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18 de novembro de 2016

Aumento da segurança no interior e no entorno

Com a ascensão de São Carlos a importante polo científico e tecnológico, quer em termos nacionais, ifsc250quer na perspectiva internacional, rapidamente a cidade passou a ser visitada e habitada por um elevado número de estudantes, professores e pesquisadores que desenvolvem atualmente atividades intensas nas diversas estruturas de ensino superior e de pesquisa, como são os casos concretos da Universidade Federal de São Carlos (UFSCar), Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (EMBRAPA), Universidade de São Paulo (USP) e Centro Universitário Central Paulista (UNICEP), acrescentando-se as empresas de base tecnológica sediadas em São Carlos.

Com esse crescimento, a cidade também passou a ser um alvo preferencial e relativamente fácil para atividades relacionadas com os mais diversos crimes, entre os quais se contam assaltos a transeuntes, roubos a residências, furto de carros e tentativas de estupro, entre outras ações, algo que desde muito cedo começou a preocupar não só a Polícia Militar, como a própria comunidade acadêmica, principalmente porque não existia uma integração de esforços no sentido de prevenir e combater essas tipologias de crimes que, paulatinamente, começaram a contaminar outros segmentos da sociedade.

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Com o intuito de unir esforços e estratégias para diminuir e mesmo anular essa situação, bem como aumentar os níveis de segurança no entorno da Área – 1 do Campus USP de São Carlos, realizou-se em abril deste ano, no IFSC/USP, uma audiência pública sobre a temática “Segurança”, que reuniu a comunidade da USP, comando e oficiais do 38º Batalhão da Polícia Militar, um encontro promovido pelo Conselho Gestor do Campus, órgão presidido pelo Diretor do IFSC/USP, Prof. Dr. Tito José Bonagamba, evento esse que teve uma sequência, nomeadamente com a realização de outra audiência pública, dessa vez realizada na Câmara Municipal de São Carlos e que reuniu a comunidade são-carlense e os órgãos públicos e políticos da cidade.

Na citada audiência, realizada no IFSC/USP, os oficiais mostraram as estatísticas referentes a ações cometidas através de roubos, homicídios, assaltos e tentativas de estupro que ocorreram entre janeiro e março de 2016, tendo evidenciado que poucos foram os incidentes denunciados e registrados nas imediações do Campus USP São Carlos, principalmente devido ao fato das vítimas não apresentarem queixa, não preencherem Boletim de Ocorrência, algo que é imprescindível para que a polícia possa fazer seu trabalho e cumprir sua missão. “É inadmissível que pessoas de bem, que frequentam uma universidade, tenham medo de se deslocar de e para o estabelecimento de ensino”, disse o Tenente-Coronel do 38º Batalhão, Alexandre Wellington de Souza, comandante do 38º Batalhão de Polícia Militar do Interior (São Carlos. )naquela ocasião. Com a apresentação dos índices e com o debate que se seguiu, a constatação foi que a PM e as entidades acadêmicas necessitariam fazer um trabalho conjunto, uma ação integrada visando aumentar os níveis de segurança, principalmente no entorno da Área – 1 do Campus USP de São Carlos, local onde se verificou haver um maior relato de índices de insegurança.

Iniciativas do Conselho Gestor do Campus USP – São Carlos

Com a finalidade de executar as estratégias conjuntas relativas a um aumento de segurança da comunidade acadêmica, dentro e no entorno da Área – 1 do Campus USP São Carlos, a Universidade, através do Conselho Gestor do Campus, colocou em prática, quase de imediato, diversas ações que envolveram todas as unidades e órgãos de sua comunidade.

Assim, foi criado o Núcleo de Direitos Humanos, que tem como objetivo assessorar o Conselho Gestor, com base nas diretrizes da Comissão de Direitos Humanos da USP. O Núcleo é presidido pela Profa. Dra. Maria da Graça Campos Pimentel (Instituto de Ciências Matemáticas e de Computação – ICMC/USP).

Por outro lado, estabeleceu-se também o Setor de Acolhimento de Vítimas de Violência Sexual e de Gênero, que é composto por três assistentes sociais do campus, que passaram por treinamento no denominado Escritório USP Mulheres, órgão da Universidade de São Paulo localizado na Cidade Universitária, em São Paulo, com o objetivo de atender vítimas de violências sexuais e de gênero ocorridas nas dependências do Campus USP São Carlos, onde também houve a instauração da Ouvidoria, que avalia a procedência de sugestões, reclamações e denúncias de natureza administrativa.

Além da criação desses três setores, outras cinco iniciativas também ocorrem na USP de São Carlos, incluindo a Caminhada pela Segurança (com a participação de autoridades do campus, visando à melhoria da iluminação da Área – 1, com a instalação de postes de iluminação, reparo dos dispositivos de iluminação e poda de árvores para facilitar a abrangência da iluminação – estando, igualmente agendadas caminhadas pela Área – 2); instalação de câmeras de monitoramento digital nos principais pontos de risco do Campus (esses locais foram determinados com base em um mapa de risco desenvolvido pela Comissão de Prevenção e Proteção Universitária, com o apoio da Guarda Universitária); maior presença da Guarda Universitária (a Guarda passou a patrulhar o Campus com viaturas equipadas com giroflex, motos e novo uniforme, bem como através de um aplicativo para smartphone que permite informar, em tempo real, atividades ilícitas decorridas no Campus); e colaboração estreita com a Polícia Militar (parceria que visa ao aumento da segurança no entorno do Campus).

Iniciativas do IFSC/USP

Além do Campus USP São Carlos, o próprio Instituto de Física de São Carlos (IFSC/USP), através de sua Diretoria, tem buscado medidas para aumentar o nível de segurança nas proximidades de seus edifícios, colaborando nos entornos da Áreas – 1 e 2, bem como à segurança de suas dependências e de seus usuários.

Uma das ações refere-se à instalação de iluminação em regiões próximas aos edifícios da Unidade. As lâmpadas do Espaço de Convivência “Professor Horácio C. Panepucci” foram substituídas por outras de LED; instalaram-se lâmpadas de LED no poste situado na entrada da portaria da Rua Miguel Petroni, de modo a iluminar tanto o prédio da administração do Instituto, como o prédio dos laboratórios da Unidade; houve também a instalação de refletores de iluminação em uma área “verde” localizada ao lado esquerdo da entrada principal da portaria do Instituto[TS1] , bem como próximo ao bicicletário da Unidade.

Também houve a instalação de iluminação na parte inferior do Grupo de Biofísica do IFSC, tendo sido colocadas duas lâmpadas de LED próximo ao Auditório “Professor Sérgio Mascarenhas”.

Algumas árvores localizadas na região externa do prédio dos Laboratórios de Ensino de Física (LEF/IFSC) foram podadas, permitindo mais iluminação no local. Além disso, checou-se o funcionamento das câmeras de segurança instaladas próximo ao Auditório e à Gráfica do IFSC/USP.

O IFSC/USP instalou um SPDA – Sistema de Proteção Contra Descargas Atmosféricas, que servirá para proteger tanto a continuidade da distribuição energética na Unidade quanto para proteger as pessoas e equipamento que se encontram em seu interior, em caso de descargas elétricas provocadas por tempestades. Finalmente, deu atenção especial ao seu edifício localizado na Área – 2, com melhoria da iluminação externa, com o apoio da Prefeitura do Campus, reparos nos alambrados e grades de proteção, instalação de câmeras de observação e um sistema de catraca.

PM: Segurança efetiva no entorno do Campus USP – São Carlos

Há no campus um serviço de segurança 24h que é realizado pela Seção de Fiscalização da Prefeitura do Campus e por empresas especializadas. Contudo, em entrevista concedida à Assessoria de Comunicação do IFSC/USP, em outubro último, o Tenente-Coronel Alexandre Wellington de Souza destacou a importância da interação entre a Polícia Militar e a comunidade acadêmica, para que a PM possa estabelecer vínculos – inclusive tecnológicos – com a USP e, assim, atuar proativamente e positivamente em favor de alunos, funcionários, docentes e visitantes da Universidade, garantindo a segurança da comunidade. Promover a cultura de segurança* e fortalecer a prevenção primária é o mote, já que é através dela que se conseguem identificar fatores de riscos sociais, ambientais e locais, dando à PM capacidade de agir a tempo para evitar que ocorram situações criminosas. “É através de um contato mais próximo com a USP, que a PM de São Carlos pretende captar as críticas, os anseios e as sugestões da comunidade acadêmica, haja vista que a Polícia deve realizar um trabalho que se adapte às necessidades dessa comunidade”.

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Desta forma, também a PM poderá mapear e conhecer os “pontos sensíveis” próximos ao Campus, já que existem locais em que há ocorrências de alguns crimes, embora esses pontos não sejam os que mais provocam receio nos estudantes que por eles transitam. A saída localizada próximo ao Instituto de Ciências Matemáticas e de Computação (ICMC/USP), por exemplo, é a mais temida pelos alunos da USP, sendo que ela não é um ponto de incidência criminal, de acordo com o Comandante do 38º Batalhão. “Precisamos mapear os pontos sensíveis para que possamos atuar preventivamente naqueles locais em que a comunidade se sente insegura”.

Subordinada ao Governo do Estado, através da Secretaria de Segurança Pública e do Comando Geral da Corporação, a Polícia Militar de São Paulo é composta por um efetivo de 85 mil agentes que têm a missão de preservar a ordem pública, executando um policiamento ostensivo e atividades de defesa civil. Apenas em São Carlos, a PM integra um efetivo fixado – 242 agentes – e existente – 160 agentes -, dispondo de 86 viaturas (de duas e quatro rodas).

Dados estatísticos no entorno do campus

A já mencionada audiência pública ocorrida no IFSC/USP resultou em uma diminuição significativa de ocorrências de determinados crimes relatados e registrados no entorno do Campus USP – São Carlos.

Nas imediações das duas áreas do Campus não houve incidência de homicídios, nem roubos de veículos no período de 1º de março a 15 de abril deste ano. A mesma situação quase se manteve estável entre 1º de maio e 30 de junho último, tendo em vista que ocorreu apenas um roubo de carro próximo à Área – 2 do Campus, neste último período analisado. Na base de dados da PM não consta, também, a ocorrência de crimes de estupro próximo ao Campus. Apenas uma tentativa de estupro foi registrada pelos policiais entre os meses de março e abril, porém, o caso decorreu no Jardim Paraíso, longe do entorno acadêmico. Roubos a transeuntes e a residências também não foram registrados pelos policiais militares nas redondezas da universidade, este ano.

Dados estatísticos referentes ao município

No âmbito geral, no primeiro trimestre houve o registro de 7 homicídios, enquanto que no segundo o número caiu para 5, em São Carlos; nos meses de janeiro, fevereiro e março, a PM registrou 1 caso de latrocínio, enquanto que no segundo trimestre não houve ocorrências desta natureza na cidade. Oito crimes de estupro ocorreram no município, no primeiro trimestre de 2016. No segundo, foram registrados três crimes do gênero. Já no que se refere a roubos de veículos, houve 17 crimes no primeiro trimestre, contra 11 registrados no segundo deste ano. Os dados com maiores índices de crimes correspondem a outros tipos de roubos: foram registrados 216 roubos no primeiro trimestre e 199 no segundo.

Abaixo, é possível conferir os dados relativos à produtividade da Polícia Militar em São Carlos, durante o primeiro e o segundo trimestre de 2016:

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A partir do momento em que a Polícia Militar estabeleceu um contato mais direto com a comunidade acadêmica, houve a percepção de problemas que as autoridades policiais não cogitavam que decorressem anteriormente, na região da Universidade, em razão do baixo número de boletins de ocorrência que geralmente recebem.

Segundo o Alexandre Wellington de Souza, há pessoas que afirmam ser uma perda de tempo registrar ocorrências, já que desacreditam na justiça. Segundo nosso entrevistado, o período de descrédito generalizado pelo qual o Brasil passa atualmente também contribui para que haja uma distância maior entre as vítimas e os oficiais da Polícia Militar. Obviamente, quando um cidadão deixa de registrar uma ocorrência, o banco de dados da Polícia se torna impreciso, de modo que a corporação leva um tempo muito maior para perceber que existe alguém ou um grupo atuando de forma criminosa em determinados trechos da cidade, dificultando, assim, uma ação preventiva e quiçá um processo de prevenção imediata – que permite prender o infrator imediatamente após o ato criminoso, ou durante o mesmo – em flagrante delito. “É importante que as comunidades geral e acadêmica tenham essa cultura de chamar a Polícia Militar e registrar ocorrências, porque necessitamos dessas informações para organizarmos um policiamento ostensivo e podermos atuar e distribuí-lo na cidade”, pontua ele.

PM e comunidade são-carlense unidas via What’s App

Após a audiência pública de abril, houve uma nítida mudança positiva no comportamento dos estudantes, de acordo com o Capitão Paulo Roberto Nucci Junior, Comandante da 1ª Companhia de São Carlos, responsável máximo pelo policiamento da cidade e que também integra o 38º Batalhão. No sentido de manter um contato próximo com a comunidade são-carlense, ele tem coordenado o projeto Vizinhança Solidária, em que moradores de bairros criaram um grupo no What’s App , para manter um contato direto com a Polícia Militar, alertando-a a respeito de atividades ou movimentações suspeitas que ocorrem em suas regiões. Oito bairros de São Carlos já participam da iniciativa. “Não adianta você ter sistemas de segurança com câmeras pelo bairro, se não há um contato direto com a Polícia Militar”, enfatiza o Capitão, cujo Batalhão mantém também um perfil no Facebook.

 

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Embora os oficiais do 38º Batalhão tenham se esforçado para interagir com a comunidade através das redes sociais, a orientação principal que a PM dá àqueles que se deparam com alguma situação suspeita é sempre a mesma: ligar de imediato para o 190. Uma simples ligação pode salvar não apenas uma vida, mas várias!

*Refere-se ao indivíduo ou à comunidade que se comporta de forma segura, com o intuito de minimizar a possibilidade da ocorrência de eventos de risco. Entre os comportamentos adotados, destaca-se o uso cauteloso de smartphones em vias públicas, a escolha de rotas alternativas, para evitar trafegar por ruas onde não há boa iluminação, e o hábito de estacionar veículos em locais onde há maior movimentação de carros e/ou pedestres.

Assessoria de Comunicação – IFSC/USP

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