíduos que, de outra forma, pertenceriam a linhagens já extintas.

Ao despertarmos organismos anteriormente dormentes corremos o risco de introduzir espécies invasoras e prejudiciais àquelas nativas de uma determinada região. Elas não tiveram coevolução temporal e a adaptação correspondente. Foi pensando nisto que foi publicado, em julho de 2023, um artigo que investiga os riscos de ressuscitar patógenos. Eles, através da criptobiose, conseguiram viajar para o futuro.

*Físico, Professor Sênior do IFSC – USP

e-mail: onody@ifsc.usp.br

 

 

 

 

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(Agradecimento: ao Sr. Rui Sintra da Assessoria de Comunicação)

Assessoria de Comunicação – IFSC/USP

31 de agosto de 2023

Composto combate bactérias resistentes em menos de uma hora

(Créditos – Agência FAPESP)

A eficácia dos antibióticos é um problema que alarma a comunidade médica e científica, não sendo raro encontrar bactérias resistentes a três tipos diferentes de medicamentos (chamadas multidroga resistentes, ou MDR), ou até mesmo a todos os tratamentos disponíveis na atualidade (pandroga resistentes, PDR). Elas estão associadas a infecções perigosas e são listadas pela Organização Mundial da Saúde (OMS) como patógenos prioritários para a busca de novos fármacos, com a máxima urgência.

Estudo publicado em edição especial da revista Antibiotics destaca um composto com atividade antibacteriana que apresentou resultados promissores nos testes in vitro, dentro da primeira hora de ação. A pesquisa, financiada pela FAPESP, foi liderada por Ilana Camargo e conduzida durante o doutorado de Gabriela Righetto no Laboratório de Epidemiologia e Microbiologia Moleculares (LEMiMo) do Instituto de Física de São Carlos da Universidade de São Paulo (IFSC-USP).

“Trata-se de um novo peptídeo, denominado Pln149-PEP20, que possui arcabouço molecular planejado para melhorar a atividade antimicrobiana, com baixa toxicidade. Os resultados podem ser considerados promissores à medida que foram usadas nos testes bactérias patogênicas associadas a infecções multirresistentes em todo o mundo”, explica Adriano Andricopulo, um dos cientistas que assinam a publicação.

A busca por novos fármacos antibacterianos, apesar de extremamente necessária, tem sido pouco observada pela indústria farmacêutica, principalmente por causa das dificuldades de pesquisa, com longo período e alto custo para obter um composto ativo viável para ser colocado no mercado. O Centro de Pesquisa e Inovação em Biodiversidade e Fármacos (CIBFar) tem entre seus objetivos encontrar moléculas que possam combater essas bactérias multidroga resistentes.

Camargo e Andricopulo são pesquisadores do CIBFar, um Centro de Pesquisa, Inovação e Difusão (CEPID) da FAPESP, assim como outros dois pesquisadores que assinam o trabalho e que se dedicam a estudar compostos bactericidas promissores, Leila Beltramini e José Luiz Lopes. Há mais de uma década o grupo formado pela colaboração entre Beltramini e Lopes analisa a Plantaricina 149 e seus análogos. Um dos primeiros trabalhos da equipe, em 2007, mostrou que o peptídeo é capaz de inibir bactérias patogênicas como Listeria sp. e Staphylococcus sp.. A partir daí, passaram a estudar análogos sintéticos [moléculas com pequenas diferenças estruturais] que tivessem atividade bactericida melhor que a do peptídeo original, ou seja, causando maior dano à membrana dos microrganismos que devem combater.

Bactérias do gênero Lactobacillus plantarum são amplamente distribuídas na natureza e produzem substâncias chamadas plantaricinas, que combatem outras bactérias. São frequentemente usadas na fermentação de vegetais, produtos derivados de carne, leite e embutidos. No caso da Plantaricina 149, o primeiro relato da ação bactericida foi feito em 1994, por pesquisadores japoneses e, desde essa época, há interesse em obter derivados sintéticos mais eficientes.

Righetto, com apoio de bolsa da FAPESP, sintetizou 20 análogos derivados da Plantarina 149 até encontrar a nova substância, que mostrou os melhores resultados até o momento e, ainda, é 50% menor do que o peptídeo original. “Os principais pontos da pesquisa constituem tanto no desenvolvimento da molécula menor, mais ativa e menos tóxica, quanto caracterizar sua ação e sua propensão no desenvolvimento de resistência. A molécula se mostrou muito promissora in vitro, sendo ativa contra bactérias de linhagens multidroga resistentes e extensivamente resistentes”, ressalta Camargo, orientadora do trabalho.

O LEMiMo, onde os estudos foram feitos, é um laboratório com experiência em caracterização de isolados bacterianos envolvidos em surtos em hospitais e, por isso, conta com uma coleção de bactérias selecionadas para esses testes em busca de novos compostos ativos. Esses microrganismos possuem os perfis de resistência mais preocupantes da atualidade, foram isolados durante surtos em hospitais e são conhecidos pelo acrônimo “ESKAPE” na comunidade científica.

Agora, novos estudos podem ser feitos tanto para investigar mais a fundo o mecanismo de ação da molécula quanto para buscar formulações e se aproximar de uma possível aplicação. “Em termos de mecanismo de ação, ainda é possível usar a morfologia celular bacteriana para identificar vias celulares afetadas pelo peptídeo. Quanto à otimização, é possível tanto funcionalizar a molécula, ligando-a com macroestruturas, quanto modificar novamente a sequência de aminoácidos”, diz Righetto. Há também a necessidade de investigações sobre a citotoxicidade e determinação do índice de seletividade, que indica se uma molécula afeta ou não as células saudáveis.

“Vivemos tempos de grandes ameaças à saúde pública mundial por causa da escassez de antimicrobianos para tratar infecções causadas por bactérias extremamente resistentes. Os peptídeos antimicrobianos são alvos de grande interesse para o desenvolvimento de novos candidatos a fármacos. Esta nova molécula tem potencial para ser usada como uma inovadora terapia antimicrobiana, mas novas modificações e otimizações moleculares ainda precisam ser investigadas”, ressalta Andricopulo.

A investigação também envolveu o Infectious Disease Institute da Harvard Medical School, em Boston (Estados Unidos), por meio dos pesquisadores Paulo José Martins Bispo e Camille André.

O artigo Antimicrobial Activity of an Fmoc-Plantaricin 149 Derivative Peptide against Multidrug-Resistant Bacteria pode ser lido em: www.mdpi.com/2079-6382/12/2/391

(Por: Ricardo Muniz / Agência FAPESP)

Assessoria de Comunicação – IFSC/USP

30 de agosto de 2023

Primeiro semestre 2024 – Editais para processos seletivos

Os editais para os processos seletivos de ingresso no 1º semestre de 2024, nas áreas Física Teórica e Experimental, Física Biomolecular e Física Computacional estão disponíveis AQUI, na aba Processo Seletivo.

É importante que todos leiam os Editais e antecipem suas dúvidas.

Lembramos que os(as) candidatos(as) para a área de Física Teórica e Experimental devem apresentar nota do EUF.

Os candidatos para as áreas de Física Biomolecular e Física Computacional devem apresentar nota de exame realizado pela CPG cuja inscrição estará aberta no período de 01/09 até 28/09/2023.

Informações detalhadas nos editais. Em caso de dúvidas, entrem em contato com o serviço de pós-graduação do IFSC (svposgrad@ifsc.usp.br).

Assessoria de Comunicação – IFSC/USP

29 de agosto de 2023

Resultado preliminar dos Editais PRPG 11-12-13 3 14/23 PRINT/USP

Para conhecimento e divulgação, informamos abaixo o resultado preliminar dos Editais PRPG 11, 12, 13 e 14/23 – Print USP, com lista dos candidatos deferidos e indeferidos.

Lembrando que o prazo para o encaminhamento de recursos quanto ao resultado, via formulário disponível no site do PrInt é até 30 de agosto/23.

Para conferir o resultado, clique AQUI.

Para acessar o formulário, clique AQUI.

Dúvidas, contatar via e-mail print@usp.br.

 

 

Assessoria de Comunicação – IFSC/USP

29 de agosto de 2023

Microbiota residencial: Projeto de pesquisa busca bactérias resistentes a antibióticos

Um projeto em curso no Laboratório de Epidemiologia e Microbiologia Moleculares (LEMiMo), vinculado ao IFSC-USP, está buscando voluntários para participarem numa pesquisa destinada a encontrar bactérias resistentes a antibióticos na comunidade.

Para que se possa entender melhor esta pesquisa, os cães que vivem em residências contribuem diretamente para a microbiota da casa – que é o conjunto dos microrganismos que se encontram geralmente associados a tecidos ou órgãos de animais ou plantas e que estabelecem colônias permanentes dentro ou sobre o corpo sem produzir doenças, compondo a microbiota normal do corpo. Da mesma forma, os tutores desses animais também contribuem para essa microbiota, através de condições encontradas em ambientes externos e fontes internas, como, por exemplo, ventilação, materiais de construção e umidade, entre outras.

As fezes dos cães são as principais fontes de bactérias no ar externo do ambiente urbano, contribuindo indiretamente para a microbiota das casas, mesmo quando as famílias não têm cães. Por isso, este projeto de pesquisa denominado “Estratégias de intervenção da microbiota que limitam a seleção e a transmissão de resistência a antibióticos no domínio da saúde única (MISTAR)” pretende avaliar a poeira de casas e a microbiota dos residentes (tutor e cão) antes e durante um período de purificação de ar.

Para participar desta pesquisa, é necessário que os voluntários sejam maiores de 18 anos, residam em casa/apartamento térreo, ou primeiro andar, e que não tenham feito uso de antibióticos nos últimos três meses. No momento, os pesquisadores responsáveis por este projeto buscam voluntários que façam parte de dois grupos: um grupo que não possui animais de estimação, e um grupo que possui cães de estimação que estejam em tratamento, ou que tenham feito tratamento com antibióticos nos últimos três meses. A sequência dos trabalhos inclui, entre outros procedimentos, a coleta de poeira residencial e amostras de fezes de humanos e cães para análise.

O fundamento desta pesquisa é tentar detectar bactérias que sejam resistentes a antibióticos, preservando ambientes saudáveis para a saúde.

Os interessados em participar nesta pesquisa poderão entrar em contato com a equipe de pesquisadores através do email lemimo@ifsc.usp.br, ou pelo telefone (16) 33736690.

Rui Sintra – Assessoria de Comunicação – IFSC/USP