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1 de março de 2016

Nova substância natural contra esquistossomose

A revista científica internacional Chemico-Biological Interactions recentemente publicou um artigo de autoria da pesquisadora Ana Carolina Mafud, pós-doutoranda do Grupo de Cristalografia do Instituto de Física de São Carlos (GC-IFSC/USP) e da docente aposentada Yvonne Primerano Mascarenhas, no qual foram analisadas as atividades de terpenos* contra o Schistosoma mansoni, platelminto causador da esquistossomose, verminose muito comum principalmente em áreas que não possuem saneamento básico, e que acomete cerca de 10 milhões de brasileiros.

Carol_Mafud-_CitronelolDos 38 terpenos testados, um deles, o citronelol, mostrou uma atividade favorável contra o Schistosoma, sendo capaz de danificar o tegumento de proteção do verme dependendo da concentração de citronelol presente. “O tegumento do Schistosoma é o que permite que o verme consiga se camuflar. Isso impede que o organismo hospedeiro crie anticorpos para exterminá-lo, pois o verme também incorpora partes de proteínas do organismo do hospedeiro, o que dificulta ainda mais seu reconhecimento como um corpo estranho”, explica Ana Carolina.

Os pesquisadores também verificaram que o citronelol, dependendo da concentração no Schistosoma mansoni, não só rompe seu tegumento, como também é capaz de matar o verme.

Testes in vitro foram realizados no Núcleo de Enteroparasitas do Instituto Adolfo Lutz, colaborador do IFSC na pesquisa através do pesquisador Pedro Luiz da Silva Pinto, e no Núcleo de Pesquisa em Doenças Negligenciadas da Universidade Guarulhos, cujo coordenador, Josué de Moraes, estará no IFSC, no próximo dia 2 de março, para ministrar uma palestra.

Embora com diversos resultados positivos, testes in vivo são requeridos para atestar a eficácia do terpeno no organismo humano. No entanto, como o citronelol já é uma substância liberada pela ANVISA e pelo FDA, os testes com humanos poderão ser feitos mais rapidamente, e, caso os resultados sejam novamente favoráveis, um fármaco também poderá ser desenvolvido e disponibilizado com mais rapidez. “Nossos últimos testes têm sido feitos somente com medicamentos já existentes, a fim de propor o reposicionamento de fármacos”, adianta Ana Carolina.

Principais resultados e previsões

Os pesquisadores verificaram que o citronelol age de maneira “dose- dependente” no Schistosoma, ou seja, quanto maior a dose, maior a atividade. “Verificamos também que, quanto maior for o tempo de incubação do verme, maior o efeito do citronelol. Isso, porque, quanto mais tempo o citronelol fica em contato com o Schistosoma, mais ele altera as propriedades físico-químicas do verme”, elucida a pesquisadora.

Diante disso, os pesquisadores concluíram que o modo de ação do citronelol pode ocorrer pela alteração das propriedades físico-químicas do meio, assim como anestésicos, que atuam no organismo por interações não-específicas. Estudos futuros do grupo irão em direção a essa comprovação, bem como ao melhor detalhamento dos mecanismos de ação do próprio citronelol.

*Classe de substâncias naturais que geralmente se encontram em sementes, flores, folhas, raízes e madeiras de plantas superiores. A essência de diversas plantas é considerada terpenos, como a essência de eucalipto e a citronela, por exemplo.

**Com uma quantidade de 12μM já é possível verificar atividade

Assessoria de Comunicação

29 de fevereiro de 2016

Cátedra José Bonifácio

Estão abertas até dia 03 de março as inscrições para a participação de alunos matriculados em programas depós-graduação da USP, em grupo de pesquisa vinculado á Cátedra José Bonifácio, voltado à geração e disseminação de copnhecimento sobre a Ibero-América.

Este é uma iniciativa do Centro Ibero-Americano (CIBA) – Núcleo de Apoio à Pesquisa integrado à Pró-Reitoria de Pesquisa e ao Instituto de Relações Internacionais da Universidade de São Paulo.

Para conferir o edital, clique AQUI.

Assessoria de Comunicação- IFSC/USP

29 de fevereiro de 2016

Pesquisa sobre eletrodos impressos flexíveis é destaque em revista

A capa da edição de 16 de fevereiro da revista científica Advanced Functional Materials foi ilustrada por uma imagem correspondente a uma pesquisa, na qual um especialista do Instituto de Física de São Carlos (IFSC/USP) desenvolveu arranjos de eletrodos impressos e flexíveis que podem ser usados em dispositivos bioeletrônicos do tipo wearable (tecnologia vestível).

Essa pesquisa, relacionada a outro estudo coberto em reportagem que pode ser lida na íntegra AQUI, foi desenvolvida pelo Dr. Felippe Pavinatto, em parceria com pesquisadores da University of California, em Berkeley (EUA). Embora o estudo tenha sido elaborado na instituição norte-americana, boa parte do trabalho, incluindo a pesquisa do mecanismo de condutividade dos eletrodos impressos na placa, foi desenvolvida nos laboratórios do Instituto de Física de São Carlos.

No artigo destacado na já citada edição capa_240da Advanced Functional Materials, os pesquisadores descreveram a fabricação dos eletrodos flexíveis de ouro, que foram produzidos a partir de jato-de-tinta (técnica de impressão) diretamente sobre o plástico, com grande versatilidade e alta resolução. Alguns estudos fundamentais envolvendo os eletrodos também foram enfatizados neste artigo. “O uso da técnica de jato-de-tinta na fabricação de arranjos de eletrodos de ouro com as características descritas neste artigo é inédito e muito vantajoso, já que permite uma rápida prototipagem de dispositivos bioeletrônicos”, disse Pavinatto à Assessoria de Comunicação do IFSC/USP.

Esta não é a primeira publicação referente ao trabalho sobre o desenvolvimento de eletrodos flexíveis a ser divulgada neste tipo de veículo. Outros artigos relacionados ao tema já foram publicados nas revistas científicas Biosensors and Bioelectronics e Nature Communications.

Assessoria de Comunicação – IFSC/USP

26 de fevereiro de 2016

Magnetos frustrados

No Colloquium diei dessa sexta-feira (26), o Prof. Dr. Eric de Castro e Andrade, do Departamento de Física e Ciência dos Materiais do Instituto de Física de São Carlos (IFSC/USP), ministrou a palestra Magnetos frustrados. O evento ocorreu às 10h30, no auditório “Professor Sérgio Mascarenhas”, sediado nesta Unidade.

Magnetos frustrados são materiais isolantes, nos quais momentos magnéticos localizados, ou ERIC_ANDRADE_250spins, têm interações de troca competitivas que não podem ser todas satisfeitas simultaneamente. Apesar de serem sujeitos a muitos vínculos, os sistemas frustrados apresentam uma grande degenerescência em seus estados fundamentais. Esse comportamento peculiar dá origem a estados da matéria muito interessantes, como, por exemplo, ordem magnética. Nesse colóquio, Eric discutiu esses estados exóticos e mostrou como as perturbações em sistemas têm um efeito profundo e dão origem a uma gama de efeitos físicos fascinantes e inexplorados.

O docente, que é graduado e doutor em Física pela Universidade Estadual de Campinas (UNICAMP), realizou o pós-doutorado na Technische Universität Dersden (Alemanha). Ele tem experiência em Física da Matéria Condensada, em especial nos seguintes tópicos: Sistemas Eletrônicos Fortemente Correlacionados, Sistemas Desordenados, Quase Cristais, Transições Metal-Isolante, Antiferromagnetos e Magnetos Frustrados.

Assessoria de Comunicação – IFSC/USP

26 de fevereiro de 2016

Magnetos frustrados

No Colloquium diei dessa sexta-feira (26), o Prof. Dr. Eric de Castro e Andrade, do Departamento de Física e Ciência dos Materiais do Instituto de Física de São Carlos (IFSC/USP), ministrou a palestra Magnetos frustrados. O evento ocorreu às 10h30, no auditório “Professor Sérgio Mascarenhas”, sediado nesta Unidade.

Magnetos frustrados são materiais isolantes, nos quais momentos magnéticos localizados, ou ERIC_ANDRADE_250spins, têm interações de troca competitivas que não podem ser satisfeitas simultaneamente. Apesar de serem sujeitos a muitos vínculos, os sistemas frustrados apresentam uma grande degenerescência em seus estados fundamentais. Esse comportamento peculiar dá origem a estados da matéria muito interessantes, como, por exemplo, ordem magnética. Nesse colóquio, Eric discutiu esses estados exóticos e mostrou como as perturbações em sistemas têm um efeito profundo e dão origem a uma gama de efeitos físicos fascinantes e inexplorados.

O docente, que é graduado e doutor em Física pela Universidade Estadual de Campinas (UNICAMP), realizou o pós-doutorado na Technische Universität Dersden (Alemanha). Ele tem experiência em Física da Matéria Condensada, principalmente nos seguintes tópicos: Sistemas Eletrônicos Fortemente Correlacionados, Sistemas Desordenados, Quase Cristais, Transições Metal-Isolante, Antiferromagnetos e Magnetos Frustrados.

Assessoria de Comunicação – IFSC/USP

26 de fevereiro de 2016

Bate-papo com os novos alunos da Licenciatura em Ciências Exatas

Na noite da última quinta-feira (25), os calouros do curso de Licenciatura em Ciências Exatas da USP São Carlos tiveram a oportunidade de saber mais sobre as diversas oportunidades que lhes aguardam nos próximos anos oferecidas pela USP.

Precedido por uma breve apresentação da disciplina “Biologia I”, realizada pelo docente do Instituto de Física de São Carlos (IFSC/USP) Otávio Henrique Thiemann, um bate-papo, descontraído e informativo, foi conduzido pela coordenadora do curso de Licenciatura e docente do Instituto de Ciências Matemáticas e de Computação (ICMC/USP) Miriam Utsumi.

Durante a conversa, realizada no anfiteatro novo do prédio dos LEF do IFSC/USP, e que durou cerca de uma hora, Miriam apresentou aos ingressantes parte da infraestrutura do IFSC e do campus como um todo que é disponibilizada aos alunos, como as bibliotecas, salas pró-aluno e laboratórios de pesquisa.

A docente também destacou as diversas possibilidades de intercâmbio, auxílios (moradia, alimentação, livros e transporte), bolsas de pesquisa, tutorias e monitorias, enfatizando que se espera desses alunos independência, iniciativa e comprometimento.

Finalizado o bate-papo, os alunos se dirigiram ao Laboratório de Computação para assistir a uma nova apresentação, desta vez conduzida pela bibliotecária do IFSC/USP, Maria Cristina Cavarette Dziabas, que mostrou aos alunos os serviços oferecidos pela biblioteca do Instituto, demonstrando também como utilizar bancos de dados (DEDALUS, Portal de Busca Integrada, Scielo, BDTD etc.) seguidos de práticas no laboratório.

Bate-papo-_alunos_da_Licenciatura

Assessoria de Comunicação- IFSC/USP

26 de fevereiro de 2016

Pré-inscrições abertas para a EFC 2016

EFC_logo_200Estão abertas desde 22 de fevereiro as pré-inscrições para a Escola de Física Contemporânea – EFC 2016, que ocorrerá no Instituto de Física de São Carlos (IFSC/USP), entre 10 e 16 de julho próximo.

Voltada para alunos do ensino médio, especialmente àqueles com interesse pela área da Física, a Escola, que é realizada anualmente, tem como principal objetivo imergir os estudantes no universo da pesquisa, incluindo a interação com profissionais do Instituto, para a compreensão da importância da ciência e da tecnologia na geração do conhecimento.

Para satisfazer esse objetivo, os participantes (que sempre são acompanhados por monitores do IFSC), ao longo de uma semana, assistem a aulas expositivas e experimentais, nas quais os docentes da Universidade de São Paulo abordam tópicos de Física Clássica e Moderna, promovendo também palestras sobre temas atuais da Física. Além disso, os estudantes também visitam algumas dependências do IFSC/USP, como alguns laboratórios de pesquisa, biblioteca e salas de aula.

A pré-inscrição pode ser feita AQUI, até o dia 06 de maio. Os alunos selecionados para participar da EFC 2016 serão informados via e-mail até o dia 10 de junho.

A programação completa desta edição da EFC será divulgada em breve, na página da Escola.

Para obter mais informações referentes à Escola de Física Contemporânea – 2016, visite o endereço www.ifsc.usp.br/efc/2016.

EFC 2015

Na edição de 2015, na qual o evento recebeu cerca de 190 inscrições, os trinta alunos selecionados, oriundos de várias regiões do país (como, por exemplo, São Paulo, Paraná, Espírito Santo e Pernambuco), assistiram a palestras e a aulas teóricas e experimentais ministradas por docentes do Instituto, incluindo os Profs. Drs. Tito José Bonagamba, Fernando Paiva, Vanderlei Bagnato, Sérgio Muniz, Valtencir Zucolotto, Leonardo Maia, Rodrigo Pereira, Daniel Vanzella, Federico Brito, Alessandro Nascimento e Luiz Nunes de Oliveira, pelo educador do IFSC/USP, Herbert João, e pelo docente da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ), Prof. Dr. Herch Moysés Nussenzveig. Além dessas atividades, os participantes visitaram o IFSC, cujo roteiro incluiu a Biblioteca, alguns laboratórios e algumas salas de aulas do Instituto. 

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Participantes da EFC 2015

Assessoria de Comunicação – IFSC/USP

26 de fevereiro de 2016

Evento discutirá o futuro da Universidade

No âmbito da comemoração dos 80 anos da Universidade de São Paulo, realiza-se no dia 08 de março a Conferência USP 2024, um evento que ocorrerá no Auditório “István Jancsó”, localizado no Complexo Brasiliana da USP São Paulo.

Promovido pela Agência USP de Cooperação Acadêmica Nacional e Internacional (AUCANI), e organizado pela USP e pelo jornal O Estado de S. Paulo, o evento terá como objetivo reunir autoridades de importantes instituições de ensino superior, para discutir temas como modelos de governança, avaliação da universidade e estratégias e desafios para os próximos anos.

O encontro contará com a presença de José Goldemberg (docente representante da Universidade no evento), Jacques Marcovitch (docente da USP), Raul Machado Neto (docente da USP que preside a AUCANI), Ricardo Gandour (diretor do Grupo Estado) e Felipe Gonzáles (ex-primeiro-ministro da Espanha).

No evento, também estarão presentes os representantes das seguintes instituições de ensino superior: Humboldt-Universität zu Berlin (Alemanha), The Ohio State University (EUA), Université Sorbonne Paris Cité (França), University of Tsukuba (Japão), Université de Lyon (França) e Universidad de Buenos Aires (Argentina).

O evento será aberto ao público, e os interessados podem se inscrever, clicando AQUI.

Assessoria de Comunicação – IFSC/USP

25 de fevereiro de 2016

Método poderá detectar a síndrome do olho seco

Um método não invasivo que poderá diagnosticar a síndrome do olho seco, de modo the-eye_5_250mais prático, rápido e barato, está sendo desenvolvido no Instituto de Ciências Matemáticas e de Computação (ICMC/USP). A síndrome ocorre quando há pouca produção de lágrima, que é responsável pela formação de uma espécie de camada (conhecida como filme lacrimal), que lubrifica, nutre e protege a região do globo ocular. Quando esse filme não é produzido em quantidade suficiente pelas glândulas lacrimais, o indivíduo pode sentir uma série de incômodos, como, por exemplo, ardor, coceira, sensação de areia nos olhos, vermelhidão, dificuldade para ficar em ambientes com ar condicionado ou em frente ao computador.

Atualmente, o diagnóstico da doença inclui dois testes, sendo eles o Teste de Schirmer, no qual se coloca uma tira de papel de filtro no olho do paciente, e o Teste de Rosa Bengala, em que se aplica um colírio com propriedades corantes e se analisa a resposta do olho (se houver pontos secos, eles absorverão o corante, de forma diferente, delimitando a área afetada).

O início do trabalho

A pesquisa, que está sendo realizada por Tiago Trojahn, doutorando do ICMC/USP e docente do Instituto Federal de São Paulo (IFSP), foi idealizada por Luis Alberto de Carvalho, empreendedor e pesquisador colaborador do Centro de Pesquisas em Óptica e Fotônica (CEPOF)*, que é sediado no Instituto de Física de São Carlos (IFSC/USP). Nos anos de 2005 e 2006, Luis desenvolveu seu pós-doutorado na University of Rochester, em Nova Iorque (EUA), onde havia um docente que tentava simplificar o diagnóstico da síndrome. “Ele possuía um equipamento enorme e muito caro, que era inviável comercialmente e, por isso, nunca se tornou um produto disponível no mercado”, disse Luis Alberto à Assessoria de Comunicação do ICMC. Após ter notado que às vezes Luis ficava com os olhos vermelhos, esse docente o convidou para ser voluntário em uma pesquisa, a partir da qual Luis descobriu que tinha a síndrome do olho seco, porém, em um grau leve.

A nova metodologia

O objetivo da pesquisa de Tiago é construir o protótipo de óculos com microcâmeras acopladas e diodos emissores de luz LED. “Por meio da análise das imagens captadas e de outros recursos, poderemos identificar se a pessoa possui a síndrome”, disse ele. Portanto, o LED atuará como fonte emissora de luz para os olhos, enquanto as microcâmeras registrarão o que ocorre na região ocular do paciente.

Além da construção desse protótipo, a pesquisa em questão visa ao desenvolvimento de um software, que por sua vez analisará automaticamente os vídeos captados pelas microcâmeras. Isso será necessário, porque os pesquisadores precisarão estudar todos os momentos em que houver alguma perturbação no fluxo da luz, que pode ocorrer em razão de haver alguma ruptura no filme lacrimal ou de o paciente piscar. “Primeiro, será necessário selecionar as imagens significativas que devem ser analisadas, porque, quando gravamos o que está acontecendo no olho do indivíduo, captamos também a imagem da pálpebra, dos cílios, além das perturbações que ocorrem quando o paciente se move. Será preciso excluir todas essas informações das imagens”, explicou o doutorando.

De acordo com Trojahn, que espera ver o produto final dessa pesquisa disponível no mercado futuramente, as técnicas computacionais empregadas nesse trabalho também poderão ser aplicadas na detecção de outras doenças, tais como deformações no globo ocular, pressão no olho e alguma complicação que possa causar a cegueira.

*O CEPOF é um dos Centros de Pesquisa, Inovação e Difusão da Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de São Paulo (CEPOF/CEPID’s/FAPESP).

(Créditos: Imagem – Shutterstock)

(Com informações da Assessoria de Comunicação do ICMC/USP)

Assessoria de Comunicação – IFSC/USP

24 de fevereiro de 2016

Prof. Tito José Bonagamba é o novo presidente

A partir desta quarta-feira (24), o Prof. Dr. Tito José Bonagamba, diretor do Instituto de Física de São Carlos (IFSC/USP), preside o Conselho Gestor do campus USP São Carlos. Tito, cujo mandato em questão é válido até 23 de fevereiro de 2017, sucede o cargo anteriormente ocupado pelo Prof. Dr. Carlos Alberto Ferreira Martins, atual diretor do Instituto de Arquitetura e Urbanismo (IAU/USP).

Segundo a Resolução USP 5.493, de 18 de dezembro de 2008, compete ao Conselho Gestor promover o entrosamento das atividades administrativas comuns de interesse da USP e das unidades e órgãos do campus, atendendo os princípios de integração e economia de recursos; aprovar a proposta orçamentária da Coordenadoria e enviá-la ao Diretor Administrativo; opinar sobre o Plano Diretor de Obras e Reformas de interesse comum do campus; opinar sobre a ocupação de bens imóveis; deliberar sobre a aceitação de doações e legados, quando não clausulados, observada a legislação vigente; propor o Regimento do campus e as modificações necessárias, por deliberação da maioria de seus membros, e enviá-las ao Diretor Administrativo; deliberar sobre a utilização do solo e áreas comuns; definir normas de segurança no campus, de acordo com as diretrizes e metas fixadas; opinar sobre acordos e convênios, com entidades públicas ou privadas, que envolvam interesses administrativos comuns do campus; estabelecer regras e procedimentos para disciplinar a realização de eventos oficiais e festas promovidos nos espaços próprios das unidades e órgãos compreendidos pelo campus, bem como nos demais espaços do campus, não próprios das unidades e órgãos; deliberar sobre casos omissos no âmbito de sua competência; deliberar sobre os relatórios de atividades da Coordenadoria, devidamente instruídos com indicadores e resultados, e enviá-los ao Diretor Administrativo; e convocar, por meio de seu presidente, as eleições dos representantes que comporão o Conselho Gestor do campus.

Assessoria de Comunicação – IFSC/USP

24 de fevereiro de 2016

Docente do IFSC é eleito membro titular do Conselho Deliberativo

No último dia 18 de fevereiro, a Associação Brasileira de Editores Científicos (ABEC) realizou a apuração de seu pleito eleitoral que elegeu membros e representantes da associação para exercer mandato nos próximos dois anos (2016-2018).

ABEC-_logoEntre os membros titulares eleitos para o Conselho Deliberativo da ABEC está o docente do Instituto de Física de São Carlos (IFSC/USP) Valtencir Zucolotto, além de Germana Barata (Núcleo de Desenvolvimento da Criatividade da Unicamp), Gildenir Santos (Biblioteca Central da Unicamp) e Vera Lucia Gomes Klein (Instituto de Ciências Biológicas da UFG).

Além do novo Conselho Deliberativo, também foram realizadas eleições para eleger o Presidente, Vice-Presidente, Secretário-Geral, Secretário, Tesoureiro e membros do Conselho Fiscal.

Para conferir o nome de todos os eleitos da ABEC, clique aqui.

Com informações do site da ABEC Brasil

Assessoria de Comunicação- IFSC/USP

24 de fevereiro de 2016

Pesquisa da USP sobre alimentos vence concurso

O estudo intitulado Bases moleculares das transformações pós-colheita e qualidade de frutas venceu o Prêmio Péter Murányi 2016. Coordenada pelo Prof. Dr. Franco Lajolo, da Faculdade de Ciências Farmacêuticas da Universidade de São Paulo (FCF/USP), a pesquisa visa ao desenvolvimento de novas técnicas que conservem frutas e permitam diminuir perdas pós-colheita e aumentar a qualidade dos alimentos.

O trabalho foi desenvolvido em conjunto com os Profs. Drs. João Roberto Oliveira do Nascimento e Beatriz Rosana Cordenunsi, ambos também da FCF/USP, e viabilizou a identificação de vias metabólicas para a transformação do amido em açúcar e das enzimas que agem na degradação da parede celular das frutas.

Nesta edição da premiação, participaram mais de noventa inscritos. O prêmio, que corresponde ao valor de R$ 200 mil, será entregue durante um evento que acontecerá no dia 19 de abril, no Centro de Convenções da Associação Paulista de Supermercados, em São Paulo.

Criado pela fundação que leva o mesmo nome, o Prêmio Péter Murányi tem como objetivo reconhecer importantes trabalhos capazes de contribuir às áreas de saúde, desenvolvimento científico e tecnológico, alimentação e educação.

Assessoria de Comunicação – IFSC/USP

24 de fevereiro de 2016

Evento sobre defeitos topológicos reuniu dezenas de participantes

CS-B_250Realizou-se entre os dias 15 e 19 de fevereiro, no Auditório “Professor Sérgio Mascarenhas”, do Instituto de Física de São Carlos (IFSC/USP), o Cosmic Strings@Brazil, evento que reuniu aproximadamente cinquenta pesquisadores brasileiros, e estrangeiros oriundos do Canadá, EUA, México, Espanha, Suíça, França e de outros países, que discutiram a origem dos defeitos topológicos – em especial as cordas cósmicas -, suas estruturas microfísicas, consequências cosmológicas, assinaturas observacionais, entre outros tópicos, sendo que a programação incluiu, também, uma sessão de pôsteres alusivos a trabalhos sobre o tema em questão.

A Profa. Dra. Betti Hartmann, que atua no Grupo de Física Teórica do IFSC, organizou o workshop, em parceria com os especialistas Patrick Peter, do Institut d’Astrophysique de Paris (França), Danièle Steer, da Université Paris Diderot (França) e Jon Urrestilla, da University of the Basque Country (Espanha). Em entrevista à Assessoria de Comunicação do IFSC/USP, Betti disse ter ficado satisfeita com os resultados obtidos no encontro, principalmente por meio dos eventos sociais que integraram a programação BETTI_HARTMANN_350do workshop. “Na noite de quarta-feira [17 de fevereiro], por exemplo, tivemos um jantar de conferência, onde os participantes discutiram suas pesquisas. Isso foi muito bom, porque eu mesma pude conversar com alguns especialistas do exterior pela primeira vez”, destacou a docente que tem mestrado e doutorado em física pela Carl Von Ossietzky Universität Oldenburg (Alemanha), bem como pós-doutorado pela Durham University (Reino Unido) e Université de Tours (França).

Tentando entender a origem do universo

Além de ter estimulado o contato de pesquisadores nacionais com especialistas de fora do país, o workshop apresentou um panorama dos trabalhos que foram desenvolvidos pelos participantes, que buscam uma chance em observar as cordas cósmicas, tentando responder o porquê desses elementos existirem em tão pouca quantidade no espaço.

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Segundo Betti Hartmann, os estudos desenvolvidos no âmbito desse campo de pesquisa poderão, talvez, trazer respostas sobre a origem do universo, isso porque as cordas cósmicas (elementos que contêm bastante energia) surgiram através dos defeitos topológicos. Acredita-se que no universo primordial, fase em que o espaço provavelmente teria tido uma dimensão bastante pequena, a temperatura era muito quente e, por isso, houve muita energia que passou por transições de fase (efeito que ocorre, por exemplo, na modificação do estado sólido da água para o líquido). Foram nessas transições que surgiram as cordas cósmicas.

Betti acredita também que esses estudos têm grande potencial para explicar os fundamentos da física e trazer aplicações para a área da matéria condensada, cujas pesquisas envolvem as propriedades de matérias em estado sólido e líquido. “De forma sintetizada, o objetivo dos estudos sobre os defeitos topológicos é entender a teoria fundamental do universo, a partir da descoberta de maiores detalhes envolvendo a origem do espaço”, concluiu Betti.

Assessoria de Comunicação – IFSC/USP

23 de fevereiro de 2016

Recebimento de citações e intimidações judiciais

Considerando o elevado número de mandados judiciais recebidos pela Universidade de São Paulo, o que tem de certa forma inviabilizado o normal funcionamento de suas Unidades, o Reitor da USP, Prof. Dr. Marco Antonio Zago, mandou publicar no dia 02 de fevereiro do corrente ano a Portaria GR Nº 6.725, que estabelece o procedimento para o recebimento de citações, intimidações e notificações judiais ordenadas pela Justiça Estadual e Federal.

Para conferir a citada Portaria, clique AQUI.

Assessoria de Comunicação – IFSC/USP

23 de fevereiro de 2016

Semana de Recepção aos Calouros no IFSC

ULTIMAS_ATIVIDADES_RECEPO_2016_1Foi encerrada no último dia 19 de fevereiro a Semana de Recepção aos Calouros no Instituto de Física de São Carlos (IFSC/USP), realizada no âmbito da XVIII Semana de Recepção aos Calouros da USP – 2016. Iniciada em 15 de fevereiro, a Semana trouxe aos ingressantes do Instituto uma programação composta por atividades de integração, conversa* com docentes e coordenadores de cursos, entrega de prêmios, almoço com veteranos, peça teatral, show de talentos, visitas pelas infraestruturas do IFSC/USP (confira nas imagens abaixo) e do Centro de Divulgação Científica e Cultural (CDCC), lual de confraternização, e outros eventos.

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No último dia da Semana de Recepção, além do almoço com veteranos, visita ao Centro Acadêmico Armando de Salles Oliveira (CAASO), apresentação de oportunidades de estágio voluntário e outras atividades de integração, os calouros do IFSC/USP assistiram ao Show da Física. O evento, que é comumente apresentado no âmbito do programa Universitário por Um Dia (1Dia), tem como objetivo estimular a interação do público com elementos da física, a partir de demonstrações experimentais relacionadas a aplicações do cotidiano.

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Assim, encerrou-se mais uma edição da Semana de Recepção aos Calouros no IFSC. Após uma semana repleta de atividades que permitiram integrar os calouros ao ambiente uspiano, resta aos novos ingressantes se dedicarem a esta nova fase, que é o primeiro passo para a construção de uma carreira profissional.

*A conversa entre os calouros do curso de Licenciatura em Ciências Exatas com a coordenadora do curso, Profa. Dra. Miriam Cardoso Utsumi (Instituto de Ciências Matemáticas e de Computação – ICMC/USP), ocorrerá no próximo dia 25, às 19h40, no Anfiteatro Novo do IFSC/USP, na Área I do campus USP São Carlos.

Assessoria de Comunicação – IFSC/USP

22 de fevereiro de 2016

Inscrições abertas para o Núcleo TUSP de São Carlos

Estão abertas as inscrições para as duas turmas do Núcleo de Teatro da USP (Núcleo TUSP de São Carlos). A primeira turma, que é voltada a integrantes e ex-integrantes do Núcleo, pesquisadores de temáticas correlatas, músicos e artistas com mais de 18 anos, realizará atividades com base no tema A construção social do feminino, durante as segundas-feiras, a partir das 19h30.

A segunda turma, cujo público alvo é a terceira idade, desenvolverá trabalhos envolvendo possibilidades corporais e expressivas, de forma individual e coletiva. As atividades serão feitas durante as terças-feiras, das 10h às 11h30.

As inscrições, que se encerram em 26 de fevereiro, podem ser feitas através do envio de um e-mail para o endereço tuspdesaocarlos@gmail.com, com o assunto Inscrição núcleo tusp 2016. A mensagem deve conter algumas informações referentes ao interessado, como, por exemplo, nome, telefone, endereço eletrônico, idade, ocupação (curso, trabalho, etc.), experiência (se houver) e a turma de interesse (1 ou 2).

As inscrições também podem ser feitar no Centro Cultural da USP, na Av. Carlos Botelho, 1485, ao lado do Observatório da USP, das 9h às 11h30 e das 14h às 17h.

Mais informações podem ser adquiridas através do blog e da página do Núcleo no Facebook, ou por meio do telefone (16) 3373-8015.

Núcleo TUSP de São Carlos

Criado em 2010, o Núcleo TUSP de São Carlos tem como objetivo propiciar uma experiência estética que reflita na condição do homem e na atualidade, a partir de estudos teóricos e práticos e de encontros, que são organizados semanalmente no Centro Cultural, sob a coordenação de Claudia Alves Fabiano, doutoranda em Pedagogia do Teatro na Escola de Comunicação e Artes da USP (ECA/USP). Com trabalhos gratuitos, o Núcleo sempre é composto por alunos de graduação e pós-graduação da USP e da Universidade Federal de São Carlos (UFSCar), profissionais liberais, jovens do ensino médio e de cursinhos, docentes, funcionários públicos, aposentados, artistas, etc.

Assessoria de Comunicação – IFSC/USP

22 de fevereiro de 2016

Prêmio “Princesa de Asturias”

Fundacion_Princesa_de_Asturias-_logoEstão abertas, até 29 de fevereiro de 2016, as inscrições para o “Prémio Princesa de Asturias”, uma iniciativa da fundação espanhola “Princesa de Asturias”, que tem como objetivo destacar trabalhos científicos, técnicos culturais, sociais e humanitários desenvolvidos por indivíduos ou grupos de pessoas de instituições acadêmicas internacionais.

A edição de 2016 do prêmio contemplará trabalhos que se enquadrem nas seguintes categorias: artes, letras, ciências sociais, comunicação e humanidades, investigação científica e técnica, cooperação internacional, desportos e concórdia.

As obras inscritas deverão ser devidamente justificadas e assinadas pelo diretor e presidente da comissão de pesquisa da Unidade da qual faz parte o inscrito.

Para mais informações sobre o prêmio, acesse http://www.fpa.es/pt/premios-princesa-de-asturias/

Assessoria de Comunicação- IFSC/USP

22 de fevereiro de 2016

Radiação nuclear poderá ser utilizada contra o mosquito

De acordo com reportagem publicada recentemente no portal do jornal O Estado de S. Paulo, está agendada para esta segunda-feira (22), em Brasília (DF), uma reunião com especialistas de vários países, na qual será examinada a viabilidade da utilização de radiação nuclear para combater o mosquito Aedes aegypti – vetor do zika vírus e de outras patologias – até os Jogos Olímpicos de 2016. A proposta, idealizada pela Agência Internacional de Energia Atômica (AIEA), já havia passado por uma análise nos dias 17 e 18 deste mês, durante um encontro promovido pela AIEA e pelo Ministério da Saúde, também em Brasília.

A estratégia consiste na exposição dos mosquitos machos a raios X e Gamas, a partir de uma tecnologia chamada Sterile Insect Technology (SIT, na sigla em inglês). O contato dos mosquitos com a radiação os tornaria inférteis, impedindo a reprodução do Aedes aegypti.

Apesar de o sistema não utilizar produtos tóxicos, acredita-se que a grande quantidade de mosquitos presentes em áreas urbanas seja um obstáculo para a proposta em questão. Segundo a citada reportagem, “para que isso funcione, os espécimes modificados teriam de ser superiores ao número de mosquitos machos em uma população autóctone em uma proporção de 10 a 20 vezes”.

Embora a AIEA estime que essa estratégia funcione apenas em pequenas cidades, o vice-diretor da Agência, Aldo Malavasi, está otimista. “Se o Brasil soltar um enorme número de mosquitos machos nessas condições, levaria poucos meses para reduzir a população. Mas isso teria de ser combinado com outros métodos”, disse ele ao portal.

Além do Brasil, países como Guatemala, El Salvador, México e Indonésia também estão cogitando aderir à técnica em questão para combater o vetor.

Assessoria de Comunicação – IFSC/USP

22 de fevereiro de 2016

Por que a detecção das ondas gravitacionais é um marco?

No final do ano passado, um importante acontecimento, especialmente para o mundo da física, ocorreu: foram finalmente detectadas as ondas gravitacionais, fenômeno previsto pelo físico alemão Albert Einstein há cem anos, quando ele formulou a notória Teoria da Relatividade Geral*.

Acreditando que Albert Einstein estava (como de costume) correto em relação à existência de ondas gravitacionais, diversos pesquisadores do LIGO e do VIRGO**, em um projeto que teve início em 1992, resolveram investir pesado (financeira e intelectualmente) no aperfeiçoamento de uma técnica capaz de detectar tais ondas***.

Vinte e quatro anos depois,  no dia 14 de setembro de 2015, a equipe dos dois observatórios conseguiu efetuar a primeira detecção direta de ondas gravitacionais, produzidas por consequência da fusão de dois buracos negros que possuem massas 30 vezes maior do que a do Sol. “O espaço-tempo, portanto, na presença dessas enormes massas, foi perturbado e, por isso, as ondas gravitacionais foram produzidas e se propagaram no universo por mais de um bilhão de anos até chegar à Terra“, explica Manuela Vecchi, docente do Grupo de Física Computacional e Instrumentação Aplicada do Instituto de Física de São Carlos (FCIA-IFSC/USP). “A fusão dos buracos negros deu origem a um terceiro com massa muito mais elevada: 62 vezes a do Sol”.

Manuela-_box_1Para que fique mais fácil entender, basta imaginar que o espaço-tempo seja o tecido que forma o universo. Um objeto leve não será capaz de afundar o tecido, enquanto um objeto pesado não só o afunda, como também o deforma. Quanto mais pesado for o objeto sobre o tecido do universo, maior será a deformação que ele gerará nesse tecido, sendo que, quanto maior for a deformação, mais facilmente ela poderá ser visualizada.

Mas, mesmo que produzida por pesadíssimos buracos negros, as ondas gravitacionais, originadas no universo, só poderiam ser medidas na Terra, há milhões de anos-luz de distância, por uma técnica de enorme precisão, capaz de “discriminar” ondas gravitacionais de outros tipos de ondas mecânicas geradas por ruídos ou vibrações cotidianas, como aquelas causadas por um caminhão andando numa rodovia, por exemplo. 

Para se fazer a medição das ondas gravitacionais, foram construídos dois interferômetros  a 3 mil quilômetros de distancia um do outro, nos Estados Unidos (um no estado de Washington e outro no estado da Louisiana). Em cada observatório, o interferômetro LIGO usa laser para dividir a luz em dois feixes que viajam a longo dos braços de 4 km de extensão. Os feixes são utilizados para monitorar a distância entre espelhos precisamente posicionadas nas extremidades dos braços. De acordo com a teoria de Einstein, a distância entre os espelhos irá alterar por uma quantidade ínfima quando uma onda gravitacional passa pelo detector. Uma alteração no comprimento dos braços mais pequenos do que um décimo de milésimo o diâmetro de um próton pode ser detectada.

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Observatório LIGO de Washington- EUA. (crédito: www.ligo.org)

 

Como a equipe do LIGO trabalha com essa técnica há quase 30 anos, a precisão na identificação dessa perturbação é muito grande. “Eles têm a capacidade de observar uma deformação do espaço-tempo da ordem de uma pequena fração do diâmetro de um próton”, elucida Manuela. “Essa precisão é essencial, pois o sinal da onda gravitacional, até chegar à Terra, é muito fraco”.

Esse acontecimento afetará nossas vidas?

Mesmo que não afete nossa vida direta e imediatamente, a detecção das ondas graviationais é um evento de grande importância, principalmente por três motivos. 

Primeiramente, a detecção das ondas gravitacionais confirma mais uma vez a Teoria da Relatividade Geral de Einstein. “Uma hipótese formulada há um século foi confirmada, e isso é um fato muito importante, pois esse era o ‘pedaço’ que faltava para validar a Teoria da Relatividade Geral”, afirma Manuela.

Em segundo lugar, com a descoberta de ondas gravitacionais, baseadas em apenas 16 dias de coleta de dados (ou seja, uma pequena quantidade de dados), uma nova Era de pesquisas é inaugurada para se fazer astronomia, já que o aperfeiçoamento da técnica de interferometria a laser permitirá que o universo seja estudado de uma maneira diferente.

 Como já foi dito anteriormente, o evento só pôde ser detectado devido à fusão de dois buracos negros com massa 30 vezes maior do que a do Sol. Portanto, indiretamente, buracos negros também foram observados, e esse também é um feito inédito. “Buracos negros não podem ser verificados através da observação astronomica tradicional, justamente porque eles não emitem luz. Estamos, portanto, diante da estreia de uma nova técnica de detecção, que permitirá estudar tanto buracos negros quanto outros objetos que conhecemos pouco. Talvez até seja possível descobrir outros objetos, até agora desconhecidos”, diz Manuela.  

Finalmente, vale a pena destacar a importância do experimento LIGO, primeiramente pelo enorme esforço e tempo dedicados por parte dos pesquisadores envolvidos. Foi quase três décadas em busca do aperfeiçoamento da técnica capaz de medir uma onda gravitacional. ”Quando concluí meu doutorado, em 2010, a possibilidade de detectar ondas gravitacionais não parecia tão próxima, pois os detectores da época não tinham ainda a sensibilidade necessária. Ondas gravitacionais são realmente muito difíceis de detectar. Foi um experimento muito demorado, mas, no final, eles conseguiram, e isso é algo muito marcante e importante na história da física”, opina Manuela.

Assim como diversas coisas de nosso dia a dia só são possíveis graças ao avanço da tecnologia, para o caso em questão isso também se aplica. Fica claro, no entanto, que determinação e disposição ainda são os elementos chave para viabilizar novos produtos e novas técnicas de estudos. E, claro, por trás disso tudo, uma mente genial, como a de Einstein, que traga novas hipóteses, desafios e motivação aos entusiasmados pesquisadores.

*A Teoria afirma que, na presença de um corpo de massa muito grande (massas infinitamente grandes, comparadas às massas de seres humanos, como a de uma estrela), o espaço-tempo é deformado por efeito do campo gravitacional criado pela massa. A deformação do espaço tempo cria ondas, semelhantes aquelas que aparecem na superficie de um lago quando se joga uma pedra, e se propagam na velocidade da luz.

**Laser Interferometer Gravitational – Wave Observatory, localizado nos EUA; Observatório localizado em Pisa (Itália)

***A existência de ondas gravitacionais ja’ tinha sido demonstrada na década de 1970 e 1980 por Joseph Taylor, Jr., e seus colegas. Taylor e Russell Hulse, que foram agraciados com o Prêmio Nobel de Física em 1993. Graças ao VIRGO-LIGO, nos temos agora a primeira evidencia direta do fenomeno

19 de fevereiro de 2016

Cosmology with the Planck satellite

FRANOIS_BOUCHET_250Dando início à série de seminários organizados pelo programa Colloquium diei neste ano, o pesquisador François Bouchet, do Institut d’Astrophysique de Paris – IAP (França), apresentou a palestra Cosmology with the Planck satelitte. O evento ocorreu na manhã do dia 19 de fevereiro, no Auditório “Professor Sérgio Mascarenhas”, do Instituto de Física de São Carlos (IFSC/USP).

Nessa palestra, o astrônomo do instituto francês discutiu os resultados obtidos a partir do satélite Planck, que foi operado pela Agência Espacial Européia (ESA, na sigla em inglês) entre 2009 e 2013.

Para saber mais sobre o pesquisador François Bouchet, clique AQUI.

Assessoria de Comunicação – IFSC/USP