Nanomateriais multifuncionais que combinem funções terapêuticas e de diagnóstico em um único complexo nanoestruturado, chamados de “teranósticos”, têm se mostrado interessantes para diversas aplicações, principalmente no diagnóstico precoce e tratamento de doenças como câncer. A possibilidade de obter nanopartículas de ouro em uma grande variedade de tamanhos, formas e funcionalizações permite o controle das suas propriedades e tem aberto novas possibilidades para aplicações no diagnóstico e tratamento de doenças. Estas partículas podem ser projetadas para converter eficientemente luz em calor e eliminar seletivamente células malignas em um conceito chamado fototerapia. Neste trabalho, nanopartículas teranósticas foram desenvolvidas por meio do encapsulamento de agentes quelantes de Gd(III) entre duas camadas nanoestruturadas de ouro. Mais especificamente, nanopartículas de ouro de aproximadamente 50 nm foram recobertas com uma camada intersticial de SiO2 dopada com quelantes de Gd(III) seguido de um recobrimento adicional com uma camada de ouro. Essas partículas, chamadas Gd-Nanomatryoshkas, apresentaram banda de ressonância plasmônica na região do infravermelho próximo, ideal para aplicações in vivo uma vez que essa região permite máxima penetração da radiação através dos tecidos. Ao mesmo tempo, Gd-Nanomatryoshkas exibiram elevada sensibilidade para aplicações como agentes de contraste em imagens de ressonância magnética devido ao acúmulo de íons de Gd(III) nas partículas, além de reduzir a potencial toxicidade associada aos íons Gd(III) prevenindo sua liberação in vivo por meio de uma camada de ouro protetora. Este novo sistema multifuncional pode permitir não só o diagnostico e tratamento de tumores sólidos, mas também o rastreamento das partículas in vivo, uma etapa essencial para melhorar a eficiência e segurança dos nanomateriais.
