As doenças causadas por helmintos ocorrem principalmente nas camadas sociais pobres, sem condições adequadas de moradia, de trabalho, de educação, de serviços sanitários. Também conhecidas como “doenças da pobreza”, essas enfermidades acometem mais de 1 bilhão de pessoas no mundo e são responsáveis por milhões de mortes anualmente. Infelizmente, as opções terapêuticas são insuficientes, cujo cenário é agravado pelo descaso da indústria farmacêutica no desenvolvimento de novos medicamentos para a população de baixa renda. Em particular, considerada uma Doença Negligenciada, a esquistossomose é uma helmintíase de grande impacto social, sendo considerado um importante problema de Saúde Pública em mais de 70 países. De fato, esta doença, que tem como agentes etiológicos parasitas gênero Schistosoma, afeta mais de 200 milhões de pessoas em todo mundo e cerca de 10 milhões de brasileiros. Considerando que o praziquantel é o único fármaco disponível para o tratamento dessa doença, são preponderantes atividades de pesquisa e desenvolvimento científico e tecnológico visando o tratamento da esquistossomose e outras helmintíases. O seminário tem como objetivo apresentar os desafios para o desenvolvimento de fármacos contra helmintíases, usando a esquistossomose como modelo. As abordagens e estratégias usadas na avaliação biológica de potenciais fármacos também estão no escopo da apresentação.
