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1 de novembro de 2011

Cursinho popular da USP-São Carlos aprova mais de 30% no vestibular

O cursinho pré-vestibular, que é totalmente gratuito, tem os próprios alunos de licenciatura como professores e desenvolve seu próprio material didático

Para uma Universidade de grande porte, é imprescindível que haja um suporte a iniciativas e incentivos a atividades de ensino e extensão, além da pesquisa, que contemplem um público mais amplo do que aquele presente dentro do próprio campus. Neste sentido, a USP-São Carlos tem grande destaque na região, viabilizando projetos que aumentam consideravelmente o alcance e a visibilidade das atividades idealizadas e produzidas na Universidade.

Uma das maiores inspirações para este tipo de iniciativa é a idéia de auxiliar, de alguma forma, alunos do Ensino Médio em fase de vestibular. Vários projetos têm sido desenvolvidos no Instituto de Física de São Carlos (IFSC/USP) neste âmbito, como o programa “Universitário por um dia”, a “Escola de Física Contemporânea” e a “Escola de Física para Escolas Técnicas”. Os resultados têm revelado uma grande demanda por este apoio, já que a procura para estes programas é muito grande e a produção excelente. Além de incentivar e motivar os alunos que participam destas atividades, o Instituto tem conseguido atrair para as Ciências Exatas um número relevante de novos talentos que se destacam por seu desempenho.

Uma das iniciativas mais consideráveis neste sentido é o Cursinho Popular da Licenciatura em Ciências Exatas (CPCEx), desenvolvido há três anos. Basicamente, o CPCEx é um cursinho pré-vestibular sem fins lucrativos, idealizado pelos próprios licenciandos com o objetivo de atender a alunos de Ensino Médio de escolas públicas de São Carlos. O cursinho é intensivo, o que significa que as aulas se estendem por seis meses, no segundo semestre de cada ano. Os trinta alunos selecionados de acordo com sua situação socioeconômica tem a oportunidade de rever conteúdos da área de Física, Química, Matemática, Biologia e atualidades. Segundo Pedro Neves Rocha, diretor geral do CPCEx e aluno do 3º ano de Licenciatura em Ciências Exatas, a idéia é agregar ao programa pessoal da área de Humanas, para oferecer, pelo menos, aulas de Redação e Língua Portuguesa no próximo ano. A diretoria também está se programando para receber uma turma adicional, no mês de maio, em 2012.

 

Cursinho

Material próprio

O diferencial deste cursinho é o material didático utilizado, que foi desenvolvido pelos próprios alunos da Licenciatura quando o projeto estava sendo idealizado, durante os anos de 2006 e 2007. Durante o primeiro semestre do ano, os licenciandos envolvidos com o CPCEx se ocupam com a adaptação e edição do material, fazendo as mudanças, correções e melhorias necessárias.

O material, que é apostilado, tem como base apostilas de outros cursinhos particulares, que serve de referência para sequência de temas e extensão das aulas. Ter um material apostilado de produção própria facilita a vida dos professores e dos alunos de maneira considerável. “A maior vantagem é que nós temos a liberdade de organizar o material da maneira como julgamos melhor trabalhar. Nós montamos um plano de ensino para o semestre e nossa apostila funciona como um roteiro para o trabalho”, explica Pedro. Além disso, os professores do cursinho tiveram experiência recente com processos seletivos de Universidades, e devido a este contato podem estruturar de maneira mais atenta e sensível os conteúdos pertinentes aos alunos.

Os custos dessa produção própria são financiados pela Secretaria Acadêmica da Licenciatura em Ciências Exatas, ou por alguns docentes do Instituto, como a Professora Yvonne Mascarenhas, o Professor Euclydes Marega Junior e o Professor Antonio Carlos Hernandes, diretor do IFSC. Esta ajuda tem contribuído muito para a evolução do material, que foi impresso pela primeira vez em preto e branco e com cerca de uma página por aula, para reduzir custos de gráfica, e hoje é impresso em cores e não precisa se preocupar tanto com sua extensão e número de páginas.

Formação Profissional

pedrorochaA idealização foi um projeto dos próprios alunos do curso de Licenciatura em Ciências Exatas, que queriam complementar sua formação com uma carga maior de práticas de ensino e promover um projeto de extensão para a comunidade são-carlense. E a experiência é extremamente válida, tanto para professores quanto para monitores e organizadores do cursinho. O planejamento de um curso dá aos alunos da licenciatura uma visão muito boa no sentido de poder calcular o tempo das aulas, o número de aulas por ano, o conteúdo a ser tratado e a sequência do conteúdo, por exemplo.

“É muito diferente assistir aulas sobre teorias de ensino ou ouvir sobre educadores e aplicar as idéias, que é quando você desenvolve seu próprio método”, comenta Pedro, que também ministra aulas no CPCEx e diz se sentir muito mais seguro ao assumir uma sala de aula, o que faz toda a diferença em entrevistas de emprego e aulas-teste, já que licenciandos ou recém-licenciados costumam sofrer pela falta de experiência.

No geral, os resultados são surpreendentes. Entre oito e dez alunos, dos trinta que frequentam as aulas por ano, são aprovados no vestibular, e muitos ingressam na própria USP. Na turma do curso de Licenciatura de 2010, quatro alunos aprovados fizeram parte da turma do CPCEx de 2009. Na opinião do diretor, esses bons resultados se devem justamente ao interesse dos professores em aprimorar suas capacidades didáticas, o que resulta em mais atenção, mais preocupação, e facilita o processo de ensino-aprendizagem.

Aulas

As aulas do CPCex tiveram início no dia 1º de agosto, junto com as aulas da graduação. A partir daí o trabalho sempre se intensifica ainda mais, já que, além de serem responsáveis por ministrar todas as aulas, os alunos da graduação também se ocupam em elaborar simulados nos fins de semana, seja para o ENEM ou para a FUVEST, ou oficinas de orientação de estudos e redação. “A parte prática é completamente feita por nós, alunos”, comenta o diretor.

Já a divulgação se dá no primeiro semestre, quando os envolvidos no projeto visitam as escolas públicas da cidade, convidando os alunos a se inscrever no processo seletivo, e espalham cartazes pelas escolas e em pontos estratégicos da cidade. Segundo Pedro, que é responsável pela elaboração de todo esse cronograma, essa é a maneira mais eficaz que o programa encontrou de atingir os alunos de uma maneira mais próxima. E a procura pelo curso é grande, com cerca de três ou quatro alunos por vaga, que são selecionados por uma entrevista que avalia suas situações socioeconômicas, e também há uma prova de teor puramente diagnóstico, ou seja, não é uma prova eliminatória, serve apenas para definir em que nível de conhecimento os alunos se situam.

“Quem nos procura geralmente é o aluno que quer prestar vestibular para algum curso de Exatas e precisa ficar cem por cento nestas disciplinas, ou aqueles que têm dificuldade na área e precisam de uma espécie de reforço”, comenta Pedro, e acrescenta: “Esse segundo conjunto de alunos é o que apresenta melhores resultados, em comparação com seu desempenho em suas escolas”.

O exemplo deste cursinho popular aponta para a possibilidade de consolidar iniciativas de ensino e extensão que, mesmo voluntária ou independente, proporcionem vantagens incalculáveis para todas as partes envolvidas.

Para maiores informações ou contatos do CPCex, acesse o site da Licenciatura em http://www.licenciatura.ifsc.usp.br

Assessoria de Comunicação

 

 

 

 

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Instituto de Física de São Carlos - IFSC Universidade de São Paulo - USP
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