Notícias

27 de maio de 2025

Workshop da Academia de Ciências do Vaticano discute formas de acelerar a inovação no tratamento do câncer de forma econômica e eficiente

Cientistas participantes do Workshop

Com o objetivo de sensibilizar e acelerar o desenvolvimento de novas técnicas e tecnologias que permitam avançar no tratamento do câncer em geral, a Academia de Ciências do Vaticano – PAS, junto com a Academia Europeia de Ciência do Câncer, reúne diversos cientistas e autoridades nos dias 22, 23 e 24 deste mês de maio para discussão de problemas relacionados com o tema.

A necessidade de ação é iminente devido ao grande avanço do número de casos em todo mundo e o aumento dos índices de mortalidade. São mais de 25 milhões de novos casos por ano e mais de 9 milhões de mortes relacionadas ao câncer.

A inovação no combate ao câncer é necessária por várias razões cruciais que impactam diretamente a saúde pública, a qualidade de vida dos pacientes e a sustentabilidade dos sistemas de saúde. As necessidades para esta iniciativa são várias, mas a mais importante é que o custo dos tratamentos impede que grande porcentagem da humanidade não tenha acesso aos modernos avanços. “Nunca soubemos tanto sobre câncer e formas de tratamento, mas nunca as técnicas foram tão inacessíveis para a maioria da sociedade”, diz o docente e pesquisador do IFSC/USP, representante brasileiro da Academia de Ciências do Vaticano, Prof. Vanderlei Bagnato, participante deste Workshop do Vaticano.

Prof. Vanderlei Salvador Bagnato

O câncer é uma das principais causas de morte no mundo. Com o envelhecimento da população e mudanças no estilo de vida, a incidência continua a aumentar. Inovar é essencial para detectar precocemente, melhorar as chances de cura, reduzir a mortalidade. Apesar dos avanços, muitos tratamentos ainda têm efeitos colaterais severos e eficácia limitada em certos tipos de câncer, contudo, a inovação permite o desenvolvimento de terapias mais específicas, menos tóxicas e mais eficazes. Cada tipo de câncer é único, mesmo entre pacientes com o mesmo diagnóstico e isso exige abordagens mais individualizadas, necessitando de uma medicina de precisão e o fortalecimento do sistema imune sempre que for possível.

O tratamento do câncer é um dos mais caros na medicina e inovar também é buscar eficiência nos sistemas de saúde, tecnologias custo-efetivas, modelos de cuidados sustentáveis. A equidade no acesso ao tratamento é sem dúvida necessária e novas abordagens podem tornar o diagnóstico e tratamento mais acessíveis, especialmente em países com menos recursos. Isso inclui vários aspectos como tecnologias simplificadas, que não exigem grandes infraestruturas e manutenção constante, com estratégicas simplificadas e bem elaboradas e incentivo à produção de insumos e bens necessários ao tratamento de forma local. Finalmente, os casos incuráveis, que são frequentes, precisam de metodologias paliativas economicamente viáveis e o IFSC/USP vem desenvolvendo e se incluindo nestes tópicos de forma marcante.

Muitos grupos vêm trabalhando com técnicas óticas para diagnóstico e tratamento com responsabilidade social e eficiência. Nanomedicina, polímeros e novas moléculas para tratamento de doenças são iniciativas de diversos laboratórios, com um especial destaque para o IFSC/USP onde estão sendo geradas empresas dedicadas ao tema, como é o caso de uma recém-formada empresa para produção de fotofármacos, localizada no Parque Damha, em São Carlos. “Isto tudo mostra que as diretrizes de nosso IFSC/USP têm sido sempre para alinhar como as diversas necessidades sociais que vão mesmo além das necessidades locais. Já adotamos o espírito global há muito tempo”, sublinha Bagnato.

Rui Sintra – Assessoria de Comunicação – IFSC/USP

Imprimir artigo
Compartilhe!
Share On Facebook
Share On Twitter
Share On Google Plus