As interpretações que lhe contaram de mecanica quântica são realmente as que saem dos experimentos? Ou mesmo as que saem dos postulados formais da teoria? Que argumentos descartaram a possibilidade de uma interpretação causal para a mecânica quântica na época em que a controversia ainda tinha lugar entre os principais pesquisadores da área, marginalizando todas as tentativas posteriores de formular descrições não probabilísticas (não causais) de processos quânticos? A mecânica bohmiana, resultado dos trabalho de David Bohm nos anos 50, é atualmente mencionada por físicos quase sempre como uma curiosidade histórica e não como uma alternativa teórica de fato, sendo subestimada e amplamente ignorada por esses. Nesse Filosofísica, o nosso queridíssimo filosofísico Iago Israel, vai nos explicar (bem do começo) o que a teoria de Bohm tem de diferente, interessante e como ela tenta contornar alguns aspectos problemáticos (para alguns) da interpretação usual, puramente probabilística.
Vejamos se ainda têm sentido hoje as indagações de John Bell que, para alguns, já teria colocado um ponto final nessas questões: “Por que será que a visão da onda piloto está ignorada nos livros de mecânica quântica? Não seria o caso de ensiná-la, não como a via única, mas como um antídoto a autossatisfação vigente?”
