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10 de novembro de 2015

Um físico no mercado de trabalho

O físico Denis Langlais, nascido na França e, atualmente, pesquisador sênior da empresa estadunidense “Tecmag”, possui um vasto currículo profissional e acadêmico. Seus estudos atuais estão relacionados à concepção, montagem e teste de dispositivos para área de medicina, para os quais Denis utiliza seus conhecimentos de física, em especial da área de Ressonância Magnética Nuclear, o que rendeu, inclusive, uma parceria entre a Tecmag, através do próprio Denis, e o Instituto de Física de São Carlos (IFSC/USP), através do docente e atual diretor do Instituto Tito José Bonagamba.

Denis_LanglaisDenis começou na física “por acidente”, já que na pequena cidade canadense onde morava à época, Rimouski, não havia grandes escolas ou universidades. Ao finalizar o ensino médio, ele precisava tomar uma decisão sobre o que fazer, e escolher um curso oferecido na escola local (Université du Québec à Rimouski), entre os quais estava o de física. “No ensino médio, eu tinha um professor de física extremamente inspirador, e por isso é que optei por esse curso no ensino superior”, relembra.

Finalizada sua graduação, Denis passou a atuar em diversas frentes, e a iniciar sua trilha pelo mundo da pesquisa. No início de sua carreira, trabalhou em algumas universidades, e até mesmo lecionou em uma delas (Confederation College– Ontário (Canadá)) durante um período de nove meses, quando teve o primeiro contato com o mundo industrial. “O grupo de pesquisa do qual eu fazia parte estava com um projeto de concepção de um sistema de imagem corporal. Meus próprios colegas de trabalho é que me incentivaram a trabalhar com esse projeto na indústria”.

E foi nessa primeira inserção no mundo industrial, há quase 20 anos, que Denis teve seu primeiro contato com a Tecmag que, à época, era uma das parceiras da empresa na qual Denis trabalhava (Millennium Technology). “Alguns dos instrumentos que estávamos desenvolvendo estavam sendo concebidos pela Tecmag e, por isso, recebemos a visita do presidente da companhia, e ele me propôs trabalhar com eles nos Estados Unidos. Foi quando saí de Vancouver e fui para Houston, onde a Tecmag é sediada, e me desconectei completamente da vida acadêmica”, conta o pesquisador.

Mesmo que fora do mundo acadêmico, atualmente, Denis afirma que sempre gostou de lecionar. Por essa razão, continuou ministrando, informalmente, aulas de química, física e matemática a alunos do ensino médio e superior. “Quando comecei minha pós-graduação, envolvi-me bastante com alunos de graduação que precisavam de auxílio extra nas disciplinas que cursavam. Também participei de algumas feiras de ciência. Meu intuito sempre foi encorajar as pessoas a continuar em carreiras científicas”, afirma.

Dicas aos futuros físicos

Para os físicos que prefiram se arriscar no mercado de trabalho, Denis diz que estes podem ter alguma dificuldade, já que as pessoas não sabem exatamente o que um físico pode fazer e onde atuar. “A percepção que se tem é a de que os físicos pesquisam mecânica quântica avançada, trabalham somente com teorias, e não sabem necessariamente como construir máquinas ou desenvolver tecnologias realmente úteis”, elucida Denis.

Denis_Langlais-1Ele diz que uma área promissora para esses físicos, bem próxima a sua própria área de atuação, é a construção de equipamentos para área médica, não somente com sistemas de imagens, espectroscopia ou coisas desse tipo. “É preciso olhar para a construção de dispositivos mais simples para diagnóstico, pois há muitas oportunidades nessa área”.

Em relação àqueles que querem se aventurar no mundo da pesquisa, Denis diz que a física computacional é um bom alvo, novamente com pesquisas relacionadas ao desenvolvimento de equipamentos e dispositivos.

E, para todos os físicos, ele deixa a seguinte mensagem: sejam curiosos! “É preciso tentar entender como realmente as coisas funcionam. Portanto, sempre façam perguntas. Muitas perguntas”, finaliza.

Imagens:

1- Denis Langlais

2- Denis com o aluno do Grupo de Ressonância Magnética Nuclear (RMN-IFSC/USP) Arthur Ferreira, e magneto permanente, produzido pela Tecmag para o IFSC

Assessoria de Comunicação

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Instituto de Física de São Carlos - IFSC Universidade de São Paulo - USP
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