Notícias

11 de fevereiro de 2022

Colação de Grau do IFSC/USP – “Olhem bem para cima e mirem as estrelas, porque a ciência sempre prevalecerá”

É estranho assistir a uma Colação de Grau remota… Muito estranho, mesmo. Falta o olhar direto dos alunos, dos professores, faltam os sorrisos, os gestos, falta o calor humano que sempre rodeia todos e que em um momento como este nos transmite um sentimento de saudade. É algo extraordinariamente estranho, talvez indescritível para muitos, algo que se sentiu no final da tarde do dia 03 deste mês de fevereiro, com a Colação de Grau da 29ª Turma do Curso de bacharelado em Física; 13ª Turma do Curso de bacharelado em Física Computacional; 13ª Turma do Curso de Bacharelado e Ciências Físicas e Biomoleculares; e a 25ª Turma do Curso Interunidades de Licenciatura em Ciências Exatas, que congrega alunos dos Institutos de Física (IFSC/USP), Química (IQSC/USP), e Ciências Matemáticas e de Computação (ICMC/USP) da USP de São Carlos.

Presidida pelo Diretor do IFSC/USP, Prof. Vanderlei Bagnato, esta Colação de Grau cumpriu o habitual ritual, embora remoto, com as participações dos alunos, familiares, amigos, docentes e pesquisadores, além dos respectivos responsáveis pelos cursos, a saber: Profª Tereza Cristina da Rocha Mendes (Vice-Presidente da Comissão de Graduação); Profª Cibelle Celestino Silva (Coordenadora do Curso Interunidades de Licenciatura em Ciências Exatas); Prof. Frederico Borges de Brito (Coordenador do Curso de Bacharelado em Física); Prof. Gonzalo Travieso (Coordenador do Curso de Bacharelado em Física Computacional); e Prof. João Renato Carvalho Muniz (Coordenador do Curso de bacharelado em Ciências Físicas e Biomoleculares). Como convidado especial esteve presente o Prof. Emanuel Carrilho, Diretor do Instituto de Química de São Carlos (IQSC/USP).

Em sua intervenção inicial, o Diretor do IFSC/USP salientou a enorme responsabilidade que todos os formandos passaram a ter a partir daquele momento. Calculando-se que a sociedade investe cerca de R$500 mil por cada aluno que conclui sua formação, sendo que os professores têm a responsabilidade de dar uma formação excelente, o Prof. Vanderlei Bagnato sublinhou que a partir do momento da Colação de Grau os formandos têm a responsabilidade de fazerem a diferença, de retribuir, com seu esforço, trabalho e conhecimento, esse investimento que a sociedade fez para todos eles. Salientando o momento estranho que se vive há mais de dois anos, o Diretor do IFSC/USP informou que essa seria sua última cerimônia de Colação de Grau, já que seu mandato termina no próximo mês de março, tendo pontuado que se deixou de fazer muita coisa por conta dessa situação “Fizemos o que pudemos e por isso pedimos desculpa. Realizar as coisas à distância nem sempre traz tudo aquilo que gostaríamos de dar. Participar de um ensino superior é uma experiência de vida que vai muito além da formação técnica, já que ela traz o ensinamento de aprender como ser e como não ser, ter colegas, aprender profissionalmente como conviver através de diversas situações, e isso tudo não dá para fazer de forma virtual”, enfatizou o docente.

Ao relembrar que este novo contingente de formandos e formandas ainda tiveram metade de seus cursos de forma presencial, o Diretor do IFSC/USP sublinhou que essa mudança radical para o ensino remoto fez muita diferença, impactou na vida de todos. “A nossa convivência não é igual a uma conversa online. Ensinar à distância é algo de que sou fã, já que há muito tempo que realizo cursos online, daí que não ache que esse ensino seja errado, muito pelo contrário. Contudo, ele não substitui o ensino presencial, já que essa experiência é algo inerente ao ser humano, que aprende com as experiências, o que é fundamental. Lamento não termos podido dar a vocês o experimento humano ao longo dos dois últimos anos, pois professores presenciais são indispensáveis”, sublinhou o Prof. Vanderlei Bagnato.

 

Em sua curta oratória, o Prof. Emanuel Carrilho, Diretor do Instituto de Química de São Carlos (IQSC/USP), dedicou primeiramente uma palavra de apreço e admiração aos familiares dos formandos e formandas, que, numa situação muito complicada, não deixaram de dar todo o apoio e ajuda. Aos jovens, o Prof. Emanuel Carrilho afirmou “Vocês viveram dois mundos – o presencial e o online – em uma Unidade e da Universidade de São Paulo, que é de classe mundial. Vocês são sobreviventes… Vocês são vitoriosos…”.

“Esta é uma Colação de Grau bizarra…”, começou por afirmar a Profª Tereza Cristina da Rocha Mendes em sua oratória, afirmando que esse foi, como todos os outros, um bom investimento da sociedade, mas com mais luta e sacrifício devido à situação pandêmica. “Formar vocês constitui a principal razão de nós existirmos. Vocês foram as turmas que mais sofreram até hoje e por isso eu tenho muito respeito por vocês terem terminado seus cursos”, enfatizou a docente.

Visivelmente feliz pelo número de jovens formado no Curso Interunidades de Licenciatura em Ciências Exatas (25), a Profª Cibelle Celestino Silva recordou o desafio que foi para alunos e professores terem encarado todas as dificuldades, e principalmente pelo fato dos alunos e alunas terem realizado seus estágios de forma remota, mas com muito sucesso. “Tentamos fazer o melhor possível e espero que vocês possam atingir todos os objetivos. Estaremos sempre com nossas portas abertas”, sublinhou a docente.

Os Profs. Frederico Brito e Gonzalo Travieso foram os oradores seguintes, sendo que para o primeiro, esta cerimônia de Colação de Grau é uma celebração. “Vocês conseguiram se formar no meio de uma sociedade que desigual e preconceituosa, em que uma porcentagem não preza o conhecimento e que cultua mais o parecer do que o ser verdadeiro. O que vocês fizeram é uma conquista extraordinária no meio de uma persistente desvalorização que sofremos na educação e na ciência brasileira”. Ao afirmar que a luta não foi fácil e que não houve “corpo mole” de alunos e professores, o docente afirmou que “Nossos formandos e formandas nos ajudarão a formar uma sociedade melhor, mais justa”.

Para o Prof. Gonzalo Travieso, a Colação de Grau mais não é do que um rito de passagem, uma devolução daquilo que a sociedade investiu. “Vocês agora são profissionais, inclusive aqueles que seguem o caminho da Academia, pois irão se dedicar a trabalhos de pesquisa. Espero que tenhamos ajudado vocês em sua formação para que cheguem no topo”, enfatizou o docente.

O último coordenador a usar da palavra foi o Prof. João Renato Muniz, que lembrou o período difícil para alunos, pais e professores. “Vocês devem se sentir como verdadeiros heróis depois deste período horrível. Absorveram o conhecimento e agora vão devolver esse conhecimento para a sociedade. Olhem bem para cima e mirem as estrelas, porque a ciência sempre prevalecerá”.

Além do tradicional juramento e das oratórias, esta cerimônia contou ainda com a atribuição dos Prêmios “Bernhard Gross”, atribuídos aos alunos que mais se destacaram nos seus respectivos cursos.

Vencedores:

Curso de Bacharelado em Física – Davi Bessa de Sousa;

Curso de Bacharelado em Física Computacional – Gabriela Ruiz;

Curso de Bacharelado em Ciências Físicas e Biomoleculares – Renan dos Reis;

Curso Interunidades de Licenciatura em Ciências Exatas – Habilitação Física – Angelica Carrillo Silva;

“Ser feliz…”

Esta cerimônia de Colação de Grau terminou com um texto lido pelo Diretor do IFSC/USP, inspirado em pensamentos oriundos da Pontifícia Academia do Vaticano, da qual o Prof. Vanderlei faz parte, representando o Brasil, e dedicado a todos os jovens que terminaram sua formação.

“Você pode ter defeitos, viver ansioso e ficar irritado algumas vezes, mas não esqueça que sua vida é o maior empreendimento do mundo para você e para muitos aos seu redor. Só você pode evitar que esse empreendimento, que é sua vida, vá à falência. Há muitas pessoas que admiram e torcem por você. Gostaria que você sempre se lembrasse de que ser feliz não é ter um céu sem tempestade, caminhos sem acidentes, trabalho sem fadiga, relacionamentos sem decepções. Ser feliz é encontrar força no perdão, esperança nas batalhas, segurança no palco do medo e amor nos desencontros. Ser feliz não é apenas valorizar o sorriso, mas refletir sobre a tristeza. Esqueça aqueles que quiseram levar você para baixo, não se incomode com eles. Deseje a eles vida longa para verem você subir. Ser feliz não é apenas comemorar o sucesso, mas aprender lições nos fracassos. Ser feliz não é apenas ter júbilo nos aplausos, mas encontrar alegria no anonimato. Ser feliz é reconhecer que vale a pena viver a vida apesar de todos os desafios e incompreensões e períodos de crise. Ser feliz não é uma fatalidade do destino e nem um acaso, mas uma conquista de quem sabe viajar para dentro do seu próprio ser. Ser feliz é deixar de ser vítima dos problemas e se tornar um ator da própria história. Ser feliz é atravessar desertos fora de si, mas ser capaz de encontrar um oásis no íntimo do seu ser. É ter coragem para ouvir um NÃO e ter segurança para receber uma crítica, mesmo que injusta. Ser feliz é ter maturidade para falar ME PERDOE, o que é raro nos dias atuais. É ter sensibilidade para expressar EU PRECISO DE VOCÊ, VOCÊ FOI ÚTIL PARA MIM.

Vocês começaram agora novos caminhos e quando errarem esses caminhos recomecem tudo de novo, pois assim serão cada vez mais apaixonados por suas vidas e na busca por sua felicidade.

Jamais desistam de vocês mesmos…

Jamais desistam das pessoas que vocês gostam…

Jamais desistam de ser felizes.

Parabéns a todos vocês”.

Rui Sintra – Assessoria de Comunicação – IFSC/USP

Imprimir artigo
Compartilhe!
Share On Facebook
Share On Twitter
Share On Google Plus
Fale conosco
Instituto de Física de São Carlos - IFSC Universidade de São Paulo - USP
Obrigado pela mensagem! Assim que possível entraremos em contato..