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23 de junho de 2016

Feira de Ciência e Tecnologia do CEPOF reúne 250 participantes

Cerca de duzentas e cinquenta pessoas, dentre alunos e professores dos ensinos fundamental e médio de escolas públicas e privadas da região de São Carlos, participaram da Feira de Ciência e Tecnologia do CEPOF, realizada no dia 19 de junho, no Salão de Eventos do campus USP São Carlos, em uma iniciativa do Centro de Pesquisa em Óptica e Fotônica (CEPOF), com o apoio da Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de São Paulo (FAPESP) e do Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq).

1._DESTAQUE_250Como mero exemplo, no ano de 2013, o Instituto de Física de São Carlos (IFSC/USP) recebeu a visita de cinco cientistas laureados com o Prêmio Nobel – Daniel Kleppner, William Phillips, Eric Cornell, Dudley Herschbach e David Wineland, sendo que, ainda jovens, todos eles se apaixonaram pelas ciências exatas, exatamente após terem participado de feiras de ciência. Com base nesse fato, pesquisadores do Grupo de Óptica do IFSC idealizaram a Feira, cujo principal objetivo foi despertar a ciência nos jovens estudantes, para que sentissem o prazer pelas ciências exatas e que, no futuro, pudessem ingressar nas melhores universidades do país – e do mundo – e conquistar as melhores colocações no mercado de trabalho.

Outro intuito da Feira foi aproximar a Universidade – instituição de ensino superior que mais produz trabalhos científicos na América Latina – da sociedade em geral. “A importância da ciência está no fato dela produzir tecnologia. A tecnologia resolve, em grande parte, os problemas da humanidade, através de todas as suas áreas, como, por exemplo, medicina, física, engenharia e biologia. Então, nós entendemos a importância de divulgar a ciência à comunidade”, destacou Wilma Barrionuevo, colaboradora do CEPOF e membro da organização da Feira.

Os projetos demonstrados ao longo do evento foram elaborados e desenvolvidos com o apoio dos kits didáticos do programa “Aventuras na Ciência”, fabricados pela Educar & Cia Inovação Tecnológica Ltda. Produzidos por docentes do IFSC e de outras universidades do país, esses conjuntos abordam as áreas de termodinâmica, cores, geofísica, óptica, biologia, química, matemática e astronomia.

Wilma falou sobre a dificuldade e o prazer que teve ao organizar esta edição da Feira do CEPOF. Isso porque os professores das escolas públicas fazem milagres com o pouco que têm, no dia a dia da profissão: “Eles têm pouco auxílio e pouco reconhecimento… E essa missão de auxiliá-los para a participação na Feira foi fantástica. Além disso, os alunos participantes foram indicados pelas escolas. Então, esses alunos são os melhores. Eles têm um grande potencial, mas poucas pessoas olham para eles”, disse ela, emocionada.

Para o Prof. Dr. Vanderlei Bagnato, docente e pesquisador do CEPOF, que também esteve à frente do evento, a finalidade da Feira foi introduzir a ciência aos estudantes, de modo a complementar o ensino que eles já recebem nas escolas, onde têm aulas expositivas. Segundo o docente, para participarem da Feira, os jovens tiveram que imaginar e inventar o que queriam observar, com os instrumentos que receberam como apoio. “Além disso, há o fator da descoberta. Muitos não conseguem visualizar o planeta Terra como ele é. Com o uso dos kits e a prática da ciência, os alunos visualizam melhor o que realmente acontece na natureza. Nossa ideia é que a experimentação seja parte da formação científica das pessoas”.

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Os alunos Stella Nagliati (13 anos), Beatriz Castro Gonçalves (14 anos) e Lucas Fernandes Martins (14 anos), do Colégio São Carlos, desenvolveram um projeto sobre cores. Stella comentou que a experiência da Feira foi incrível, pois pôde descobrir novos conteúdos. “Eu não sabia metade das coisas que estudei durante o projeto”, disse ela, que, graças à Feira, pôde conhecer e conviver ainda mais com seus colegas do ensino fundamental: “Estudar e passar por tudo isso, junto com eles, foi bem legal”.

Ao contrário de Stella, a Feira não foi o primeiro contato que Beatriz teve com a física. Devido ao seu interesse por ciências exatas, a estudante já havia pesquisado sobre essa área de conhecimento e se sentiu honrada ao ter sido escolhida para participar da Feira, promovida pelo CEPOF. “Eles escolheram os estudantes que mais demonstraram interesse em participar da Feira. Fiquei feliz em saber que o Colégio percebeu que eu tinha esse interesse”, disse Beatriz.

Lucas Fernandes, que pretende atuar em alguma área relacionada a ciências da computação, achou a experiência da Feira interessante, porque acredita que, através desse tipo de evento, os jovens conseguem ter uma noção maior sobre quais áreas mais lhes atraem. “Quando se instiga o jovem a pensar, isso pode fomentar algo nele, para o futuro”.

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Stella, Lucas e Beatriz

As alunas Manuela Vieira Cassiano (13 anos) e Maria Flor Conchetta Franco Paes (14 anos), colegas de Stella, Beatriz e Lucas, receberam outro kit, a partir do qual desenvolveram um projeto sobre a lei dos gases, onde fizeram experimentos comprovando cada uma das leis. “Para nós, foi um conteúdo difícil de entender, porque essas leis são matérias de ensino médio. Mas, no final, deu tudo certo”, comentou Manuela, que simpatiza bastante com a área de ciências exatas. “Ter começado a estudar física antes do ensino médio tem sido bom pra gente, porque, quando chegarmos lá, já teremos noção de todo o conteúdo”, complementou Maria Flor, que, no futuro, quer ser perita criminal.

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Manuela e Maria Flor

Os professores desses alunos – Marcelo Pereira da Silva e Lumena Salgado Aguena Valle – destacaram o esforço e interesse dos estudantes do Colégio. “Durante toda a preparação dos projetos, analisamos o que cada aluno poderia fazer dentro daquilo que havia sido proposto e contamos com total participação dos jovens”, pontuou o Prof. Marcelo.

A Profa. Lumena Valle falou sobre a dificuldade em ter selecionado apenas alguns alunos para fazerem parte do evento: “No Colégio, ministramos aulas de laboratório, desde a educação infantil. Então, no caso do ensino fundamental, os alunos têm aulas semanais de laboratório, que é o encanto da galera”, disse a professora, tendo acrescentado que, quando a escola recebeu o convite para participar da Feira, todos os estudantes ficaram animados. “A turma toda se empolgou tanto, que conversei com a Wilma Barrionuevo, que liberou a participação de duas equipes do colégio na Feira”.

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Coordenadora Pedagógica do Colégio, Ana Maria, e Profs. Lumena e Marcelo

Segundo o pesquisador Sebastião Pratavieira, do Grupo de Óptica do IFSC/USP, no evento, os cinco melhores grupos participantes foram premiados após uma série de avaliações feita pela Wilma Barrionuevo, pelos pesquisadores, incluindo alunos do USPSC SPIE Chapter*, e por dois docentes do Grupo, Profs. Drs. Euclydes Marega e Francisco Guimarães.

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Sebastião e Prof. Marega

Os grupos premiados em primeiro, segundo e terceiro lugares, receberam kits didáticos e bolsas do CNPq para desenvolverem seus projetos, que serão orientados por Wilma Barrionuevo durante seis meses, com a oportunidade de apresentarem seus trabalhos na TV USP e em escolas da região de São Carlos. Já os dois últimos grupos foram premiados com medalhas, troféus e certificados. Abaixo, confira os grupos premiados:

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Ao longo do evento, houve alguns sorteios dos já mencionados conjuntos. Além disso, sete escolas receberam o prêmio de Escolas Mais Participativas; todas as instituições foram premiadas com o troféu Melhor Escola, e todos os alunos receberam certificados e a medalha Jovem Cientista. Os 250 participantes (alunos e professores) receberam kits didáticos.

A escolha dos grupos vencedores não foi fácil, já que parte dos organizadores reconheceu a excelente qualidade dos trabalhos expostos. “A qualidade dos projetos foi ótima. Percebemos que o que falta para os alunos não é inteligência mas, sim, instrumentação. Isso é impressionante”, frisou o Prof. Bagnato.

Assim como o docente, o pesquisador do Grupo de Óptica e membro do comitê de avaliação da Feira, Bruno Pereira de Oliveira, destacou o esforço dos jovens alunos. “Foi complicado analisar a parte conceitual dos projetos, porque os alunos chegaram aqui muito bem preparados”, comentou, tendo acrescentado o fato de várias escolas da região terem participado do evento.

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O pesquisador José Dirceu Vollet Filho, membro que está há onze anos no Grupo de Óptica do IFSC/USP, também avaliou os trabalhos, que, segundo ele, demonstraram a motivação dos alunos em procurar entender os fenômenos estudados. “É exatamente isso que procuramos no evento. De fato, queríamos despertar a curiosidade dos estudantes, para que eles percebessem que ciência não é apenas uma matéria escolar, mas algo que está no dia a dia deles e que pode melhorar a qualidade de vida das pessoas”.

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A divulgação da Feira de Ciência e Tecnologia do CEPOF foi feita juntamente com a Diretoria Regional de Ensino, que, por sua vez, ajudou a divulgar o evento em todas as escolas da região de São Carlos. Para Silvana Belotti, Professora Coordenadora do Núcleo Pedagógico da Diretoria de Ensino de São Carlos, a importância do uso dos kits está no fato deles abordarem conteúdos didáticos, estimulando a alfabetização científica, o estudo da pesquisa e a investigação daquilo que os estudantes propõem. “Tudo isso faz parte do caminhar pedagógico e tenho certeza que esses alunos estão sendo beneficiados”.

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Wilma e Silvana

Silvana Belotti acrescentou que essa colaboração entre o IFSC/USP e a Diretoria de Ensino de São Carlos poderá ser complementada com um novo projeto – idealizado por ela e pelo Prof. Bagnato ainda durante este evento -, que compreenderá a realização de possíveis clubes de ciências nas escolas públicas, a partir de aulas, com professores que trabalham com os kits educativos. “É algo que vai envolver muitos alunos. Isso é um sonho educativo. É um sonho de ciências”.

Abaixo, confira algumas imagens da Feira:

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*Coordenado pela Profa. Dra. Cristina Kurachi (IFSC/USP) e formado principalmente por estudantes do Instituto, o USPSC SPIE Chapter tem como principal objetivo estimular a interação entre alunos e sociedades de diversos países.

Assessoria de Comunicação – IFSC/USP

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Instituto de Física de São Carlos - IFSC Universidade de São Paulo - USP
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