Notícias

11 de novembro de 2015

Mulheres pioneiras na ciência se evidenciam

Influenciada pela iniciativa Outubro Rosa*, ação que colocou, com toda a justiça, as mulheres em evidência, a Biblioteca do Instituto de Física de São Carlos (IFSC/USP) organizou, em parceria com a Diretoria desta Unidade, a exposição Mulheres Pioneiras na Ciência. A mostra, que se realizou no âmbito da 18ª Semana do Livro e da Biblioteca da USP, esteve exposta entre os dias 13 e 30 de outubro, na Biblioteca do Instituto.

A exposição teve como objetivo prestigiar as mulheres cientistas que contribuíram Exposio_Mulheres_na_Cincia_YVONNE_300para a ciência, com especial destaque para a Profa. Dra. Yvonne Primerano Mascarenhas, pioneira do Instituto de Física de São Carlos em 1954 – época em que o IFSC/USP teve origem como um departamento da Escola de Engenharia de São Carlos (EESC/USP). Posteriormente, o IFSC uniu-se ao Instituto de Química de São Carlos (IQSC/USP), tendo dado origem ao Instituto de Física e Química de São Carlos (IFQSC/USP). Em 1994, ambos os institutos tornaram-se unidades independentes da Universidade, embora atualmente ainda permaneçam irmanadas por meio de diversas colaborações que existem entre docentes e pesquisadores das duas instituições.

Para o Prof. Dr. Tito José Bonagamba, Diretor do IFSC/USP, em razão da presença da Profa. Yvonne no corpo docente do IFSC desde o início desta Unidade, o Instituto de Física de São Carlos tem uma representatividade fundamental no reconhecimento da mulher, na construção de uma unidade de ensino e pesquisa que é destaque na Universidade de São Paulo. A Profa. Yvonne não atua apenas como docente, mas também como líder, tendo colocado algumas mulheres cientistas do IFSC na mesma situação que a dela, já que assumir uma posição similar à que a docente ocupa dentro do Instituto é uma grande responsabilidade, disse o Diretor do Instituto, complementando que a exposição em questão contribuiu para que a comunidade da região de São Carlos conhecesse grandes personalidades femininas, através da aproximação da Universidade com a sociedade em geral.

O diretor do IFSC/USP também comentou que o próximo passo do Instituto, no sentido de valorizar e destacar o papel da mulher na carreira científica, será embelezar as paredes do Espaço de Vivência “Prof. Horacio C. Panepucci” (IFSC/USP), com fotos de várias mulheres pioneiras na ciência, TITO_300uma vez que nesse local existem apenas pôsteres ilustrados com renomados cientistas homens.

Embora as mulheres representem apenas 30% do total de pesquisadores no mundo (de acordo com uma pesquisa realizada pelo Unesco Institute for Statistics), acredita-se que a participação do público feminino na carreira científica tem aumentado significativamente ao longo dos últimos anos. Segundo Tito José Bonagamba, um exemplo desse avanço está bem expresso na Sociedade Brasileira de Física (SBF), que tem como um dos membros de suas comissões a Profa. Dra. Marcia Barbosa, Diretora do Instituto de Física da Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS) e uma das vencedoras do Prêmio L’Oréal-UNESCO para Mulheres na Ciência (2013), que, de acordo com o Diretor do IFSC/USP, tem realizado um movimento muito grande para a inserção da mulher como profissional.

Para a Profa. Yvonne, que inspirou a realização da mostra Mulheres Pioneiras na Ciência, o reconhecimento do trabalho das pessoas – sejam elas homens ou mulheres – é uma obrigação da sociedade. A mídia, segundo a docente, não tem contribuído muito para a valorização dos profissionais, optando por enfatizar todos quantos agem fora da lei em nossa sociedade, ao invés de destacar as pessoas que se sobressaíram naquilo que fizeram ou que se evidenciam profissionalmente. A mídia poderia ter tornado a sociedade brasileira mais evoluída, justa e democrática, pontuou a docente.

Exposio_Mulheres_na_Cincia_1_500

Até o final do século XIX, segundo Yvonne Mascarenhas, o papel da mulher era muito limitado, já que o público feminino era visto e agia mais como mãe de família do que como atuante da sociedade. A mulher era convencida de que se tornar mãe de família era o seu principal papel. O homem não precisava oprimi-la, já que a mulher já era convencida disso, porque o índice de natalidade naquela época era na ordem de mais de dez filhos por casal. Uma única mulher, cuidando de dez filhos, não tinha tempo para se dedicar a muitas outras coisas.

Para a Profa. Yvonne, com a evolução da sociedade, bem como com a superpopulação do planeta e os métodos anticoncepcionais existentes hoje, o público feminino tem mais liberdade para se dedicar a outras atividades, o que é claramente positivo para a sociedade, já que as mulheres (que, segundo dados divulgados pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística – IBGE, em 2013, representavam cerca de 51,4% da população brasileira, ou seja, aproximadamente 103,5 milhões de pessoas) têm a chance de contribuir em diversas atividades de desenvolvimento social, cultural e intelectual.

Exposio_Mulheres_na_Cincia__TITO_E_YVONNE_500

Para que haja maior valorização da mulher na carreira profissional, segundo Yvonne Mascarenhas, talvez seja necessário “equilibrar” o poder que há entre ambos os sexos, uma vez que, geralmente, os homens se entendem melhor com indivíduos do mesmo sexo, assim como as mulheres se entendem mais facilmente com o público feminino.

*Movimento mundial que ocorreu durante o último mês de outubro, tendo tido como intuito conscientizar as pessoas, em especial o público feminino, sobre os riscos causados pelo câncer de mama, tipo de câncer que mais acomete as mulheres no mundo. Segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS), cerca de 458 mil mulheres morrem anualmente, em razão do câncer de mama.

Assessoria de Comunicação

Imprimir artigo
Compartilhe!
Share On Facebook
Share On Twitter
Share On Google Plus
Fale conosco
Instituto de Física de São Carlos - IFSC Universidade de São Paulo - USP
Obrigado pela mensagem! Assim que possível entraremos em contato..