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24 de junho de 2016

Prova selecionará representante do IFSC

O Maratona IFSC, grupo de estudantes do Instituto de Física de São Carlos (IFSC/USP) que organiza aulas semanais e provas quinzenais com foco em competições de programação, selecionará algum aluno da Unidade para representar o IFSC na Maratona de Programação, que ocorrerá em 10 de setembro. A seleção será feita no início de agosto (provavelmente na primeira ou na segunda semana do mês) a partir de uma prova organizada pelo Instituto de Ciências Matemáticas e de Computação (ICMC/USP).

Com o objetivo de estimular nos jovens a criatividade, a habilidade de trabalho em equipe, a busca por novas soluções de software e a capacidade de resolver problemas sob pressão, a Maratona de Programação é uma etapa regional que leva os melhores classificados às fases Nacional e Mundial da ACM-ICPC – International Collegiate Programming Contest, considerada por muitos estudantes como a principal competição de algoritmos e programação do mundo, reunindo milhares de competidores de diversas nacionalidades.

“Sabemos que os cursos de graduação do IFSC exigem muito dos alunos e que, por isso, muitos acabam não participando das provas da seletiva. Então, resolvemos abrir uma vaga para a única prova que avaliará os interessados”, explica André Smaira, um dos estudantes do Instituto de Física de São Carlos que criaram o Maratona IFSC e que treina as equipes que representam o Instituto na Maratona de Competição que, além de usar problemas abordados por grandes companhias durante entrevistas de emprego, melhora a capacidade do competidor na resolução de problemas e estimula o aprendizado de algoritmos que não são estudados ao longo de cursos de graduação.

A prova de seleção terá duração de cinco horas, permitindo o uso das linguagens C, C++ e Java. Poderá participar da avaliação qualquer aluno de graduação que tenha ingressado na USP pela primeira vez a partir de 2012 e que tenha nascido a partir de 1993.

Para mais informações sobre a prova seletiva, entre em contato com o estudante André Smaira, através do e-mail andre.smaira@usp.br, Facebook ou Google+.

Assessoria de Comunicação – IFSC/USP

24 de junho de 2016

Doenças Tropicais Negligenciadas e o papel do CIBFar-IFSC

Dengue, Doença de Chagas, leishmaniose, esquistossomose, e hanseníase, são patologias que têm uma característica em comum: elas são algumas das dezessete Doenças Tropicais Negligenciadas (DTN’s), grupo de doenças endêmicas que são causadas por vírus, bactérias, protozoários e vermes, que determinam cerca de cem mil a um milhão de mortes por ano, especialmente, em regiões mais pobres do planeta, como África, Ásia e América Latina. Segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS), as DTN’s ocorrem em 149 países, afetando mais de 1,4 bilhão de pessoas – quase metade desse número é composta por crianças. Para ter uma real dimensão desse número, saliente-se que 1,4 bilhão de pessoas equivale a 20% da população mundial, representando sete vezes o número da população brasileira.

anopheles_300De acordo com dados mais recentes do Global Burden of the Diseases – um estudo global sobre o impacto das doenças e causas de morte -, em 2013 as DTN’s registraram 142 mil mortes. Por um lado, a taxa é positiva, uma vez que no início da década de 1990 o mesmo estudo identificou 204 mil mortes reportadas. Em resumo, num período de quinze anos, houve uma redução de 30% nos casos de mortes causadas pelas Doenças Tropicais Negligenciadas.

Para o Prof. Dr. Rafael Guido, do Grupo de Cristalografia do Instituto de Física de São Carlos (IFSC/USP), esse resultado se deve aos esforços e às iniciativas mundiais – principalmente da OMS – que têm sido feitos no combate às DTN’s. “Atualmente, a Organização Mundial da Saúde selecionou duas das dezessete doenças como alvo para erradicação, sendo elas a dracunculíase e a bouba, e quatro para eliminação (tracoma, doença do sono, lepra e elefantíase)”.

Assim como países vizinhos, africanos e asiáticos, o Brasil enfrenta dois grandes desafios: a pobreza e a falta de acesso às condições mínimas de saneamento básico. Ambos os cenários, segundo Guido, tornaram o Brasil uma região propícia para a disseminação das DTN’s, principalmente aquelas causadas por parasitas, como, por exemplo, a esquistossomose.

Nesse sentido, em 2004, o Ministério da Saúde, junto com o Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovação, organizou grupos de estudos com gestores, pesquisadores e profissionais da área da saúde, de maneira a definir quais DTN’s deveriam ser combatidas, com prioridade, no Brasil. Hoje, com base em dados epidemiológicos, demográficos e no impacto das doenças, sete das dezessete DTN’s são consideradas como as grandes prioridades no país – dengue, Doença de Chagas, leishmaniose, hanseníase, malária, esquistossomose e tuberculose.

Apenas o Trypanosoma cruzi, agente causador da Doença de Chagas, infecta oito milhões de pessoas na América Latina. “A estimativa é que 23% destes pacientes vivam no Brasil, ou seja, aproximadamente dois milhões de brasileiros têm Doença de Chagas”. A leishmaniose visceral (forma mais grave e letal das leishmanioses), segundo dados de 2014 referentes ao Brasil, acometeu quase 3.500 pessoas. A dengue, por sua vez, teve 1,2 milhão de casos registrados somente neste primeiro semestre de 2016. O número de casos de esquistossomose reportados em 2014 foi na ordem de, aproximadamente, trinta e três mil.

Embora não sejam mais consideradas doenças negligenciadas, devido aos recursos destinados ao controle e tratamento, a malária e a tuberculose são enfermidades que têm alta incidência em território brasileiro, principalmente, a segunda, que é a principal causa de morte de pacientes HIV positivos.

Zika, chikungunya e H1N1 são DTN’s?

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O Aedes aegypti é vetor da dengue, chikungunya e da zika (Foto: Gizmodo)

Ao contrário das doenças citadas anteriormente, patologias como zika, chikungunya e H1N1, não integram a lista de doenças tropicais negligenciadas. Isso porque as três têm recebido especial atenção dos governos nacional e internacionais, com grandes repercussões na mídia. De acordo com Guido, a grande atenção contribui positivamente na alocação de recursos e no estabelecimento de forças-tarefas específicas para estudar patologias e traçar estratégias de controle e tratamento.

Mesmo não sendo DTN’s – o que já é um ponto positivo -, vale ressaltar que o panorama dessas três doenças é grave, porque se não são doenças letais, como a gripe H1N1, elas podem causar sequelas, como é o caso da zika. “Os casos de microcefalia causados pelo vírus zika são apenas a ‘ponta do iceberg’. Não sabemos ainda, em longo prazo, quais são os sintomas que esses pacientes podem apresentar. Por isso, os estudos que visam a uma melhor caracterização da doença são de fundamental importância”, enfatiza.

Em busca de estratégias para o combate e tratamento das DTN’s

Além de docente do IFSC/USP, Rafael Guido é pesquisador do Centro de Pesquisa e Inovação em Biodiversidade e Fármacos (CIBFar), que atualmente é coordenado pelos Profs. Drs. Glaucius Oliva (IFSC/USP), Vanderlan S. Bolzani (Vice-Coordenadora – NuBBE/UNESP), Adriano D. Andricopulo (Coordenador de Inovação – IFSC/USP) e Leila Maria Beltramini (Coordenadora de Educação – IFSC/USP). Criado por meio da Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de São Paulo (FAPESP), o CIBFar é resultado de projetos de pesquisa colaborativos, envolvendo diversos laboratórios*, no qual se realiza desde prospecção biológica até análise pré-clínica in vitro e in vivo de compostos candidatos a fármacos para o combate de DTN’s, desenvolvendo também estudos de toxicologia e de farmacocinética, com o objetivo de criar medicamentos patenteáveis. Mais do que isso, o Centro se dedica a estudos voltados a investigação de infecções causadas por bactérias super-resistentes e algumas doenças não infecciosas de alto impacto, como, por exemplo, câncer e Alzheimer.

Guido explica que seu grupo de pesquisa tem contribuído bastante, por exemplo, para a descoberta de novas moléculas candidatas a fármacos para o tratamento da malária: “Nós realizamos o processo de triagem de moléculas promissoras e, uma vez identificadas essas moléculas, iniciamos os estudos de desenvolvimento”.

Esse tipo de trabalho, de acordo com o docente, é extenso e, geralmente, decorrem anos até que se possa descobrir alguma molécula candidata a fármaco, já que é necessário garantir que essas substâncias sejam potentes o suficiente para serem administradas em baixas doses e eficazes para eliminarem o alvo. “Além disso, como investigamos doenças negligenciadas, cujos pacientes geralmente pertencem às camadas menos favorecidas da população, temos que garantir um baixo custo no tratamento”, destaca Rafael Guido, lembrando que a OMS indica que os tratamentos para DTN’s devem custar no máximo US$ 1,00, por dose. No caso da malária, a recomendação é que todo o tratamento custe US$ 1,00.

Com o intuito de desenvolver novas alternativas de tratamento para as doenças tropicais negligenciadas, o CIBFar tem consolidado uma série de parcerias com organizações internacionais, como a Drugs for Neglected Diseases initiative (DNDi), colaboração estabelecida e liderada pelos Profs. Drs. Adriano D. Andricopulo, Luiz Carlos Dias (IQ/UNICAMP), Monica T. Pupo (FCFRP/USP) e Glaucius Oliva, e a Medicine for Malaria Venture (MMV), cooperação estabelecida e liderada pelos Profs. Luiz Carlos Dias, Rafael Guido e Glaucius Oliva. Ambas atuam entre universidades e grandes empresas, interagindo, principalmente, com indústrias localizadas em países que sofrem os impactos das DTN’s. Por este motivo, diz Guido, o CIBFar tem conseguido contribuir para o desenvolvimento de novos medicamentos para essas doenças, ao mesmo tempo em que tem formado especialistas em técnicas e métodos utilizados para a elaboração de fármacos para doenças infecciosas endêmicas do Brasil.

Atualmente, o CIBFar tem duas frentes de pesquisa, sendo uma de pesquisa básica e outra de pesquisa aplicada. Na pesquisa básica, os pesquisadores utilizam ferramentas de biologia molecular e estrutural para obterem uma melhor compreensão a respeito de como funcionam os parasitas. Esse tipo de conhecimento é essencial para conhecer o “inimigo” e planejar estratégias eficientes para a eliminação dos micro-organismos responsáveis por causarem as DTN’s.

Já a segunda frente de pesquisa compreende os estudos que têm focos muito mais específicos, como, por exemplo, o desenvolvimento de uma nova molécula para o tratamento da malária. Nesse tipo de pesquisa, os cientistas utilizam métodos de química medicinal e síntese orgânica para desenvolverem compostos que tenham características necessárias para agirem no organismo humano, com eficácia e segurança. “No Centro, há também pesquisadores focados na investigação de produtos naturais nacionais, como fontes inspiradoras para a descoberta de novos fármacos [essas investigações são conduzidas pelos pesquisadores do NuBBE/UNESP e do DQ/UFSCar] e novas formas mais eficientes para se obterem moléculas candidatas a medicamentos que possam tratar e combater as DTN’s [os estudos referentes a essas novas formas são conduzidos pelos pesquisadores do IQ/UNICAMP e do DQ/UFSCar]”.

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Com anos de atuação na área de desenvolvimento de estratégias para o tratamento e combate de DTN’s, Guido revela que as expectativas para eliminar as doenças negligenciadas no Brasil e no mundo são muito baixas. Isso porque, a cada dia, os pesquisadores descobrem novas informações sobre a biologia desses parasitas e se surpreendem com o fato de organismos tão simples conseguirem desenvolver mecanismos tão complexos para sobreviverem. Somado a isso, há ainda o agravante do surgimento de cepas resistentes aos poucos tratamentos disponíveis para as doenças negligenciadas. “Levam-se anos para descobrir e desenvolver um novo medicamento e, dependendo do caso, em apenas alguns meses os parasitas conseguem gerar resistência ao fármaco”.

Devido a essa situação enfrentada por pesquisadores da área, a OMS, assim como as organizações DNDi e MMV, aconselha que os novos tratamentos para qualquer tipo de DTN’s sejam feitos em associação com dois ou mais medicamentos, tal como já ocorre com os tratamentos da malária e da tuberculose, nos quais são administrados dois fármacos simultaneamente. Com essa estratégia simples, Rafael Guido acredita que seja possível diminuir significativamente as chances dos parasitas gerarem resistência aos tratamentos.

*Laboratório de Química Medicinal e Computacional (LQMC) e Laboratório de Biofísica Molecular do IFSC/USP; Núcleo de Bioensaios, Biossíntese e Ecofisiologia de Produtos Naturais do Instituto de Química da Universidade Estadual Paulista “Júlio de Mesquita Filho” (NUBBE/UNESP); Laboratórios de Síntese Orgânica do Instituto de Química da Universidade Estadual de Campinas (IQ/UNICAMP); Laboratórios de Produtos Naturais e Síntese Orgânica do Departamento de Química da Universidade Federal de São Carlos (DQ/UFSCar); e Laboratório de Produtos Naturais da Faculdade de Ciências Farmacêuticas de Ribeirão Preto (FCFRP/USP).

(Imagem 1: Mosquito Anopheles, transmissor da Malária. Créditos da foto: Scientists Against Malaria)

A pesquisa descrita nesta matéria de divulgação pode se encontrar em fase inicial de desenvolvimento. A eventualidade de sua aplicação para uso humano, animal, agrícola ou correlatas deverá ser previamente avaliada e receber aprovação oficial dos órgãos federais e estaduais competentes. A responsabilidade pelas informações contidas na reportagem é de inteira responsabilidade do pesquisador responsável pelo estudo, que foram devidamente conferidas pelo mesmo, após editadas por jornalista responsável devidamente identificado, não implicando, por isso, em responsabilidade da instituição.

Assessoria de Comunicação – IFSC/USP

23 de junho de 2016

Feira de Ciência e Tecnologia do CEPOF reúne 250 participantes

Cerca de duzentas e cinquenta pessoas, dentre alunos e professores dos ensinos fundamental e médio de escolas públicas e privadas da região de São Carlos, participaram da Feira de Ciência e Tecnologia do CEPOF, realizada no dia 19 de junho, no Salão de Eventos do campus USP São Carlos, em uma iniciativa do Centro de Pesquisa em Óptica e Fotônica (CEPOF), com o apoio da Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de São Paulo (FAPESP) e do Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq).

1._DESTAQUE_250Como mero exemplo, no ano de 2013, o Instituto de Física de São Carlos (IFSC/USP) recebeu a visita de cinco cientistas laureados com o Prêmio Nobel – Daniel Kleppner, William Phillips, Eric Cornell, Dudley Herschbach e David Wineland, sendo que, ainda jovens, todos eles se apaixonaram pelas ciências exatas, exatamente após terem participado de feiras de ciência. Com base nesse fato, pesquisadores do Grupo de Óptica do IFSC idealizaram a Feira, cujo principal objetivo foi despertar a ciência nos jovens estudantes, para que sentissem o prazer pelas ciências exatas e que, no futuro, pudessem ingressar nas melhores universidades do país – e do mundo – e conquistar as melhores colocações no mercado de trabalho.

Outro intuito da Feira foi aproximar a Universidade – instituição de ensino superior que mais produz trabalhos científicos na América Latina – da sociedade em geral. “A importância da ciência está no fato dela produzir tecnologia. A tecnologia resolve, em grande parte, os problemas da humanidade, através de todas as suas áreas, como, por exemplo, medicina, física, engenharia e biologia. Então, nós entendemos a importância de divulgar a ciência à comunidade”, destacou Wilma Barrionuevo, colaboradora do CEPOF e membro da organização da Feira.

Os projetos demonstrados ao longo do evento foram elaborados e desenvolvidos com o apoio dos kits didáticos do programa “Aventuras na Ciência”, fabricados pela Educar & Cia Inovação Tecnológica Ltda. Produzidos por docentes do IFSC e de outras universidades do país, esses conjuntos abordam as áreas de termodinâmica, cores, geofísica, óptica, biologia, química, matemática e astronomia.

Wilma falou sobre a dificuldade e o prazer que teve ao organizar esta edição da Feira do CEPOF. Isso porque os professores das escolas públicas fazem milagres com o pouco que têm, no dia a dia da profissão: “Eles têm pouco auxílio e pouco reconhecimento… E essa missão de auxiliá-los para a participação na Feira foi fantástica. Além disso, os alunos participantes foram indicados pelas escolas. Então, esses alunos são os melhores. Eles têm um grande potencial, mas poucas pessoas olham para eles”, disse ela, emocionada.

Para o Prof. Dr. Vanderlei Bagnato, docente e pesquisador do CEPOF, que também esteve à frente do evento, a finalidade da Feira foi introduzir a ciência aos estudantes, de modo a complementar o ensino que eles já recebem nas escolas, onde têm aulas expositivas. Segundo o docente, para participarem da Feira, os jovens tiveram que imaginar e inventar o que queriam observar, com os instrumentos que receberam como apoio. “Além disso, há o fator da descoberta. Muitos não conseguem visualizar o planeta Terra como ele é. Com o uso dos kits e a prática da ciência, os alunos visualizam melhor o que realmente acontece na natureza. Nossa ideia é que a experimentação seja parte da formação científica das pessoas”.

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Os alunos Stella Nagliati (13 anos), Beatriz Castro Gonçalves (14 anos) e Lucas Fernandes Martins (14 anos), do Colégio São Carlos, desenvolveram um projeto sobre cores. Stella comentou que a experiência da Feira foi incrível, pois pôde descobrir novos conteúdos. “Eu não sabia metade das coisas que estudei durante o projeto”, disse ela, que, graças à Feira, pôde conhecer e conviver ainda mais com seus colegas do ensino fundamental: “Estudar e passar por tudo isso, junto com eles, foi bem legal”.

Ao contrário de Stella, a Feira não foi o primeiro contato que Beatriz teve com a física. Devido ao seu interesse por ciências exatas, a estudante já havia pesquisado sobre essa área de conhecimento e se sentiu honrada ao ter sido escolhida para participar da Feira, promovida pelo CEPOF. “Eles escolheram os estudantes que mais demonstraram interesse em participar da Feira. Fiquei feliz em saber que o Colégio percebeu que eu tinha esse interesse”, disse Beatriz.

Lucas Fernandes, que pretende atuar em alguma área relacionada a ciências da computação, achou a experiência da Feira interessante, porque acredita que, através desse tipo de evento, os jovens conseguem ter uma noção maior sobre quais áreas mais lhes atraem. “Quando se instiga o jovem a pensar, isso pode fomentar algo nele, para o futuro”.

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Stella, Lucas e Beatriz

As alunas Manuela Vieira Cassiano (13 anos) e Maria Flor Conchetta Franco Paes (14 anos), colegas de Stella, Beatriz e Lucas, receberam outro kit, a partir do qual desenvolveram um projeto sobre a lei dos gases, onde fizeram experimentos comprovando cada uma das leis. “Para nós, foi um conteúdo difícil de entender, porque essas leis são matérias de ensino médio. Mas, no final, deu tudo certo”, comentou Manuela, que simpatiza bastante com a área de ciências exatas. “Ter começado a estudar física antes do ensino médio tem sido bom pra gente, porque, quando chegarmos lá, já teremos noção de todo o conteúdo”, complementou Maria Flor, que, no futuro, quer ser perita criminal.

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Manuela e Maria Flor

Os professores desses alunos – Marcelo Pereira da Silva e Lumena Salgado Aguena Valle – destacaram o esforço e interesse dos estudantes do Colégio. “Durante toda a preparação dos projetos, analisamos o que cada aluno poderia fazer dentro daquilo que havia sido proposto e contamos com total participação dos jovens”, pontuou o Prof. Marcelo.

A Profa. Lumena Valle falou sobre a dificuldade em ter selecionado apenas alguns alunos para fazerem parte do evento: “No Colégio, ministramos aulas de laboratório, desde a educação infantil. Então, no caso do ensino fundamental, os alunos têm aulas semanais de laboratório, que é o encanto da galera”, disse a professora, tendo acrescentado que, quando a escola recebeu o convite para participar da Feira, todos os estudantes ficaram animados. “A turma toda se empolgou tanto, que conversei com a Wilma Barrionuevo, que liberou a participação de duas equipes do colégio na Feira”.

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Coordenadora Pedagógica do Colégio, Ana Maria, e Profs. Lumena e Marcelo

Segundo o pesquisador Sebastião Pratavieira, do Grupo de Óptica do IFSC/USP, no evento, os cinco melhores grupos participantes foram premiados após uma série de avaliações feita pela Wilma Barrionuevo, pelos pesquisadores, incluindo alunos do USPSC SPIE Chapter*, e por dois docentes do Grupo, Profs. Drs. Euclydes Marega e Francisco Guimarães.

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Sebastião e Prof. Marega

Os grupos premiados em primeiro, segundo e terceiro lugares, receberam kits didáticos e bolsas do CNPq para desenvolverem seus projetos, que serão orientados por Wilma Barrionuevo durante seis meses, com a oportunidade de apresentarem seus trabalhos na TV USP e em escolas da região de São Carlos. Já os dois últimos grupos foram premiados com medalhas, troféus e certificados. Abaixo, confira os grupos premiados:

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Ao longo do evento, houve alguns sorteios dos já mencionados conjuntos. Além disso, sete escolas receberam o prêmio de Escolas Mais Participativas; todas as instituições foram premiadas com o troféu Melhor Escola, e todos os alunos receberam certificados e a medalha Jovem Cientista. Os 250 participantes (alunos e professores) receberam kits didáticos.

A escolha dos grupos vencedores não foi fácil, já que parte dos organizadores reconheceu a excelente qualidade dos trabalhos expostos. “A qualidade dos projetos foi ótima. Percebemos que o que falta para os alunos não é inteligência mas, sim, instrumentação. Isso é impressionante”, frisou o Prof. Bagnato.

Assim como o docente, o pesquisador do Grupo de Óptica e membro do comitê de avaliação da Feira, Bruno Pereira de Oliveira, destacou o esforço dos jovens alunos. “Foi complicado analisar a parte conceitual dos projetos, porque os alunos chegaram aqui muito bem preparados”, comentou, tendo acrescentado o fato de várias escolas da região terem participado do evento.

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O pesquisador José Dirceu Vollet Filho, membro que está há onze anos no Grupo de Óptica do IFSC/USP, também avaliou os trabalhos, que, segundo ele, demonstraram a motivação dos alunos em procurar entender os fenômenos estudados. “É exatamente isso que procuramos no evento. De fato, queríamos despertar a curiosidade dos estudantes, para que eles percebessem que ciência não é apenas uma matéria escolar, mas algo que está no dia a dia deles e que pode melhorar a qualidade de vida das pessoas”.

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A divulgação da Feira de Ciência e Tecnologia do CEPOF foi feita juntamente com a Diretoria Regional de Ensino, que, por sua vez, ajudou a divulgar o evento em todas as escolas da região de São Carlos. Para Silvana Belotti, Professora Coordenadora do Núcleo Pedagógico da Diretoria de Ensino de São Carlos, a importância do uso dos kits está no fato deles abordarem conteúdos didáticos, estimulando a alfabetização científica, o estudo da pesquisa e a investigação daquilo que os estudantes propõem. “Tudo isso faz parte do caminhar pedagógico e tenho certeza que esses alunos estão sendo beneficiados”.

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Wilma e Silvana

Silvana Belotti acrescentou que essa colaboração entre o IFSC/USP e a Diretoria de Ensino de São Carlos poderá ser complementada com um novo projeto – idealizado por ela e pelo Prof. Bagnato ainda durante este evento -, que compreenderá a realização de possíveis clubes de ciências nas escolas públicas, a partir de aulas, com professores que trabalham com os kits educativos. “É algo que vai envolver muitos alunos. Isso é um sonho educativo. É um sonho de ciências”.

Abaixo, confira algumas imagens da Feira:

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*Coordenado pela Profa. Dra. Cristina Kurachi (IFSC/USP) e formado principalmente por estudantes do Instituto, o USPSC SPIE Chapter tem como principal objetivo estimular a interação entre alunos e sociedades de diversos países.

Assessoria de Comunicação – IFSC/USP

23 de junho de 2016

Vírus zika é associado a inflamação no olho em adultos

Pesquisadores da Faculdade de Medicina de Ribeirão Preto (FMRP), da USP, acabam de publicar a primeira descrição de inflamação intraocular em adultos causada pelo vírus Zika, o mesmo que é transmitido pelo Aedes aegypti.

Até então, a comunidade científica acreditava que a Zika adquirida causava somente conjuntivite. Essa é uma manifestação nova e potencialmente mais grave do quadro ocular. Pela primeira fez na literatura científica, está descrita a Zika adquirida em associação com inflamação dentro do olho. Eram conhecidas somente as alterações oculares causadas pela Zika congênita, aquela em que os bebês podem desenvolver lesões graves e permanente, relata o professor João Marcello Furtado, do Departamento de Oftalmologia, Otorrinolaringologia e Cirurgia da Cabeça e Pescoço da FMRP.

O professor diz que essa é também a primeira vez que o material genético do vírus foi isolado a partir de amostras de líquido de dentro do olho, o chamado humor aquoso que fica na câmara anterior do olho. Essa é uma demonstração de que o vírus pode ultrapassar as barreiras que protegem o olho contra infecções, alerta Furtado.

A descrição está na edição de ontem, dia 22/06, de uma das mais importantes revistas da área médica no mundo, a The New England Journal of Medicine.

Além do professor Furtado, participam do trabalho o professor Benedito Antonio Lopes da Fonseca, o médico oftalmologista Tomás Teixeira Pinto, do Hospital das Clínicas da FMRP, e Taline Klein e Danillo Espósito, do Laboratório de Virologia da FMRP.

Achados clínicos

O caso relatado na The New England Journal of Medicine é de um homem de cerca de 40 anos que teve sintomas compatíveis com a Zika, associados a olho vermelho. Num primeiro momento, o paciente e o médico acreditaram ser conjuntivite. Entretanto, diz o pesquisador, na avaliação oftalmológica foi evidenciada inflamação intraocular, a chamada uveíte.

As uveítes podem ser causadas por agentes infecciosos como vírus, bactérias ou protozoários ou por doenças auto-imunes. Pela suspeita de que esta inflamação era causada pelo vírus Zika, foi coletada amostra do líquido intraocular, o humor aquoso. Os exames de sangue do paciente deram positivos para zika e, para nossa surpresa, a amostra do material intraocular também continha material genético do virus zika.

Furtado relata que o olho direito do paciente estava com uma inflamação leve oito dias após o início dos sintomas. Na semana seguinte, verificaram inflamação moderada no olho esquerdo, mais intensa do que a do olho direito. No momento em que detectaram a inflamação no olho esquerdo, a visão deste olho piorou 50% de acordo com a tabela de acuidade visual. A visão do olho esquerdo já era pior desde criança. A inflamação deste olho rebaixou a visão temporariamente. Mas, após tratamento, voltou ao que ele considerava normal para este olho. O olho direito ficou com acuidade visual sem alterações, relata Furtado.

O paciente foi tratado com colírio a base de corticóide, tratamento padrão para os casos de uveítes. Não existe tratamento específico para inflamação ocular causada pelo Zika, nosso plano foi a tentativa de controle da inflamação, o que conseguimos uma semana após o início do tratamento”. A acuidade visual do olho esquedo também voltou ao normal para os padrões do paciente após esse período.

O pesquisador lembra que a inflamação dentro do olho, na parte anterior, tem como possíveis complicações o desenvolvimento de catarata e aumento da pressão do olho, que se ocorrer de maneira prolongada pode levar ao desenvolvimento de glaucoma, por isso a necessidade de tratamento imediato e adequado.

(Com informações da Assessoria de Imprensa da USP)

Assessoria de Comunicação – IFSC/USP

23 de junho de 2016

Grupo de Óptica realiza nova triagem de voluntários

O Grupo de Óptica do Instituto de Física de São Carlos (IFSC/USP) está realizando nova triagem de voluntários para tratamento de mulheres obesas.

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Para participar, as interessadas precisam se enquadrar nos seguintes pré-requisitos:

– Ter obesidade Grau 1 (IMC entre 30 e 34,9);

– Ter até 55 anos e estar no processo de pós-menopausa;

– Não ser diabética, tabagista e/ou hipertensa;

– Não ter hipotireoidismo.

A triagem faz parte da pesquisa “Efeitos da associação de fototerapia e treinos HIIT sobre a gordura total e visceral em mulheres pós-menopausa”, de autoria da pesquisadora Thays Yara Teófilo Borges Campos (UFSCar), e supervisionada por Antonio Eduardo de Aquino Junior (IFSC/USP) e Vanderlei Salvador Bagnato (IFSC/USP).

O tratamento, que envolverá treinamentos de alta intensidade aliados à fotoestimulação, será realizado três vezes por semana, no período da tarde, na clínica Multifisio (São Carlos-SP), e terá duração de uma hora.

Para participar da triagem ou obter mais informações, basta entrar em contato pelo e-mail thaysyaratbc@gmail.com ou pelo telefone (16) 99173-1548.

Assessoria de Comunicação- IFSC/USP

22 de junho de 2016

What is truly quantum about quantum thermodynamics?

GERSHON_KURIZKI_250Pelas 16h30 do dia 22 de junho, o Prof. Dr. Gershon Kurizki, do Instituto de Ciência Weizmann (Israel), participou do Café com Física que aconteceu na sala F-210 do Instituto de Física de São Carlos (IFSC/USP), onde apresentou a palestra What is truly quantum about quantum thermodynamics?, na qual argumentou que a mecânica quântica pode fornecer recursos capazes de aumentar o desempenho termodinâmico.

Atualmente, Kurizki é docente do Grupo de Óptica Quântica do Departamento de Físico-Química do citado instituto israelense, que hoje é composto pelas faculdades de bioquímica, biologia, química, matemática e ciências da computação, física, educação e de arqueologia.

Assessoria de Comunicação – IFSC/USP

22 de junho de 2016

Magnetic moments and non-Fermi-liquid behavior in quasicrystals

O comportamento não-líquido de Fermi e os quase-cristais, foram os principais tópicos discutidos pelo Prof. Dr. Eric de Castro e Andrade, do Instituto de Física de São Carlos (IFSC/USP), na palestra Magnetic moments and non-Fermi-liquid behavior in quasicrystals, ministrada pelas 10h45 do dia 22 de junho, no anfiteatro “Professor Horácio Panepucci” (IFSC/USP), através do Journal Club.

Docente do Grupo de Física Teórica do Instituto de Física de São Carlos, o Prof. Andrade concluiu a graduação e o doutorado em Física na Universidade Estadual de Campinas (UNICAMP). No período entre 2010 e 2013, desenvolveu um pós-doutorado na Universidade Técnica de Dresden, na Alemanha e, de 2014 a 2016, fez outro pós-doutorado, no Instituto de Física Teórica da Universidade Estadual Paulista “Júlio de Mesquita Filho” (IFT/UNESP).

Assessoria de Comunicação – IFSC/USP

22 de junho de 2016

Projeto do GO-IFSC/USP conquista 1º lugar na categoria “Integração”

Um projeto do Grupo de Óptica do IFSC/USP conquistou o 1º lugar, na categoria Integração, no Prêmio Mercosul de Ciência e Tecnologia, edição 2015.

O projeto vencedor do Grupo de Óptica intitula-se Inovações para Prevenção do Câncer de Colo de Útero, um trabalho assinado pelos pesquisadores Vanderlei Salvador Bagnato, Fernanda Mansano Carbinatto, Natalia Nayumi Inada, Welington Lombardi, Dora Patrícia Ramirez Angarita e Renata Aparecida Belotto.

Com o tema Inovação e Empreendedorismo, as linhas de pesquisa da premiação abordaram temas como inovação tecnológica, geração de startups e gestão da informação.

O prêmio Mercosul tem o objetivo de reconhecer trabalhos que contribuam para o desenvolvimento científico e para a integração dos países membros e associados do bloco (Argentina, Brasil, Paraguai, Uruguai e Venezuela; além de Bolívia, Chile, Colômbia, Equador e Peru).

Este prêmio é organizado pelo MCTIC e pelo Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq) e conta com o apoio institucional da Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura (Unesco) e do Movimento Brasil Competitivo (MBC), e patrocínio da Confederação Nacional da Indústria (CNI).

Assessoria de Comunicação – IFSC/USP

22 de junho de 2016

USP e Universidade do Porto (Portugal) unidas em projetos

A USP e a Universidade do Porto (Portugal) celebraram recentemente um acordo de cooperação acadêmica em todas as áreas do conhecimento de ambas as instituições.

A finalidade é incentivar o intercâmbio de docentes/pesquisadores e estudantes de pós-graduação para desenvolvimento de projetos de pesquisa em parcerias entre os membros das respectivas instituições.

Para obter mais informações sobre esta cooperação, clique AQUI.

Assessoria de Comunicação – IFSC/USP

21 de junho de 2016

Programa de Estímulo ao Ensino de Graduação lança edital

O Programa de Estímulo ao Ensino de Graduação lançou um novo edital correspondente à distribuição de 450 bolsas a alunos de graduação da USP, interessados em realizar monitoria, com duração de dez horas semanais, em disciplina. A iniciativa, estabelecida pela Pró-Reitoria de Graduação, tem como finalidade incentivar os estudantes com mérito acadêmico a aperfeiçoar os estudos em uma disciplina de interesse, a partir do desenvolvimento de atividades supervisionadas por docentes.

Até o dia 30 de junho, professores poderão inscrever seus projetos no Júpiterweb, sistema pelo qual os alunos interessados deverão se inscrever no projeto da disciplina escolhida, no período de 13 a 24 de julho.

Todos os projetos serão avaliados e selecionados pela Comissão de Graduação da USP até o dia 07 de agosto.

Assessoria de Comunicação – IFSC/USP

21 de junho de 2016

Veículos camuflados com dispositivo inédito

Um dispositivo inédito, conhecido cientificamente como dispositivo eletrocrômico e apelidado de “dispositivo camaleão”, promete revolucionar o conceito que até hoje se tem a respeito da camuflagem, podendo, no futuro, beneficiar principalmente a área militar.

veculo_militar_250O método, desenvolvido pela ex-aluna do Instituto de Física e Química de São Carlos (IFQSC/USP), atualmente docente e pesquisadora do Instituto de Química de São Carlos (IQSC/USP), Profa. Dra. Agnieszka Pawlicka Maule, poderá ser instalado em tanques de guerra e outros veículos terrestres, funcionando como uma espécie de camaleão, que altera as cores do verde ao amarelo, em diversas tonalidades, de modo instantâneo.

Esses tons do verde ao amarelo permitem a camuflagem em ambientes como deserto, semi-deserto, selva, terra ou montanha rochosa. Portanto, se um veículo estiver no meio de uma selva, o dispositivo camaleão identificará as cores do local e assumirá a cor para tons de verde (folhagem), fazendo o veículo se confundir com a paisagem. Contudo, se, após isso, o veículo entrar numa área desértica, numa montanha ou numa planície, o dispositivo mudará para os tons das cores da nova paisagem.

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Efeito de camuflagem em tons de verde

Esta pesquisa começou em 2009, quando a Profa. Agnieszka Pawlicka Maule participou de um workshop que ocorreu em Porto Rico, no Caribe, acompanhada de sua amiga, a pesquisadora Dra. Anna Samoc, que, embora tenha nascido na Polônia, vive há algum tempo na Austrália. No evento, ambas começaram a conversar a respeito de pesquisas que utilizavam macromoléculas de DNA em dispositivos eletrocrômicos. Durante a conversa, a Dra. Anna Samoc comentou que conhecia um docente polonês, chamado Dr. Adam Januszko, que atuava no Instituto Militar de Engenharia Tecnológica (WITI) da Polônia e que tinha interesse nesse tipo de dispositivo, e que iria colocá-la em contato com ele.

No citado evento, em uma conversa bastante rápida que teve com a Profa. Agnieszka, o Prof. Januszko destacou o desejo que tinha em desenvolver um dispositivo que pudesse ser aplicado na área militar, camuflando veículos, trajes e instalações, em tons que “imitassem” as cores da natureza (verde, amarelo, branco, marrom…). Até então, os únicos dispositivos já criados faziam a camuflagem apenas no espectro do infravermelho, que não permite camuflagens em luz visível.

Posteriormente, após ministrar um seminário no citado instituto militar, a docente estabeleceu, então, uma parceria com o Prof. Januszko, que já tinha um sistema de reconhecimento e transposição de cor que mapeava os tons de um ambiente e os imprimia. “Meu objetivo era desenvolver um sistema que, ao invés de apenas imprimir cores para camuflar tecidos, pudesse mudar os tons em tempo real. Foi um desafio desenvolver o dispositivo camaleão, porque não havia nada relacionado a esse tipo específico de metodologia na literatura científica”, explica a Profa. Agnieszka Pawlicka Maule, em entrevista à Assessoria de Comunicação do Instituto de Física de São Carlos (IFSC/USP).

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Assim, esperando a chegada do Prof. Dr. Adam, em poucos dias a docente e o seu doutorando Lucas Marinho Nóbrega de Assis desenvolveram o dispositivo camaleão, composto por dois eletrodos transparentes, filmes finos eletrocrômicos de azul da Prússia e de óxido de cério dopado com óxido de titânio e um eletrólito gel.

Para provocar as reações químicas neste dispositivo, foi preciso aplicar um potencial elétrico (fenômeno físico), resultando na mudança da cor do filme. Em outras palavras, para camuflar um veículo, é necessário aplicar um campo elétrico entre os eletrodos, para promover o deslocamento dos elétrons e íons para dentro do filme eletrocrômico (abaixo, confira uma imagem representativa e outra real do dispositivo).

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Ao contrário da já conhecida tecnologia utilizada em óculos fotocromáticos, que escurece as lentes automaticamente, a metodologia do novo dispositivo eletrocrômico poderá ser controlada pelo motorista do veículo, que por sua vez decidirá em qual momento o efeito da camuflagem será ativado e exibido a partir de pixels com dimensões de, aproximadamente, um a cinco centímetros quadrados. Esse sistema de acionamento é semelhante ao utilizado nas janelas das novas aeronaves Boeing 787 Dreamliner, que podem ser escurecidas tanto pelo piloto quanto pelos passageiros. Com o auxílio de um software, será possível criar o padrão de cores desejadas, programando o efeito de camuflagem antes mesmo de chegar ao ambiente escolhido pelo motorista do veículo.

Capa da invisibilidade

Da mesma forma como o personagem Harry Potter pode andar escondido sob uma manta invisível pelos corredores do castelo de Hogwarts, no futuro, militares também poderão andar por diversos cenários sem serem vistos. Além do material vítreo usado para criar o dispositivo para veículos, a Profa. Agnieszka tem estudado também substratos de plásticos que poderão futuramente integrar o dispositivo em roupas. “Temos tido alguns pequenos problemas para inserir a metodologia nesse tipo de material, mas estamos trabalhando nisso. Porém, a parte de vestuário é um objetivo que temos para um futuro ainda mais longínquo”, diz ela, que trabalha com dispositivos eletrocrômicos desde 1993, quando iniciou o seu pós-doutorado no IFQSC/USP.

Embora a tecnologia esteja finalizada, os pesquisadores envolvidos neste projeto estão trabalhando ainda para melhorar a qualidade do sistema e desenvolver, talvez daqui a alguns meses, um protótipo, tendo em vista que já há uma empresa militar europeia interessada em adquirir a patente, para fabricá-lo e comercializá-lo futuramente.

(Imagens ilustrativas do dispositivo: Lucas Marinho Nóbrega de Assis e Agnieszka Pawlicka Maule)

Assessoria de Comunicação – IFSC/USP

20 de junho de 2016

Final de tarde com o “AD LIBITUM”

ad1-300Numa iniciativa da Diretoria do Instituto de Física de São Carlos, o IFSC/USP acolheu no dia 16 de junho, cerca das 19 horas, no Auditório “Prof. Sérgio Mascarenhas”, um concerto com o Grupo Amador de Música de Câmera AD LIBITUM que, ao longo de duas horas, apresentou um repertório inserido no tema Do Barroco ao Choro.

A satisfação em receber o AD LIBITUM no Instituto de Física de São Carlos foi em dobro, não só porque esta apresentação estava sendo esperada há cerca de um ano, com muita expectativa por todos quantos admiram a música de câmera, mas também porque o excelente grupo nos faz recordar o trabalho, o empenho e o entusiasmo do saudoso docente deste Instituto, o Prof. Dr. Dietrich Schiel. Ele foi o principal responsável pela formação do AD LIBITUM, juntamente com seu pai, que igualmente fez parte do corpo docente deste Campus, como também pela sua notória contribuição, em 1980, para a fundação do CDCC – Centro de Divulgação Científica e Cultural da USP (São Carlos) e, mais tarde, pela instalação do Observatório situado no Campus USP de São Carlos, batizado com seu nome.

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Com a primeira atuação acontecendo aqui no campus, no CAASO, em 1976, a trajetória inicial deste grupo começou de forma modesta, mas expressiva, com apresentações na residência da família Schiel, no início da década de 70, dele continuando a fazer parte alguns membros que assistiram e acompanharam a sua formação inicial, como são os casos de Christian Folz e Newton Cury, ambos egressos do Campus USP de São Carlos, partes integrantes da atual composição do grupo. Por seu turno, Maria Inez Botta, igualmente integrante do AD LIBITUM, está no grupo desde 1975 e seu nome está intimamente ligado à área culturalad2-250 da cidade de São Carlos, tendo, ao longo do tempo, desempenhado funções como Presidente do Conselho Municipal de Cultura, diretora de escola de música na cidade e Coordenadora da Oficina Cultural Sérgio Buarque de Holanda.

O AD LIBITUM é constituído por: Carlos Ribeiro e Marcelo Ribeiro (violinos), Iza D’Anciães (violoncelo), Christian Folz (flauta transversal), Newton Cury (flauta soprano), Fátima Vianna (flauta contralto) e (cravo / piano)

Ao longo das duas horas de concerto, coube a Christian Folz intercalar o repertório com a história da música, com uma incidência especial no período do Barroco, tendo feito, posteriormente, uma rápida viagem às reminiscências do Choro.

Um fantástico concerto!!

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Assessoria de Comunicação – IFSC/USP

17 de junho de 2016

WeR – USP

No início da tarde desta sexta-feira, 17, os membros do Centro de Tecnologia da Informação de São Carlos, da Superintendência de Tecnologia da Informação da USP (CeTI-SC – USP), Edmar Martineli e Nivaldo Aparecido Coelho, ministraram a palestra WeR – USP, na Sala Celeste do Instituto de Física de São Carlos (IFSC/USP). Nesta apresentação, ambos falaram a respeito do WeR – USP, um sistema que funciona como um visualizador de produção científica, com base nas plataformas Lattes, Google Scholar, Scopus, Web of Science e BDTD-USP.

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Dirigido atualmente pelo Prof. Dr. Adilson Gonzaga, da Escola de Engenharia de São Carlos (EESC/USP), o CeTI-SC – USP executa atividades e estratégias voltadas à administração técnica da Rede USPnet e disponibiliza serviços para armazenar e processar dados de alto desempenho em nuvens computacionais interconectadas. Cabe ao Centro também desenvolver, implantar e conservar os serviços de sistemas de informação para suporte das atividades administrativas e acadêmicas da Universidade de São Paulo.

(Nas imagens: Edmar e Nilvado)

Assessoria de Comunicação – IFSC/USP

17 de junho de 2016

Feira de Ciência e Tecnologia do CEPOF

No próximo domingo, 19 de junho, no salão de eventos da USP São Carlos, será realizada a Feira de Ciência e Tecnologia do CEPOF, iniciativa do Centro de Pesquisa em Óptica e Fotônica (CEPOF), que objetiva despertar vocações científicas e tecnológicas em jovens potencialmente talentosos, além de aproximar mais a universidade da comunidade geral.

A Feira, que terá alcance regional, será realizada em conjunto com o Museu Itinerante do CEPOF e o Planetário do CEPOF, atrações que objetivam trazer ao público contato com os experimentos mais recentes e expressivos da ciência.

Além disso, para a realização do evento, diversas escolas públicas e particulares de São Carlos e região receberam kits educativos do programa “Aventuras na Ciência”, produzidos por docentes do Instituto de Física de São Carlos (IFSC/USP) e de outras universidades brasileiras.

A entrada para a Feira é gratuita e todos estão convidados a comparecer.

Feira de Ciência e Tecnologia do CEPOF

Data: 19 de junho

Hora: das 10 às 18 horas

Local: Salão de Eventos da USP São Carlos (entrada pela rua próxima ao Habib´s da Avenida Trabalhador sancarlense)

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Planetário CEPOF (Créditos: arquivo CEPOF)

Assessoria de Comunicação- IFSC/USP

17 de junho de 2016

A Física no Brasil

No dia 17 de junho, pelas 10h30, o Prof. Dr. Ricardo Magnus Osorio Galvão, docente do Instituto de Física da USP (IF/USP) e presidente da Sociedade Brasileira de Física (SBF), ministrou a palestra A Física no Brasil, que ocorreu no auditório “Professor Sérgio Mascarenhas” do Instituto de Física de São Carlos, no âmbito do programa Colloquium diei.

Neste colóquio, o docente falou sobre a SBF, que em RICARDO_GALVO_2502016 comemora cinquenta anos de existência – a Sociedade foi fundada em 14 de julho de 1966, em assembleia presidida pelo docente da USP e presidente do conselho superior da FAPESP*, Prof. Dr. José Goldemberg, durante a XVIII Reunião Anual da Sociedade Brasileira para o Progresso da Ciência (SBPC), em Blumenau, Santa Catarina. Ao longo dessas cinco décadas, segundo o Prof. Ricardo Galvão, a SBF tem desempenhado um importante papel na promoção da pesquisa científica no país, assumindo sempre uma posição independente e construtivamente crítica nos grandes assuntos que dominaram o cenário científico e tecnológico brasileiro.

O Prof. Galvão também citou as diversas atividades programadas pela Sociedade Brasileira de Física para comemorar os cinquenta anos da entidade, que inclui a realização do Encontro de Física 2016, que ocorrerá entre os dias 3 e 7 de setembro em Natal, no Rio Grande do Norte, bem como a publicação de um livro que aborda, entre outros panoramas, aspectos do passado da física no Brasil.

O Prof. Galvão é graduado em Engenharia de Telecomunicações pela Universidade Federal Fluminense (UFF), mestre em Engenharia Elétrica pela Universidade Estadual de Campinas (UNICAMP) e doutor em Física de Plasmas Aplicada pelo Instituto de Tecnologia de Massachusetts (MIT). Com pós-doutorado pelo Instituto de Física de Plasma (FOM-RIJNHUIZEN), na Holanda, e livre-docência em Física Experimental pela USP, o Prof. Ricardo Galvão é membro da Academia de Ciências do Estado de São Paulo, da Academia Brasileira de Ciências, do Instituto de Física (IOP) e do Conselho da Sociedade Europeia de Física.

*Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de São Paulo.

Assessoria de Comunicação – IFSC/USP

17 de junho de 2016

Os desafios da regulação de nanotecnologias

Em 1994, foi aprovada a comercialização do tomate FlavrSavr TM, primeiro produto transgênico a ser comercializado no mundo. Enquanto alguns comemoravam, outros olhavam a novidade com cautela, afinal, não se sabia quais os reais benefícios e, principalmente, quais os riscos que a inovação poderia oferecer às pessoas e ao meio ambiente.

De 1994 para cá, a engenharia genética e a biologia molecular deram um significativo salto, e novos processos e produtos, de igual ou maior relevância do que os alimentos transgênicos foram surgindo e ganhando a mente e o coração das pessoas. Exemplo disso são os nanomateriais, que hoje estão presentes em vários produtos que utilizamos em nosso dia a dia, marcando presença desde em band-aids e protetores solares até tintas e automóveis. E, como no caso dos transgênicos, ainda não se sabe totalmente quais os riscos que produtos feitos com base em nanotecnologia oferecem.

Para auxiliar na devida regulamentação de produtos e processos científicos que envolvem nanomateriais e, portanto, nanotecnologia, o Grupo de Nanomedicina e Nanotoxicologia do Instituto de Física de São Carlos (GNano- IFSC/USP) tem desenvolvido diversas pesquisas com foco exclusivo em nanotoxicologia, cujo objetivo principal é trazer informações a respeito do potencial de toxicidade de nanomateriais à Saúde e ao Meio Ambiente.

Nanotoxicologia na saúde

Atualmente, o GNano trabalha com duas linhas de pesquisa*, sendo que a linha em nanotoxicologia surgiu em 2010, e o primeiro artigo publicado pelo grupo em uma revista de impacto na área foi em 2012. Nessa linha, há seis pesquisas de pós-doutorado em andamento no GNano, focadas em saúde e meio ambiente (ecotoxicologia).

Zuco-Nanotoxicologia-saudeEm relação a pesquisas voltadas à saúde, a grande maioria se baseia na comparação do efeito de nanopartículas em culturas de células saudáveis e tumorais, que é justamente o alvo da pesquisa da pós-doutoranda Juliana Cancino Bernardi que, através dessas comparações, tenta compreender a eficiência dos nanomateriais no combate às células tumorais, atentando-se para esses mesmo efeitos em células saudáveis. “É preciso sempre ter em mente que um nanomaterial teranóstico eficiente é aquele capaz de matar apenas as células de câncer, sem fazer o mesmo com as células saudáveis”, exemplifica a pesquisadora.

Juliana já teve oportunidade de trabalhar com culturas de células tumorais do fígado e leucêmicas, focando sua pesquisa atual em células tumorais do rim. Além da observação dessas culturas celulares, ela também se utiliza da técnica de extração de membranas extracelulares para posterior reconstituição das mesmas na forma da camada de Langmuir, que traz um novo ângulo de análise para essas comparações. “Se existem quaisquer diferenças em termos de área molecular e pressão superficial, por exemplo, eu consigo fazer aferições a esse respeito. Faço novas comparações entre esses dois métodos [in vitro e monocamada de Langmuir], pois ambos são fundamentais para se observar interações entre as células e as nanopartículas”, explica Juliana.

Até o momento, Juliana já pôde observar que há maior interação entre certas nanopartículas e membranas cancerígenas, cenário ideal para atuação das nanopartículas. “Para um futuro próximo, trabalharemos com outras técnicas de observação, entre elas a microscopia eletrônica”, adianta.

Outra pesquisa do GNano na área da saúde humana é desenvolvida pela pós-doutoranda Iêda Maria Martinez Paino. Trabalhando com nanotoxicologia in vitro, Iêda foca seu estudo na comparação entre células saudáveis primárias e células tumorais. “Já tenho aprovação do Comitê de Ética em Pesquisa para trabalhar com humanos, então extraio células do sangue de humanos saudáveis para fazer essas avaliações”, conta.

Os resultados encontrados por Iêda até o momento vão ao encontro daqueles já encontrados por Juliana: nanomateriais parecem ser muito mais sensíveis a células tumorais do que a células saudáveis, o que reforça a possibilidade de incorporação desses materiais a fármacos para terapia. “Ao se conjugar quimioterápicos convencionais a nanomateriais**, a ideia é que esses medicamentos tenham mais facilidade para se ligar a células cancerígenas, aumentando sua penetração nessas células, melhorando sua distribuição e tornando o tratamento mais eficiente, por diminuir a dose e, consequentemente, diminuir os efeitos adversos”, explica Iêda.

A esse respeito, vale a pena uma observação: normalmente, os fármacos convencionais apresentam problemas de biodistribuição e efluxo (quando a célula rejeita o medicamento). Fármacos feitos a base de nanomateriais têm uma grande chance de sanar alguns desses problemas. “Conjugar o quimioterápico com uma nanopartícula ou, pelo menos, ‘mascará-lo’ com a nanopartícula, poderá aumentar o poder de captação desse quimioterápico para dentro da célula”, ressalta Juliana***.

Nanotoxicologia no meio ambiente

Diferente do foco de pesquisas na área de saúde, a ecotoxicologia avalia os efeitos dos nanomateriais no meio ambiente e nos organismos vivos que dele fazem parte.

A pós-doutoranda do GNano Jaqueline Pérola de Souza realiza estudos que avaliam o efeito de nanomateriais em organismos aquáticos específicos: peixes, algas e zooplanctons (organismos intermediários entre algas e peixes na cadeia trófica). “Estudamos quais os efeitos tóxicos dos nanomateriais para cada um desses organismos, pois, compreendendo o impacto desses materiais em organismos mais simples, poderemos prever possíveis efeitos no organismo humano”, explica Jaqueline.

Zuco-Nanotoxicologia-ambientePara avaliar os efeitos do grafeno, um dos nanomateriais com o qual o GNano trabalha no organismo dos peixes, Jaqueline realizou um experimento que consistiu na exposição dos peixes ao nanografeno de forma aguda (4 dias) e de forma crônica (14 dias de duração). “Vimos que, durante a exposição crônica, há efeitos tóxicos sobre os peixes. O próximo passo é fazer o mesmo experimento com nanorods de ouro para, posteriormente, fazer comparações com resultados já encontrados no grafeno”, explica.

Seguindo a mesma linha de estudo de Jaqueline, a pós-doutoranda Francine Perri Venturini focaliza sua pesquisa na linha de regulamentação de nanomateriais, avaliando quais as concentrações seguras de diversos tipos de nanomateriais na biota aquática. “Embora a produção de nanomateriais já ocorra em escala industrial, não há uma faixa de concentração segura estipulada para seu despejo, e os nanomateriais podem apresentar algum tipo de prejuízo aos organismos que vivem na água”, elucida Francine.

De acordo com a pesquisadora, trabalhos dessa natureza (com foco em regulamentação) têm como base dados resultantes de exposições agudas que, por sua vez, avaliam somente a mortalidade dos organismos. “Esse tipo de avaliação é muito radical. As concentrações subletais também podem ter graves consequências ecológicas, interferindo na reprodução dos organismos, em suas buscas por abrigo, entre outros fatores”, afirma.

Já o estudo da pós-doutoranda Adrislaine da Silva Mansano Dornfeld avalia os efeitos de nanopartículas de cobre em algas, cladóceros e peixes. “O cobre é essencial aos organismos, mas em baixas concentrações. Em razão da utilização de nanopartículas de cobre em produtos de consumo, a concentração deste elemento pode aumentar no ambiente aquático”, explica.

Portanto, seu trabalho consiste em avaliar a transferência de nanopartículas de cobre em uma cadeia trófica aquática, verificando quais as consequências para cada um dos elos da cadeia. Como perspectiva futura de sua pesquisa, Adrislaine adianta que quer estudar organismos tropicais. “Mesmo que tenhamos bons resultados estudando organismos exóticos [não típicos da fauna brasileira], as condições tropicais são diferentes de países de regiões temperadas, e por isso é importante adequar as avaliações de risco das nanopartículas utilizando os organismos nativos”.

Ainda na linha de ecotoxicologia, a pós-doutoranda Helena Janke foca seus estudos em uma área recente de pesquisas do GNano, a microbiologia ambiental. Ela trabalha mais especificamente com fungos biodegradadores, isto é, fungos capazes de decompor diversos materiais, entre eles os nanomateriais. “Esse tipo de fungo pode auxiliar em processos de biorremediação, modificando o material antes e após o descarte no ambiente. Esse processo pode resultar na mineralização completa e ainda em produtos menos tóxicos a outros organismos, dependendo das condições”, explica.

Ela adverte que, antes da etapa de estudos de biodegradação, é necessário um estudo preliminar para avaliar como as partículas de nanomateriais podem afetar os microrganismos. “Precisamos avaliar o quanto as próprias nanopartículas são tóxicas aos microrganismos, observando a concentração de partículas que esses microrganismos são capazes de suportar”, complementa Helena****.

A importância dos estudos em nanotoxicologia

A inserção do GNano em pesquisas dedicadas exclusivamente ao estudo da toxicidade de nanomateriais  foi reforçada recentemente pela inserção do grupo no NaNoREG, consórcio internacional, financiado pela União Europeia, que envolve mais de 50 instituições (empresas, universidades, institutos de pesquisa, institutos de metrologia e governo) com um único objetivo: regulamentar a nanotecnologia. “A NanoREG trabalha com protocolos que objetivam regulamentar esse tipo de atividade. E quem irá utilizar esse material são as agências reguladoras “, explica Valtencir Zucolotto, docente do IFSC e coordenador do GNaNo. “Nesse caso, o conhecimento gerado não se traduz na forma de um produto, mas os resultados darão suporte para normas nos processos de regulação”.

Estudos dessa natureza são, obviamente, de interesse do cidadão comum. Primeiro, é preciso que ele tenha toda informação necessária em mãos a respeito daquilo que utiliza em seu dia a dia. “São esses estudos que estipulam limites de segurança para os produtos, pois, como toda molécula ou reagente, o nanomaterial pode ser tóxico, e o cidadão precisa saber em quais circunstâncias é possível utilizá-lo sem danos”, afirma Zucolotto.

Além disso, é importante que o cidadão tenha ciência de que há esforços direcionados para compreender essa nova tecnologia. “A informação que chega ao usuário final faz parte do processo de regulação. E a primeira coisa que precisamos para dar continuidade a essas etapas são, justamente, os testes científicos, que irão trazer respostas relativas ao uso seguro dos nanomateriais”, diz o docente.

Assim como ainda não se tem respostas conclusivas a respeito da toxicidade de alimentos transgênicos, não se sabe ainda quais os efeitos que os nanomateriais podem causar aos seres humanos e ao meio ambiente. O GNano, através de todas as pesquisas mencionadas anteriormente, busca essas respostas. E, se depender da disposição e competência de seus pesquisadores, elas devem chegar logo ao mundo científico e, consequentemente, ao cidadão comum.

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Pós-doutorandas do GNaNo. Da esquerda: Juliana, Iêda, Helena, Jaqueline, Adrislaine e Francine

As pesquisas descritas nesta matéria de divulgação podem se encontrar em fase inicial de desenvolvimento. A eventualidade de suas aplicações para uso humano, animal, agrícola ou correlatos deverá ser previamente avaliada e receber aprovação oficial dos órgãos federais e estaduais competentes. As informações contidas na reportagem são de inteira responsabilidade dos pesquisadores responsáveis pelos estudos, que foram devidamente conferidas pelos mesmos, após editadas por jornalista responsável devidamente identificado, não implicando, por isso, em responsabilidade da instituição.

*No GNaNo, atualmente, existem duas linhas de pesquisa: uma voltada para o desenvolvimento de materiais para diagnóstico e terapia de doenças (nanomedicina), e outra voltada para análise da toxicidade dos materiais utilizados nessas pesquisas (nanotoxicologia)

**Tanto Juliana quanto Iêda trabalham com nanomateriais de grafeno e nanopartículas metálicas, especialmente nanorods (nanomaterial em forma de bastão) de ouro, e também com nanopartículas poliméricas

***Estudos acerca da toxicidade de nanomateriais em células também contam com o trabalho do pesquisador Willian Waissmann

****As linhas de pesquisa em Ecotoxicidade do Gnano também contaram com o apoio das ex pós-doutoras do Grupo, Patricia Mayrink e Emanuela Freitas

Assessoria de Comunicação- IFSC/USP

16 de junho de 2016

Inscrições abertas para curso online de inglês básico

Estão abertas até o dia 24 de junho as inscrições para o Curso online de Inglês Básico A1 – Aucani Idiomas, oferecido pela Agência USP de Cooperação Acadêmica Nacional e Internacional (Aucani), para alunos de graduação e pós-graduação, docentes e funcionários da Universidade de São Paulo.

O oferecimento do curso, desenvolvido por docentes da Universidade, é resultado da parceria entre a USP, Universia Brasil e Santander Universidades. Além de gratuitas e inteiramente online, as aulas podem ser acessadas pelos alunos, conforme suas disponibilidades de tempo e seus ritmos de aprendizagem.

No que se refere ao curso, no total, foram lançadas 1.701 licenças para alunos de graduação, 1.000 para alunos de pós-graduação, 500 para docentes e 1.000 para funcionários técnico-administrativos da Universidade.

As inscrições podem ser feitas AQUI. A previsão é de que os resultados das seleções de inscritos sejam divulgados no sistema Mundus e no site da Aucani em 28 de junho.

O curso online deverá ter início em 04 de julho (a data limite de conclusão é 04 de janeiro de 2017). Para assistir a um vídeo demonstrativo do curso de inglês, clique AQUI.

O edital correspondente ao oferecimento em questão pode ser acessado AQUI.

Dúvidas podem ser esclarecidas através do e-mail aucani.idiomas@usp.br.

Assessoria de Comunicação – IFSC/USP

16 de junho de 2016

USP busca financiamento para levar alunos à competição na China

A Universidade de São Paulo tem buscado financiamento, com a finalidade de levar oito estudantes de graduação e pós-graduação, bem como dois docentes, à Hong Kong (China), para a 11ª edição da Technology and Management International Business Plan Competition (T&MIBPC), que ocorrerá entre os dias 3 e 11 de janeiro de 2017.

A competição e sua dinâmica

Idealizada inicialmente pela Universidade de Ciência e Tecnologia de Hong Kong (HKUST) e pelo Programa de Tecnologia e Gestão da Universidade de Ilinois Urbana-Champaign (IUIC – Estados Unidos), a competição reúne, desde 2007, alguns dos estudantes de graduação e pós-graduação que mais se destacam nas universidades participantes (HKUST, UIUC, Universidade de Bayreuth, na Alemanha, e USP), proporcionando aos alunos a oportunidade de estabelecer o contato com participantes de diferentes países e culturas.

Outra proposta da competição é permitir que os estudantes conheçam as cidades onde são realizadas as edições do evento, no qual os alunos são divididos em equipes mistas que, com a orientação de professores mentores, propõem projetos sobre um tema específico. A USP integra a competição desde 2012, tendo participado das edições que aconteceram em São Paulo (2012), Hong Kong (2013), Bayeruth (2014) e em São Carlos (2016). Parte da programação da última edição, que foi organizada pelo Departamento de Engenharia da Escola de Engenharia de São Carlos (SEM/EESC/USP), realizou-se no auditório “Professor Sérgio Mascarenhas” do Instituto de Física de São Carlos (IFSC/USP).

A cada edição, os participantes desenvolvem propostas inovadoras sobre um determinado tema. Em 2016, os 48 alunos participantes desenvolveram planos de negócio para o uso de drones. Já na edição de 2017, os estudantes deverão elaborar projetos relacionados ao desenvolvimento de sistemas de assistência a terceira idade. Para auxiliar os jovens ao longo da competição, já está agendada uma série de visitas técnicas a empresas que desenvolvem produtos nessa área tanto em Hong Kong quanto em Taiwan (China).

Pelo fato da T&MIBPC ser uma competição e não um evento científico, a USP não pode captar apoio financeiro das agências de fomento (CAPES, CNPq e FAPESP). Além disso, não conseguiu nenhum recurso de empresas. A estimativa de orçamento para viabilizar a participação dos membros da USP na 11ª edição da competição gira em torno de US$ 46, 292, 00, incluindo hospedagens e transportes:

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Os interessados em contribuir para a participação dos alunos e docentes da Universidade podem entrar em contato com o Prof. Dr. Marcelo Becker (SEM/EESC/USP), representante da USP na T&MIBPC, através do telefone (16) 3373-8646 ou pelo e-mail becker@sc.usp.br.

Assessoria de Comunicação – IFSC/USP

16 de junho de 2016

IFSC/USP apresenta concerto com o grupo “AD LIBITUM”

Organizado pelo IFSC/USP, realiza-se no próximo dia 16 de junho, a partir das 18h30, no Auditório “Prof. Sérgio Mascarenhas”, um concerto com o grupo AD LIBITUM – Grupo Amador de Música de Câmera, que apresentará um repertório inserido no tema Do Barroco ao Choro.

A programação deste concerto está organizada da seguinte forma:

Trio Sonata em sol maior – Antonio Vivaldi (1678 – 1741) (duas flautas e cravo);

Allegro cantábile;

Largo;

Allegro non molto;

Sinfonia 94 “Surpresa” – Joseph Haydn (1732 – 1809) / arranjo J. P. Salomon – (dois violinos, violoncelo, flauta e piano)

Adagio;

Vivace assai;

Andante;

Minuetto;

Allegro di molto;

Gaucho – O corta jaca (1895) – Chiquinha Gonzaga (1847 – 1935)*

Doce de Côco (Choro 1951) – Jacob do Bandolim (1918 – 1969)*

Carinhoso (Choro 1917) – Pixinguinha (1897 – 1973)*

Choro nº 1 (1920) – Heitor Villa-Lobos (1887 – 1959)*

Pot-pourri Infantil *

• Arranjos de Manoel Schiavi para flautas, violinos, violoncelo e piano.

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O AD LIBITUM é constituído por Carlos Ribeiro e Marcelo Ribeiro (violinos), Iza D’Anciães (violoncelo), Christian Folz (flauta transversal), Newton Cury (flauta soprano), Fátima Vianna (flauta contralto) e Maria Inez Botta (cravo / piano).

As entradas para este concerto são gratuitas, sem necessidade de inscrição ou convite.

Assessoria de Comunicação – IFSC/USP

15 de junho de 2016

“Petiscos e Mautner”

O Centro Cultural “Espaço – 7”, localizado na Rua 7 de setembro (Centro de São Carlos), recebe hoje, dia 15, a partir das 20 horas, a iniciativa intitulada “Petiscos e Mautner”, integrada na “Semana de Jorge Mautner em São Carlos”, que se prolonga até 18 do corrente mês.

A não perder, com entrada gratuita.

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Assessoria de Comunicação – IFSC/USP