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15 de fevereiro de 2011

Semáforo utiliza inovador sistema óptico para amenizar problemas de trânsito

A cidade de São Carlos está vivenciando, desde o mês de janeiro, uma nova experiência de trânsito:  um novo modelo de semáforo, construído a partir de um conjunto de diodos emissores de luz (LEDs) de alta potência e grande eficácia óptica.

O equipamento, que é construído pela empresa DirectLight em parceria com o Centro de Pesquisa em Óptica e Fotônica (CEPOF) do Instituto de Física de São Carlos (IFSC-USP), é um forte candidato a resolver problemas dos semáforos convencionais, como o chamado “efeito fantasma” (reflexo de raios solares  dando a impressão de falso aceso das luzes), panes devido à falta de energia, o próprio gasto de energia e o descarte de lâmpadas incandescentes no meio ambiente.

O coordenador do projeto, Luís Fernando Bettio Galli, contou à Agência Fapesp que o gasto de energia desses novos modelos de semáforos podem ser reduzidos em até 90% do gasto dos semáforos convencionais. “Um semáforo convencional utiliza lâmpadas incandescentes de 100W, que consomem 400W em apenas um cruzamento de quatro vias, enquanto os LEDs do sinalizador de trânsito que projetamos consomem apenas 40W”, explicou.

Outra notável vantagem é a vida útil do emissor LED, que pode funcionar por até 50 mil horas, enquanto as lâmpadas incandescentes funcionam por, no máximo, 4 mil horas. Ainda Segundo Galli, depois de seis anos de funcionamento, o LED perderá apenas 25% da sua capacidade inicial.

Outros países também utilizam o semáforo à base de LED, mas a vantagem do sistema brasileiro está no inovador sistema óptico. O modelo brasileiro utiliza apenas sete diodos emissores de luz, enquanto os antigos, desenvolvidos na década de 1960, utilizam uma centena de LEDs. Os diodos do novo semáforo são mais modernos, mais confiáveis, e têm maior potência ao mesmo tempo em que consomem menos energia.

Para conseguir chegar a este nível, os pesquisadores se empenharam nos últimos dois anos para desenvolver um conjunto de três tipos de lentes que, disposto próximo aos LEDs, ocasiona um melhor aproveitamento e distribuição da luz emitida pelos diodos, além de um melhor direcionamento. Isso reduz significativamente a quantidade necessária de LEDs e dispensa a necessidade de refletores – o que elimina o “efeito fantasma” que tanto engana os motoristas no verão.

Outra inovação é o sistema eletrônico embarcado, que permite que o semáforo seja alimentado tanto pela rede de energia convencional como por energia solar ou por um conjunto de baterias no caso de uma emergência. A cada milissegundo, um sistema de gerenciamento inteligente faz uma avaliação e decide qual a melhor maneira de alimentação para o semáforo naquele momento.

A prioridade do equipamento é o trabalho com a energia solar, mas, caso isso não seja possível, ele é programado para receber energia elétrica. Se acontecer um blecaute, ele começará a operar a partir do sistema de baterias, que deve funcionar por 40 minutos, tempo suficiente para guardas de trânsito controlarem a situação.

Segundo Galli, já existem semáforos a energia solar e blecaute em outros países, mas nenhum conseguiu integrar as três formas de alimentação utilizadas pelo equipamento brasileiro.

Os semáforos testados em três lugares de São Carlos estão operando, inicialmente, apenas com energia elétrica. O equipamento ainda está em fase de avaliação, mas os testes indicam que está funcionando muito próximo do que era esperado. Mesmo nesta fase, anterior à obtenção de certificados e distribuição para comércio, os semáforos já despertam a atenção e interesse de prefeituras de outros municípios. “Os resultados dos testes em campo estão sendo muito positivos”, completa Galli.

Nicolle Casanova / Assessoria de Comunicação

Fonte: Agência Fapesp

Data: 15 de fevereiro

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