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29 de junho de 2020

Sistema de descontaminação do ar desenvolvido pelo IFSC/USP

Um novo equipamento desenvolvido no Grupo de Óptica do IFSC/USP (EMBRAPII), sob a supervisão do pesquisador Prof. Vanderlei Bagnato, promove a descontaminação de partículas suspensas no ar, minimizando as chances de contaminação para os ocupantes de espaços fechados. O novo equipamento faz com que todo ar existente em um determinado recinto circule rapidamente por um sistema, que, usando radiação UVC interna, descontaminando o mesmo de forma rápida. Além disso, o sistema desenvolvido promove um gradiente de pressão, proporcionando a decantação mais rápida das partículas que, estando no chão, não chegam facilmente à área de respiração das pessoas. Em outras palavras, o sistema remove as partículas da área de respiração, sem causar poeiras, diminuindo as chances de contágio.

Para que minimize as chances de contágio, o sistema foi idealizado para descontaminar o ar de forma continua, até porque gotículas e aerossóis expelidos à medida que as pessoas falam, respiram ou tossem, estão carregados de microorganimos contidos na saliva e nas vias respiratórias.

Gotículas e aerossóis expelidos à medida que falamos, respirados ou tossimos. Normalmente carregados de microorganimos contidos na saliva e nas vias respiratórias

Além dos cuidados que se deve ter com equipamentos de uso pessoal (máscaras e higienização), bem como a descontaminação de utensílios, pacotes, mobílias, superfícies e assoalhos, ainda resta prestar atenção ao ar que nos envolve e que respiramos. Ao existir um indivíduo contaminado em uma sala, sua respiração, tosse, espirros e fala, ajuda a transmitir para o ar vírus e bactérias. Estas partículas permanecem no ar na forma de micro partículas, ou mesmo em aerossol por várias horas. Sendo abundantes na região de nossa respiração (dentro do volume de ar que se aspira), existem grande chances de que apenas respirando as pessoas adquiram os microorganismos. Independentemente das partículas expelidas na respiração, as vestes, cabelo e outras partes do corpo podem, também, carregar por algum período, partículas infectadas que são deixadas no meio ambiente. Mesmo utilizando máscaras, um pouco destas partículas vaza para o ambiente. Certamente, as máscaras diminuem muito estes fatores, mas não os anulam por completo.

Como funciona o sistema:

Para testar o sistema, foram colocados aerossóis contaminados dentro de um ambiente, e o circulador-descontaminador atuou neste sistema. Placas coletores de microorganismos foram colocadas no ambiente e foi comparada o acumulo e crescimento de microorganismos com e sem a ação do circulador. O resultado mostrou que após alguns minutos de circulação, nada mais se revela como contaminantes no ar.

O sistema funciona da seguinte maneira: um fluxo de ar quase laminar é criado próximo ao chão, arrastando as partículas em suspensão. O fluxo de ar e partículas passam pelo sistema com desinfecção em exposição intensa ao UVC e é retornado ao ambiente, por cima. Ao passar pelo UVC, em alguns segundos a descontaminação ocorre.

Experimentos realizados mostram que durante uma única passagem nesta intensa luz, 99,99% dos microorganismos são eliminados. Com diversas passagens, atinge-se alta diminuição microbiana. A operação do sistema é que a cada 15 mim, 100 m3 de ar circulam pelo sistema. Desta forma, quando ligado, todo o ar de uma sala de tamanho médio (5x5x4 m) passa pelo sistema a cada 15 minutos. A grande vantagem do sistema é que tudo que circula passa pelo processo de descontaminação, e aquilo que a pressão de cima para baixo ajuda a depositar no chão, representa menos risco às pessoas.

Várias salas do IFSC-USP (incluindo salas de aula) já estão sendo equipadas com este sistema, afim de permitir a circulação e manutenção de estudantes e funcionários essenciais , diminuindo riscos de contaminação.

Placas de Petri com meio de cultura após 24 horas da realização da coleta de E. coli nebulizada no ambiente. No topo quando não há ação de descontaminação observa-se um grande números de colônias. Após descontaminação observa-se mais de 100.000 vezes de decréscimo dos microorganismos

Em locais de alta circulação e de estadia de pessoas, estes equipamentos serão, certamente, indispensáveis. Em principio, o sistema opera com grande segurança e sem risco para as pessoas, podendo ser empregado em diversas situações.

Rui Sintra – Assessoria de Comunicação – IFSC/USP

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Instituto de Física de São Carlos - IFSC Universidade de São Paulo - USP
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