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14 de junho de 2016

Semana Jorge Mautner em São Carlos

Começa hoje, em São Carlos, numa iniciativa do Grupo Coordenador das Atividades de Cultura e Extensão Universitária do Campus de São Carlos da USP, em conjunto com o SESC São Carlos e inserido no Projeto Contribuinte da Cultura, a “Semana Jorge Mautner em São Carlos”, com o primeiro evento intitulado “Grite Mautner!”, que ocorrerá na Praça XV de Novembro, a partir das 18 horas.

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Neste primeiro evento, o público é convidado a subir no palco e ler poemas e textos de Jorge Mautner – cantor, compositor e escritor brasileiro.

Jorge Mautner é filho de Anna Illichi, de origem iugoslava e católica, e de Paul Mautner, judeu austríaco, tendo nascido pouco tempo depois de seus pais desembarcarem no Brasil, fugindo do Holocausto.

No Brasil, seu pai atuava na resistência judaica. A mãe passou a sofrer de paralisia em razão do trauma sofrido pela impossibilidade da irmã de Jorge, Susana, ter embarcado para o Brasil com a família. Assim, até os sete anos, Jorge ficou sob os cuidados de uma babá, Lúcia, que era ialorixá e o apresentou ao candomblé.

Em 1948, seus pais se separam. Jorge estuda no Colégio Dante Alighieri e, apesar de ótimo aluno, é expulso do colégio antes de concluir o 3º ano científico, por ter escrito um texto considerado indecente.

Mautner começa a escrever seu primeiro livro, Deus da chuva e da morte, aos 15 anos de idade. O livro foi publicado em 1962 e compõe, com Kaos (1964) e Narciso em tarde cinza (1966), a trilogia hoje conhecida como Mitologia do Kaos.

Em 1962, adere ao Partido Comunista Brasileiro, convidado pelo professor Mário Schenberg, para participar, com José Roberto Aguilar, de uma célula cultural no Comitê Central.

Após o golpe militar de 1964 é preso. É libertado, sob a condição de se expressar mais “cuidadosamente”. Em 1966, vai para os Estados Unidos, onde trabalha na UNESCO e trabalha na tradução de livros brasileiros, dando, inclusive, palestras sobre esses livros para a Sociedade Interamericana de Literatura. A partir de 1967 passa a trabalhar como secretário do poeta Robert Lowell. Conhece Paul Goodman, sociólogo, poeta e militante pacifista anarquista da nova esquerda, de quem recebe significativa influência.

Em 1970, vai para Londres, onde se aproxima de Caetano Veloso e Gilberto Gil. Volta ao Brasil e começa a escrever no jornal O Pasquim. Nessa época, conhece Nélson Jacobina, que será seu parceiro musical nas décadas seguintes.

Em 10 de dezembro de 1973, no período mais duro da ditadura militar, participa do Banquete dos Mendigos, show-manifesto idealizado e dirigido por Jards Macalé, em comemoração dos 25 anos da Declaração Universal dos Direitos Humanos. No espetáculo participam também Chico Buarque, Dominguinhos, Edu Lobo, Gal Costa, Gonzaguinha, Johnny Alf, Luiz Melodia, Milton Nascimento, MPB4, Nélson Jacobina, Paulinho da Viola, Raul Seixas, entre outros artistas.

Com apoio da ONU, o show acontece no Museu de Arte Moderna do Rio de Janeiro, transformado em “território livre”, resultando em álbum duplo gravado ao vivo. O disco foi proibido durante seis anos pelo regime militar e liberado somente em 1979.

Em 1975, nasce sua filha Amora (com a historiadora Ruth Mendes).

Em 1987 lança, com Gilberto Gil, o movimento “Figa Brasil” no show O Poeta e o Esfomeado, ligado ao movimento Kaos, voltado à discussão da cultura brasileira.

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Uma iniciativa a não perder até dia 18 de junho.

Para obter mais informações sobre os eventos que constituem a “Semana de Jorge Mautner em São Carlos”, consulte o setor de eventos neste site.

Assessoria de Comunicação – IFSC/USP

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