Notícias

18 de setembro de 2012

A parceria científica entre Brasil e China

Já é sabido que Brasil e a 2ª maior economia mundial, China, têm estreitado seu relacionamento há algum tempo. Mas, pensar nessa parceria, que é cada vez mais forte, sempre nos remete ao campo econômico dos dois países.

Jiyong-1Porém, há algum tempo, laços têm-se formado entre China e Brasil no que diz respeito ao conhecimento cientifico e tecnológico. E prova disso é Jiyong Fu, um chinês de 34 anos que veio para o Brasil em 2010 fazer seu pós-doutoramento, orientado pelo docente do Instituto de Física de São Carlos (IFSC/USP), José Carlos Egues de Menezes.

Na sua bagagem, para o Brasil, Jiyong já trazia muita experiência na área acadêmica.

Graduado em física pela Qufu Normal University (China), em 2001, concluiu mestrado e doutorado também na China, na Shandong University, em 2006.

No mesmo ano, iniciou seu pós-doutorado na University of Science and Technology (China), trabalhando ao mesmo tempo como professor-associado na Qufu Normal University.

Entre o tempo em que exercia a função de pesquisador e professor associado, Jiyong começou a trocar e-mails com Egues. “Depois de ler algumas publicações do professor Egues, na internet, fiquei muito interessado no que li, pois a pesquisa do professor era muito similar à minha. Então, enviei e-mail a ele, que respondeu, dizendo que poderíamos produzir muitas coisas juntos”, recorda Jiyong.

Mas, para chegar ao Brasil, o pesquisador passou por algumas dificuldades. Sua vontade era ter vindo ao Brasil em 2008, mas teve que cumprir um contrato de mais dois anos na Qufu University, onde trabalhava, mesmo com o primeiro pós-doutorado já finalizado na China. “Mesmo trabalhando na China, a maior parte de meu tempo dediquei ao IFSC lendo as pesquisas do professor Egues e me inteirando sobre o que estava sendo pesquisado aqui”, conta. “No final, a universidade na qual eu trabalhava me deu o documento que eu precisava para conseguir o visto de estudante e vir para o Brasil”.

Então, em março de 2010, finalmente, Jiyong chegou em São Carlos e passou a trabalhar com o professor Egues. O plano inicial de Jiyong era passar um ano no Brasil, mas, diante da fluidez de sua pesquisa, decidiu estender sua estada e permanecer no nosso país.

Sobre sua escolha pelo Brasil, Jiyong a justifica: as pesquisas desenvolvidas aqui, em sua opinião, são tão boas ou melhores do que as que teve conhecimento em outros países da Europa ou dos Estados Unidos. Ele conta que seu orientador, na China, indicou o Brasil para seu pós-doutoramento e, depois de ter conhecimento sobre a pesquisa de Egues, não teve mais dúvidas sobre seu destino de estudos. “Meu orientador, na China, já tinha vindo ao Brasil pelo menos três vezes e recomendou o país muito bem”, diz o pesquisador.

No que diz respeito às diferenças entre China e Brasil, nas áreas de ensino e pesquisa, Jiyong aponta a atmosfera tranquila do Instituto. “Aqui eu posso conversar com todos livre e tranquilamente. Não há uma distância grande entre aluno e professor, todos conversam de igual para igual. Na China, em alguns grupos de pesquisa, os orientadores mantém muita distância dos alunos, o que em minha opinião prejudica o desenvolvimento da pesquisa”.

Nesses dois anos e meio em que está no Brasil, em companhia da esposa, Jiyong já voltou à China para visitar a família. Mas agora só voltará ao país asiático depois de finalizar o pós-doutorado, o que ele acredita que irá acontecer em, no máximo, um ano.

Jiyong_FuSobre os planos futuros, Jiyong diz que prefere voltar à China para trabalhar como pesquisador em universidades. “Eu gosto de silêncio para trabalhar e por isso não conseguiria trabalhar numa indústria”, conta.

Mas, mesmo com planos para voltar ao país de origem, Jiyong não deixa de elogiar o Brasil, São Carlos e, principalmente, o IFSC. Ficam ótimas impressões das pessoas com as quais trabalhou, da infraestrutura do Instituto e a boa recordação de todos os momentos que viveu aqui. E a partir disso, ele se torna uma prova viva de que a parceria entre os dois países tem dado muito certo, realçando o fato de que esse tipo de relacionamento, num futuro muito próximo, só tende a crescer.

Assessoria de Comunicação

Imprimir artigo
Compartilhe!
Share On Facebook
Share On Twitter
Share On Google Plus
Fale conosco
Instituto de Física de São Carlos - IFSC Universidade de São Paulo - USP
Obrigado pela mensagem! Assim que possível entraremos em contato..