Os dias de trabalho do funcionário do Instituto de Física de São Carlos (IFSC/USP) Welson Luciano Coelho, servidor do Instituto desde 2010, costumam ser movimentados. Lotado no Serviço de Expediente, Welson é responsável pelo recebimento e postagem de correspondências, encaminhamento e distribuição dos malotes, além da “alimentação” do sistema Columba, software criado para o envio e recebimento de documentos eletrônicos.
Sua rotina, no entanto, está prestes a mudar, e ficar ainda mais agitada. Isso porque Welson foi recentemente aprovado no curso de Educação Física da Universidade Federal de São Carlos (UFSCar) e suas aulas, que serão ministradas no período noturno, ocuparão praticamente todo tempo restante do funcionário, que trabalha no IFSC das 8 às 17h.
Mas ele não se importa com os dias corridos que terá pela frente. Tomado pela felicidade de ter sido aprovado numa excelente universidade pública, o gosto dessa vitória é especial para o futuro educador físico que, durante toda vida, estudou em escolas públicas e, no ano passado, não teve tempo para se preparar para o Enem, processo seletivo adotado pelas universidades federais para o ingresso nos cursos. “Somente durante a semana que antecedeu o Enem é que consegui abrir alguns livros e revisar alguns assuntos”, relembra.
Mas como ingressar num curso concorrido de uma universidade pública sem ter estudado incontáveis horas, como é o costume dos vestibulandos? Welson tem a resposta na ponta da língua: sua bagagem de conhecimentos adquirida durante o ensino médio, graças a um projeto de complementação de aulas, coordenado à época, coincidentemente, por uma docente do IFSC, Yvonne Primerano Mascarenhas. “Os alunos da Licenciatura em Ciências Exatas do IFSC iam até minha escola e ministravam aulas de matemática, física e química, e alunos do curso de letras da UFSCar nos davam aulas de redação”, conta. “Acredito que somente com o ensino regular de minha escola eu não estaria aqui, hoje. Por isso, devo muito à professora Yvonne”.
E, realmente, os fatos comprovam que o ensino recebido por Welson no ensino médio, há nove anos, foi bem absorvido. Sua nota no Enem foi extremamente satisfatória e lhe rendeu aprovação imediata no curso de Educação Física.
Porém, essa não é a primeira aprovação de Welson no vestibular. Em 2007, ele foi aprovado no Bacharelado em Informática no Instituto de Ciências Matemáticas e de Computação (ICMC/USP), mas, pela falta de afinidade com o curso, após dois anos, desistiu de finalizá-lo. Passados seis anos, ele começou a frequentar academias e eventos relacionados à educação física e teve a certeza de que esse era o diploma que gostaria de ter em casa. “Pela primeira vez em minha vida, comecei a me interessar de verdade por um assunto. Passei a ler livros a respeito e me apaixonei pela área”, conta.
Mesmo que sua futura graduação não tenha a ver com o serviço que realiza na USP, Welson afirma que sua rotina profissional será afetada de forma positiva. “A partir do momento em que terei ainda mais responsabilidades, sobrará menos tempo para distrações. Isso, com certeza, aumentará minha produtividade e meu ânimo, inclusive no trabalho”, afirma Welson.
Como servidor em uma universidade, a influência do meio acadêmico já pode ser sentida na vida de Welson. Ele conta que, quando concluir a graduação, já tem planos de fazer pós-graduação e seguir carreira de pesquisador. “Isso é algo que me atrai bastante”, diz.
Sem dúvidas, o futuro reserva muitas novas possibilidades a Welson. E mesmo ansioso pelo que está por vir, o funcionário não se esquece do que foi aprendido no passado e tornou possível sua atual conquista. E, sobre isso, ele finaliza com a seguinte mensagem: “Quando você tem um aprendizado sólido, não se esquece do que aprendeu e leva para sempre. Todo aprendizado que tive no ensino médio foi um divisor de águas em minha vida”, conclui.
Imagem: Yvonne Mascarenhas e Welson Coelho
Assessoria de Comunicação