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10 de março de 2017

Uma astrofísica italiana no Brasil

Quando decidiu lecionar no Brasil, a italiana Manuela Vecchi tinha um propósito: realizar o seu sonho de ser pesquisadora, já que na Itália há poucas oportunidades de trabalho na pesquisa. Depois de estudar incansavelmente para conquistar a vaga de docente no Instituto de Física de São Carlos (IFSC/USP), Manuela veio para o país tropical e já se sente em casa.

Semana_Internacional_da_Mulher_2017-_Manuela_VecchiA escolha pela pesquisa na área de cosmologia e astrofísica veio no final da graduação. “Foi nesse momento que eu precisava escolher um orientador para a pós-graduação. Mas foi desde meu segundo ano de graduação que comecei a me interessar pelas coisas ‘infinitamente pequenas’, e foi quando optei pela física de partículas, em particular na área de detecção de neutrinos astrofísicos”, relembra.

Assim como no Brasil, na Itália, a pesquisa na área de física atrai mais o público masculino. “Na Itália, nunca tive a impressão de ser um ‘peixe fora d´água’ na sala de aula, mas aqui no IFSC vejo que o número de alunas é baixo. Já cheguei a dar aulas para turmas de 30 pessoas, com somente duas meninas”.

No que diz respeito à valorização da mulher na ciência, a visão de Manuela é positiva, e ela cita alguns exemplos para comprovar esse fato, como a nomeação da italiana Fabiola Gianotti para liderar o Conselho Europeu de Pesquisa Nuclear (CERN), a escolha de Olga Botner como porta-voz da colaboração internacional IceCube, e a escolha de Gabriela González como porta voz da colaboração internacional VIRGO-LIGO, que fez a primeira detecção direta de ondas gravitacionais, com grandes chances de angariar o Nobel de Física este ano.

Mesmo tendo uma visão positiva a respeito da valorização e reconhecimento das mulheres na ciência, Manuela faz algumas ressalvas. A docente diz que ainda é preciso mais estímulo para que as mulheres “se aventurem” nessas áreas de estudos e, inclusive, na própria área acadêmica. Para Manuela, é imprescindível que as mulheres tenham em mente que a ciência é para todos os gêneros, e que tanto homens quanto mulheres têm capacidade para isso. “É muito importante, também, a inclusão das mulheres no mundo acadêmico, pois há ainda uma resistência velada nesse sentido. A evasão de mulheres nesse tipo de carreira é muito alta, e isso precisa ser analisado mais atentamente, não somente no IFSC ou no Brasil, mas em nível mundial”, diz.

Mas ela destaca que os avanços já são visíveis e substanciais, felizmente. “As coisas estão mudando, e temos muitos exemplos, inclusive em minha área, de que as mulheres estão se destacando”, diz a docente, que é a prova viva de que as mulheres podem, de fato, se destacar na ciência.

Assessoria de Comunicação- IFSC/USP

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Instituto de Física de São Carlos - IFSC Universidade de São Paulo - USP
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