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17 de dezembro de 2021

Equipe brasileira vence o “McGill Physics Hackathon-2021”

Os vencedores

Alunos do IFSC/USP fizeram parte da equipe vencedora

Nem canadenses, nem indianos, nem americanos, nem chineses. A equipe de pós-graduandos brasileiros não deu chance alguma e conquistou os três prêmios que estavam em disputa no “McGill Physics Hackathon” (VER AQUI), uma competição de programação aplicada à física que ocorreu nos dias 06 e 07 de novembro, de forma remota, promovida pela Universidade McGill, em Montreal, no Canadá.

Sumariamente, este Hackathon – como praticamente todos os outros -, reuniu três dezenas de equipes oriundas de vários países que competiram entre si na área de programação, desenvolvendo e apresentando projetos para a resolução de problemas de física em apenas 24 horas, para um júri internacional previamente escolhido.

A equipe brasileira, constituída pelos alunos de pós-graduação Felipe Fontinele (mestrando – Universidade de Alberta-Canadá), Igor Reis (doutorando – IFSC/USP), Pedro Henrique Cintra (mestrando – UNICAMP), João Augusto (mestrando IFSC/USP) e Vitor Dantas (mestrando IFSC/USP), não deu qualquer chance às restantes equipes concorrentes, tendo conquistado a primeira posição na classificação geral, além do “Prêmio de Melhor Projeto em Astrofísica” e o “Prêmio Escolha Popular”.

Conhecendo-se desde alguns anos, já que todos fizeram sua graduação juntos na Universidade de Brasília, os vencedores desta competição apresentaram uma simulação das órbitas de três corpos celestes (poderiam ser estrelas, buracos negros ou outros corpos celestes de massas grandes). Igor Reis relembra que “(…) o intuito dos projetos apresentados nesta competição não se baseavam na dificuldade de cada um deles, mas sim na resolução de um problema específico da física que pudesse ser entendido por todos, e realmente nós nos superamos em todos os sentidos (…)”. Para Pedro Henrique Pinheiro “Este projeto é o resultado de uma paixão que todos nós sentimos pela Física da Gravidade, principalmente no quesito das estrelas. Foi muito emocionante!”, comenta o estudante.

Felipe Fontinele foi, na opinião de todos, o líder da equipe e o “cabeça” da estratégia, o responsável por fazer todas as contas da relatividade, todos os cálculos que precisaram ser feitos para que o projeto ficasse perfeito. Modestamente, Felipe tenta diminuir essa importância que, contudo, viria a ser fundamental para a conquista não de um, mas de três prêmios. “Cada um de nós fez a sua parte e todos nós somos bem treinados para resolver problemas de física e isso foi fundamental. Este projeto parte do ponto que no Universo você encontra muitos sistemas constituídos por dois corpos, tais quais uma estrela e um planeta ou até duas estrelas, todos eles orbitando entre si. O projeto que nós apresentamos, com a devida dificuldade inerente, foi sobre a dinâmica de sistemas de três corpos, que são raros no Universo, mas que são extremamente interessantes. Nos sistemas com dois corpos você observa sempre órbitas simples, como círculos e elipses bem definidas, enquanto que nos sistemas com três corpos você tem órbitas muito complicadas e até mesmo caóticas: são fenômenos muito complexos”, explica Felipe.

Corroborando com seu colega de equipe, João Augusto acrescenta que “Para corpos que têm uma massa muito baixa – planetas e algumas estrelas – a teoria de gravitação de Newton explica muito bem como esses corpos se movimentam, contudo, o questionamento do nosso projeto foi outro. A pergunta fundamental de nosso projeto foi, o que aconteceria se em vez de três corpos celestes colocássemos três buracos negros, que são extremamente massivos, com velocidades muito rápidas? (VER AQUI)”, explica João .

Vitor Dantas complementa a fala de João. “Para fazer isso que João está explicando, não podemos fazer a teoria de gravitação de Newton, mas sim a teoria de gravitação proposta por Einstein no começo do Século XX. Uma das comprovações dessa teoria é o fato de se ter observado que a órbita do planeta Mercúrio (primeiro planeta de nosso sistema solar, o que se encontra mais próximo do Sol) tinha um comportamento orbital muito estranho. Aí, a teoria de Newton cai por terra quando se observa que a força gravitacional fica muito grande quando os objetos ficam muito próximos uns dos outros, ou quando têm uma massa muito grande”. Todos estes problemas, constatações, cálculos e simulações foram criados e apresentadas pela equipe brasileira, repetimos, em apenas 24 horas, causando, inclusive, admiração nos membros do júri.

Quanto aos prêmios conquistados, os estudantes pretendem guardar o dinheiro para investi-lo em suas pós-graduações.

“1º Lugar Geral” – USD 1.000,00;

“Prêmio Melhor Projeto de Astrofísica” – 5 telescópios (substituídos por valor pecuniário);

“Prêmio Escolha Popular” – USD 400,00;

Para acessar o projeto vencedor, clique AQUI.

Rui Sintra – Assessoria de Comunicação – IFSC/USP

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Instituto de Física de São Carlos - IFSC Universidade de São Paulo - USP
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