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20 de maio de 2015

O IFSC/USP e o cenário profissional idealizado para 2020

Prever as profissões do futuro é bastante difícil, como bem demonstram as IFSC2020-001falhas nas previsões de pesquisadores ou nos filmes e livros de ficção-científica. Por isso, em 2011, o Institute for the Future (IFTF), uma instituição norte-americana voltada a estudos avançados, publicou o relatório Future Work Skills 2020, em que a ênfase estava na formação necessária para profissionais se adaptarem às novas formas de trabalho que deveriam prevalecer no ano de 2020.

Recentemente, ao recuperar o citado relatório do IFTF, o Prof. Dr. Osvaldo Novais de Oliveira Junior, do Grupo de Polímeros “Prof. Bernhard Gross” (IFSC/USP), constatou, com visível surpresa e agrado, que as sugestões apresentadas no mesmo já são em larga medida adotadas no IFSC/USP.

No citado documento, pesquisadores do IFTF fizeram um levantamento entre funcionários e especialistas, cujas respostas foram discutidas em um workshop com profissionais de instituições de diversas áreas (Right Management; University of Phoenix Research Institute; Electronic Arts; IBM; Media X, da Stanford University; Apollo Group; Procter & Gamble; e The Walt Disney Company). Baseado nas respostas dos questionários e nas discussões feitas durante o evento, o instituto norte-americano identificou seis motores de mudança que julgou importante para a adaptação da sociedade em 2020.

O primeiro motor é a “Longevidade extrema”, IFSC2020-02em virtude do aumento de expectativa de vida. Uma consequência importante é a necessidade de prolongar o processo de aprendizagem formal da sociedade. Hoje, normalmente, um indivíduo finaliza a educação formal aos 30 anos ou menos. Daqui a alguns anos, o número de pessoas mais velhas será muito maior, requerendo educação continuada. Ou seja, mesmo após os 50 ou 60 anos, as pessoas deverão buscar novos conhecimentos, adaptando-se às inovações. O segundo motor é o “Surgimento de máquinas e sistemas inteligentes”, que está relacionado com o terceiro, denominado “Mundo computacional”, que visa à interligação entre os diversos sistemas computacionais, além das futuras tecnologias.

O quarto motor de mudança – “Novo sistema de mídias” – refere-se aos meios de comunicação e interação, que têm sido estendidos enormemente. Outro motor de mudança elaborado pelo IFTF é intitulado “Organizações superestruturadas”, que diz respeito às inovações tecnológicas que provocarão reorganização no ambiente profissional. Nesse motor de mudança destaca-se o princípio de big data, segundo o qual grande quantidade de informação pode ser processada. O sexto motor, “Mundo conectado”, ressalta a globalização, já que grande parte da sociedade deverá estar muito mais conectada na internet daqui a cinco anos.

Além dos seis motores de mudança, o relatório do IFTF listou 10 habilidades que seriam necessárias para um profissional de alto nível se adaptar às mudanças. São elas: “Capacidade de interpretação sofisticada”, “Inteligência social”, “Capacidade de adaptar o pensamento”, “Competência multicultural”, “Pensamento computacional”, “Letramento em novas mídias de comunicação”, “Transdisciplinaridade”, “Mente voltada à solução de problemas”, “Gerenciamento do excesso de carga cognitiva” e “Colaboração Virtual”.

Uma visão particular no contexto do Future Work Skills 2020

IFSC2020-03Para o Prof. Osvaldo Novais, há vários anos que o Instituto de Física de São Carlos (IFSC/USP) tem se preocupado em fornecer sólida formação acadêmica a seus estudantes, por forma a que eles possam exercer múltiplas funções no ambiente de trabalho. De fato, o IFSC/USP tem exemplos de egressos que atuam em muitas áreas. Além das tradicionais em universidades e institutos de pesquisa, também em renomadas empresas de informática, petrolíferas, instituições bancárias e de segurança. Para ele, uma formação sólida significa a aquisição das diversas habilidades já mencionadas. Muitas dessas habilidades dependem de ensinamentos que há anos tentamos passar aos nossos alunos, diz Novais, que salienta a grande importância do domínio das línguas naturais e do formalismo matemático: O domínio desse tipo de conhecimento está por trás da formação essencial de que precisamos para atuar em qualquer área.

O docente explica que o IFSC/USP tem IFSC2020-04incentivado seus alunos a terem formação sólida em matemática, conceitos fundamentais de física e em línguas naturais. Para estas últimas, por exemplo, o IFSC/USP propicia cursos de escrita científica e de inglês, inclusive realizando a Semana da Escrita Científica. Além disso, o IFSC/USP investe na interação social, oferecendo atividades voltadas à integração entre alunos de graduação e pós-graduação, eventos culturais, e um programa de internacionalização.

O ensino ligado à pesquisa está na genética do IFSC/USP, já que ensina a seus estudantes como inovar e solucionar problemas, através de exemplos e trabalhos de pesquisa. O IFSC também investe na utilização de novas mídias e no raciocínio computacional, com disciplinas voltadas à computação e formação matemática de alto nível. Para o Prof. Osvaldo Novais, a transdisciplinaridade sempre foi inerente às atividades do Instituto, líder em iniciativas de pesquisa integrada no âmbito nacional. Com as novas mídias, o Instituto se tornou um importante nó de redes de pesquisadores, principalmente com colaboração virtual.

Três vertentes de ensino e pesquisa no Instituto focalizam a estrutura da matéria para o desenvolvimento de novas tecnologias; a matéria viva que envolve as ciências físicas e biomoleculares; e os sistemas computacionais que também são aplicados nos sistemas biológicos. Portanto, na graduação e pós-graduação do IFSC/USP, os estudantes já têm contato com áreas multidisciplinares e que abordam os temas mais relevantes do artigo do IFTF, ressalta o docente da nossa Unidade.

Embora tenha achado o artigo bastante esclarecedor e bem feito, Osvaldo Novais faria alterações no relatório, já que os motores de mudança de dois a seis, por exemplo, estão relacionados a máquinas inteligentes e computacionais. Vivemos em um mundo completamente diferente, porque temos conexão global e grande quantidade de informação que pode ser utilizada para muitos serviços. Apesar de existirem nuances entre os cinco últimos motores, todos estão ligados à tecnologia de informação amplamente disponível, finaliza o docente, salientando que o futuro imaginado pelo IFTF já é realidade para o IFSC.

Para conferir o relatório Future Work Skills 2020 na íntegra, acesse AQUI.

Assessoria de Comunicação

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