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9 de agosto de 2019

Inicia-se a Semana Integrada do Instituto de Física de São Carlos (SIFSC)

Iniciou-se na noite de 5 de agosto, no Auditório “Prof. Sérgio Mascarenhas”, a nona edição da Semana Integrada do Instituto de Física de São Carlos (SIFSC), com a tradicional cerimônia de abertura, com a presença de alunos de graduação e de pós-graduação. Presentes, também, o diretor do IFSC/USP, Prof. Vanderlei Bagnato, e os presidentes das comissões de Graduação, Prof. Luis Gustavo Marcassa, de Pós-Graduação, Prof. Luiz Vitor de Souza Filho, de Pesquisa, Prof. Adriano Andricopulo, e Cultura e Extensão, Prof. Tomaz Catunda.

Em seu discurso de abertura, o diretor do IFSC/USP parabenizou a comissão organizadora da SIFSC, tendo salientado o fato do Instituto sempre ter tentado dar aos alunos tudo o que é necessário não só em sala de aula, como nos laboratórios, na certeza, porém, de que nem sempre se conseguiu atingir o pleno, mas sempre lutando para corrigir lacunas, de forma serena e consistente. “Esta semana foi criada exatamente para preencher eventuais lacunas, para aproximar os professores dos alunos de graduação e de pós-graduação do Instituto. Todos vocês estão trabalhando com ciência, no meio de cientistas, e é difícil trabalhar com isso se você não tiver momentos de reflexão. A SIFSC serve exatamente para isso, para que vocês tenham a opinião de seus colegas e professores relativamente a seus trabalhos, que tenham momentos musicais e de introspecção, de convívio salutar. Isso faz parte da vida. Nesta semana vocês poderão refletir seriamente, pensar nos próximos passos que irão dar rumo ao seu futuro, chatear o quanto quiserem os presidentes das comissões de graduação e de pós-graduação, pedindo-lhes opiniões, explicações, etc.”, sublinhou Bagnato, acrescentando que, por vezes, se sente admirado e confuso quando se depara com alunos que chegam no 4º ano e que ainda não refletiram sobre seu futuro, quando, segundo o orador, existem tantas portas abertas para os físicos.

Por outro lado, o diretor do IFSC/USP enfatizou a forma como é construída a vida acadêmica dos alunos “No final do curso de graduação, o que fica para vocês, além do conhecimento adquirido, são as interações que vocês fizeram com seus colegas e professores, onde muitos deles se transformaram em amigos. Com eles, vocês aprendem como ser, no futuro, e como não ser… A rotina de vocês é pesada – todos sabemos isso -, mas esse peso, essa pressão e responsabilidade são necessárias para sua vida. Vocês devem aproveitar a SIFSC para complementar toda sua vida acadêmica, para conhecerem novas pessoas, ficarem por dentro de novos trabalhos de pesquisa, novos pensamentos e opiniões, e, claro, conviverem, num evento que é organizado pelos próprios estudantes, com o apoio dos professores, trazendo benefícios para todos”, pontua Bagnato.

Ano que vem, a SIFSC comemora dez anos e, segundo, Bagnato, será um evento fantástico, até porque ao longo desse período de tempo já passaram pelo IFSC/USP mais de mil alunos, a esmagadora maioria deles muito bem sucedida profissionalmente.

A cerimônia de abertura da SIFSC-9 terminou da melhor forma, com a apresentação da banda “Integração Musical”, constituída por alunos e pelo servidor do IFSC/USP, Ciro Júlio Cellurale. A banda realiza ensaios e apresentações musicais que proporcionam momentos de integração e convivência entre os alunos e comunidade USP em geral, quebrando a rotina dos estudos nas horas livres.

Formado em 2011, no Campus USP de São Carlos, o grupo se apresenta trazendo na bagagem diversos estilos musicais, como rock, pop e forró.

Para acessar o álbum de fotos, clique AQUI.

Exposição de trabalhos em formato de pôsteres

O segundo dia da SIFSC-9 foi pautado pela exposição dos trabalhos de pesquisa de alunos de graduação e mestrado, em formato de pôsteres, que ocorreu na área externa do Instituto, com a participação de centenas de alunos e professores que, num ambiente descontraído, dialogaram sobre as dificuldades e particularidades dos citados trabalhos.

Para Lucas Scuti, aluno de Doutorado do Grupo de Fotônica (IFSC/USP), o resumo de seu trabalho é a aplicação de um método estatístico chamado “Relação de Pearson em fibras poliméricas”, com o intuito de se ter uma emissão de laser aleatório.

No que respeita à SIFSC, Lucas enaltece a importância  do evento, em, ambos os lados, ou seja, tanto para quem está apresentando quanto para quem está avaliando (professores): “Acho importante a gente conseguir explicar e mostrar o nosso trabalho. Também acho importante, como pesquisador e como aluno, saber o que as outras pessoas no Instituto estão fazendo e pesquisando. Muito legal!!!”, conclui o entrevistado.

O docente e pesquisador do IFSC/USP, Profº Gregório Faria, do Grupo de Polímeros, comentou estar impressionado com a qualidade dos trabalhos: “É muito gratificante ver nossos alunos detentores não só de trabalhos bastante relevantes, com bastante impacto, mas também ver o entusiasmo deles em apresentá-los. Estou de certa forma boquiaberto, não só pelo nível, mas pela tranquilidade com que eles conseguem passar conceitos, incluindo aqueles que trouxeram trabalhos de iniciação científica, algo que me deixou bastante contente”, sublinha. Gregório Faria também acredita que a SIFSC é um evento de extrema importância: “Tanto para congregar a comunidade científica do Instituto, pois todos nossos alunos, professores e funcionários também estão profundamente envolvidos, mas também para dar espaço aos alunos mostrarem seus trabalhos. A ciência é comunicação, então é importante esse treino para que eles comuniquem ciência de forma correta”, finaliza.

Prof. Ricardo De Marco

Prof. Gregório Faria

Para o Prof. Ricardo De Marco, do Grupo de Biofísica do IFSC/USP “Como cientista a gente tem como uma das missões divulgar conhecimento. A ciência faz-se com diálogo, temos muitos especialistas de diversas áreas, e às vezes tendemos a colocar o conhecimento “em caixinhas”, mas na verdade o conhecimento é algo contínuo, maior. Então, ter uma possibilidade de comunicar com nossa comunidade o que está sendo feito dentro do Instituto e permitir esse intercâmbio entre diversos pesquisadores de diferentes áreas, acho que é muito saudável em termos científicos,”, pontua De Marco. Quanto aos trabalhos apresentados, o pesquisador afirmou que os alunos apresentaram domínio das pesquisas efetuadas, com temáticas interessantes para a área médica e social. Estamos com um nível muito bom”, conclui o pesquisador.

A colombiana Gisela Ibanez Redin é aluna de doutorado no Grupo de Polímeros do IFSC/USP e o principal foco do trabalho que apresentou é o desenvolvimento de biossensores que são dispositivos para diagnósticos para detecção de biomarcadores de diferentes tipos de câncer. “Os biossensores são dispositivos que utilizam material biológico – biomoléculas, como elemento de reconhecimento, utilizado para monitorar algum tipo de analito – substância ou componente químico em uma amostra, que é alvo de análise em um ensaio. Os biomarcadores são biomoléculas que podem ser anticorpos, antígeno – proteína -, que são monitorados e podem ser utilizados como indício da presença da doença, mas eles também são utilizados no diagnóstico, no prognóstico, na resposta aos tratamentos. Com alguns deles é possível detectar o tipo de câncer, por exemplo, aqueles que detectam mutações no DNA. No meu trabalho, a gente foca na detecção de antígenos que podem aparecer no sangue, por exemplo, e as concentrações podem aumentar quando a pessoa tem câncer. Então, o plano é monitorar essas moléculas, monitorar os níveis de concentração delas, para que possa ser utilizado como uma ferramenta de diagnóstico. Nos imuno-sensores, que são o foco do meu trabalho, a gente tem uma plataforma, um sensor, e na superfície mobiliza um antígeno, ou anticorpo, que vai interagir seletivamente com sua molécula específica. Por exemplo, aqui temos um imuno-sensor para CA 19-9, que é um antígeno relacionado ao câncer do pâncreas; então, nós imobilizamos no dispositivo um anticorpo seletivo para detectar o CA 19-9 e na presença desse anticorpo o antígeno se liga, permitindo a observação. A ideia é desenvolver dispositivos que sejam fáceis de utilizar por qualquer pessoa”, elucida Gisela. Quanto a importância da SIFSC, a aluna salienta a importância do evento. “Eu acho muito interessante, porque no Instituto são desenvolvidos diferentes tipos de trabalhos. Para mim, o mais importante aqui é o fator multidisciplinar de diferentes áreas e nós normalmente não estamos em contato com todos os trabalhos que são desenvolvido no grupo, então, o mais importante é isso, ter um espaço para conhecer o que está sendo desenvolvido nos outros grupos, para formar parcerias e para ter ideias que possam ser aplicadas em nossos trabalhos”, pontua Gisela

Diogo Maciel Duarte da Mota é aluno de doutorado no Grupo de Biofísica Molecular de nosso Instituto e apresentou um trabalho sobre uma análise evolutiva estrutural dos genes que estão relacionados com o fenótipo Diabetes tipo 2.

“Basicamente, o meu trabalho é verificar os genes que estão relacionados com Diabetes, já que eles tendem a ser mais permissivos para as mutações que afetam esse fenômeno. Diabetes, hoje, atinge cerca de 10% da população e alguns estudos mostram que pelo menos metade das pessoas que possuem diabetes não são diagnosticadas como tal: então, se esse diagnóstico fosse mais preciso, talvez esse percentual até aumentasse. Os estudos que estão relacionados com Diabetes focam muito no tratamento, então, assume-se que grande parte da população tem diabetes e o ideal seria tratar essa população. Já nessa abordagem estamos vendo a causa da manifestação, estamos tentando encontrar um perfil de manifestação da doença, verificar como estas mutações atingem esses genes e verificar porque esses genes são selecionados para desenvolver o fenótipo de Diabetes. E nem sempre a Diabetes está ligada ao consumo de açúcar, pois há pessoas que consomem muito açúcar e não desenvolvem a Diabetes”, explica Diogo. Quanto a importância da SIFSC, o aluno confirma que é importante para ele estar junto da comunidade científica. “Por mais que estejamos falando de alunos que estão entrando na pós-graduação, o fato é que nós representamos o futuro dessas pesquisas, por isso temos que ganhar um pouco de experiência e participar do evento.

Paula Lins é aluna de doutorado do Grupo GNano de nosso Instituto. “O meu trabalho é desenvolver um nano-material teranóxico – que junta diagnóstico de tratamento e direcionamento. Para realizá-lo, utilizamos nano-bastões de ouro funcionalizados com membranas celulares e com vesículas extracelulares para avaliar a diferença de internalização.

No caso dos nano-bastões, quando se incide um laser de infravermelho próximo, consegue-se gerar um aquecimento local no tumor ou na região-alvo que se deseja. Então, sumariamente é um meio de detecção e tratamento de câncer em geral”, salienta a aluna.

Paula acha a SIFSC uma ideia genial de como preparar um aluno para um congresso e aprender como apresentar e explicar o seu trabalho para pessoas que não são da área, tentando fazer isso de uma maneira mais didática possível. “Isso nos desafia a tentar explicar melhor nosso projeto e deixar ele mais acessível”, finaliza a aluna.

O Prof. João Renato Muniz, do Grupo de Cristalografia de Proteínas do IFSC/USP comenta que a SIFSC é um evento muito importante para os dois lados, sendo uma oportunidade que o aluno tem de apresentar o trabalho que ele vem desenvolvendo.

Para os professores é igualmente importante, justamente para saber o que os alunos estão fazendo e ter esse feedback.

Acho extremamente importante eles terem essa oportunidade de se apresentarem, de serem avaliados, de nós podermos opinar e dar algumas dicas, sejam elas de metodologia, sejam de andamento; então, isso eu acho importante na vida científica de qualquer pessoa, principalmente destes nossos alunos, brilhantes”, ressalta João Renato.

Quanto a qualidade dos trabalhos, o pesquisador mostrou grande apreço por todos eles. “Muito bons! Os alunos estão ‘se virando muito bem’. É muito bacana ver os “jovenzinhos” se apresentando, dá para ver que eles se prepararam, que eles tem vontade, que estão preocupados em demonstrar conhecimento, então eu acho saudável, tanto para nós quanto para eles”.

Rui Sintra e Lilian Tarin – Assessoria de Comunicação – IFSC/USP

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Instituto de Física de São Carlos - IFSC Universidade de São Paulo - USP
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