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2 de janeiro de 2014

Artigo de professor do IFSC recebe grande número de acessos

No Instituto de Física de São Carlos (IFSC/USP), pesquisadores já trabalham no desenvolvimento e aprimoramento de uma nova tecnologia que, num futuro próximo, poderá revolucionar o funcionamento de computadores, televisores, lâmpadas e outros objetos que necessitam de circuitos elétricos e magnéticos para o seu funcionamento.

Terras-rarasO docente do Grupo de Óptica (GO) do Instituto, Euclydes Marega Jr., em parceria com o docente da Universidade Estadual Paulista (Unesp), Younes Messaddeq, recentemente publicou um artigo , que já contabiliza mais de 120 acessos em 15 dias, no qual descreve uma novo método para co-dopagem de vidros óxidos amorfos (sem forma definida), que carregam uma importante característica: são capazes de incorporar os “terras-raras”, elementos químicos da tabela periódica com diversas propriedades especiais.

Além de emitir luz em diversas cores do espectro solar (inclusive no padrão RGB (Red, Green, Blue), no qual as luzes de LED, por exemplo, são baseadas), a importância dos terras-raras vai mais longe: muitos deles possuem propriedades magnéticas e, inclusive, elétricas. No entanto, não existe uma quantidade expressiva desses elementos no Brasil, sendo que a China é o país com maior quantidade deles no mundo. “Um dos desafios atuais é a dominação da técnica de purificação e extração dos terras-raras, procedimentos muito difíceis de se executar, atualmente”, afirma Euclydes.

O tipo de material utilizado normalmente nos experimentos de Euclydes é semicondutor. No entanto, os vidros óxidos incorporam os terras-raras de maneira mais efetiva, e são mais baratos e mais fáceis de serem produzidos em laboratório. “Por enquanto, parte dos vidros é produzida na Unesp e parte aqui no IFSC. A partir do ano que vem, pretende-se produzir esse vidros somente no Instituto”, antecipa o docente.

Atualmente, nos laboratórios do IFSC, já se faz a dopagem dos vidros óxidos com os terras- raras. Mas, de acordo com Euclydes, o ideal seria que essa incorporação fosse feita em materiais semicondutores. “Infelizmente, os terras-raras não incorporam de forma efetiva nos materiais semicondutores. Isso é uma desvantagem, pois microcircuitos, por exemplo, não podem ser feitos com os vidros”, explica.

Por esse motivo, no que diz respeito às perspectivas nessa pesquisa, Euclydes e seus colaboradores realizarão novos estudos para que essa inserção seja possível, ou seja, para que os terras-raras possam ser incorporados a materiais semicondutores, mantendo e, obviamente, executando suas características na íntegra. “As lâmpadas de LED atuais, por exemplo, são azuis. Isso acontece porque o LED branco não tem o vermelho”, elucida o docente.

Por emitirem luz no infravermelho, os terras-raras também poderão ser utilizados para feitura de fibras ópticas, tornando-os mais uma possível fonte de emissão de luz na comunicação óptica. Outras aplicações em iluminação óptica e magnetismo também serão possíveis. “Memórias para computadores pessoais e celulares ou imãs ultrapotentes também serão feitos de terras-raras”, exemplifica Euclydes.

Sobre a importância desse novo trabalho, Euclydes diz que este é o pontapé inicial para o início das pesquisas relacionadas à possível interação entre materiais semicondutores e terras-raras. Ele conta que nos próximos quatro anos novos resultados já serão visíveis e aplicados. “A integração dos terras raras com circuitos elétricos será a grande novidade nessa pesquisa. Isso será muito importante, pois quase todo circuito eletrônico nos dias atuais contém algum material semicondutor”, finaliza Euclydes.

Assessoria de Comunicação

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Instituto de Física de São Carlos - IFSC Universidade de São Paulo - USP
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