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3 de outubro de 2014

Comissão da União Europeia e secretário do MCTI visitam IFSC

Na última sexta-feira, 12, o Instituto de Física de São Carlos (IFSC/USP) recebeu, por intermédio de sua Comissão de Relações Internacionais (CRInt), quatro membros da NaNoREG, organização europeia responsável pela regulação e comercialização de nanomateriais no continente europeu, e o coordenador geral de micro e nanotecnologia do Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovação (MCTI), Flávio Orlando Plentz Filho.

NaNoREG-3Durante a manhã, alguns membros expuseram seus trabalhos, conheceram parte das pesquisas desenvolvidas pelo Grupo de Nanomedicina e Nanotoxicologia (GNaNo) do Instituto, e visitaram as dependências do laboratório em questão. Nas apresentações, estiveram presentes os docentes Tito José Bonagamba (também diretor do IFSC), Richard Charles Garratt e Euclydes Marega Jr., além de diversos alunos de pós-graduação e pós-doutorado que realizam- ou já realizaram- pesquisas no GNaNo.

O primeiro pesquisador a expor seu trabalho foi o espanhol Sergio Moya que, atualmente, trabalha na Nanosafety Cluster, organização europeia que, entre outras coisas, atua como facilitadora na formação de consensos sobre nanotecnologia, harmonização de métodos e busca por patrocinadores advindos tanto da indústria como de outros locais para o financiamento de projetos nessa área.

NaNoREG-1Em sua exposição, alguns tópicos entraram em destaque, como a predição de riscos no uso de nanotoxicologia, além da identificação e classificação de nanomateriais. Sergio também mostrou alguns projetos que já são desenvolvidos na Nanosafety Cluster, e o andamento de algumas pesquisas em desenvolvimento na empresa.

Logo depois, foi a vez de Steffi Friedrichs, diretora geral da Associação de Indústrias de Nanotecnologia (NIA, na sigla em inglês). Além de fazer uma rápida exposição sobre a NIA e NaNoREG, ela falou sobre a importância de parceria entre universidades e indústrias e também sobre a busca de políticas de regulação para fabricação e venda de produtos que têm como base a nanotecnologia. “A NaNoREG tem um papel muito importante nesse cenário, uma vez que reúne muitos membros da União Europeia”, frisou.

Steffi também falou sobre como funcionam as políticas de regulação para o uso de nanomateriais, como são feitos os testes e de que maneira o meio ambiente é afetado. Falou também sobre a avaliação de projetos, pré-requisitos necessários para aprovação e sobre parcerias público-privadas. “Na NaNoREG, já temos 13 países membros da União Europeia e, agora, buscamos parcerias com países de outros continentes, como Austrália, China, Coreia e Brasil”, afirmou.

Para encerrar as apresentações, a pós-doutoranda do GNaNo, Juliana Cancino, traçou um panorama geral sobre as pesquisas realizadas no grupo de pesquisa, ressaltando aquelas relacionadas à aplicação, síntese e caracterização de nanomateriais, principalmente dedicados à medicina. “A aplicação dessa pesquisa não é possível sem a preocupação toxicológica, por isso, temos quatro formas de investigar a toxidade desses materiais à saúde e meio ambiente: utilizando sistemas in vivo, com ratos e peixes, por exemplo, in vitro, através de membranas celulares reconstituídas e com simulação computacional (in silico)”, explicou a pesquisadora brasileira. Todas essas estratégias estão em andamento no GNano.

Por que é importante que o IFSC faça parte da NaNoREG?

A NaNoREG iniciou-se na Europa e ficou condicionada ao espaço europeu durante algum tempo. Graças ao aumento das relações globais e crescimento de pesquisas multilaterais, os europeus decidiram expandir esses conceitos, principalmente com o intuito de fazer uma regulamentação mundial, e não apenas regional, o que permitiu incluir o Brasil na lista de preferências, já que o país é um dos líderes em pesquisas em nanotecnologia na América Latina, inclusive através do GNaNo, criado em 2010 e coordenado, desde então, pelo docente do IFSC, Valtencir Zucolotto, que coordena uma das 6 redes em Nanotoxicologia implementadas nos País em 2012, através de uma iniciativa do MCTI.

A visita da delegação da União Europeia ao IFSC é considerada bastante importante, já que o GNano, como grupo coordenador de uma rede de Nanotoxicologia do MCTI pode, eventualmente, ser um dos grupos de apoio no sistema NaNoREG, e auxiliar na regulamentação de nanomateriais para o comércio.

NaNoREG-2Sobre uma eventual colaboração de pesquisa Brasil-Europa na regulação de nanotecnologia, Flávio Prentz afirma que os europeus possuem grandes projetos nessa área, bem avançados e organizados. Nesse sentido, tal parceria torna-se estratégica para o Brasil. “O NaNoREG visa, principalmente, dar suporte às agências reguladoras e governos do mundo todo e, para isso, fornece bases científicas. O Brasil entrará nesse consórcio de pesquisa tanto como participante ativo nas pesquisas que serão avaliadas como também terá acesso a tudo que é produzido no mundo”, relata. “Dessa forma, as agências reguladoras do país estarão providas de um enorme banco de dados validado e reconhecido internacionalmente, o que possibilitará tomada de decisões importantes no que se refere à nanotecnologia”.

Se fica óbvio dizer que os pesquisadores brasileiros estão ansiosos pela parceria, do lado europeu o entusiasmo também é latente. Steffi diz que já existe uma longa colaboração de pesquisa entre Europa e países da América Latina, incitando o alargamento das mesmas para outros tópicos. “Tenho vindo ao Brasil nos últimos quatro anos, pois já percebi que as indústrias brasileiras gostariam de ver uma representação como temos na Europa referente à regulação de tecnologia”, conta.

De acordo com ela, a motivação para conhecer o IFSC, especificamente, foram as palestras proferidas por Zucolotto, que Steffi já teve oportunidade de assistir mais de uma vez. “Eu pude perceber que Zucolotto já está bem familiarizado nessa área e que realiza pesquisas de alto nível no IFSC. O GNaNo foi o primeiro laboratório selecionado para visita”, conta Steffi que, posteriormente, demonstrou grande entusiasmo com as instalações do laboratório.

Caso a parceria realmente se concretize, o Brasil será representado pelo INMETRO e MCTI, que, inclusive, assinarão os acordos de cooperação entre as instituições brasileiras e europeias. Os pacotes de trabalho, no entanto, serão formatados incluindo outras instituições de pesquisa brasileiras.

Já para o IFSC, particularmente, o peso é ainda maior, pois é mais uma oportunidade para que o Instituto se destacar internacionalmente em mais uma área de grande importância científica e tecnológica.

Assessoria de Comunicação

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Instituto de Física de São Carlos - IFSC Universidade de São Paulo - USP
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