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5 de setembro de 2018

Do IFSC/USP para o mundo: um físico na Bolsa de Valores de São Paulo

Bruno Fernandes Bessa de Oliveira nasceu na cidade de Diadema, São Paulo e hoje tem 30 anos. O ensino fundamental ocorreu na escola estadual Wallace Simonsen, em São Bernardo do Campo (SP), e nessa época as ciências exatas já preenchiam, por paixão, grande parte da vida escolar do jovem, até porque ele contou desde cedo com o entusiasmo e apoio de um professor que o incentivou bastante a se interessar pela área da física, da mesma forma que seus pais, sempre atentos quando o assunto era escola. “Eles sempre pegavam no meu pé para que eu nunca tirasse notas ‘vermelhas’”, relembra Bruno.

A transição para o ensino médio, para a escola estadual Philadelpho Gouvêa Netto, em São José do Rio Preto (SP), foi “tranquila”, segundo o jovem. Além de se dar bem com as ciências exatas, Bruno também mostrava empatia com a área das ciências humanas, onde se destacou nas disciplinas de história e língua portuguesa. Porém, as redações desta disciplina não eram tão estimulantes quanto os cálculos: “Quando o tema era matemática, isso me chamava muito atenção, apesar de agora não considerar que fosse um aluno brilhante nesse período”, diz Bruno. A escolha do jovem em realizar um ensino superior em São Carlos deveu-se à influência de um amigo que era aluno do Instituto de Física de São Carlos (IFSC-USP) e, através deste exemplo, Bruno conheceu nosso Instituto e gostou do que viu.

Nessa época, ele já tinha feito um curso técnico de informática, fator que, com certeza, contribuiu para que ele decidisse cursar Física Computacional no IFSC. “Eu percebi que tinha perfil para essa vertente”, comenta Brno. A mudança de São Bernardo do Campo para São Carlos foi um desafio na vida deste jovem, principalmente por ter sido sua primeira experiência fora de casa, longe da família e dos amigos. Na graduação, ele enfrentou um momento “chocante”, uma vez que teve alguma dificuldade em aprender, de forma rápida, os principais conceitos da física, algo que a partir do quarto semestre acabou sendo superado, já que Bruno conseguiu conciliar todas as disciplinas, tendo obtido resultados bastante bons.

No início do curso, seu objetivo era permanecer na área acadêmica, já que a intenção era concluir uma pós-graduação, mas, principalmente devido a questões financeiras, seu foco começou a ficar retido no setor industrial, mesmo ainda no decurso da graduação: “Na época da Universidade, meus pais me bancavam; então, senti a necessidade de ter os meus próprios meios para seguir minha vida”. Bruno diz que, para se tornar realmente independente, de forma rápida, teve que fazer essa escolha, um caminho em que, de acordo com a maioria dos físicos que atuam na indústria, os resultados dos trabalhos aparecem de forma mais célere. “Trabalhar em equipe faz com que você aprenda as coisas de maneira mais rápida. O seu desempenho melhora muito quando opera ao lado de pessoas experientes”, explica Bruno.

Decidido a enfrentar o setor produtivo, Bruno frequentou diversos programas de seleção de talentos voltados à área tecnológica, em São Paulo, com a intenção de chegar ao quarto ano da graduação já trabalhando em alguma empresa. Todavia, nenhuma dessas seleções deu certo. Depois de concluir seu curso, o ex-aluno do IFSC mudou-se definitivamente para São Paulo e, após a realização de diversas entrevistas, recebeu uma proposta de trabalho na Bolsa de Valores de São Paulo (BM&F Bovespa), prestigiada instituição onde Bruno trabalha até hoje, com as funções de Analista de Administração de Risco – estudo das probabilidades de ganhos e perdas associados a contratos: o modelo de risco é o modelo matemático responsável pelo cálculo destas probabilidades -, utilizando técnicas de programação de bancos de dados e modelagem para produzir informações úteis ao controle de risco associado aos negócios da instituição.

Bruno diz, ainda, que ao longo do tempo em que trabalha na BM&F Bovespa, foi acumulando diversas responsabilidades na medida em que apresentava resultados. “Durante todo o tempo que eu trabalho nesse setor, tenho visto que é extremamente difícil contratar mão-de-obra qualificada e abrangente”, revela. Hoje, sua meta principal é crescer ainda mais dentro da Bolsa de Valores e ser reconhecido pelo trabalho que faz. “A única maneira para você alcançar esses objetivos dentro de uma grande empresa ou instituição, com vários talentos competindo com você, é mantendo sua produtividade em alta”.

Com a experiência adquirida, quer no IFSC-USP, como também no setor produtivo, o jovem diz que quando se está na graduação é preciso ter bastante curiosidade pela ciência e não deixar que as dificuldades apresentadas por algumas disciplinas diminuam o interesse pela física. Além disso, Bruno conta que é importante valorizar o tempo livre e fazer uma série de disciplinas que seja adequada ao momento de lazer que o estudante terá, para que o horário não fique sobrecarregado e para que possa se dedicar ainda mais às matérias escolhidas.

Para o nosso entrevistado “quando um jovem está na universidade é importante que avalie o próprio perfil e anseio profissional e não se limite apenas à área acadêmica ou à industrial.”, finaliza Bruno.

(Entrevista publicada no livro intitulado “Egressos do IFSC/USP que atuam fora da academia” – por: Prof. Tito José Bogamba e Rui Sintra-jornalista – Foto principal: Rafael Matsunaga)

Assessoria de Comunicação – IFSC/USP

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Instituto de Física de São Carlos - IFSC Universidade de São Paulo - USP
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