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8 de novembro de 2018

Criado biossensor que detecta pré-disposição para contrair HPV-16

Pesquisadores do IFSC/USP, em estreita parceria com colegas do Hospital de Câncer de Barretos, da Universidade Estadual de Maringá (PR) e da Escola de Saúde da Universidade do Minho (Portugal), desenvolveram um biossensor que é capaz de detectar o denominado HPV-16 no corpo humano.

O HPV – Vírus do Papiloma Humano – é responsável por um elevado número de infecções, que normalmente são assintomáticas e de regressão espontânea, enquanto outros tipos de HPV têm sido associados a câncer nos órgãos genitais, quer em homens como em mulheres. Estes casos são considerados de “alto risco”, podendo evoluir para o denominado câncer de cabeça/pescoço, que aparece na garganta, traqueia, faringe, laringe, boca, língua etc., e cuja gênese começa com a mutação de células.

Andrey Coatrini Soares, pesquisador do Instituto de Física de São Carlos (USP), é o autor principal do artigo científico publicado recentemente na revista ACS Applied Materials and Interfaces e que aborda a criação do citado biossensor. “Toda a equipe trabalhou de forma diligente nas diversas frentes de uma pesquisa multidisciplinar, tendo em vista o resultado final”, relata Andrey. “Uma das contribuições mais importantes originou do Hospital de Câncer de Barretos, que, através de amostras extraídas de pacientes com o HPV-16, conseguiu construir uma sequência de DNA, fundamental para o resto do trabalho”, pontua nosso entrevistado.

Andrey Coatrini Soares

O novo biossensor é constituído por um filme nanoestruturado que possui dois polímeros naturais biocompatíveis e biodegradáveis – a quitosana e o sulfato de condroitina -, sendo que este último é um dos componentes do tecido cartilaginoso presente nos seres humanos. “Esse filme também é composto por uma sonda, que é uma sequência de bases nitrogenadas complementares à sequência de DNA acima descrita. Quando o filme entra em contato com uma célula infectada com o HPV-16 é gerado um sinal elétrico, a partir do qual se detecta que a pessoa tem altíssimas chances de desenvolver algum câncer de cabeça/pescoço no futuro. Esse diagnóstico serve de alerta para o paciente fazer um tratamento e evitar esse tipo de câncer”, elucida Andrey, que acrescenta que essa detecção pode acontecer muitos anos antes de o câncer se manifestar.

A ideia é que este biossensor possa fazer parte, no futuro próximo, do conjunto de equipamentos tradicionais que existem em hospitais e consultórios médicos para utilização cotidiana. O resultado de um exame feito com este novo biossensor demora cerca de dez minutos, prevendo-se que tenha um custo muito baixo.

Segundo o docente e pesquisador do IFSC/USP, Prof. Osvaldo Novais de Oliveira Jr, que igualmente assina o artigo “O processo de patenteamento deste biossensor, junto da Agência USP de Inovação, será iniciado em breve. O próximo passo da equipe é desenvolver outro biossensor para detecção preditiva do HPV-18, vírus muito agressivo que é responsável pelo aparecimento de câncer nos órgãos genitais femininos”.

Para acessar o artigo publicado pela equipe de pesquisadores na ACS Applied Materials and Interfaces, clique AQUI.

(Foto principal: Michigan Health Lab)

Rui Sintra – Assessoria de Comunicação – IFSC/USP

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Instituto de Física de São Carlos - IFSC Universidade de São Paulo - USP
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