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25 de setembro de 2014

Cristalografia de parabéns

Terminou no dia 24 de setembro último, no Centro Nacional de Pesquisa em Energia e Materiais (CNPEM), em Campinas (SP), o Latin American Summit Meeting on Biological Crystallography and Complementary Methods, o maior evento científico latino-americano inserido nas comemorações do Ano Internacional da Cristalografia, promovido pela UNESCO e pela União Internacional de Cristalografia.

Cento e dez pesquisadores, oriundos de nove países latino-americanos, debateram sobre as diversas pesquisas que se realizam na área da cristalografia biológica, ou seja, na área dedicada aos estudos de cristais de proteínas que contribuem para a compreensão do surgimento e progressão das doenças, tendo como foco o desenvolvimento de novos fármacos.

Escolhido como sede deste encontro, devido ao fato de ser o país que realiza maior número de pesquisas em cristalografia na América Latina, o Brasil contribui decisivamente para que avancem, de forma exponencial, as pesquisas na área, “puxando” não só o desenvolvimento científico nos outros países inseridos na sua área geográfica, como outros que ainda apresentam déficits na elaboração de estudos diretos ou correlacionados, como são os casos dos pertencentes á Ásia, bem como na África do Sul, estimando-se que, nas últimas décadas – segundo reportagem publicada pela FAPESP -, os cerca de vinte grupos de pesquisa existentes no nosso país tenham desvendado a estrutura de aproximadamente 400 macromoléculas.

Em entrevista à FAPESP, o pesquisador do IFSC-USP, Prof. Dr. Richard Garratt, sublinhou o esforço que esses grupos de pesquisa têm feito, não só para desenvolver novos fármacos, tendo como base os estudos de proteínas através da cristalografia, de parasitas responsáveis por doenças tipicamente tropicais, mas também outros tipos de pesquisas, como proteínas de vírus, bactérias e plantas, para diversas finalidades.

Para o docente do IFSC-USP e Presidente do CNPq – Conselho nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico, Prof. Dr. Glaucius Oliva, o aumento significativo de publicações de trabalhos científicos na área de cristalografia, se deve, também, à inauguração (1997) do Laboratório Nacional de Luz Sincroton (LNLS) – único na América Latina – e que se encontra instalado no CNPEM. Sublinhe-se o fato de que, entre 1990 e 2013, os pesquisadores publicaram cerca de 14.500 estudos relacionados com a cristalografia.

Uma das presenças mais importantes neste evento foi a da pesquisadora israelense Ada Yonath, vencedora do Prêmio Nobel da Química em 2009 – conjuntamente com Venkatraman Ramakrishnan e Thomaz Steitz -, com um trabalho de identificação da estrutura do ribossoma e a forma como ele é interrompido por antibióticos. Também em declarações à FAPESP, Ada Yonath enfatizou que a cristalografia congrega diversos problemas multidisciplinares, daí o fato de ela atrair pesquisadores de diversas áreas do conhecimento, como físicos e químicos, tendo como foco encontrar soluções para os problemas que são apresentados.

(Com informações da Agência FAPESP)

Assessoria de Comunicação

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Instituto de Física de São Carlos - IFSC Universidade de São Paulo - USP
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