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23 de junho de 2017

Molécula de espinheira-santa tem mecanismo de biossíntese desvendado

Conhecida por suas potenciais atividades anticancerígenas, antioxidantes, anti-inflamatórias e analgésicas, a molécula Friedelina teve sua biossíntese (maneira como é produzida) elucidada por pesquisadores que visam produzi-la, sem extraí-la da natureza. A molécula também seria uma opção para tratar complicações no fígado e no intestino, bem como candidíase, uma infecção causada por fungos.

espinheira_santa_250A molécula é produzida naturalmente na Maytenus ilicifolia, planta também conhecida como espinheira-santa. Mas, para compreenderem a formação e o funcionamento da molécula, pesquisadores clonaram – e, em alguns testes, modificaram – o gene da enzima que dá origem à molécula Friedelina e o inseriram na Saccharomyces cerevisiae, uma levedura (espécie de fungos) que tornou mais fácil o processo de análise da biossíntese da molécula.

“Esse trabalho é bem interessante porque a gente conseguiu mostrar que têm algumas partes [estruturais] dessa proteína [Friedelina] que são muito importantes para fazer essa biossíntese”, explica o Prof. Dr. Rafael Guido, docente do Grupo de Cristalografia do Instituto de Física de São Carlos (IFSC/USP), que desenvolveu o estudo juntamente com pesquisadores da Faculdade de Ciências Farmacêuticas de da USP de Ribeirão Preto, e do Instituto de Química e Faculdade de Ciências Farmacêuticas da Universidade Estadual Paulista “Júlio de Mesquita Filho” (UNESP), que visam desenvolver novos fármacos, a partir de produtos naturais brasileiros.

No IFSC/USP, o grupo liderado pelo Prof. Guido responsabilizou-se pelos estudos de modelagem e análise de dados referentes à estrutura da proteína, na tentativa de explicar como a Friedelina é produzida.

Guido diz que, com a compreensão de RAFAEL_GUIDO_2_300como se dá essa produção, abre-se a possibilidade de se desenvolver novos estudos, por exemplo, visando à produção da molécula em laboratório. “Sabendo como essa molécula é feita, agora a gente pode transferir esse conhecimento para a bancada e melhorar a capacidade da enzima em produzir a Friedelina ou análogos dela, sem precisar da planta”, explica: “A gente não precisa desmatar, não precisa extrair esse produto da natureza”.

Para o docente, o trabalho não se destaca apenas pela elucidação do mecanismo da biossíntese da Friedelina – que talvez poderá auxiliar no desenvolvimento de novos medicamentos -, mas também pelo avanço na tentativa de se compreender a maneira como a natureza cria seus elementos.

Os resultados do estudo podem ser conferidos em um artigo publicado na Scientific Reports, da Nature.

(Com informações da Assessoria de Comunicação e Imprensa da UNESP)

(Imagem 1: Wikimedia Commons)

A pesquisa descrita nesta matéria de divulgação pode se encontrar em fase inicial de desenvolvimento. A eventualidade de sua aplicação para uso humano, animal, agrícola ou correlatas deverá ser previamente avaliada e receber aprovação oficial dos órgãos federais e estaduais competentes. A responsabilidade pelas informações contidas na reportagem é de inteira responsabilidade do pesquisador responsável pelo estudo, que foram devidamente conferidas pelo mesmo, após editadas por jornalista responsável devidamente identificado, não implicando, por isso, em responsabilidade da instituição.

Assessoria de Comunicação – IFSC/USP

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Instituto de Física de São Carlos - IFSC Universidade de São Paulo - USP
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