Notícias

8 de novembro de 2017

Os tortuosos caminhos da Ciência e Tecnologia no Brasil

Na edição de 07 do corrente mês do jornal A Folha de São Paulo, um dos destaques foi o artigo de opinião assinado pelo fundador do grupo ABC, Nizan Guanaes, tendo como tema Ciência é investimento.

De fato – e felizmente – começam a surgir, com alguma frequência, opiniões sobre a importância da Ciência e Tecnologia como baluarte para o desenvolvimento do país, uma importância estratégica que é levada muito a sério nas nações que, de fato, se empenham em desenvolver, modernizar, e com isso proporcionar mais qualidade de vida aos seus cidadãos; algo que parece estar longe de acontecer no Brasil, com a política a virar literalmente as costas aos cientistas e à ciência, cortando – de forma radical e abrupta – as verbas que deveriam estar reservadas à pesquisa nos seus mais variados quadrantes, principalmente no que toca à Saúde.

O destaque dado ao tema desse artigo veio na forma de declarações prestadas pela conceituadíssima chefe do Laboratório Nacional de Células-Tronco Embrionárias da USP, Profª Lygia da Veiga Pereira, ao afirmar que a ciência é – em todo o mundo – sinônimo de crescimento sustentável da sociedade e da economia nacional, sendo que o que acontece no Brasil, com os cortes violentos realizados no Ministério da Ciência, Tecnologia, Inovações e Comunicações (MCTIC) em cerca de 44% só este ano, equivale à destruição de todas as infraestruturas de ciência, inovação e tecnologia erguidas durante décadas.

Coreia do Sul e Israel investem cerca de 4% de seu PIB em P&D, enquanto o Brasil apenas dedica 1% a essas áreas: mesmo assim, os pesquisadores de nosso país fizeram e fazem milagres, como transformar a nação na maior potência mundial agrícola, terem inventado o bioetanol ou inovando na exploração do pré-sal , exportando novas tecnologias relacionadas com aviação e, com isso, construindo e exportando aeronaves, já para não falar nos fantásticos avanços registrados na prevenção e combate a inúmeras doenças. Para Lygia Pereira “(…) não existe vontade política para o país avançar na ciência, quando a nação possui uma das melhores comunidades científicas do mundo (…)”. Sendo assim, quando os políticos não conseguem enxergar que a educação, ciência e tecnologia deveriam ser as prioridades nacionais destinadas a alavancar as restantes áreas e, com isso, gerar riqueza, está tudo dito.

Ainda abordando as áreas de Ciência e Tecnologia, foi extremamente interessante assistir ao último programa “Roda Viva”, exibido na TV Cultura, onde o atual cenário da ciência nacional foi debatido por pesquisadores ilustres, tais como: Carlos Henrique de Brito Cruz (Diretor Científico da FAPESP), Antonio José Roque da Silva (Diretor do Laboratório Nacional de Luz Sincrotron e do Projeto SIRIUS), Mayana Zatz (Diretora do Centro de Pesquisa do Genoma Humano e Células-Tronco do Instituto de Biociências da USP), e Alícia Kowaltowski (Professora do Departamento de Bioquímica da USP).

Um programa excelente e elucidativo, que merece a pena rever (CLIQUE NA FIGURA ABAIXO PARA ASSISTIR).

Fica, então, a pergunta: qual o real motivo de se tentar destruir a Ciência e Tecnologia do país?

Assessoria de Comunicação – IFSC/USP

Imprimir artigo
Compartilhe!
Share On Facebook
Share On Twitter
Share On Google Plus
Fale conosco
Instituto de Física de São Carlos - IFSC Universidade de São Paulo - USP
Obrigado pela mensagem! Assim que possível entraremos em contato..