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15 de fevereiro de 2019

Docente do IFSC/USP opina sobre combate às doenças negligenciadas

As designadas “doenças negligenciadas” são doenças que majoritariamente acometem as populações mais pobres no mundo, não sendo, por isso, “interessantes” para as grandes empresas farmacêuticas mundiais, isso porque não geram os lucros esperados. Dentre essas doenças contam-se a dengue, malária, esquistossomose, tuberculose, chikungunya, doença de Chagas e outras consideradas tropicais, bem como outras que atingem e comprometem o sistema intestinal.

Contribuindo apenas com 11% do total de enfermidades existentes no mundo, as doenças negligenciadas foram “brindadas” entre os anos de 2012 e 2018 com apenas oito novos fármacos inseridos em um total de duzentos e cinquenta e oito, mantendo praticamente a média verificada entre os períodos de 1975-1999 e 2000-2011: a diferença é que todos esses oito novos medicamentos foram desenvolvidos apenas para duas doenças – malária e tuberculose, sendo que as novas terapias para a tuberculose (bedaquilina), com um novo mecanismo de ação, e para a malária por Plasmodium vivax (tafenoquina) – são novidades marcantes nos últimos 40 e 60 anos, respectivamente.

Prof. Adriano Andricopulo

O levantamento mais recente sobre essas mazelas foi publicado na revista científica The Lancet Infectious Diseases por dois pesquisadores da Universidade de São Paulo, que mostram que ainda há muito a se fazer, principalmente no que se refere às doenças tropicais negligenciadas. Em uma nota inserida nessa publicação os autores do artigo – Adriano Andricopulo e Leonardo Ferreira – salientam que “Ao incorporar ciência e tecnologia na fronteira do conhecimento, a pesquisa e desenvolvimento de medicamentos para doenças negligenciadas progrediu consideravelmente. No entanto, o estudo revela uma grande distância entre o impacto dessas doenças e o desenvolvimento de novas terapias para elas”.

Para o Prof. Adriano Andricopulo – docente e pesquisador do IFSC/USP – “os restantes seis fármacos aprovados de 2012 para cá para esse grupo de doenças foram reposicionados, biológicos ou novas formulações. Os reposicionados, por exemplo, eram aplicados no tratamento de outras enfermidades e acabaram sendo aprovados para novos usos clínicos. Em todos os casos não se trata do que chamamos de novas entidades químicas, que são fruto de inovação em relação à diversidade química e aplicação terapêutica”.

A OMS estabeleceu como meta para 2030 acabar com as epidemias de doenças negligenciadas. Além disso, a Declaração de Londres sobre Doenças Tropicais Negligenciadas, de 2012, estabeleceu planos de ação para controlar, eliminar ou erradicar dez dessas doenças até 2020.

“Ao incorporar ciência e tecnologia na fronteira do conhecimento, a pesquisa e desenvolvimento de medicamentos para doenças negligenciadas progrediu consideravelmente. No entanto, o estudo revela uma grande distância entre o impacto dessas doenças e o desenvolvimento de novas terapias para elas,” escreveram os autores, em notícia publicada pela Agência FAPESP.

Os pesquisadores destacam, no entanto, o grande avanço que será a liberação do fexinidazol para tratar a tripanossomíase africana humana, em 2019. “Agora está sendo testado para doença de Chagas”, disse Andricopulo.

(Com informações da Agência FAPESP)

Assessoria de Comunicação –IFSC/USP

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Instituto de Física de São Carlos - IFSC Universidade de São Paulo - USP
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