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8 de julho de 2015

Veja a programação que envolve o IFSC

Entre os dias 12 e 18 de julho, a Universidade Federal de São Carlos (UFSCar) sediará a 67ª edição Reunião Anual da Sociedade Brasileira para o Progresso da Ciência (SBPC).

67_SBPC-_logoNa programação estão inclusos mini cursos, sessão de pôsteres, palestras, conferências, simpósios, sessões especiais, apresentações musicais, entre outras coisas.

O Instituto de Física de São Carlos (IFSC/USP) marcará forte presença no evento através de seus docentes e pesquisadores. Clique aqui para ter acesso às atividades da Reunião das quais o IFSC fará parte .

Para acessar a programação completa da 67ª Reunião Anual da Sociedade Brasileira para o Progresso da Ciência (SBPC), clique aqui.

Assessoria de Comunicação

8 de julho de 2015

Curso de escrita científica traz novidades

Como parte da programação da 67ª Reunião Anual da Sociedade Brasileira para o Progresso da Ciência (SBPC), nos dias 14, 15, 16 e 17 de julho, das 8 às 10 horas, haverá mais uma edição do curso “Escrita de artigos científicos de alto impacto: estrutura e linguagem”, que será ministrado pelo docente do Instituto de Física de São Carlos (IFSC/USP) Valtencir Zucolotto.

Zuco-_mini_curso-_SBPCO curso terá duração total de oito horas, e será dividido em três tópicos principais: estrutura, linguagem e processo editorial, este último tópico sendo uma novidade no curso. “Falarei sobre como o artigo é processado pelo editor da revista para a qual o autor enviou seu artigo científico. Serão discutidas estratégias que poderão ser utilizadas pelos autores para impedir que o artigo científico seja negado imediatamente, fazendo uma análise sobre toda dinâmica do processo editorial das atuais revistas de alto impacto”, detalha Zucolotto, que atualmente é editor associado do Journal of Biomedical Nanotechnology.

Ele afirma que o novo tópico incluso é de grande importância, uma vez que a grande maioria dos artigos científicos é negada antes da revisão pelos referees, pelo fato de haver muito mais submissões do que espaço para processá-las e publicá-las. “70 a 80% dos manuscritos são negados imediatamente, sem sequer chegar ao referee. O editor, que é o primeiro a ter acesso ao artigo, lê alguns pontos específicos logo de imediato, como abstract e título. Darei dicas de como inserir essas informações de maneira adequada, impedindo assim a rejeição imediata”, explica o docente.

Confira abaixo a ementa do curso:

– aula 1: Introdução, Relevância e Motivação. Modulo 1: O Gênero Literário da Escrita Científica; O Artigo Científico Regular;

– aula 2: Estrutura (Linguística e Modelos). Módulo 2: Estrutura 1: Abstract; Módulo 3: Estrutura 2: Introduction; Módulo 4: Estrutura 3: Results and Discussion, Conclusion;

– aula 3: Linguagem. Módulo 5: Estilo; Linguagem 1: Especificidade, Complexidade e Ambiguidade; Módulo 6: Linguagem 2: Redundâncias, Ação no Verbo, Ritmo de Escrita; Módulo 7: Linguagem 3: Plain English, Estrutura de Parágrafos: Topic Sentences;

– aula 4: O Processamento de Manuscritos e o Processo editorial: Como evitar que meu artigo seja negado imediatamente pelo editor.

As inscrições para o mini curso poderão ser feitas no momento de sua realização.

Assessoria de Comunicação

8 de julho de 2015

Novo canal de comunicação

Através do Núcleo de Inovação Tecnológica da Universidade de São Paulo (NIT/USP), a Agência USP de Inovação lança um novo canal de comunicação direto com docentes da Universidade envolvidos com o tema Empreendedorismo e Inovação.

Este canal, denominado Informativo de Empreendedorismo, tem como objetivo divulgar as ações relacionadas aos temas em destaque, fortalecendo o apoio da Agência para com esses docentes, que formarão uma rede de conexão, podendo desenvolver atividades em conjunto, visando projetar, consolidar e divulgar o ecossistema de empreendedorismo e inovação da Universidade de São Paulo.

O referido meio de comunicação contará com um grupo de discussão online de docentes inseridos nas áreas de empreendedorismo e inovação (dei-auspin); boletim semanal com notícias, eventos, chamadas e materiais voltados a estas áreas; além de um boletim bimestral, cujas edições serão temáticas.

Neste primeiro Informativo, os temas em destaque são: A USP e o empreendedorismo; Ações da Agência USP de Inovação em prol do Empreendedorismo: reestruturando a área e Redes Internacionais de Empreendedorismo. Para conferi-lo na íntegra, clique AQUI.

Assessoria de Comunicação

8 de julho de 2015

IFSC/USP desenvolve nova estratégia

Pesquisadores do Grupo de Nanomedicina e diagnostico_leucemia_200Nanotoxicologia do Instituto de Física de São Carlos (GNano/IFSC) desenvolveram um protótipo de biossensor – dispositivo eletrônico – que é capaz de detectar, de forma mais rápida, a leucemia, doença maligna que acumula células anormais na medula óssea – tecido interno do osso -, afetando a produção de células sanguíneas – glóbulos vermelhos, glóbulos brancos e plaquetas -, podendo ocasionar anemias, infecções e hemorragias.

Essa pesquisa iniciou-se com a produção de uma nanopartícula de ouro revestida com jacalina – proteína extraída da jaca e que é atraída pelas células leucêmicas, que produzem grande quantidade de açúcar. Assim, essas nanopartículas, que são mil vezes menores que uma célula e que contêm um material que emite luz, invadem apenas as células afetadas clulas-fluorescencia-zucolotto_250pelo câncer. No laboratório do IFSC/USP, e em parceria com pesquisadores do Hemocentro da USP de Ribeirão Preto (SP), os pesquisadores coletaram amostras dos pacientes e deixaram-nas em contato com a proteína durante três horas, enxaguaram e centrifugaram as células, tendo posteriormente analisado os materiais em um microscópio de fluorescência. Se na imagem da interação entre a amostra e a nanopartícula houver luz fluorescente, significa que é uma célula cancerosa, explica o Prof. Dr. Valtencir Zucolotto, pesquisador responsável pela pesquisa.

Com essa metodologia, Zucolotto orientou a ex-aluna de mestrado do IFSC/USP, Valeria Marangoni, na inserção daquelas nanopartículas de ouro em um eletrodo, ou chip, para a construção de um dispositivo semelhante ao utilizado na detecção da glicose. Inserimos o sangue com as células do paciente no chip e, através da resposta elétrica, é possível saber se as células em contato com o eletrodo são saudáveis ou de leucemia, diz Zucolotto.

Segundo o pesquisador, ZUCOLOTTO_350embora o diagnóstico da leucemia possa ser feito através de análises clínicas muito eficientes, o certo é que as técnicas têm um alto custo e, em muitas vezes, são bastante complexas. Já o biossensor, que deverá ser portátil, prático e de baixo custo, poderá ser adquirido comercialmente e utilizado em ambulatório. A nossa ideia não é eliminar os testes que existem hoje, mas, sim, disponibilizar uma ferramenta complementar, para que possa ser feita uma primeira análise de forma mais rápida e acessível à sociedade, conclui ele.

A próxima etapa desse trabalho será realizar novos testes em diferentes células leucêmicas, no sentido de se investigar quais os tipos de células doentes que mais se aplicam ao biossensor, bem como ampliar o número de amostras de pacientes. A expectativa é que, após a conclusão desses estudos, o dispositivo possa ser fabricado por alguma empresa interessada e disponibilizado comercialmente.

Dois artigos sobre este estudo foram já publicados este ano na revista Applied Surface Science e ChemElectroChem.

Assessoria de Comunicação

7 de julho de 2015

Multi-Channel MRI

Na tarde do dia 07 de julho, o Instituto de Física de São Carlos (IFSC/USP) recebeu o Prof. Dr. John Thomas Vaughan Jr., da University of Minnesota (EUA), que apresentou o seminário Multi-Channel MRI, no Anfiteatro Prof. Horacio C. Panepucci (Anfi-Azul), em nossa Unidade.

JOHN_VAUGHAN_350Em sua apresentação, o docente abordou vários temas, incluindo os primórdios da Imagem por Ressonância Magnética (IRM) de múltiplos canais, a aquisição de imagens utilizando conceitos de transmissão e aquisição em múltiplos canais de RF, os transdutores de Ressonância Magnética em campos altos, o estado da arte em sistemas clínicos atuais, bem como os sistemas de tune/match, distribuídos para otimização dos parâmetros elétricos dos probes de Ressonância Magnética.

Após ter realizado seu bacharelado em engenharia elétrica e biologia, na Auburn University (EUA), John Vaughan trabalhou no Kennedy Space Center (EUA), na NASA*. Em 1989, o pesquisador tornou-se engenheiro-chefe na University of Alabama (EUA), tendo realizado seu doutorado em engenharia biomética na University of Alabama at Birmingham (EUA). Ele, que já foi professor assistente na Harvard University (EUA), atua como docente na University of Minnesota. Para conferir o perfil completo do palestrante, clique AQUI.

Este seminário foi organizado pelo Centro de Imagens e Espectroscopia in vivo por Ressonância Magnética – CIERMag.

*The National Aeronautics and Space Administration.

Assessoria de Comunicação

6 de julho de 2015

No rastro da matéria escura

ENERGIA_ESCURA_200No mês de junho, a pesquisadora Jessica Arab Marcomini, ex-aluna do Instituto de Física de São Carlos (IFSC/USP), defendeu sua tese de mestrado intitulada Estudo da possibilidade de detecção da matéria escura com telescópio Cherenkov, onde propõe um modelo de detecção de matéria escura do universo, através do telescópio Cherenkov, supondo que essa substância seja constituída por uma partícula chamada neutralino*. O projeto foi orientado pelo Prof. Dr. Luiz Vitor de Souza Filho, docente do Grupo de Física Computacional e Instrumentação Aplicada de nossa Unidade.

Estudando o invisível

Embora a astronomia já tenha MATERIA_ESCURA_2_300descoberto a existência de matéria escura, graças à força gravitacional existente em determinados corpos ainda não identificados, pouco se sabe sobre ela, uma vez que essa matéria não emite luz, o que a torna invisível e dificulta o estudo deste misterioso elemento pelos pesquisadores. Temos certeza que a matéria escura existe, porque às vezes vemos objetos girando em torno de algo massivo, tal como os planetas que circulam ao redor do sol. Esse mesmo fenômeno acontece em situações em que não enxergamos essa massa, que no caso é a matéria escura. Basicamente, sabemos que ela está lá, mas não conseguimos vê-la, explica Luiz Vitor. Para que se possa imaginar a importância dessa substância, acredita-se que a matéria escura representa 24% de tudo o que há no universo, enquanto a matéria ordinária, elemento que nos compõe e nos cerca, é responsável por 4% – os outros 72% referem-se à energia escura, algo que ainda é menos conhecido pelos cientistas.

JESSICA_MARCOMINI_350Em síntese, o objetivo desse trabalho, de acordo com a pesquisadora, foi estudar o comportamento de possíveis partículas que compõem a matéria escura, buscando detectar um fluxo de raios gama**, com o intuito de prever os limites do telescópio Cherenkov, caso a matéria escura seja composta pela partícula neutralino: O intuito não foi tentar prever o que o telescópio poderá descobrir, mas, sim, analisar os limites do equipamento, explica ela, cujo interesse nesse estudo se deve à futura criação do Cherenkov Telescope Array (CTA), observatório astronômico que deverá ser criado daqui a alguns anos, com a instalação de telescópios no hemisfério norte e sul, a fim de viabilizar os estudos sobre a matéria escura e outros fenômenos de nosso universo. O CTA é uma tentativa de fazer um grande salto nesse campo. Acreditamos que ele melhorará muito a compreensão de tudo o que já foi estudado na astrofísica, porque deverá detectar elementos dez vezes mais fracos, tendo uma capacidade muito grande para analisar os fenômenos do universo, revela Luiz Vitor.

A expectativa pela detecção LUIZ_VITOR_350da matéria escura é enorme, já que essa substância pouco conhecida poderá, talvez, ocasionar a descoberta de novos materiais e, eventualmente, revolucionar o universo da física. Se dermos um passo para entender a matéria escura, abriremos uma nova janela na física; uma nova ciência, afirma o docente do IFSC/USP, destacando o papel da astrofísica na busca pela identificação dessa substância invisível. Recentemente, os membros do AMS-02*** publicaram um artigo muito importante sobre a detecção da matéria escura. Aliás, a Profa. Dra. Manuela Vecchi, do nosso Instituto, faz parte deste projeto.

Os mistérios do universo

A matéria escura, segundo Luiz Vitor, é apenas um dos grandes mistérios de nosso universo, tendo em vista que grande parte desse “espaço infinito” ainda não foi estudado e isso inclui a energia escura; os mecanismos que produzem eventos de alta energia – Gamma-ray burst; o próprio espaço-tempo; o processo de formação de estrelas e como elas morrem, entre diversas outras questões que o ser humano ainda não foi capaz de responder. Além disso, outra incógnita é o desenvolvimento do próprio universo, que envolve a simetria entre matéria e anti-matéria, substâncias compostas, respectivamente, por partículas e antipartículas. Nosso universo é predominantemente matéria, mas nasceu equilibrado. Contudo, não sabemos como ele se desequilibrou, produzindo mais matéria do que anti-matéria, diz ele.

CTA-Observatory_500Ilustração do futuro observatório aberto do Cherenkov Telescope Array (Crédito: CTA)

Devido a esse e vários outros mistérios, a área de astrofísica apresenta-se como um dos campos de estudo mais promissores para o descobrimento de diversos enigmas, nos dando a esperança de que um dia tenhamos respostas sobre a origem do espaço, da Terra e, inclusive, de nossa própria existência.

Com o mestrado no IFSC concluído e embora apaixonada pelo Universo, Jessica Marcomini planeja ir à Inglaterra ainda este ano, já que o mercado a atrai mais que o setor acadêmico. Gosto da academia, mas tenho interesse em trabalhar em agência bancária, atuando com modelagem, economia e finança, conclui a pesquisadora, de apenas 24 anos, que já descobriu que o físico tem muitas portas de entrada para o setor produtivo, inclusive no setor financeiro.

*Partícula descrita pela supersimetria – teoria da física que prediz que toda partícula tem um primo supersimétrico. Ou seja, de acordo com a teoria, o neutralino, por exemplo, tem uma “família” de partículas a ser descoberta;

**Radiações eletromagnéticas;

***O Espectrômetro Magnético Alfa é um detector de partículas, que está instalado na Estação Espacial Internacional (ISS, na sigla em inglês) desde 2011.

Assessoria de Comunicação

6 de julho de 2015

Do que é formado o universo?

Quando os primeiros astrofísicos começaram a estudar o universo, tinha-se a seguinte concepção sobre ele: toda matéria visível diretamente observada, como planetas, estrelas e outros objetos, era formada pelo mesmo tipo de partículas (prótons, nêutrons e elétrons) que constituem os objetos que conhecemos e, inclusive, nós mesmos.

Em meados dLente_graviational-_scienceblogs.como século XX, alguns objetos astrofísicos, como as galáxias, começaram também a ser estudados, e, devido à dinâmica de movimento das mesmas, notou-se que deveria haver muito mais do que matéria visível presente no universo. O ponto chave para tal conclusão foi o seguinte: estudando-se a dinâmica de algumas galáxias, percebeu-se, com base na teoria da gravidade, formulada por Isaac Newton em 1687, que é capaz de prever a influência que a massa de um corpo exerce sobre outro corpo, que a matéria visível sozinha não seria suficiente para fazer a galáxia se mover da maneira que era observado. “Foi quando se resolveu fazer a pergunta contrária: quanto de massa deveria existir para que as galáxias fossem capazes de fazer o movimento observado? E concluiu-se que era necessária uma quantidade de massa cerca de cinco vezes maior para que isso fosse possível”, explica o docente do Grupo de Física Teórica do Instituto de Física de São Carlos (GFT-IFSC/USP), Daniel Augusto T. Vanzella.

Na década de 1930, quando essa afirmação foi feita pela primeira vez, pouca atenção foi dada ao fato. Até que, em fins do século XX e início do século XXI, mais evidências foram sendo acumuladas. Por exemplo, tendo-se como base a teoria da gravidade de Einstein, as “lentes gravitacionais”, fenômeno de desvio de luz originado pela presença de um corpo de grande massa entre uma estrela qualquer e um observador, fornece hoje evidência inequívoca de que a matéria visível não pode dar conta de tudo. “O tamanho do desvio depende da quantidade de massa dos corpos envolvidos. Através de novos cálculos, verificou-se, novamente, que uma quantidade cinco vezes maior de massa era necessária para que o desvio de luz verificado fosse possível”, elucida Vanzella.

Há ainda outra evidência numa escala muito maior, cosmológica. Há 14 bilhões de anos, quando se acredita que o universo tenha sido formado, e não havia, ainda, a presença de qualquer estrela, sua homogeneidade era muito grande. À época, tinha-se a presença de plasma (gás ionizado) a uma temperatura altíssima. Como o universo poderia, então, ter evoluído para a heterogeneidade que observamos hoje? “A explicação para isso, novamente, é baseada na atração gravitacional. A rapidez para tal evolução também exigia a presença de mais massa no universo”, explica o docente.

Na escuridão

Diante de todas as evidências retiradas de contextos completamente diferentes, a conclusão sobre a existência de uma quantidade de massa cinco vezes maior do que a visível tornou-se um fato para os astrofísicos e outros estudiosos da área. Porém, não se tem qualquer informação a respeito do que pode formar essa massa que, por esse motivo foi batizada como “matéria escura “*. “Só sabemos que ela existe por causa de seus efeitos gravitacionais. Mas, até hoje, não temos nenhuma informação sobre sua identidade. O fato de não enxergarmos a matéria escura é justamente pelo fato de ela provavelmente não emitir ou interagir com a luz que, nesse contexto, refere-se também a ondas eletromagnéticas”, conta Vanzella.

Por não interagir com qualquer tipo de onda eletromagnética (raios gama, raios-X, micro-ondas etc.), é muito difícil conseguir-se qualquer informação a respeito da matéria escura já que, até o momento, é principalmente através dessas interações que qualquer corpo pode ser estudado e, inclusive, visualizado. “Hoje em dia, acreditamos que cada galáxia é envolvida por um tipo de ‘bola’ [halo], composta por matéria escura”, explica Vanzella. “Pesquisadores do LHC já tentam produzir matéria escura no CERN”.

Vanzella-_materia_barionica_e_escura_e_energia_escuraMesmo com a comprovação da existência de matéria escura, feita até a primeira década deste século, os estudiosos continuaram a encontrar lacunas. Sabia-se que o universo continuava expandindo, mas se acreditava que de maneira desacelerada. “Se matéria escura e bariônica, que são igualmente influenciadas pela gravidade, de fato compusessem 100% do que existe no universo, sua expansão continuaria, porém cada vez mais lenta. Mas, na década de 1990, os astrofísicos Saul Perlmutter, Brian Schmidt e Adam Riess ** descobriram que o universo continua se expandindo, mas de maneira acelerada”, elucida o docente . “Além disso, através de diversos cálculos, baseados na chamada ‘radiação cósmica de fundo’, verificou-se que a seção espacial do universo é plana. Com os parâmetros oferecidos pela teoria da gravitação, para que esse formato plano seja possível, cerca de 70% do conteúdo total do universo precisa ser composto por algo ainda mais exótico, a ‘energia escura'”.

Afinal, estamos sozinhos no universo?

Ainda que a existência de vidas inteligentes fora da Terra tenha inspirado inúmeras produções hollywoodianas, até o momento não existe qualquer comprovação desse fato. Aliás, não foi verificada a existência de qualquer tipo de vida fora de nosso planeta, mesmo que no formato de micro-organismos. No entanto, pensar que tudo o que existe no mundo corresponde apenas a 5% do que existe no universo, parece pretensão- ou até mesmo ilusão- achar que estamos sozinhos.

Muitos não acreditam na nossa “exclusividade” no universo, e levam a ideia a sério. Exemplo disso é o SETI Institute, do qual faz parte dezenas de cientistas de todo o mundo com um objetivo em comum: procurar por vida extraterrestre. Como eles pretendem fazer isso? Capturando sinais eletromagnéticos vindos do espaço. “Se de fato existir alguma civilização tão ou mais avançada do que a nossa no universo, provavelmente ela está muito longe, pois, com exceção do Sol, a estrela mais próxima da Terra está a uma distância de quatro anos-luz. Mas, se alguma civilização realmente existir, acredito que a maneira mais promissora apresentada até o momento para comprovar esse fato seja o projeto SETI”, opina Vanzella.

SETI-_logoO projeto SETI utiliza enormes radiotelescópios para tentar detectar sinais de uma civilização avançada que utilize comunicação eletromagnética. O famoso livro do astrônomo Carl Sagan, Contato, tem exatamente esse mote, e já serviu de enredo a uma produção hollywoodiana lançado em 1997, que leva o mesmo nome da obra do pesquisador. “Os membros do projeto SETI captam uma enorme quantidade de dados vindos do espaço, e analisam esses dados para tentar encontrar algo que não seja explicado por fenômenos naturais. Mas, até o momento, nada foi detectado”, diz Daniel.

Em 1977, um operador de plantão do Observatório Astronômico da Universidade de Ohio (EUA), visualizou a mensagem “Wow!” entre as dezenas de metros de papel impressos por um computador acoplado a um radiotelescópio- o que nunca mais foi repetido posteriormente. Em 1981, a astrônoma da NASA Jill Tarter captou estranhos sinais durante cinco dias seguidos, no radiotelescópio Arecibo instalado em Porto Rico. O entusiasmo com a “descoberta” durou pouco: mais tarde, ela descobriu que apenas se tratava do transceptor de rádio dos automóveis dos vigias***.

Pensando-se que temos pouquíssimo conhecimento sobre 95% da formação do universo, encontrar vida fora da Terra, especialmente vida inteligente, parece fora de cogitação. Mas os estudos sobre os elementos que formam nosso universo continuam. E, se depender dos entusiasmados estudiosos da área, muito ainda poderá ser desvendado, inclusive a dúvida sobre estarmos, ou não, sozinhos.

Observações:

1) Galáxias são definidas como um aglomerado de estrelas. Assim como as estrelas, elas não são igualmente distribuídas pelo universo. Portanto, também tendem a se aglomerar;

2) Diferente da matéria escura, que se distribui de maneira parecida com a matéria visível, a energia escura é distribuída homogeneamente, não se aglomerando em pequenos pedaços. Matéria escura (e também a bariônica) provoca gravidade, enquanto a energia escura é capaz de provocar um tipo de “repulsão” gravitacional. O que elas têm em comum? Ninguém ainda conseguiu descobrir do que ambas são formadas.

Imagem 1:representação de uma Lente gravitacional. Crédito: scienceblogs.com

*O termo “matéria bariônica” passou a ser genericamente utilizado para se referir à matéria ordinária que já conhecíamos

**Essa descoberta rendeu aos pesquisadores o prêmio Nobel de física de 2011

*** Fonte: http://super.abril.com.br/tecnologia/a-procura-de-extraterrestres

 

Assessoria de Comunicação

3 de julho de 2015

Atualização da Produção Científica do IFSC

Para ter acesso às atualizações da Produção Científica cadastradas em junho de 2015, clique aqui ou acesse o quadro em destaque (em movimento) ao lado direito da página principal do Instituto de Física de São Carlos (IFSC/USP).

A figura ilustrativa foi extraída de artigopublicado recentemente por pesquisador do IFSC, no periódico The Journal of Physical Chemistry C.

PC-06-15

Assessoria de Comunicação

2 de julho de 2015

New methodologies for examining neuronal ensembles in addiction

BRUCE_HOPE_250Realizou-se na tarde do dia 2 de julho mais um seminário organizado pelo Grupo de Cristalografia do Instituto de Física de São Carlos (IFSC/USP), onde o Dr. Bruce Thomas Hope, do National Institute on Drug Abuse – NIDA (Estados Unidos), ministrou a palestra New methodologies for examining neuronal ensembles in addiction, na sala 201, na Área II do Campus USP – São Carlos.

Em sua apresentação, o especialista destacou algumas metodologias que julga importantes para investigar alterações, tanto moleculares, quanto genéticas, em neurônios que armazenam as informações que tornam um indivíduo dependente a uma determinada substância. Essas estratégias, propostas pelo pesquisador e sua equipe, têm sido publicadas na prestigiada revista científica Nature.

Hope é bacharel em Bioquímica pela University of British Columbia, Canadá, e doutor pelo Department of Psychiatry, da citada universidade canadense. Para saber mais sobre o currículo de Bruce Hope, incluindo suas áreas de interesse, clique AQUI.

Assessoria de Comunicação

2 de julho de 2015

IFUSP recebe 22ª Reunião

O Instituto de Física da Universidade de São Paulo (IFUSP) receberá entre os dias 09 e 11 de setembro próximo, a 22ª Reunião da Associação Brasileira de Cristalografia (ABCr), ocorrendo igualmente nesse período a primeira edição da Reunião da Latin American Crystallographic Association (LACA), cujo objetivo é reunir cristalógrafos dos países integrantes da associação.

A programação de ambos os eventos incluirá conferências, debates e apresentação de trabalhos.

Os interessados em submeter resumos, que forem solicitar ajuda financeira, têm até o dia 10 de julho; os demais, até 10 de agosto. Entre os temas disponíveis estão Polycrystals,MaterialsEducation in Crystallography.

As inscrições podem ser feitas até 10 de agosto pelo SITE do evento.

Assessoria de Comunicação

2 de julho de 2015

Evolução de genes do parasita da Esquistossomose

Uma pesquisa desenvolvida no Instituto de Física de São Carlos (IFSC/USP) tem o propósito de esclarecer a evolução de alguns genes que codificam proteínas do Schistosoma mansoni, parasita causador da Esquistossomose, segunda doença parasitária que mais faz vítimas no mundo, atrás apenas da Malária. A Esquistossomose, conhecida também como “Barriga d’água”, é transmitida por caramujos que hospedam o Schistosoma temporariamente, e penetra na pele de humanos quando entram em contato com a água habitada pelos moluscos.

Com efeito, pesquisadores do IFSC/USP descobriram uma classe de proteínas denominada genes de micro-exons. Além de características inusitadas, esses genes são compostos por pequenos exons – pedaços de genes que codificam proteínas – que podem ser utilizados para a geração de variações antigênicas; ou seja, a partir de um gene, essa classe pode produzir outras proteínas variantes. Além disso, esse complexo sistema genético, nunca descrito em nenhum outro organismo, permite a produção de proteínas secretadas pelo parasita.

Grande parte das proteínas codificadas pelos micro-exons é secretada no esôfago do Schistosoma mansoni, uma região bastante exposta do parasita. Contudo, em algumas análises computacionais executadas pelos pesquisadores, foi possível observar que as proteínas do parasita, expostas ao sistema imune do hospedeiro, evoluem rapidamente obtendo uma taxa de mutação muito maior do que outras proteínas deste organismo.

O artigo deste estudo, RICARDO_DE_MARCO_350destacado pela Genome Biology and Evolution em janeiro último, descreve essa análise computacional que tem ajudado a compreender a evolução desses genes: ao comparar os mesmos genes de diferentes espécies do Schistosoma, constatou-se que o nível de identidade entre essas classes é baixo. Quando estudamos a evolução, precisamos comparar organismos diferentes para verificá-los e tentar inferir o processo evolutivo que ocorreu ao longo de milhões de anos, explica o Prof. Dr. Ricardo De Marco, docente do Grupo de Biofísica Molecular “Sérgio Mascarenhas” do Instituto de Física de São Carlos (IFSC/USP) e autor do referido artigo, em conjunto com a pesquisadora Gisele Philippsen (IFSC/USP) e o Prof. Dr. Alan Wilson, da University of York, Reino Unido.

Essas mutações ocorrem comumente em qualquer organismo. Embora na maioria dos seres essas evoluções sejam negativas, observou-se que as mutações das citadas proteínas expostas ao sistema imune têm caráter positivo para o parasita, principalmente, em razão do Schistosoma se instalar por um longo período no corpo humano, fazendo com que o nosso sistema possa reconhecer e combater o parasita através da identificação dessas proteínas. O problema, segundo De Marco, é que esta classe de proteínas sofre variações e, por este motivo, o sistema imunológico não produz os anticorpos necessários para combater o Schistosoma mansoni, mantendo-o livre dentro do corpo humano. Esse método beneficia os organismos que já sofreram mutações. Quando observamos esse processo evolutivo, vemos que as proteínas se alteram rapidamente e o número de variações dessa classe é grande entre cada espécie do Schistosoma, diz ele.

Para compreender essa evolução, os pesquisadores compararam a taxa de mutações sinônimas – quando a mudança no DNA do organismo não acarreta em mudança da proteína codificada pelo mesmo – e não-sinônimas – quando ocorrem alterações no DNA do organismo que mudam as proteínas. Ao medirem esses parâmetros, computacionalmente, os especialistas notaram que, no caso de genes que codificam proteínas do Schistosoma expostas ao sistema imune, havia uma taxa de mutação não-sinônima muito mais alta em relação àquelas comumente observadas. Isso mostra que existe algo que induz a proteína a evoluir. Além dos genes micro-exons, outras duas classes de proteínas também apresentaram alta taxa de mutação, sendo que ambas são consideradas candidatas vacinais, afirma Ricardo De Marco.

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Atualmente, está disponível no mercado um fármaco eficiente no combate ao Schistosoma. Porém, esse medicamento elimina apenas o parasita que está hospedado no organismo humano, não protegendo o indivíduo de futuras infecções. O fármaco que está à venda é muito bom. Mas, para o Schistosoma é importante o desenvolvimento de uma vacina, pois ao contrário do fármaco, ela oferece uma proteção permanente, que impede a reinfecção, explica o docente do IFSC/USP, que agora está investigando a estrutura das proteínas do parasita.

O alto grau de diferentes mutações dificulta enormemente o desenvolvimento de vacinas que possam combater o Schistosoma. Portanto, o referido trabalho deverá resultar na melhor compreensão da relação entre parasita e hospedeiro, bem como na verificação de dados que poderão preencher esse campo de pesquisa, já que, ao entender essa rápida evolução, será possível descartar várias estratégias cogitadas para derrotar o parasita, podendo, talvez, acelerar o desenvolvimento de uma possível vacina que seja eficiente no combate, prevenindo a reinfecção do indivíduo.

(Ilustrações: Crossword911 / Arquivo pessoal)

Assessoria de Comunicação

2 de julho de 2015

Os desafios da nanotecnologia a serviço da medicina

Com a rápida evolução verificada nas últimas décadas nas áreas da ciência e tecnologia, mais perceptível e plenamente compreendida pelas sociedades científica e acadêmica, torna-se inevitável que o cidadão comum fique, na sua grande maioria, afastado dos grandes avanços, principalmente aqueles que estão diretamente ligados à sua saúde e bem-estar. Embora ocupe um espaço de primordial importância na sociedade, que influencia todos os restantes setores produtivos, a medicina continua – e continuará sendo – a pedra basilar para o bem-estar da sociedade e para o desenvolvimento social, traduzido na riqueza de qualquer nação.

A nanotecnologia veio revolucionar a medicina dita tradicional, com a introdução de novos conceitos e métodos nunca antes imaginados, que aumentaram a esperança de vida para milhões de pessoas, prevenindo, combatendo ou mesmo eliminando determinadas doenças que, até há bem pouco tempo, eram sinônimo de óbito.

E é para o cidadão comum que elaboramos esta matéria, na esperança que ele possa ter uma informação que, embora condensada, possa colocá-lo a par de tudo aquilo que está, hoje, ao seu alcance.

NANOTECNOLOGIA_250A nanotecnologia*, ou nanociência, área em que se estuda a combinação de átomos e moléculas para a obtenção de novas ou melhoradas propriedades de materiais, tem se destacado como campo promissor para o desenvolvimento de novas tecnologias, cujas aplicações são executadas em diversos setores, incluindo o de saúde, energia e alimentos. Essa área de estudo ganhou repercussão após a famosa palestra ministrada pelo físico Richard Feynman, no encontro da Sociedade Americana de Física, que foi organizado pelo Instituto de Tecnologia da Califórnia – Caltech, na noite de 29 de dezembro de 1959, no hotel Huntington-Sheraton, em Pasadena, nos Estados Unidos.

Na ocasião, Feynman – que recebeu o Prêmio Nobel de Física em 1965, devido aos seus estudos sobre eletrodinâmica quântica – questionou se era possível escrever os 24 volumes da enciclopédia britânica na ponta de um alfinete, tendo enaltecido a frase que, além de ter aparecido como título em sua apresentação, é sempre relembrada por docentes e pesquisadores: Há muito espaço lá embaixo. Hoje, seus pensamentos, que inclusive lhe deram o título de “profeta”, são pilares que baseiam a nanotecnologia, área que se consolidou na década de 1980.

Com o fortalecimento da nanociência, muitos grupos de pesquisa começaram a trabalhar com a teoria da nanotecnologia, enquanto outros produziam e estudavam os materiais nanométricos. Nessa época, essas equipes já eram integradas por físicos, químicos, engenheiros, biólogos, entre outros especialistas. No final da década de 1990, os pesquisadores já combinavam nanopartículas com moléculas biológicas, ou seja, a partir dali, já foi possível ligar nanopartículas de ouro, ferro, ou até de prata, em enzimas, anticorpos ou proteínas.

Nanomedicina

Com a citada inovação, os nanomedicine_-_copyright_-_the_scientist_300materiais híbridos, que são desenvolvidos a partir de compostos orgânicos e inorgânicos, permitiram executar grandes avanços na medicina. O Prof. Dr. Chad A. Mirkin, diretor do International Institute for Nanotechnology, da Northwestern University, EUA, foi um dos cientistas pioneiros na produção de partículas poli ou multifuncionais, capazes de agregar diferentes funções físico-químicas ou biológicas em um só material. Dentro dessas partículas poliméricas, que eram protegidas por anticorpos, pesquisadores inseriam determinado fármaco que atuava como princípio ativo. Nascia nessa época a nanomedicina, que hoje é constituída por três grandes vertentes, sendo elas: nanomateriais para diagnóstico; nanomateriais para medicina regenerativa; e nanomateriais para terapia.

Nanomateriais para diagnóstico:

Por sua vez, a nanomedicina tem revolucionado os diagnósticos de diversas doenças, por meio de técnicas baseadas em magnetismo, ou através da construção de dispositivos eletrônicos, tais como os biossensores e genossensores.

Atualmente, acredita-se que as Imagens por Ressonância Magnética (IRM) sejam as principais ferramentas para diagnóstico de câncer. Contudo, em situações em que o tumor é muito pequeno, ou o órgão afetado não tem diferença de densidade de tecido, o médico não é capaz de identificar a anomalia. Nesse caso, a nanomedicina tem se tornado uma opção fundamental, já que viabiliza a produção de nanopartículas superparamagnéticas de óxido de ferro – nanoímãs atóxicos – que, ao serem inseridas em um paciente com tumor, se localizam ao redor da anomalia, dando contraste nas imagens de Ressonância Magnética e permitindo que o especialista analise a região tumoral com mais facilidade.

materiais_para_nanodiagnstico_-_212_-Hoje, também existem nanopartículas fluorescentes que, quando recobertas com anticorpos que identificam tumores, são inseridas em modelos animais, onde se localizam próximas ao tumor e, com um microscópio de fluorescência, o médico é capaz de identificar a área onde a luz está sendo emitida por esses nanomateriais, diagnosticando o local exato da anomalia. Essas nanopartículas fluorescentes, conhecidas também como pontos quânticos (quantum dots), embora potencialmente tóxicas, sua grande eficácia já é reconhecida pela comunidade médica e científica.

Além dessas nanopartículas, os biossensores – dispositivos eletrônicos capazes de detectar proteínas, enzimas ou metabólitos – têm permitido o diagnóstico, inclusive precoce e preditivo, de diversas doenças, como diabetes, hipertensão, infarto do miocárdio, etc., ou acompanhar moléculas de interesse como colesterol, glicose, etc. Além de serem de fácil manuseio, esses pequenos equipamentos são de baixo custo, podendo ser utilizados pelos próprios pacientes e adquiridos em farmácias.

Outros equipamentos que têm reforçado a área de diagnósticos são os genossensores, dispositivos cujos princípios são semelhantes aos dos biossensores, porém, o método de detecção é feito através de uma sequência de DNA implantada no pequeno aparelho, que denuncia anomalias no gene do paciente.

Nanomateriais para medicina regenerativa:

A área de nanomateriais para medicina_regenerativa_300medicina regenerativa tem permitido melhor crescimento e reparação de tecidos ou ossos do corpo humano, em razão do desenvolvimento das nanopartículas. Hoje, por exemplo, pesquisadores recobrem próteses, sejam elas de titânio ou polímero, com camadas de nanopartículas com hidroxiapatita, principal composto do osso humano. Com isso, o processo de crescimento dos tecidos ósseos sobre as próteses é bem mais rápido do que o comum.

Acredita-se que a terapia celular com células-tronco é capaz de revolucionar a medicina, devendo viabilizar a cura de diversas doenças que hoje ainda não têm solução. Contudo, há enorme dificuldade na inserção dessas células dentro do corpo humano, o que pode resultar no desenvolvimento de tumores. Porém, graças à nanomedicina, hoje é possível regenerar áreas de tecidos humanos com células-tronco, através de moldes com nanofibras que permitem o encaixe e reparação perfeitos das células-tronco em determinada região corpórea.

Nanomateriais para terapia:

nanomateriais_terapia_-_copyright_-_Exponent_300A nanomedicina também tem cooperado no processo de distribuição de drogas pelo organismo humano. O ideal de um fármaco é que, quando ingerido, seu efeito se mantenha ativo durante dias, para que o paciente não tenha que se medicar diariamente. Esse processo é conhecido como Smart Drug Delivery e, com a nanomedicina, se tornou possível o desenvolvimento de nanocápsulas carregadas com determinado princípio ativo e revestidas por anticorpos que mantêm esses nanomateriais próximos ao alvo, tal como um tumor. Além de não espalhar a droga por todo o organismo, a nanocápsula controla a liberação da droga, mantendo o efeito do medicamento ativo e controlado no nível ideal, o que dispensa a necessidade de ingerir o remédio diariamente.

A técnica de hipertermia, que consiste na elevação da temperatura do corpo, também sofreu evoluções graças à nanomedicina. No caso da hipertermia por campo magnético, especialistas inserem os já citados nanoímãs ao redor de um tumor e, com uma máquina, aplicam um campo magnético que agita os ímãs que esquentam e combatem a anomalia.

No método de hipertermia por laser infravermelho – luz que é absorvida pela nossa pele -, os pesquisadores inserem bastões em escala nanométrica próximos à região tumoral, para que absorvam a luz infravermelha, matando o tumor.

Nanotoxicologia

Assim como a nanomedicina, a nanotoxicologia_250nanotoxicologia também compõe a estrutura da nanociência. Hoje, cerca de mil e seiscentos produtos disponíveis no mercado, incluindo tintas, cosméticos, raquetes de tênis, entre outros materiais do cotidiano, são fabricados com nanomateriais, que são facilmente manipulados pelo ser humano e encontrados no meio-ambiente. Neste sentido, a nanotoxicologia tem oferecido informações significativas a respeito do nível de toxicidade desses nanomateriais, norteando a atuação de agências reguladoras, tal como a ANVISA**, já que ainda não existem testes específicos para a regulamentação desses materiais.

GNano

portal20141219_22_250Em 2012, o Prof. Dr. Valtencir Zucolotto, docente do Instituto de Física de São Carlos (IFSC/USP), fundou o Grupo de Nanomedicina e Nanotoxicologia (GNano), um dos grupos pioneiros no Brasil no desenvolvimento desses nanomateriais, além de ser um dos poucos grupos no mundo que trabalham com as diversas áreas da nanotecnologia, incluindo a concepção e caracterização de nanopartículas, uma combinação desses materiais com moléculas, anticorpos, proteínas e enzimas, além da aplicação desses compostos em medicina, especialmente no diagnóstico e tratamento do câncer, bem como em doenças infecciosas e cardiovasculares.

Em paralelo, o GNano, que ZUCO1_350hoje é composto por físicos, biólogos, biotecnólogos, químicos, engenheiros, farmacêuticos, biomédicos e médicos, também tem se destacado pelas suas pesquisas na área de Nanotoxicologia. Temos conseguido reunir membros das áreas mais relevantes para a nanotecnologia; acredito que essa composição interdisciplinar é o grande diferencial do Grupo, afirma Zucolotto.

O GNano também é um dos grupos pioneiros no Brasil na produção, funcionalização, caracterização e avaliação de testes de nanomateriais, tanto em saúde humana, quanto em meio-ambiente, através de estudos conhecidos como nano-ecotoxidade. Zucolotto e seus pesquisadores têm desenvolvido novos métodos, inclusive, para entender como um nanomaterial pode ser tóxico para uma célula humana. Além disso, o Grupo também está inserido na NANoREG***, uma plataforma européia com foco na regulamentação em nanotecnologia, que foi criada há alguns anos através da iniciativa de diversas entidades da União Européia.

Em suma, embora tenha que enfrentar inúmeros desafios, a nanotecnologia tem apresentado diversos avanços, principalmente na área médica. Com sua crescente evolução, acredita-se que a nanociência seja responsável por grande parte da solução de diversos problemas que ainda existem, sobretudo os existentes nas áreas da saúde, alimento e energia.

Mais informações: www.nanomedicina.com.br

*Área em que se trabalha com materiais em escala nanométrica, ou seja, elementos tão pequenos quanto átomos, ou moléculas;

**Agência Nacional de Vigilância Sanitária;

***A common European approach to the regulatory testing of Manufactured Nanomaterials.

(Fotos: Nanomaterials Therapy “Exponent” / Nanomedicine “The Scientist”)

Assessoria de Comunicação

1 de julho de 2015

Phenomenology of new heavy quarks at the LHC

Através do High energy physics seminars, o Dr. Lucas Panizzi (School of Physics and Astronomy/Southampton University, – Inglaterra) apresentou a palestra Phenomenology of new heavy quarks at the LHC, um evento que decorreu na tarde do dia 1º de julho, na sala F-210 do Instituto de Física de São Carlos (IFSC/USP).

Em sua apresentação, Panizzi abordou os LUCAS_PANIZZI_250recentes quarks pesados, que podem ter papéis fundamentais nos cenários da nova Física, já que, dependendo de suas origens, esses elementos podem mediar a produção de estados da matéria escura. Neste âmbito, o especialista também descreveu métodos independentes para a reformulação de dados de pesquisas experimentais.

Sediada em Southampton, na Inglaterra, a Southampton University é constituída pelas faculdades de Negócios e Direito; Engenharia e Meio-ambiente; Ciências da Saúde; Humanidades; Medicina; Ciências Naturais e Ambientais; Ciências Físicas e Engenharia; e Ciências Sociais e Humanas.

Assessoria de Comunicação

1 de julho de 2015

V Concurso de Fotografias do IFSC/USP

F-024_200Estão disponíveis até o dia 24 de agosto as inscrições para o V Concurso de Fotos Artísticas do Instituto de Física de São Carlos. A iniciativa, organizada pela Comissão Gespública da Qualidade e Produtividade – CGQP do IFSC/USP, tem como objetivo divulgar o trabalho artístico fotográfico de membros do Instituto, além de alimentar o banco de fotos utilizado na divulgação do IFSC, através de banners, cartazes, folders, impressos, materiais multimídias e páginas na internet.

O concurso é voltado aos docentes, alunos e funcionários do Instituto de Física de São Carlos que possuam número USP. Os interessados em participar poderão concorrer, enviando até três fotos digitais em formato JPG, com resolução maior ou igual a 3072×2304 pixels (7MP), para o e-mail qualisec@ifsc.usp.br, juntamente com o formulário de inscrição com o termo de Declaração de Uso das Imagens (faça o download do formulário no site do programa IFSC com Arte).

As imagens submetidas, que não podem ser F-022_250compostas ou tratadas digitalmente, serão disponibilizadas entre os dias 26 de agosto e 4 de setembro no site do IFSC com Arte, para apreciação e votação aberta pela comunidade USP. Para computar o voto, em até três imagens, será necessário enviar um e-mail para qualisec@ifsc.usp.br, através do endereço eletrônico institucional USP ou IFSC, informando nome completo, número USP, além dos números das imagens escolhidas – cada imagem disponibilizada para votação terá um número específico. Posteriormente, um fotógrafo profissional escolherá a foto vencedora dentre as cinco imagens mais votadas pela comunidade uspiana, classificando as outras quatro fotos em 2º, 3º, 4º e 5º lugar.

O autor da imagem que ficar em 1ª posição receberá um prêmio específico. A foto vencedora e as outras quatro imagens mais votadas serão divulgadas em setembro, na página do IFSC com Arte e neste site. Além disso, estas cinco imagens serão impressas e expostas na Semana de Arte e Cultura na USP no IFSC de 2015.

Confira o regulamento do V Concurso de Fotos Artísticas do Instituto de Física de São Carlos AQUI.

Para obter mais informações, entre em contato com a secretaria do CGQP no IFSC:

Tel: 3373-9759 (Flávia Lisboa) / E-mail: qualisec@ifsc.usp.br

(Imagens: Fotos vencedoras da 4ª edição do concurso)

Assessoria de Comunicação

30 de junho de 2015

Grupo de Óptica do IFSC/USP com múltiplas atividades

Por ocasião da realização da 67ª reunião anual da Sociedade Brasileira para o sbpc2015-150Progresso da Ciência (SBPC-2015), que ocorrerá na Universidade Federal de São Carlos (UFSCar) entre os dias 12 e 18 do próximo mês de julho e que este ano se subordinará ao tema Luz, Ciência e Ação, o Grupo de Óptica do IFSC/USP promoverá uma série de atividades, não só alusivas ao evento, como também, às comemorações do Ano Internacional da Luz, uma efeméride patrocinada pela UNESCO e apoiada por diversas instituições científicas, principalmente pela Sociedade Brasileira de Física (SBF), com o intuito de informar e de conscientizar a sociedade para a importância da luz no âmbito da vida e da qualidade de vida do ser humano, bem como o quanto ela se tornou imprescindível, nos dias atuais, como fonte soberana para o desenvolvimento de novas tecnologias e de metodologias que previnem e tratam diversas doenças, como, por exemplo, o câncer e a osteoporose, sendo também elemento preponderante no combate a diversos tipos de infecções e no alívio de dores.

Tendo presente a importância da luz, começando por aquela que nos dá e sustenta a vida – o Sol -, passando pela descoberta de novas fontes de luz artificial que proporcionaram o prolongamento treinamentoprofes-300da expectativa de vida do ser humano, o Grupo de Óptica do IFSC/USP vai apostar muito forte em atrair a sociedade ao seu redor no decurso da SBPC, com a realização de cursos, exposições e demonstrações em diversos em locais da cidade de São Carlos.

Um dos destaques será a realização, entre os dias 13 e 17 de julho, nas salas 302 e 305 do IFSC/USP, em meio período, de um curso de treinamento de professores para o aprimoramento da prática de ciências em sala de aula, cujo público alvo será o conjunto de docentes que atuam no ensino médio de São Carlos e região. Nesta iniciativa, os professores serão treinados para a prática em ciência, por meio de kits educativos de áreas diversas. O mini-curso, com duração de 8 horas, consistirá de atividades práticas a serem realizadas juntamente com os professores, sendo uma oportunidade única para o aperfeiçoamento do ensino prático, utilizando-se modernas metodologias. Esses kits fazem parte do programa Aventuras na Ciência e foram idealizados por um grupo de professores da USP, da Unicamp e da Universidade Federal do Rio de Janeiro, envolvendo cinco disciplinas: Física, Química, Biologia, Astronomia e Matemática. A função dos citados kits é despertar a curiosidade dos alunos, desenvolvendo o raciocínio científico e despertando o espírito criativo e a melhora do aprendizado, com o objetivo de PLANETRIO-300que o aluno saia do estado de mero receptor do conhecimento, para aquele em que realiza a ação*. As vagas para este curso são limitadas e a entrada é franca.

Outras duas iniciativas que merecem iguais destaques serão, o Planetário Itinerante da USP, que ficará exposto entre os dias 14 a 18 de julho, no Museu de Ciências Prof. Mario Tolentino, em São Carlos, com entrada franca, e ainda a cerimônia de premiação de alunos e professores da Olimpíada Brasileira de Física em Escolas Públicas (OBFEP), uma cerimônia que ocorrerá no dia 17 de julho, pelas 10 horas, no espaço dedicado à Exposição do Ano Internacional da Luz – CEPOF (UFSCar).

Durante a SBPC-2015, o Grupo de Óptica do IFSC/USP promoverá uma Exposição Itinerante de Ciência e Tecnologia, distribuída em três espaços situados na UFSCar – stand maior dedicado unicamente ao CEPOF e duas outras áreas menores inseridas nos espaços da FAPESP e do CNPq -, destinados à exibição das pesquisas desenvolvidas pelo grupo e por colaboradores do Centro de Pesquisas em Óptica e Fotônica (CEPOF) em várias regiões do país e do mundo. No stand maior, deficintes-300o destaque será a exposição Ano Internacional da Luz, com atividades relacionadas a apresentação de kits de ensino para alunos do ensino fundamental e médio (kits de óptica, matemática, geologia, biologia, astronomia, termodinâmica, química, etc.), bem como o ensino da óptica a deficientes visuais, por forma a que esses aprendam conceitos de óptica.

Também a História do Ano Internacional da Luz será outro destaque, com a apresentação de experimentos de importantes cientistas que contribuíram para o entendimento da luz, e a exposição Light Beyond the Bulb, com a apresentação de imagens ilustrando qual o impacto da luz na nossa vida cotidiana. Por fim, a exposição Luz na Saúde, que com certeza causará grande impacto no público visitante, já que ela mostrará, ao vivo, o conjunto de equipamentos e protótipos médicos e odontológicos que foram desenvolvidos no Brasil e que já estão ao serviço da sociedade. Estas exposições serão abertas ao público, com entrada franca.

Por último, uma chamada de atenção para o workshop Light: Life & Science, que ilustracao-300ocorrerá no Auditório Bento Prado (UFSCar), entre os dias 14 e 17 de julho, um evento promovido conjuntamente pela Sociedade Brasileira para o Progresso da Ciência (SBPC) e a Sociedade Brasileira de Física (SBF), com a presença de renomados palestrantes nacionais e internacionais, visando discutir os vários aspectos da luz na nossa vida e na ciência. Inserido nas comemorações do Ano Internacional da Luz, este evento terá como público alvo alunos do ensino médio, graduação e pós-graduação, oriundos de todas as áreas do conhecimento.

O Comitê Local de Organização é constituído pelos Profs. Vanderlei Salvador Bagnato (IFSC – USP), Sebastião Pratavieira (IFSC – USP), Gustavo Deczka Telles (IFSC – USP) e Nelson Studart Filho (UFSCar) .

*Os interessados deverão se inscrever diretamente com Benê, pelo e-mail eventosoptica@ifsc.usp.br, (tel 3373-9810 ramal 201)

Assessoria de Comunicação

29 de junho de 2015

Momentos de emoção em mais um concerto

Sob a regência do Maestro Prof. Rubens Russomano Ricciardi, a USP – Filarmônica realizou mais um concerto USPLEADno Teatro Municipal de São Carlos, no passado dia 24 de junho, pelas 20 horas, inserido na série Concertos-USP / Prefeitura Municipal de São Carlos. Nesse concerto – que lotou por completo o Teatro Municipal -, dividido em duas partes, a USP – Filarmônica brindou o público, primeiramente com as obras Abertura da Ópera – As Bodas de Fígaro KV 492 (Viena – 1786) e Sinfonia nº4l “Júpiter – I – Allegro vivace / II – Andante cantábile / III – Menuetto – Allegretto / IV – Molto alegro”, ambas de Wolfgang Amadeus Mozart (1756-1791), naquilo que se pode classificar como uma interpretação de altíssimo nível.

Após o intervalo, foi a vez da apresentação do Concerto para piano e orquestra nº 3 em Dó menor Op. 37 (Viena – 1803): I – Allegro con brio / II – Largo / III – Rondo – Allegro, de Ludwig van Beethoven (1770-1827), com uma suprema interpretação do solista convidado, pianista Prof. Caio Pagano.

USPFILA-1

A sensibilidade na execução, a profunda inspiração demonstrada por Caio Pagano cada vez que exigia das cordas do piano aquilo que elas não estavam habituadas a dar, fez com que, por vezes, o artista transformasse a alternância da sonoridade de seus solos, ora em verdadeiras súplicas musicais, ora em protestos lancinantes bem característicos de USPFILA-2Beethoven, todos eles amparados pelo extraordinário, sóbrio e eficiente acompanhamento da USP – Filarmônica, supremamente dirigida pelo Maestro Rubens Russomano Ricciardi. E isso provocou alguns (vários) momentos em que um clima inebriante de emoção fluísse pelo Teatro Municipal de São Carlos, contagiando um público que se rendeu a um verdadeiro monstro artístico, tendo exigido dele um justo e mais que merecido bis, que foi atendido com simpatia e humildade pelo pianista.

O Prof. Caio Pagano é o tipo de pessoa que é difícil não se gostar dela logo à primeira vista. Simpático no diálogo, aberto no sorriso e com olhar sereno e confiante, quase paterno, Caio Pagano é extraordinariamente organizado, principalmente na sua vida pessoal, preservando os seus horários de descanso, de meditação, de estudo, de diversão, de reflexão, de ensaio… De êxtase.

Caio Pagano iniciou seus estudos em piano com Lina Pires de Campos, na Escola Magda Tagliaferro, entre 1948 e 1958, tendo em 1954 iniciado sua carreira como recitalista e, logo em 1956, assumido a responsabilidade de solista frente à OSB – Rio de Janeiro, sob a regência de Eleazar de Carvalho. Completou seus estudos com Magda Tagliaferro (Paris e Salzburg) em 1958, Moises Makaroff (Buenos Aires) 1961, Sequeira Costa (Lisboa) 1964, Helena Costa (Porto) 1965, Karl Engel (Hannover) 1966-1968, e com Conrad Hansen (Hamburgo) 1968-1970. Em 1984 foi professor no Departamento de Música da ECA – USP. Em 1981, Caio Pagano se transfere para os Estados Unidos a fim de realizar seu doutorado em música, pela Universidade Católica da América, grau que obtém em 1984, no mesmo ano no qual se torna PAGANO-1professor visitante da Universidade Cristã do Texas (1984-1990) e, posteriormente, na Lübeck Hochschule (1990). Em 1996 inicia sua atuação como professor da Universidade do Estado do Arizona, cargo que ocupa até hoje. Dentre os prêmios que recebeu, destaca-se o Prêmio Eldorado de Música. Desde 1990 é um artista Steinway, além de ter sido condecorado com o título de Comendador da Ordem do Ipiranga pelo Governo do Estado de São Paulo (1981).

Mesmo antes do concerto, quando o Prof. Caio Pagano adentrou pelo Teatro Municipal de São Carlos para um curto ensaio, seus olhos de repente repousaram, com súbita alegria, no piano em que iria tocar. Um sorriso se aflorou em seus lábios, enquanto suas sobrancelhas se erguiam lentamente, acompanhando seu visível semblante de satisfação. Porquê???

O reencontro com um velho companheiro

Em 1962, o jovem Caio Pagano conquistava, no Brasil, o Prêmio Nacional Eldorado, fato que trouxe uma imensa publicidade ao pianista, já que, onde quer que ele estivesse, a imprensa estava presente. Pagano estudava num piano modesto que tinha em casa e, nessa época, seu pai, que já tinha uma idade de alguma forma avançada, frequentava com frequência PAGANO-2uma roda de amigos que costumavam se encontrar num bairro típico da cidade de São Paulo. Integrado nesse grupo havia um judeu, oriundo da Europa central, bem posicionado na vida, cuja esposa tocava piano, tendo a certa altura comentado com os restantes amigos que decidira comprar um piano de cauda longa, um Steiner de concerto, para ofertar à esposa.

Seis meses depois a esposa faleceu e o judeu, completamente destroçado pelo desgosto, decidiu desfazer-se do piano, tendo perguntado ao pai do jovem Pagano se queria adquiri-lo. Embora soubesse que seu filho necessitava de um instrumento de qualidade para seus estudos, o pai de Pagano recusou, já que não tinha recursos suficientes para comprar um piano tão valioso. O amigo judeu acabou por convencer o pai do jovem Pagano a comprar o citado piano por uma quantia muito, mas muito inferior ao que o instrumento valia e, com orgulho e uma felicidade imensa, Caio Pagano decidiu colocar sua assinatura no interior do instrumento, marcando-o como seu.

Dois anos após ter adquirido o piano, o jovem Pagano começou a viajar pela Europa, em estudos, e em 1965 decidiu estabelecer- se nesse continente. Necessitando de dinheiro para enviar para o filho, por forma a viabilizar os estudos do jovem, o pai de Pagano decidiu vender o piano, que naquele momento jazia silencioso em sua casa; e o comprador foi… O Teatro de São Carlos, naquela época. Quatro anos depois, o Prof. Caio Pagano, que então residia na Alemanha, viu uma noticia na TV relacionada com um acidente que tinha acontecido no Brasil, num teatro, onde o palco tinha cedido e literalmente engolido um coro inteiro, junto com um piano. Anos mais tarde, em visita ao Brasil, soube que esse acidente tinha acontecido exatamente no Teatro de São Carlos e que o piano que tinha sido seriamente danificado, era de fato o dele. Cinquenta anos depois, o Prof. Caio Pagano vem ao Teatro Municipal de São Carlos para um concerto com a USP – Filarmônica, marcado para o dia 24 de junho de 2015 e, para sua PAGANO-3surpresa, ao subir no palco, reencontrou seu velho amigo piano, perfeitamente restaurado, pronto a proporcionar-lhe mais uma noite de sucesso.

Com alguma emoção, o Prof. Caio Pagano comentou que momentos antes do concerto, ao fazer um pequeno ensaio, passou por sua cabeça, de forma vertiginosa, o filme quase inteiro de sua vida profissional: cada tecla que ele pressionava, cada som que o piano produzia era como se fosse um frame na sua memória – lembrou-se de sua casa, de seu pai, de seus amigos, dos momentos inesquecíveis vividos a tocar aquele piano. Foi quase como uma inspiração para sua atuação no Teatro Municipal de São Carlos, obviamente coberta de sucesso.

No dia seguinte ao concerto, o Prof. Pagano não resistiu e decidiu voltar ao Teatro Municipal de São Carlos para tentar encontrar sua velha assinatura, mas ela estava escondida algures sob o novo material que tinha sido colocado quando do restauro do piano. Para a posteridade, o Prof. Caio Pagano voltou a assinar seu nome no velho amigo, desta vez com uma dedicatória.

O Prof. Caio Pagano prometeu voltar a São Carlos em breve.

PAGANO-4

Tal como aconteceu nas anteriores edições, este concerto inserido na iniciativa Concertos USP / Prefeitura Municipal de São Carlos contou com os apoios do Reitor da Universidade de São Paulo, Prof. Marco Antonio Zago, Vice – Reitor, Prof. Vahan Agopyan, Pró-Reitor de Graduação, Prof. Antonio Carlos Hernandes, Pró-Reitora de Pós-Graduação, Profª. Bernadette Dora de Melo Franco, Pró-Reitora de Cultura e Extensão, Profa. Maria Arminda do Nascimento Arruda, do Pró-Reitor de Pesquisa, Prof. José Eduardo Krieger, que esteve representado neste concerto pelo Prof. Hamilton varela (IQSC/USP), do Grupo Coordenador de Cultura e Extensão Universitária do Campus USP de São Carlos, através do seu presidente, Prof. João Marcos de Almeida Lopes, Presidente da Comissão de Cultura e Extensão Universitária, do Instituto de Física de São Carlos, Prof. Valtencir Zucolotto, da Faculdade de Filosofia, Ciências e Letras de Ribeirão Preto (FFCLRP-USP), através do seu Diretor, Prof. Fernando Luís Medina Mantelatto, e, finalmente, do Diretor do Instituto de Física de São Carlos (IFSC/USP), Prof. Tito José Bonagamba, que em conjunto com o Coordenador de Artes e Cultura da Prefeitura Municipal de São Carlos, Roberto Mori Roda, continuam a assumir a responsabilidade pela concretização deste projeto.

Julho é mês de férias, por isso a iniciativa Concertos-USP / Prefeitura Municipal de São Carlos só regressará no próximo mês de agosto, com novo concerto marcado para o dia 26 e cuja programação será divulgada em breve.

Assessoria de Comunicação

26 de junho de 2015

5ª Escola de Bioanalítica

Nos dias 8, 9 e 10 de novembro de 2015, ocorrerá a 5ª edição da Escola de Bioanalítica, evento satélite já confirmado no 19º Encontro Regional de Química, que será realizado em Ribeirão Preto (SP).

Na última edição da Escola de Bioanalítica, promovida pelo Instituto Nacional de Ciência e Tecnologia de Bioanalítica (INCT-Bio), decidiu-se realizar a próxima Escola em Ribeirão Preto.

Na mesma direção, foi mencionado no workshop das regionais, realizado na 38ª Reunião Anual da Sociedade Brasileira de Química (RASBQ), que as regionais de Campinas e São Paulo não estavam realizando encontros Regionais.

Dessa forma, foi proposta uma ação simbiótica incluindo a realização da V Escola de Bioanalítica e do 1º Encontro Paulista de Química com o objetivo de agregar participantes da Região de Campinas, São Paulo e Grande São Paulo.

Mais informações a respeito da Escola Bioanalítica serão apresentadas posteriormente.

Assessoria de Comunicação

26 de junho de 2015

Lançada a edição Nº 19

Já se encontra disponível a edição Nº 19 da Revista CPC, publicação eletrônica do Centro de Preservação Cultural da Universidade de São Paulo.

De caráter acadêmico e científico, a revista busca promover a discussão e reflexão de questões afeitas ao patrimônio cultural em seus múltiplos aspectos, publicando trabalhos inéditos na forma de artigos, resenhas e depoimentos sobre patrimônio material e imaterial, coleções e acervos, conservação e restauração.

Para acessar o conteúdo integral dos artigos, clique AQUI.

Assessoria de Comunicação

26 de junho de 2015

Pulsos de femtossegundos e processos ópticos não lineares

Realizou-se no dia 26 de junho outra edição do Colloquium diei, onde o Prof. Dr. Cleber Renato Mendonça, do Grupo de Fotônica do Instituto de Física de São Carlos (IFSC/USP), apresentou a palestra Pulsos de femtossegundos e processos ópticos não lineares, um evento que decorreu no Auditório Prof. Sérgio Mascarenhas, do IFSC/USP.

Ao longo da história da óptica e até recentemente, acreditava-se que todo meio óptico fosse linear, ou seja, que os processos ópticos pudessem ser descritos por uma polarização induzida proporcional à amplitude do campo elétrico da luz. Contudo, a partir do desenvolvimento do laser foi possível estudar a interação da luz com a matéria no regime de altas intensidades, permitindo observar que meios ópticos respondem de maneira não linear com a amplitude do campo incidente.

Sendo assim, a óptica não linear estuda fenômenos que ocorrem como consequência da modificação das propriedades ópticas de um sistema material pela presença de luz intensa, tipicamente obtida com lasers de pulsos ultracurtos. A partir de então, vários efeitos não lineares foram descobertos, o que permitiu aprofundar o conhecimento a respeito da interação da luz com a matéria, bem como uma revolução tecnológica em óptica com implicações em diversas áreas.

CLEBER_MENDONA_350Em sua palestra, Mendonça apresentou alguns aspectos da interação não linear da luz com a matéria, incluindo problemas, como as mudanças induzidas pela luz nas propriedades ópticas de um meio, com ênfase para o fenômeno de absorção multi-fotônica, tendo discutido como esse processo contribui para estudos de espectroscopia óptica em sistemas moleculares, com consequências no desenvolvimento de materiais, visando às aplicações em dispositivos fotônicos. Por último, ele mostrou como as características peculiares do processo de absorção multi-fotônica podem ser exploradas para aplicações em diversas áreas do conhecimento.

Cleber Mendonça obteve sua graduação, seu mestrado e doutorado em física pela USP, tendo realizado pós-doutorado no College of Optics and Photonics – CREOL (USA) e na Harvard University (USA). Ele tem experiência na área de óptica, com ênfase em processos não lineares e pulsos ultracurtos, atuando principalmente no estudo de não linearidades ópticas em materiais e microfabricação com pulsos de femtossegundos.

Assessoria de Comunicação

26 de junho de 2015

USP discute divulgação científica

Ocorrerá nos próximos dias 10 e 11 de julho, no Parque CienTec, da USP, em São Paulo, o I Seminário Internacional de Políticas Universitárias de Difusão Científica e Educação em Ciências – Ciência à Vista, um evento realizado pela Pró-Reitoria de Cultura e proreitoria_cultura_e_extensaoExtensão da Universidade de São Paulo e que terá como foco os museus de ciência e a difusão da ciência, reunindo, em seu redor, os principais nomes ligados à difusão científica do Brasil e do exterior, que trocarão experiências e apresentarão resultados em suas áreas de atuação.

A abertura do evento contará com palestras retratando alguns destaques museológicos mundiais vindos da Espanha, Inglaterra e Irlanda, seguindo-se mesas de debate com temáticas específicas nas áreas de arquitetura de museus de ciências, mediação com o público e financiamento e gestão.

Para o coordenador do evento, o Pró-Reitor Adjunto de Cultura da USP, João Marcos de Almeida Lopes, trata-se de uma oportunidade rara para conhecer experiências variadas de uma forma mais próxima, colocando os participantes em contato direto com os palestrantes, por forma a facilitar um debate para a formulação de novas propostas, passíveis de serem aproveitadas por todos.

A programação completa deste seminário está organizada da seguinte forma:

Dia 10/07

08h30 – Recepção;

09h30 – Abertura;

10h00 – Ciência à Vista! – I Seminário Internacional de Políticas Universitárias de Difusão Científica;

10h15 – Vocações e “provocações”: propostas museológicas e museográficas;

10h30 – Sarah Durcan, Science Gallery – Irlanda;

11h15 – Jo Quinton-Tulloch, National Media Museum – Inglaterra;

12h00 – Jorge Wagensberg, Cosmocaixa – Espanha;

12h40 – Debate e questões;

13h00 – Almoço;

14h30 – Ciência no espaço: propostas de arquitetura para museus de ciências (mediação);

14h45 – Ricardo Pisanelli, Museu Catavento;

15h30 – Leandro Medrano, Faculdade de Arquitetura e Urbanismo da USP;

16h15 – Daniela V. Coelho, Base 7;

17h00 – Marcelo Ferraz, Brasil Arquitetura;

17h40 – Debate e questões contemporâneas (mediação Hussam El Dine Zaher – Museu de Zoologia da USP) João Marcos de Almeida Lopes – Instituto de Arquitetura e Urbanismo da USP/São Carlos e Estação Ciência da USP);

Dia 11/07

08h30 – Recepção;

09h30 – A mediação e o protagonismo do público (mediação Alessandra Bizerra – Parque;

9h45 – Martha Marandino, Faculdade de Educação da USP;

10h25 – Stelio Marras, Instituto de Estudos Brasileiros da USP;

11h05 – Yurij Castelfranchi, Universidade Federal de Minas Gerais;

11h45 – Debate e questões;

12h05 – Almoço;

13h30 – Novas estratégias para um velho problema: financiamento e gestão de museus ciências (mediação Fabio Dias – Parque CienTec da USP);

13h45 – Douglas Falcão, Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovação;

14h25 – Francisco Vidal Luna, Museu do Futebol e Museu da Língua Portuguesa;

15h05 – Diego Bevilaqua, Museu da Vida – FIOCRUZ;

15h45 – Diógenes de Almeida Campos, Academia Brasileira de Ciências;

16h25 – Debate e questões;

16h45 – Resultado das Sessões CienTec da USP) Discussão sobre as Políticas Universitárias de Difusão Científica / Questões / Considerações Finais;

18h00 – Encerramento;

A participação no evento é gratuita para todos os interessados, estando condicionada a 75 vagas. Será oferecido almoço aos participantes inscritos e disponibilizada tradução simultânea.

Para obter mais informações ou fazer sua inscrição, clique AQUI.

Assessoria de Comunicação