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23 de março de 2017

Uma parceria na excelência acadêmica

A reunião de esforços e a estreita colaboração entre a Escola de Engenharia de Lorena (EEL/USP) e o Instituto de Física de São Carlos (IFSC/USP), com o imprescindível apoio e envolvimento da Pró-Reitoria de Graduação da Universidade de São Paulo, fez com que se concretizasse neste mês de março a completa remodelação dos laboratórios de física da EEL/USP, um projeto que teve início em maio de 2015 e que compreendeu a concepção e construção de kits didáticos, beneficiando da longa experiência do IFSC no ensino de física experimental.

Este resultado, que irá beneficiar em larga escala alunos e professores da Escola de Engenharia de Lorena, partiu de uma conversa informal entre o Pró-Reitor de Graduação, Prof. Dr. Antonio Carlos Hernandes e o docente da EEL Prof. Dr. Carlos José Todero Peixoto na I Semana de Engenharia Física da EEL em outubro de 2014.

Já no início de 2015 aconteceram diversos diálogos entre o Diretor do IFSC/USP, Prof. Tito José Bonagamba, o Pró-Reitor de Graduação da USP, o Diretor da EEL, Prof. Dr. Antonio Marcos de Aguirra Massola e os docentes da EEL/USP, Prof. Dr. Carlos Todero e o Prof. Dr. Carlos Renato Menegatti, tendo-se transformado o projeto e sua execução em um profícuo modelo de cooperação que poderá ser reproduzido por outras unidades da USP, sendo, inclusive, um exemplo para futuras ações e projetos em outras instâncias de ensino da Universidade.

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A Escola de Engenharia de Lorena (EEL) foi incorporada à Universidade de São Paulo em 2006 e, desde esse ano, um conjunto de reestruturações tem sido implementado em diversos níveis, inclusive nos seus quadros de docentes e funcionários técnico-administrativos, bem como em sua infraestrutura, que, ao longo do tempo vem sendo renovada. Os laboratórios de Ensino de Física da EEL possuíam infraestruturas e equipamentos muito antigos, construídas ainda no tempo da antiga Faculdade de Engenharia Química de Lorena (FAENQUIL/USP) e que nunca sofreram manutenção, tendo-se deteriorado com o passar do tempo devido à falta de investimentos.

Necessitando de renovação emergencial e através dos diálogos acima citados, o lef1-300IFSC, de forma solidária e ativa, e com uma experiência no ensino experimental de física de mais de 30 anos, auxiliou na recuperação dos laboratórios da Unidade de Lorena, começando pela concepção e construção de diversos kits didáticos, apoio esse que foi dado através dos técnicos de laboratório dos Laboratórios de Ensino de Física (LEF) e das Oficinas de nossa Unidade, que ofereceram a reprodução e atualização de vários experimentos e as respectivas apostilas para a realização das práticas que serão agora extremamente úteis para todos os cursos oferecidos pela EEL/USP. A profunda experiência do IFSC e as contribuições dos técnicos dos Laboratórios de Ensino de Física (LEF/IFSC) na construção dos novos kits contribuirão para que cerca de 350 alunos passem a se beneficiar dos renovados laboratórios.

Os Profs. Carlos José Todero Peixoto e Carlos Renato Menegatti, ambos egressos do IFSC e agora parte do corpo docente da EEL, que se envolveram profundamente neste projeto desde o seu início, enaltecem os esforços intensos que o IFSC desenvolveu para que sua unidade conseguisse reproduzir os kits, além, claro, do consecutivo e imediato apoio do Pró-Reitor de Graduação, Prof. Antonio Carlos Hernandes, para que fossem disponibilizadas rapidamente as verbas necessárias e não houvesse atrasos nas obras.

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Ao longo dos últimos dois anos, enquanto os responsáveis pela EEL cuidaram de toda a infraestrutura física dos laboratórios, os técnicos do IFSC se empenharam ao máximo na construção dos kits didáticos, conforme explica o Prof. Carlos Todero: “O Diretor do IFSC, Prof. Tito José Bonagamba, passou para nós a coordenação dos técnicos, ou seja, deu-nos total controle dos recursos técnicos do IFSC, algo que foi extremamente importante para poupar tempo e integrar as múltiplas tarefas já programadas. Assim, conseguimos iniciar as obras em simultâneo, colocando cada técnico responsável por um laboratório: Jae Antonio de Castro Filho ficou com o Laboratório de Física-1, Cláudio Boense Bretas ficou responsável pelo Laboratório de Física-2, Antenor Fabbri Petrilli Filho ficou com o laboratório de Física-3 e Ercio Santoni ficou com o Laboratório de Física-4. Foi um trabalho integrado na construção dos kits didáticos no IFSC, porém, com pequenas adaptações e inovações com relação aos componentes eletrônicos de alguns experimentos, o que demonstrou que os técnicos do IFSC têm uma grande experiência em como fazer equipamentos robustos e práticos”.

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“Isso foi também um dos grandes motivos em se ter conseguido reduzir os custos, ao longo do tempo. Os experimentos foram cotados em empresas nacionais e internacionais com estimativas iniciais entre 1,4 e 1,8 milhão de reais. Estes mesmos experimentos foram construídos com o que há de melhor em materiais utilizados a um custo de aproximadamente R$ 300.000,00 reais. ‘Agora sim, estou me sentindo em uma universidade’, foi o comentário que mais ouvimos entre os alunos e podemos perceber que os jovens ficaram também mais interessados, algo que não acontecia anteriormente. Ao receber um material prático e didático as equipes ficam mais estimuladas a participar da aula. Por enquanto, as apostilas serão as do IFSC, mas com o tempo iremos adaptá-las para Lorena. Preciso ressaltar algo importante … você perguntou sobre a melhoria que houve. Uma coisa que nós notamos, de imediato, foi a presença do aluno.

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Antes, tínhamos uma quantidade enorme de faltas, mas agora isso se inverteu, ou seja, o número de faltas diminuiu drasticamente. Você percebia, anteriormente, que um curso experimental com aulas teóricas era bem desanimador para o aluno… Entrar em uma universidade chamada USP, lef_3-250ir a uma aula experimental e ficar apenas ouvindo conceitos e imaginando os experimentos. O professor não tinha o que fazer porque não tinha experimentos e o aluno acabava sendo prejudicado. Agora, toda aula que ele chega ele vai ter um experimento. Ele sabe o que vai aprender e isso estimula bastante o jovem”, comenta o Prof. Carlos Renato Menegatti.

Já no que diz respeito aos docentes, as reações foram interessantes. No começo houve um pouco de receio, mas conforme se foi demonstrando que as aulas ficavam muito mais didáticas, os docentes acabaram interagindo com a ideia, porque tudo se transformou em algo mais prático, dinâmico e interativo. Com esta parceria, a EEL passa agora a dispor dos novos laboratórios, com capacidade para cerca de 30 alunos cada um e dedicados às seguintes áreas, beneficiando de 23 kits para 60 experimentos distintos entre si:

Laboratório de Física-1: Mecânica Básica;

Laboratório de Física-2: Mecânica dos fluídos e ondas mecânicas;

Laboratório de Física-3: Eletromagnetismo;

Laboratório de Física-4: Óptica linear, geométrica e física.

Além do benefício à EEL, o projeto gerou uma extensa documentação de todo o processo de construção dos kits didáticos. Esta documentação foi reunida num “Manual de Construção de Laboratórios de Ensino de Física” de forma a tornar a construção kit_1-500de qualquer kit do IFSC o mais eficiente possível. O intuito deste manual é devolver esta documentação ao IFSC como uma contrapartida de todo o esforço dedicado a EEL e o de facilitar futuras novas construções de kits para outros institutos de ensino que por ventura possam requerer tal colaboração novamente.

Em todo este complexo trabalho, que envolveu esforços do IFSC e da EEL, saliente-se o fato de que técnicos e docentes que se integraram no projeto trabalharam de forma voluntária e gratuita, conforme salienta o Prof. Carlos Todero: “Ninguém recebeu nenhum tipo de apoio pecuniário e o nosso trabalho cotidiano também não foi economizado. Então, nós não demos menos aulas ou menos trabalho administrativo e os técnicos também não tiveram redução de jornada. Os técnicos do IFSC abraçaram o projeto como se fosse deles, levaram isso como se fosse algo pessoal. Eles trabalharam de madrugada, fim de semana, em casa, não se pouparam… Por outro llorena_transporte-350ado, acho de extrema justiça enaltecer aqui também o trabalho extraordinário desenvolvido por tantos outros profissionais do IFSC, como, por exemplo, Sueli Sanchez (LEF/IFSC), Cláudia Tofaneli (Secretária da Diretoria IFSC), Maurício Schiabel (Financeiro/IFSC), os profissionais da Oficina Mecânica, Ademir Morais, Carlos Aparecido Pereira, Gerson Martins Pereira, Carlos Alberto Arruda Camargo, Leandro de Oliveira, Ricardo Henrique Rodrigues e Araldo Luiz Isaías de Moraes, e também o nosso técnico da EEL, Marcelo Matos, que sozinho supervisiona os quatro laboratórios, só para citar alguns. Enfim, um grande trabalho coletivo concluído graças a uma grande parceria”, conclui o docente, que ainda recorda com bastante saudade o dia em que fez sua primeira viagem para São Carlos, na companhia de seu colega Carlos Renato Menagatti.

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Os técnicos dos Laboratórios e Oficina Mecânica do IFSC/USP

A competência dos Laboratórios de Ensino de Física (LEF’s) do IFSC/USP

Os Laboratórios de Ensino de Física (LEF’s) do Instituto de Física de São Carlos surgiram na década de 1960, tendo sido propostos por um dos pioneiros na criação do IFSC, o Prof. Dr. Sérgio Mascarenhas, quando a Unidade era um departamento da Escola de Engenharia de São Carlos (EESC/USP).

O Prof. Dr. Luiz Nunes de Oliveira, do Grupo de Física Teórica do IFSC, graduou-se em física em 1973, na primeira turma de alunos do então Instituto de Física e Química de São Carlos (IFQSC) – em 1971, o Departamento de Física da EESC se tornara uma unidade uspiana, juntamente com o Instituto de Química de São Carlos. Luiz Nunes recorda que, inicialmente, algumas atividades práticas ocorriam onde hoje se localiza o Auditório “Professor Jorge Caron” (EESC/USP) e era nesse local que, semana após semana, ele e seus colegas aprendiam sobre um tema e uma prática diferentes, mas sempre relacionados com as disciplinas dos dois primeiros anos da graduação. No terceiro ano, com a ampliação do curso de física, criou-se o Laboratório de Estrutura da Matéria (atual Laboratório Avançado), cujas práticas eram demonstradas a partir de antigos materiais que haviam sido usados em pesquisas, ou que existiam em maior quantidade nos laboratórios do IFQSC. “As antigas atividades práticas marcaram o estilo do Laboratório Avançado. Hoje, ele tem práticas mais modernas e uma infraestrutura superior. Mas sua filosofia é a mesma”, comenta o docente do IFSC/USP.

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O Laboratório localizava-se onde hoje estão instalados os Anfiteatros Azul e Verde do IFSC. Tanto esse Laboratório, como os outros oito que compõem os LEF’s/IFSC (Física Geral, Eletricidade, Eletrônica, Óptica, Biologia Geral, Computacional, a Sala do Conhecimento e o Laboratório de Apoio ao Ensino de Física) receberam uma infraestrutura própria na Área I do campus durante a gestão do falecido Prof. Dr. Horácio C. Panepucci, que administrou o IFQSC entre 1986 e 1990 – atualmente, a Área II do campus também está equipada com materiais dos LEF’s.

Durante um curto período, Luiz Nunes coordenou os Laboratórios de Ensino de Física do Instituto. Segundo ele, graças à contínua reformulação dos materiais didáticos dos Laboratórios e à atuação de seus técnicos, hoje os LEF’s são referências diante dos demais laboratórios de ensino de física que Nunes já conheceu, resultando agora, inevitavelmente, na demanda por mais espaços físicos para o desenvolvimento de novas atividades práticas.

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Entrada principal dos Laboratórios de Ensino de Física (LEF) do IFSC/USP

Assessoria de Comunicação – IFSC/USP

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Instituto de Física de São Carlos - IFSC Universidade de São Paulo - USP
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