A teoria quântica alia duas características instigantes: sucesso preditivo e fundamentação controversa. Uma das mais dramáticas distinções entre a teoria quântica e teorias clássicas está a não-localidade, no sentido de John Bell: experimentos de correlação entre partículas distantes podem exibir correlações inconsistentes com noções muito básicas que acompanharam o pensamento ocidental por séculos. Ainda que a não-localidade seja a versão mais dramática dessa distinção entre correlações clássicas e quânticas, ela é só um caso particular do que se chama contextualidade. Nessa palestra pretendemos explicar o que é contextualidade, apresentar surpreendentes contribuições da teoria de grafos ao estudo de contextualidade em geral e não-localidade, em particular, abordando de maneira introdutória trabalhos recentes e futuros.