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3 de março de 2015

Tratamento de lesões osteoneuromioarticulares

Equipamento200Um novo aparelho – portátil e de baixo custo – desenvolvido no Instituto de Física de São Carlos, utiliza a técnica de Ultrassom (US) associada ao Laser, para tratar lesões osteoneuromioarticulares e, também, aliviar as dores provocadas pela Osteoartrose, uma doença crônica que compromete as articulações do corpo – segundo especialistas, a população vem adquirindo essa patologia cada vez mais cedo.

A pesquisa dessa nova metodologia, realizada pela Dra. Alessandra Rossi Paolillo, terapeuta ocupacional, docente do Departamento de Terapia Ocupacional da UFSCar – Universidade Federal de São Carlos e pesquisadora do IFSC/USP, em conjunto com os pesquisadores Fernanda Rossi Paolillo, Daniele Frascá Fernandes, Jessica Patrícia João, Herbert Alexandre João e com o Prof. Dr. Vanderlei Salvador Bagnato, do Grupo de Óptica do IFSC, tem como principal objetivo consolidar as fraturas ósseas, a analgesia, ação anti-inflamatória e reparação de tecidos. No início, nós fizemos estudos experimentais em animais, em que obtivemos resultados positivos nas comparações das técnicas, Alessandra_Paolillo_325utilizando um tratamento somente com laser, depois outro apenas com o ultrassom e, por fim, associando os dois métodos, que se mostraram eficientes na consolidação de fraturas e no tratamento da dor, explica Alessandra Paolillo. A pesquisadora conta que a junção dessas duas técnicas se deve ao fato de ambas serem potentes agentes anti-inflamatórios e analgésicos, além de estimularem as fibras de colágeno de pacientes que na maior parte das vezes se limitam a realizar atividades físicas devido às dores. O interessante desse método é que ele é não-invasivo e não-farmacológico, ou seja, é uma alternativa segura, diz Alessandra.

Há alguns meses, aproximadamente 350 pacientes se inscreveram para participar dos testes clínicos, onde se realizaram as aplicações nas mãos de mulheres idosas. A Dra. Fernanda Paolillo, que, como já citamos acima, também é autora desta pesquisa, diz que, durante a fase de testes, o tratamento foi aplicado apenas nesse público-alvo, pois homens e mulheres possuem hormônios diferentes, o que poderia ter prejudicado os resultados. A mulher têm massa óssea, força muscular, flexibilidade e velocidade diferentes das do homem. Então, sempre evitamos juntar homens e mulheres nas avaliações, porque seus padrões são diferentes, explica.

Dilma_Buonadio2_325A aposentada Dilma Buonadio, de 66 anos, é uma das pacientes que participa dos testes clínicos no nosso Instituto há aproximadamente cinco meses. Ao sentir uma dor, ela foi ao médico, que a diagnosticou com Osteoartrose nos joelhos. Hoje, além de participar do projeto do IFSC/USP, ela pratica exercícios físicos. Desde que iniciou o tratamento, Dilma nunca mais sentiu dores. O projeto tem sido ótimo para mim. Além disso, sou uma pessoa elétrica, todos os dias eu me exercito e isso me ajuda a não sentir mais dores. Minha qualidade de vida tem melhorado bastante, afirma.

A Dra. Fernanda Paolillo conta que Fernanda_Paolillo_325no tratamento da Dilma foi utilizado o parâmetro para joelho, diferente do aplicado nas mãos, em que se utiliza o ultrassom pulsado. Na intervenção da Dilma, nós aplicamos o efeito térmico, ou seja, o ultrassom contínuo com o laser, que eleva a circulação sanguínea e obtém mais fluxo, permitindo o aumento da funcionalidade dela na realização de exercícios físicos, já que é uma pessoa bastante ativa, explica a pesquisadora do IFSC.

Já Alessandra afirma que alguns voluntários sentem melhoras já nas primeiras aplicações, porém, normalmente, a metodologia inovadora leva cerca de três a cinco sessões para apresentar excelentes resultados, sendo que cada uma dura entre quinze e trinta minutos.

A aplicação nas mãos é feita em trinta minutos, ou seja, quinze em cada mão, porque uma tecnologia potencializa a outra. Então, temos um limite de energia para irradiar a região da pele, explica Alessandra Paolillo, que destaca a evolução rápida em curto tempo provocada pela nova metodologia. No caso da Osteoartrose, que é uma doença sem cura, apenas aliviamos os sintomas, permitindo uma qualidade de vida melhor aos indivíduos. De acordo com nossos estudos, conseguimos atingir o objetivo, inclusive porque muitos pacientes voltaram a realizar atividades físicas após o tratamento.

Aplicao-500

O aparelho, idealizado por uma equipe* em que Alessandra faz parte, já se encontra patenteado, tendo como principal objetivo aplicar o ultrassom e o laser na pele do paciente, com a utilização de um gel que é responsável pela transmissão da onda à região corpórea. O Prof. Vanderlei desenvolveu a geometria da máquina, bem como o posicionamento dos lasers, para que eles possam cobrir uma área maior já com o ultrassom embutido. Assim, enquanto a região do corpo do paciente é tratada com o ultrassom, o laser estimula o tecido.

Segundo a Dra. Alessandra, devido aos resultados positivos obtidos com o equipamento no tratamento da dor e inflamação, diversas empresas e profissionais da área clínica já têm demonstrado grande interesse em adquiri-lo.

*Equipe constituída por: Vanderlei Bagnato (coordenador do projeto), Alessandra Rossi Paolillo (pesquisadora), Fernanda Rossi Paolillo (pesquisadora), Marcelo Manuel de Oliveira (engenheiro) e Anderson Luís Zannchin (engenheiro).

Assessoria de Comunicação

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Instituto de Física de São Carlos - IFSC Universidade de São Paulo - USP
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