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31 de março de 2015

Recorde de inscrições

Um estudante que optar pelos cursos de graduação oferecidos no Instituto de Física de São Carlos (IFSC/USP) provavelmente seguirá um rumo profissional diferente daquele que escolher algum dos cursos de graduação oferecidos no Instituto de Arquitetura e Urbanismo (IAU/USP).

Mesmo que diferentes em muitos aspectos, os conhecimentos oferecidos pelas duas Unidades, sediadas no campus da USP São Carlos, podem ser úteis entre si e já é comum a troca de saberes- teóricos e práticos- entre IFSC e IAU, e uma delas já ocorre, oficialmente, há três anos.

Ministrada desde 2012 no IFSC, a disciplina de Acústica Física foi uma proposta do docente do Instituto, José Pedro Donoso. Ciente da pouca quantidade de material didático disponível no campus referente ao assunto, o docente focou seus esforços para adquirir livros e outros materiais sobre o assunto. “Para isso, entrei em contato com a colega física da Unicamp, Stelamaris Rolla Bertoli, docente do curso de Engenharia Civil, para que me indicasse materiais que considerasse essenciais para esse tópico. Isso foi em 2006”, relembra Donoso.

Algum tempo depois, com um acervo mais robusto disponível no campus, Donoso enviou uma proposta para criação da disciplina de Acústica Física no IFSC, que foi analisada por diversas comissões da Universidade e aprovada em 2011.

Por se tratar de uma disciplina optativa, alunos de outros cursos puderam se inscrever, e o número de futuros arquitetos- e alguns engenheiros- que cursaram a disciplina desde seu lançamento foi significativo. “Na primeira turma, tivemos 16 estudantes matriculados, e em 2014 tivemos um número recorde de 56 alunos. Em disciplinas optativas, o comum é que se matriculem de 6 a 10 alunos”, conta Donoso.

O que esperar?

Atualmente ministrada por Donoso e pelo docente, também do IFSC, Francisco Eduardo Gontijo Guimarães, a disciplina discute vários tópicos, como propriedades ondulatórias das ondas de som, qualidade do som, mecanismo de audição, acústica de ambientes, controle de ruído e física e música. No final da disciplina, os alunos escolheram um destes assuntos para fazer o trabalho final.

Donoso-_Acustica_fisica-1Enquanto Donoso fica com a parte teórica, Francisco ministra aulas práticas nos laboratórios de ensino do IFSC, onde são realizados demonstrações e experimentos diversos com os alunos. Nos dois anos em que a disciplina foi ministrada, contou-se ainda com duas palestras, feitas pelas docentes Karin Chvatal (IAU) e Nelma Bossolan (IFSC), somando-se um total de 16 aulas durante um semestre.

O sucesso da disciplina não se explica somente pelo grande número de inscritos, mas pelos trabalhos finais apresentados. Dos 56 alunos, 32 receberam nota máxima, “e isso pelos belos trabalhos que foram apresentados, e não por bondade nossa”, brinca Donoso.

Ele acredita que o número recorde de inscritos se deva por um simples motivo. “Existem pouquíssimos especialistas na área de acústica, e o mercado tem demanda por esse profissional, que é raro nos escritórios de engenharia ou arquitetura”.

Ainda não é fato que a disciplina será oferecida novamente em 2014. De acordo com Donoso, tudo dependerá do número de interessados que se manifestar.

A palavra de quem participou

Estudante do curso de arquitetura do IAU, Natália Balak Pedroso Rocha foi uma das alunas da disciplina de Acústica Física. Com o intuito em se aprofundar num assunto sobre o qual sempre teve interesse, ela afirma que a disciplina perpassa mais de uma área de ensino, “e nos faz sair de nossa zona de conforto e abrir novas formas de pensar, compreender e estudar”, diz.

A interdisciplinaridade da matéria também foi algo que chamou a atenção da aluna, que mais se identificou com os tópicos relacionados à prática da arquitetura, como proteções acústicas, comportamento das ondas sonoras e salas de concerto.

Já no que diz respeito à parte prática da disciplina, ela considera uma escolha bastante acertada. “As aulas que tivemos certamente facilitaram o entendimento, especialmente para os alunos de arquitetura e urbanismo, para os quais o repertório da disciplina de física não é tão extenso, o que aufere um pouco mais de dificuldade na compreensão teórica de algumas aulas”, afirma.

Sobre a “mistura” de alunos de física e arquitetura, Natália também é uma entusiasta, uma vez que os questionamentos de ambos são claramente diferentes, o que contribui para um maior conhecimento e dinâmica da aula.

Donoso-_Acustica_fisica-2Já estagiando numa empresa, a estudante diz que tem muita consideração pelos conhecimentos um pouco mais técnicos. “Não se inicia nem se desenvolve um projeto de arquitetura sem um mínimo conhecimento técnico sobre aquilo que se pretende projetar, pois é esse conhecimento que dá base ao projeto e permite que o mesmo possa ser desenvolvido”, conta.

Finalmente, ela destaca que a organização e a forma como as aulas foram ministradas foi de fundamental importância para o grande conhecimento recebido na disciplina, bem como a eficiência dos docentes ao lidar com uma disciplina de caráter transversal. “Espero que as demais turmas possam ter essa oportunidade”, finaliza a futura arquiteta.

Imagens: acervo Donoso

Assessoria de Comunicação

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Instituto de Física de São Carlos - IFSC Universidade de São Paulo - USP
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