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11 de agosto de 2016

Simpósio homenageia Prof. Ricardo Aroca

Realizou-se ao longo do dia 9 de agosto, no Auditório “Professor Sérgio Mascarenhas” do Instituto de Física de São Carlos (IFSC/USP), o Symposium on Advanced Materials and Surface Science in honor of Ricardo Aroca, que reuniu mais de cem participantes, incluindo estudantes de pós-doutorado e pesquisadores.

1_publico_250Organizado pelo IFSC/USP, juntamente com a Faculdade de Ciências e Tecnologia da Universidade Estadual Paulista “Júlio de Mesquita Filho” (FCT/UNESP – campus de Presidente Prudente), o simpósio teve como intuito estimular a discussão de resultados científicos de importantes pesquisadores nas áreas de novos materiais e físico-química de superfícies, no âmbito de uma homenagem ao Prof. Dr. Ricardo Aroca. Docente da Universidade de Windsor, em Ontário, no Canadá, há largos anos que o Prof. Aroca mantém colaborações estreitas com a FCT/UNESP e IFSC/USP, com os quais já assinou 72 artigos científicos.

Além de apresentação de pôsteres científicos, a programação do simpósio incluiu doze palestras, apresentadas pelos seguintes docentes e/ou pesquisadores: Ricardo Aroca, Roberto Faria (IFSC/USP), Carlos Graeff (UNESP/Bauru), Raul Freitas (Laboratório Nacional de Luz Síncrotron – LNLS/Campinas – SP), Maurício Baptista (Instituto de Química da USP – IQ/USP), Luciano Caseli (Universidade Federal de São Paulo – UNIFESP/Diadema), Pedro Aoki (UNESP/Assis), Frank Crespilho (Instituto de Química de São Carlos – IQSC/USP), Valtencir Zucolotto (IFSC/USP), Cleber Mendonça (IFSC/USP), Paola Corio (IQ/USP) e Carlos Constantino (UNESP/Presidente Prudente).

A mesa de honra da abertura do evento foi constituída pelos Profs. Drs. Richard Garratt (Vice-Diretor do IFSC/USP), Osvaldo Novais de Oliveira Junior (Co-organizador do simpósio e docente do Grupo de Polímeros “Bernhard Gross” do IFSC/USP), Maurício Baptista (Vice-Diretor da Agência USP de Cooperação Acadêmica Nacional e Internacional – AUCANI), Valmor Mastelaro (Presidente da Comissão de Graduação do IFSC/USP), Aldo Eloizo Job (Representante do Programa de Pós-Graduação em Ciência e Tecnologia de Materiais – POSMAT/UNESP), Antonio José Félix de Carvalho (Coordenador do Programa de Graduação em Ciência e Engenharia de Materiais da Escola de Engenharia de São Carlos – EESC/USP), Igor Polikarpov (Chefe do Departamento de Física e Ciência Interdisciplinar – FCI/IFSC) e Cléber Mendonça (Chefe do Departamento de Física e Ciência dos Materiais – FCM/IFSC).

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Também estiveram presentes, prestigiando o evento, as seguintes personalidades: Profa. Dra. Wânia da Conceição Moreira (Departamento de Química da Universidade Federal de São Carlos – UFSCar), Profa. Dra. Marystela Ferreira (UFSCar – campus de Sorocaba), Prof. Dr. Adilson Jesus de Oliveira (Vice-Reitor da UFSCar), Prof. Dr. Manfredo Harri Tabacniks (Vice-Diretor do Instituto de Física da USP – IF/USP) e Profa. Lucineia Ceridório (Universidade Federal de São Paulo – campus de Diadema).

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Coube ao Vice-Diretor do IFSC/USP, Prof. Richard Garratt, dar as boas-vindas aos participantes, tendo agradecido ao Prof. Ricardo Aroca o fato de ter visitado novamente o IFSC/USP, e ao Prof. Osvaldo Novais pela iniciativa de ter organizado o evento. “Eu não sou especialista na área de materiais, então tenho uma visão muito superficial das contribuições que o Prof. Aroca tem feito, mas tenho a certeza de que muitos de vocês estão orgulhosos pela realização deste simpósio, por compreenderem a relevância das contribuições do Prof. Ricardo Aroca”.

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Em seguida, o Prof. Osvaldo Novais dissertou a respeito da trajetória e do perfil vanguardista do docente homenageado que, segundo o orador, é um cientista reconhecido mundialmente, principalmente, em razão de seus trabalhos desenvolvidos na área de espectroscopia vibracional amplificada em superfícies, além de um grande colaborador do Grupo de Polímeros do Instituto de Física de São Carlos. “Ricardo tem estado sempre à frente de seu tempo”, enfatizou Novais, referindo-se à interação que o Prof. Aroca já mantinha com pesquisadores de outras áreas, como química, numa época em que a interdisciplinaridade ainda não era uma realidade tal como é hoje. Novais também comentou o pioneirismo de Ricardo no uso de modelos computacionais, para o estudo de propriedades de materiais.

Em entrevista à Assessoria de Comunicação do IFSC/USP, Osvaldo Novais de Oliveira Junior comentou que a homenagem foi muito merecida, pelo fato de Aroca ter contribuído tanto para o desenvolvimento da ciência brasileira, sem nunca ter morado no Brasil, como por ter estabelecido vários grupos de pesquisa no país, sendo, por isso, um mentor, um amigo, uma pessoa de grande capacidade de visão sobre o futuro de áreas de pesquisa.

Com base em todos esses anos de parceria com o Prof. Ricardo Aroca, Osvaldo Oliveira Junior disse que o docente da universidade canadense é um líder mundial na área de plasmônica. Entre todos os trabalhos feitos em conjunto com o Prof. Aroca, Novais destacou aqueles voltados ao desenvolvimento de metodologias sensoriais com maior eficácia.

Nascido no Chile, em 1943, o Prof. Ricardo Aroca atua com pesquisa desde 1964, quando se graduou na Universidade do Chile. Dois anos depois, publicou o seu primeiro artigo científico. Ele, que hoje chefia o Grupo de Materiais e de Superfícies do Departamento de Química e Bioquímica da Universidade de Windsor, esteve pela primeira vez no Instituto de Física de São Carlos em 1997, após ter recebido ex-alunos de pós-doutorado do IFSC em seu laboratório, no Canadá. Parte desses ex-estudantes se tornou docente, fortalecendo ainda mais a parceria de Aroca com cientistas brasileiros, em especial, com o Grupo de Polímeros do IFSC/USP.

Ricardo Aroca já publicou mais de trezentos papers nas áreas de espectroscopia vibracional amplificada em superfícies e de fabricação e caracterização de nanoestruturas. À Assessoria de Comunicação do IFSC, ele disse que a evolução da área de espectroscopia tem sido fantástica. Vários Prêmios Nobel foram concedidos a pesquisadores que atuavam nesta área. Dois desses cientistas, inclusive, são oriundos de instituições de pesquisa e ensino superior canadenses: Gerhard Herzberg (1904-1999), docente da Universidade de Carleton que recebeu o Prêmio Nobel de Química em 1971 por estudos sobre estrutura eletrônica e geometria dos radicais livres, e o Prof. John Polanyi (Universidade de Toronto), que recebeu o Prêmio Nobel de Física* em 1986, devido às pesquisas envolvendo a dinâmica de processos químicos elementares.

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Segundo Aroca, no Brasil, a área começou a evoluir em 1977, época em que a nanotecnologia foi incorporada aos estudos sobre espectroscopia. “No Brasil, existem fortes grupos de pesquisa que contribuem grandemente para as áreas de espectroscopia e nanotecnologia. Acredito que, no futuro, novos grupos se estabelecerão no país”, previu o pesquisador que, antes de integrar o corpo docente da Universidade de Windsor, trabalhou na Universidade de Toronto.

Modesto, o docente homenageado comentou que esse tributo não se deveu apenas à sua trajetória profissional, mas, principalmente, aos estudos que tem desenvolvido juntamente com estudantes e colegas pesquisadores. “Para mim, foi um privilégio e um prazer poder compartilhar os esforços feitos na ciência, nesta celebração, para contribuir com a área científica e a formação da nova geração de cientistas”, disse Aroca, exprimindo estar extremamente grato pelo simpósio e elogiando a qualidade dos estudantes do IFSC/USP, com os quais trabalhou enquanto esteve em nossa Unidade.

Em 2006, o docente publicou o livro Surface-Enhanced Vibrational Spectroscopy, pela John Wiley & Son. Além de docente e pesquisador, Aroca é membro associado do Instituto de Química do Canadá e da Sociedade para Espectroscopia Aplicada (EUA). Suas contribuições à área de espectroscopia foram reconhecidas pela Sociedade Canadense de Espectroscopia, com o prêmio Gerhard Herzberg Award.

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Em sua apresentação, o pesquisador Raul Freitas discutiu o estudo de materiais, a partir de nano-espectroscopia de infravermelho síncrotron. Para ele, o simpósio em homenagem ao Prof. Ricardo Aroca ressaltou a importância da atuação do docente para a comunidade científica brasileira. “Certamente, a carreira do Prof. Ricardo Aroca é uma grande inspiração para os cientistas da área de materiais”, expressou Freitas, que hoje coordena o setor da linha de infravermelho do Laboratório Nacional de Luz Síncrotron.

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O Prof. Dr. Carlos Graeff, do Departamento de Física da UNESP, em Bauru, conhece o Prof. Ricardo Aroca há anos, devido à “forte e frutífera” colaboração que o docente agora homenageado cultiva com o Prof. Osvaldo Novais. Para Graeff, a ciência é feita por pessoas e, portanto, um simpósio como o decorrido no IFSC/USP foi uma importante demonstração do apreço da comunidade científica ao Prof. Aroca e às suas contribuições científicas. “Uma colaboração de tão longa data e que gerou tantos frutos, em especial na formação de novos pesquisadores, é rara e deve ser comemorada”.

*Este Prêmio Nobel foi compartilhado com os cientistas Dudley Herschbach (EUA) e Yuan Tseh Lee (Taiwan).

Assessoria de Comunicação – IFSC/USP

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