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19 de junho de 2015

Ao serviço da difusão científica

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Em 1996, por intermédio dos professores Vanderlei Salvador Bagnato, do Instituto de Física de São Carlos (IFSC/USP), e Frederico Dias Nunes*, ocorreu  a primeira edição da Semana da Óptica – Semóptica, uma iniciativa que esteve sob responsabilidade organizativa do Centro de Pesquisas em Óptica e Fotônica (CePOF/IFSC), em parceria com o Instituto Nacional de Óptica e Fotônica (INOF): o intuito foi divulgar a óptica ao público em geral, por meio de diversas demonstrações científicas. Para a promoção desse evento, os docentes contrataram o serviço de Brás José Muniz, técnico de produção de conteúdos audiovisuais, que elaborou o primeiro vídeo bilíngue dessa edição da Semóptica.

Devido às diversas palestras e outras iniciativas que começaram a ser organizadas com maior intensidade pelo Grupo de Óptica do IFSC/USP, o trabalho de Muniz começou a ser periódico (uma vez por semana), por forma a que todos os eventos ficassem devidamente registrados. O técnico aceitou o desafio, mas a demanda por coberturas de eventos e cursos cresceu exponencialmente. Bagnato e Muniz constataram, então, que não só a população, como a própria comunidade da USP, começaram a manifestar um interesse cada vez mais crescente pelos assuntos que eram abordados na área de audiovisual do IFSC/USP, tendo-se criado um estúdio próprio para essa finalidade maior.

Com a colaboração do editor Marcel Bras_300Eduardo Firmino, que é graduado e mestre em Física pelo IFSC/USP, Muniz começou a gravar grande parte das palestras que ocorriam na Unidade, mantendo-se esse trabalho até hoje, com produção e realização no estúdio localizado próximo à área I do Campus USP – São Carlos. Mesmo com um local de gravação apropriado e a agenda lotada de filmagens, Muniz sempre procura aprimorar seu trabalho. Após a gravação e edição desses eventos, disponibilizamos na biblioteca do IFSC, onde então, graças a essa divulgação, atingimos um grau muito maior de visualização do material, vindo do interesse crescente da população em geral, pelos assuntos tratados pelos vídeos e outros materiais por nós disponibilizados, pontua Brás Muniz.

A partir daí, em parceria com outras universidades, faculdades e centros de pesquisa da região e mesmo de fora do estado de São Paulo, criou-se o Canal 10 da NET São Carlos, cuja maior parcela da grade de programação atual é baseada nas palestras e nos programas gravados por Brás José Muniz e editados por seu filho, Anderson Rodrigues Muniz (Chitão, como é conhecido), em conjunto com Marcel Eduardo Firmino – equipe essa que ficou conhecida como Produção de Vídeos Educacionais – PROVE/IFSC.

Acredita-se que cerca de seis mil pessoas tenham acesso ao Canal, diariamente, tendo à disposição programas com conteúdos educacionais, palestras, incluindo as do conhecido programa Ciência às 19 Horas – evento que ocorre mensalmente no IFSC/USP -, além de aulas com conteúdos de Física, disponibilizados 24 horas por dia durante toda semana. Para dar continuidade à difusão científica, Brás José Muniz espera melhorar cada vez mais a ANDERSON_200infraestrutura do estúdio de gravação, bem como investir em melhores equipamentos, oferecendo ao público conteúdos sempre de boa qualidade.

Anderson Muniz, que integra a pequena – mas muito eficiente – equipe desde 2000, é o responsável pela edição dos vídeos, cuja grande parte fica também disponível na biblioteca do Instituto de Física de São Carlos, além da montagem da grade de programação do Canal 10. Atuar no IFSC é muito prazeroso. E como a USP é uma universidade de renome, sempre temos a oportunidade de conhecer pessoas interessantíssimas, conta ele, acrescentando que o MARCEL_200objetivo da equipe é sempre aperfeiçoar os recursos utilizados no cotidiano da profissão.

Assim como Anderson, Marcel Eduardo Firmino é responsável por parte da edição dos materiais filmados, principalmente das aulas ministradas por Vanderlei Bagnato, especialmente para o Canal 10. A ideia é ampliar nosso trabalho de acordo com a demanda das novas tecnologias e aumentar a nossa área de atuação, abrangendo outros campos do conhecimento, conclui ele.

Análises sobre a difusão científica brasileira

Há vinte anos divulgando a ciência para o público em geral, Brás José Muniz comenta que tem observado algumas lacunas no meio científico, que, segundo ele, se devem um pouco à falta de cooperação entre os pesquisadores do próprio Instituto e da USP em geral, além do pouco interesse que a sociedade tem pela ciência, devido a uma fraca divulgação. É comum, segundo Muniz, cientistas se envolverem com suas próprias pesquisas, deixando de analisar o que os colegas de profissão executam. Na própria divulgação científica é possível perceber que falta parceria entre nossos cientistas, declara ele, sugerindo que as universidades incentivem esse maior contato entre docentes e pesquisadores através de encontros, ou de outras formas que aproximem ainda mais esses profissionais, direcionando a força da pesquisa construída por esses brasileiros para o real desenvolvimento da tecnologia, da inovação tão necessária para o progresso da ciência no país. Essa união, fortalecida entre os especialistas, poderá contribuir, inclusive, para a própria divulgação científica feita para a sociedade, que mantém as universidades e tem o direito de saber o que acontece nas instituições de ensino, conclui Brás Muniz.

*Frederico Nunes é docente no Departamento de Eletrônica e Sistemas da Universidade Federal de Pernambuco.

Assessoria de Comunicação

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Instituto de Física de São Carlos - IFSC Universidade de São Paulo - USP
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