Notícias

9 de maio de 2017

Quantum knots and monopoles

Quantum knots and monopoles foi o título MIKKO_MOTTONEN_250do seminário apresentado pelo Dr. Mikko Möttönen, na sala de seminários do Grupo de Óptica do Instituto de Física de São Carlos (IFSC/USP), no início da tarde desta terça-feira (09).

Mestre e doutor em física pela então Universidade de Tecnologia de Helsinki (TKK), na Finlândia, o Dr. Mikko lidera o Grupo de Computação e Dispositivos Quânticos (QCD Labs), sediado no Departamento de Física Aplicada da Escola de Ciência da Universidade Aalto, na Finlândia.

Assessoria de Comunicação – IFSC/USP

9 de maio de 2017

Um dia de discussão temática sobre a astrofísica de partículas

Realizou-se na manhã desta terça-feira (09), na sala F-210 do Instituto de Física de São Carlos (IFSC/USP), o Astro-Particle Day @ IFSC – Um dia de discussão temática sobre a astrofísica de partículas, uma edição especial do ASTRO-PARTICLE_DAY_250programa Astro-Cosmo-Particle Journal Club, que foi conduzida pelos pesquisadores Antonio Capone (Universidade La Sapienza – Itália), Aldo Morselli (Universidade Tor Vergata – Itália) e Luiz Vitor de Souza Filho (IFSC/USP).

Os três especialistas discutiram a astrofísica de partículas, tendo abordado, em especial, os neutrinos de alta energia, a busca pela matéria escura e pelo raio gama, e os raios cósmicos de alta energia.

Assessoria de Comunicação – IFSC/USP

9 de maio de 2017

Docente do IFSC é indicado para prêmio científico

O Instituto Nanocell é uma associação sem fins lucrativos, fundada em 2013, que tem por objetivo promover, através do desenvolvimento da pesquisa científica e cultural, o ensino e a educação.

Em 2017, o Instituto lançou a segunda edição do Prêmio Cientista e Empreendedor do Ano Instituto Nanocell, cujo objetivo é valorizar, incentivar e divulgar trabalhos de inovação em ciências, educação e saúde pública. Para a edição deste ano, o Instituto definiu seis áreas de ciências, sendo que para cada uma delas foram selecionados professores e alunos de todo Brasil para concorrer ao Prêmio em questão.

Luciano_da_Fontoura.jpgLuciano da Fontoura Costa, docente do Grupo de Computação Interdisciplinar do Instituto de Física de São Carlos (GCI- IFSC/USP) foi indicado, concorrendo na categoria “Biologia Sintética e Engenharia Genética”. Sendo o único docente do campus da USP São Carlos a concorrer ao Prêmio, Luciano acredita que sua indicação seja em razão da abordagem multidisciplinar que desenvolve desde no início de sua carreira científica. “Acredito que um possível aspecto de destaque das pesquisas que realizo é que, desde o início, buscamos desenvolver trabalhos de qualidade que sejam multidisciplinares inovadores. Ao mesmo tempo procuramos unir teoria e aplicação, propondo conceitos e métodos novos à luz de aplicações possíveis, o que contribui para a criatividade nos trabalhos”, complementa o docente.

Nesse sentido, Luciano destaca alguns de seus estudos, como os que utilizam o conceito de reconhecimento de padrões para estudar sistemas complexos. No contexto da biologia sintética, categoria para a qual Luciano foi indicado no Prêmio Nanocell, ele enfatiza trabalhos que vem desenvolvendo focados no aspecto “morfologia”. “Temos muitos trabalhos que tentam quantificar e simular formas de neurônios, por exemplo, e entender como tais formas podem restringir ou facilitar certas dinâmicas nos sistemas neuronais. Essa é uma área de concentração em minhas pesquisas”, afirma. “Por exemplo, sintetizamos células neuronais artificiais no computador para posteriormente uni-las formando sistemas matematicamente simulados, acrescentando então alguma dinâmica específica e observando o que o sistema é capaz de fazer”.

No GCI, no qual é coordenador, Luciano trabalha com quatro frentes principais de pesquisa, que norteiam os seus trabalhos: análise de imagens, reconhecimento de padrões, redes complexas e eletrônica. “Essas áreas se relacionam muito e, em nossas pesquisas, muitas vezes aplicamos mais de uma delas ao mesmo tempo. Além disso, os conceitos e métodos dessas áreas podem ser usados em muitos problemas teóricos e aplicados, e nossas diversas abordagens multidisciplinares se originam justamente disso”, explica. Em particular, Luciano enfatiza que reconhecimento de padrões, área relacionada ao seu doutorado, vem se destacando pelo seu potencial de aplicações em virtualmente qualquer área do conhecimento.

Como grande parte dos pesquisadores que trabalham com áreas distintas, Luciano “coleciona” diversas colaborações durante os anos, entre elas com pesquisadores de instituições brasileiras e internacionais, a exemplo da University of California (EUA), Harvard Medical School (EUA), University of Cambridge (Reino Unido), Universidade Federal da Bahia (BA), Universidade Estadual de Campinas (Unicamp), Universidade Federal de Uberlândia (MG) e, obviamente, grupos de pesquisa da própria USP, como o Instituto de Ciências Matemáticas e de Computação (ICMC). “Temos hoje mais de 11000 citações (Scholar) e isso só é possível porque interagimos com diversos grupos de pesquisa e contamos com a colaboração de muitos outros pesquisadores e alunos”, conclui Luciano.

A votação do II Prêmio Cientista e Empreendedor do Ano Instituto Nanocell, que já está em sua segunda etapa, será realizada até o dia 1º de junho. Para conhecer os indicados ao Prêmio e/ou votar, acesse http://www.nanocell.org.br/

Assessoria de Comunicação- IFSC/USP

8 de maio de 2017

Ensinando física em tupi-guarani

Por volta das nove horas da manhã de 26 de abril, o educador do Instituto de Física de São Carlos (IFSC/USP), Herbert Alexandre João, entrou na caminhonete 4×4 que o transportaria da Cidade Universitária (USP) à aldeia indígena Tenondé Porã, localizada no distrito paulista de Parelheiros, a 48 km da sede uspiana.

Faltavam poucos minutos para que o educador chegasse ao destino final, quando o tempo, nublado, fez cair uma forte chuva, indicando que a recepção na aldeia se daria sobre muita lama.

A aldeia Tenondé Porã está localizada em um território indígena de quase 16 mil hectares – antes de maio de 2016, a demarcação de terra desse território era de aproximadamente 25 hectares -, abrangendo os municípios paulistas de Mongaguá, São Bernardo do Campo, São Paulo e São Vicente.

TENOND-2_500

Embora mantenham vivos o idioma e a cultura de seus ancestrais, os cerca de oitocentos índios Guaranis que vivem na aldeia se adaptaram à expansão das áreas urbanas, próximo ao território indígena, e aderiram a alguns costumes dos “homens brancos”: eles têm aparelhos de TV e acesso à internet, trajando roupas semelhantes às de quem visita a comunidade.

Os moradores da aldeia, que vivem em pequenas casas de sapé e de tijolos, alimentam-se do que plantam (mandioca, milho, batata doce, abóbora…) e obtêm recursos financeiros através do Governo, de vagas de empregos que eventualmente são oferecidas pelo Centro de Educação e Cultura Indígena – CECI (educação infantil), pela Escola Estadual Indígena Guarani Gwyra Pepó, pelo posto de saúde local, e da venda de artesanatos (arcos e flechas, colares, apitos, flautas, chocalho, cestos…), que geralmente são comercializados dentro da aldeia quando há visitas (que, aliás, são poucas).

TENOND-TIAGO_500

Anualmente, a comunidade recebe cerca de dez grupos de visitantes. Tiago Honório dos Santos, ou Karai Tataendy (seu nome em Guarani), é professor do ensino fundamental da Escola. Nasceu em uma aldeia próximo ao litoral paulista, mas mudou-se com seus pais para Tenondé Porã antes de completar dois anos de idade. Assim como parte de seu povo, ele é cético em relação às visitas que se realizam na aldeia. “Não queremos ser vistos como um zoológico, ? Então, a gente prefere receber poucas visitas, porque recebemos vários tipos de pessoas… Uns querem pesquisar, outros só querem tirar a curiosidade. Então, a gente tem um certo cuidado com esse tipo de visita”, disse o Guarani, de 24 anos.

A apresentação

“Dê uma pitada aí!”, disse Herbert a um dos cerca de vinte indígenas que estavam acomodados em um auditório, construído em formato de oca, na aldeia. Gentilmente, o índio levou o cachimbo aos lábios e o fumou, liberando a fumaça que subiu pelo ar.

Então, o educador explicou ao índio e a outros vinte indígenas presentes ali, que o ar quente sempre sobe, enquanto que o frio desce. A regra vale para qualquer fluído líquido ou gasoso, sendo conhecida como “convecção térmica”. Usando outros exemplos do cotidiano e alguns experimentos didáticos, Herbert abordou outros conceitos estudados pela física, como, por exemplo, o eletromagnetismo.

Há anos que essas apresentações são feitas por Herbert e seus bolsistas, no IFSC, compondo o Show da Física, que faz parte do Programa Universitário Por Um Dia, um projeto que atrai alunos do ensino médio ao IFSC/USP, onde assistem a experimentos de física e conhecem a infraestrutura da Unidade, vivenciando o ambiente acadêmico da USP.

Os indígenas que assistiram aos experimentos de Herbert são professores das Escolas Estaduais Indígenas Guarani Gwyra Pepó e Krukutu – esta última localizada próximo à Tenondé Porã. Parte desses professores já havia conferido esses e outros experimentos de física, quando participou do Programa no Instituto, em outubro de 2016, através de uma parceria estabelecida entre o IFSC e a Diretoria de Ensino da Região Sul 3 de São Paulo.

TENOND-3_500

Quando a apresentação de Herbert terminou, era hora do almoço e o prato principal consistia em arroz, feijão preto e quirera. A Escola Gwyrá Pepó atende em torno de 250 alunos (o CECI abrange cerca de 150 crianças) e assemelha-se a qualquer outra unidade de ensino básico do Estado, exceto pelas paredes enfeitadas com desenhos e fotos relacionados à cultura indígena, e pelas aves e cães que vivem na aldeia.

TENOND-ESCOLA-1_500

TENOND-ESCOLA_2_500

TENOND-ESCOLA-3_500

O desafio

Após o almoço, os professores, acompanhados por alguns de seus alunos, regressaram ao auditório, até porque Herbert havia proposto um desafio a esses docentes: com base na apresentação feita pelo educador, os índios poderiam apresentar os mesmos experimentos aos seus estudantes, no idioma tupi-guarani.

TENOND-4_500

Dos cerca de vinte professores, apenas dois aceitaram o desafio, com o público seguindo a dupla como se fossem mágicos: diminuíram o raio de um simples objeto quando o submeteram à temperatura fria do nitrogênio líquido, e fizeram uma bexiga e um canudo grudarem na parede, após esfregá-los nos cabelos, exemplificando a eletrostática.

A experiência foi um grande sucesso, particularmente entre os índios mais jovens. As crianças gracejavam quando a tentativa de fazer um experimento falhava, e ficavam boquiabertas quando os experimentos eram executados com perfeição.

LIEDSON_500

“Foi bem legal”, disse Liedson Tibes, animado, ao se referir à apresentação. Filho de indígenas que chegaram à aldeia há 16 anos, o jovem de 14 anos disse ter gostado da apresentação, principalmente quando um dos indígenas que assistia aos experimentos foi convidado para se sentar em um banco giratório, segurando dois halteres pequenos no nível do peito – quando o índio girava, segurando os halteres com os braços abertos, a velocidade do giro diminuía, e, conforme fechava os braços diante do peito, a velocidade aumentava, em razão de uma maior concentração de massa corporal.

CLAUDIO_VERA_500

Claudio Vera, de 35 anos, dá aulas de artes e educação física para jovens do ensino fundamental da Escola Estadual Krukutu, que envolve aproximadamente 70 alunos. Ele participou do Programa que ocorreu no IFSC, em outubro de 2016, tendo sido um dos dois professores que aceitaram o desafio de Herbert. O professor indígena destacou a importância de se explicar os conceitos da física de modo didático e lúdico a seu povo, que geralmente aprende sobre a natureza, a partir das histórias que ouve dos Guaranis mais antigos.

TERESA_500

De acordo com a Profa. Teresa Regina Azevedo, da Diretoria de Ensino – Região Sul 3 (São Paulo), a educação escolar indígena, assim como a colaboração estabelecida entre a Diretoria e o IFSC, tem se consolidado cada vez mais. “A nossa expectativa é que essa iniciativa [a oportunidade que os professores tiveram de apresentar os experimentos] possa trazer aos nossos alunos uma visão diferente da vivência que eles têm, sendo também uma experiência diferente e importante para a formação dos professores indígenas que não têm formação superior”, disse ela, minutos antes da apresentação de Herbert.

TITO_1_500

Para o Prof. Dr. Tito José Bonagamba, Diretor do IFSC/USP, o principal objetivo de integrar as comunidades indígenas no Programa Universitário por Um Dia é estabelecer um “canal de contato” com as escolas de aldeias, da mesma forma como já há com outras instituições de ensino municipais e estaduais. “Afinal, as escolas indígenas também são públicas”, enfatizou ele, quando o Instituto recebeu alguns docentes indígenas em 2016.

Agora, mesmo não tendo os equipamentos e a infraestrutura que existem no Instituto, os professores indígenas podem se basear nas apresentações do Show da Física, para ensinarem os mesmos conceitos físicos destacados pelo educador do IFSC, que tem a perspectiva de levar suas apresentações a outras aldeias que posteriormente poderiam visitar o Instituto, para vivenciarem todas as atividades propostas pelo Programa Universitário por Um Dia, que inclui as visitas pelo Campus USP São Carlos.

HERBERT_500

Ao sair de Tenondé Porã, Herbert recordou algumas palavras que ouviu de Karai Tataendy, o professor Tiago Santos. “Lembro-me de que Tiago falou que os indígenas têm suas lutas, mas que, mesmo assim, pararam para ter esse dia de atividades de divulgação científica, o que valeu a pena, porque ele pôde ver o brilho nos olhos dos professores e dos alunos indígenas”.

“Xondaro”

Parte dos Guaranis que vive nesse território indígena foi retratada na HQ Xondaro (em português, o termo significa “guerreiro”), do artista Vitor Flynn Paciornik. O livro resgata alguns episódios da luta desses índios pela valorização de sua cultura, relatando, por exemplo, o dia em que Werá Jeguaká Mirim, um jovem Guarani, foi convidado para participar da abertura da Copa do Mundo de 2014, no Itaquerão (SP), onde ergueu uma faixa vermelha, em que se podia ler “demarcação”.

A HQ, publicada em 2016 pela Fundação Rosa Luxemburgo e Editora Elefante, está disponível para empréstimo na Biblioteca “Professor Bernhard Gross” do IFSC.

Assessoria de Comunicação – IFSC/USP

5 de maio de 2017

Fêrmions ultra-frios em redes óticas

Ocorreu em 5 de maio, no Auditório “Professor Sérgio Mascarenhas”, no Instituto de Física de São Carlos (IFSC/USP), o Colloquium diei em que a Profa. Dra. Thereza Cristina de Lacerda Paiva, da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ), apresentou a palestra Fêrmions ultra-frios em redes óticas, tendo dissertado sobre o avanço de técnicas de imageamento que tem permitido entender com THEREZA_PAIVA_250maior facilidade a relação que há entre spin e carga, em férmions fortemente correlacionados.

Docente do Departamento e Física dos Sólidos do Instituto de Física da UFRJ, Thereza é graduada e mestre em Física pela Pontifícia Universidade Católica do Rio de Janeiro (PUC-Rio), e doutora na mesma área pela Universidade Federal Fluminense (UFF), tendo realizado pós-doutorado na Universidade da Califórnia em Davis (EUA) e na UFRJ.

Assessoria de Comunicação – IFSC/USP

5 de maio de 2017

Treinamento para identificação de plágio e ensino a distância

No próximo dia 9 de maio, às 14 horas, no anfiteatro “Jorge Caron”, será realizado o Treinamento da Plataforma Turnitin: OriginalityCheck e FeedBack Studio, ferramenta de colaboração para identificação de similaridade de textos de ensino a distância.

De iniciativa do Serviço de Biblioteca “Professor Doutor Sérgio Rodrigues Fontes” (SVBIBL) da Escola de Engenharia de São Carlos (EESC/USP), o evento é direcionado a todo campus da USP São Carlos, requerendo inscrição prévia para participação (clique aqui para se inscrever). Haverá também transmissão ao vivo do evento na IPTV USP.

A tecnologia em questão foi oferecida como parte das ações de valorização da integridade acadêmica e de pesquisa pelo Sistema Integrado de Bibliotecas, em parceria com a Pró-Reitoria de Pós-Graduação (OriginalCheck) e Pró-Reitoria de Graduação (FeedBack Studio).

Para mais informações sobre o evento: biblioteca@eesc.usp.br e/ou (16) 3373-9247/ 3373-9207

Com informações da EESC/USP

Assessoria de Comunicação- IFSC/USP

4 de maio de 2017

Contribuições femininas à astronomia e astrofísica

Uma pesquisa realizada em 14 países mostra que a probabilidade de mulheres concluírem o bacharelado, mestrado e doutorado nas áreas de ciências é de 18%, 8% e 2%, respectivamente, ao passo que as porcentagens relacionadas aos homens são de 37%, 18% e 6%. Segundo o Instituto de Estatísticas da UNESCO, o número total de pesquisadoras no mundo equivale a menos do que 30% da comunidade científica.

Acredita-se que esses dados sejam reflexos, sobretudo, da falta de apoio que o público feminino comumente recebe de familiares e amigos, quando revela a intenção de se tornar cientista. Isso porque a ideia errônea de que ciência não é lugar de mulher ainda persiste na mentalidade de muitos indivíduos.

Mesmo assim, as mulheres têm contribuído significativamente nas mais diversas áreas das ciências, e algumas dessas contribuições foram enfatizadas no vídeo Mulheres na astronomia e astrofísica, desenvolvido pela aluna do Instituto de Física de São Carlos (IFSC/USP) e bolsista do Programa Unificado de Bolsas de Estudo para Estudantes de Graduação da USP, Camila Beli Silva, e coordenado pela Profa. Dra. Manuela Vecchi (IFSC/USP).

cientista_250Com narração da estudante Natália Palivanas, também do IFSC, o vídeo tem cerca de cinco minutos e destaca importantes cientistas mulheres, como Williamina Fleming, que foi contratada pela Universidade de Harvard (EUA) em 1881, tendo chamado a atenção pela precisão de seus cálculos, o que resultou na contratação de um grupo de mulheres, que tinha como objetivo classificar estrelas e mapeá-las – Williamina catalogou mais de dez mil estrelas, 52 nebulosas, incluindo a famosa “Cabeça de cavalo”, e centenas de estrelas variáveis, cujos brilhos são alterados periodicamente; Annie J. Cannon, que criou um sistema de classificação de estrelas que é usado até hoje por astrônomos, tendo classificado mais de duzentas mil estrelas e descoberto centenas de estrelas variáveis; e Cecilia Payne, que observou que a composição das estrelas não se assemelha à da Terra, contradizendo a teoria que havia em sua época.

O vídeo ainda menciona importantes cientistas brasileiras, como, por exemplo, Beatriz Barbuy, que identificou algumas das estrelas mais antigas da Via Láctea, e Thaisa Bergmann, que detectou a existência de uma estrutura cosmológica – um disco de acreção – em torno de um buraco negro supermassivo, localizado em uma galáxia próximo à nossa.

No projeto de Camila, a Profa. Manuela escreveu que é fundamental aproximar as pessoas de exemplos bem-sucedidos de cientistas mulheres, para que se possa desconstruir o paradigma de que o público feminino não pode atuar em ciências, criando uma sociedade mais educada, que estimule e permita a participação feminina em todos os setores que são de grande importância para a sociedade.

O vídeo é apenas uma parte desse projeto, haja vista que, em breve, Camila levará às escolas de São Carlos uma exposição sobre as cientistas mencionadas no vídeo.

(Imagem 1: retirada do vídeo em questão)

Assessoria de Comunicação – IFSC/USP

4 de maio de 2017

Compartilhando uma história de vida

filoab500

A USP – Filarmônica realizou no último dia 26 de abril, a partir das 20h30, no Teatro Municipal de São Carlos, o seu 76º Concerto integrado na série Concertos USP – Prefeitura Municipal de São Carlos, com regência do maestro Prof. Rubens Russomanno Ricciardi.

A programação incluiu a abertura da ópera O Barbeiro de Sevilha e Cujus animam do Stabat mater, compostas por Gioachino Rossini (1792-1868), a cantata A alegria do Maçom, de Wolfgang Amadeus Mozart (1756-1791) e Fantasia Carmen, de Pablo Sarasate (1844-1908), tendo-se contado com a participação de Jean William Silva (tenor e ex-aluno da FFCLRP-USP), Luís Felipe Souza (baixo, aluno da FFCLRP-USP), Carlos Gonzaga (barítono) e Priscila Plata Rato (violino), da Orquestra Sinfônica Brasileira, do Rio de Janeiro.

Este evento cultural contou com os apoios de todos os órgãos dirigentes da Universidade de São Paulo (USP) e do Grupo Coordenador das Atividades de Cultura e Extensão Universitária do Campus de São Carlos – USP, numa organização conjunta do Instituto de Física de São Carlos (IFSC/USP), Prefeitura Municipal de São Carlos, Faculdade de Filosofia, Ciências e Letras de Ribeirão Preto (FFCLRP/USP) e, principalmente, do Departamento de Música da citada Faculdade.

Os solistas convidados

É sempre difícil escrever comentários sobre os inúmeros solistas que a “USP Filarmônica” tem apresentado no decurso de seus concertos realizados em São Carlos, já que, quando enaltecemos algum deles, sempre aparece outro… e outro… e ainda outro que, dentro de suas especificidades, consegue deixar o público em êxtase completo. Assim como o desempenho de um violinista não poderá ser comparado ao de um pianista ou violoncelista (por motivos óbvios), a atuação de um tenor também não pode ser comparada à de um baixo ou à de um barítono, nem a performance de um trompetista com a de um saxofonista. Tudo isto para demonstrar e confirmar o quanto a USP Filarmônica tem brindado o público de São Carlos com concertos de extrema qualidade e com músicos de altíssima categoria.

canto500

Carlos Gonzaga e Luis Felipe Sousa

O concerto do dia 25 de abril não foi exceção nesses quesitos, acrescentando-se ao maravilhoso elenco da USP Filarmônica as exuberantes vozes do barítono Carlos Gonzaga e do baixo Luís Felipe Sousa, bem como a extraordinária interpretação da violinista Priscila Rato: quanto ao tenor Jean William, nossa abordagem acontecerá mais no final desta matéria, até porque ela será o nosso destaque.

Quanto ao barítono Carlos Gonzaga, é graduado em Música pela FFCLRP-USP, aluno da Profa. Yuka de Almeida Prado, sendo igualmente um exímio pianista. Tem atuado e participado como solista, preparador vocal e pianista colaborador em diversas montagens musicais e foi integrante da OperArt, da França. É solista do Coro de Câmara da OSRP e atua também como solista de diversas orquestras e grupos de câmara.

No que diz respeito a Luís Felipe Sousa (baixo), iniciou seus estudos de canto com Camilo Calandreli, sendo que no Departamento de Música da FFCLRP-USP é aluno de canto na classe da Profa. Yuka de Almeida, integrando ainda a Oficina Experimental, sob a regência de Sílvia Maria Pires Cabrera Berg e como bolsista da USP-Filarmônica, sob a regência de Rubens Russomanno Ricciardi.

A extraordinária violinista Priscila Rato foi aluna de Nayran Pessanha, Bernardo Bessler e Rudolf Werthen (este último na Bélgica), tendo-se graduado na EM-UFRJ, aluna de Michel Bessler. Em Genebra (Suíça), especializou-se na International Menuhin Music Academy, com Liviu Prunaru, Oleg Kaskiv e Maxim Vengerov. Ainda na Suíça, integrou a Camerata Menuhin. Participou também de turnê com a Gstaad Festival Chamber Orchestra, na Europa e já atuou como solista frente à Orquestra Sinfônica da Bahia (OSB), Orquestra Sinfônica da UFRJ, Camerata Menuhin (Victoria Hall de Genebra), Camerata Jovem do Rio de Janeiro e OSB-Jovem. Foi spalla da OSB-Jovem e integrante da Orquestra Sinfônica do Teatro Municipal do Rio de Janeiro. Atualmente, é violinista da OSB e do Quarteto A Priori, no Rio de Janeiro.

viol500

Jean William – uma história de superação e sucesso

Deixamos o tenor Jean William para o final desta matéria, já que ele é um exemplo de perseverança e de amor à arte, justificando que quando amamos algo, que quando nos entregamos de corpo e alma a um projeto de vida, sempre conseguimos alcançar os nossos objetivos, por mais difíceis que se apresentem os caminhos para chegar até lá.

Jean nasceu em Sertãozinho (SP) há 30 anos e foi criado em Barrinha (SP), bem perto de Ribeirão Preto. Atingido em cheio pela separação de seus pais, aos três anos de idade, Jean William foi carinhosamente criado por seus avós, pessoas muito humildes e simples que lutaram durante toda sua vida de forma árdua contra as agruras da vida. Embora as dificuldades fossem inúmeras, eles conseguiram prover a Jean William uma educação continuada até ao ensino médio. Uma das particularidades na infância de Jean William era ouvir seu avô tocar violão e talvez tenha sido a partir dessa pequena semente jean3-350que o futuro do jovem, que até aí era praticamente inexistente, começou a despontar.

Aos oito anos, Jean arriscou cantar no coral da igreja e sua voz começou a se lapidar de uma forma natural, sem qualquer esforço. Aos dez anos, Jean se apaixona pela música clássica, de tanto ouvir soar trechos italianos nos rádios da vizinhança. Em 2003, já com 16 anos e com o ensino médio concluído, ao interpretar, num festival escolar, na cidade de Sertãozinho, o tema Con Te Partiro, de Andrea Bocelli, o então desconhecido casal Julia Guidi dos Reis e Pedro Reis decidem quase que adotar Jean e, praticamente em uma atitude de mecenas, proveram a restante educação e formação artística musical do jovem. Eles o consideravam uma espécie de clone do cantor italiano Enrique Caruso.

Graças igualmente à sua ação integradora, de inserção social e no lastro da formação de grandes nomes brasileiros ao longo das décadas, coube à Universidade de São Paulo, através do Departamento de Música da Faculdade de Filosofia, Ciências e Letras de Ribeirão Preto, prover o Bacharelado de Canto a este jovem, depositando sua formação nas mãos da Profª. Yuka de Almeida Prado. Posteriormente, Jean William fez especialização em Itália e o mundo se abriu totalmente para este jovem, que já cantou e encantou as principais salas de concerto do mundo – Itália, Portugal, Argentina, Emirados Árabes Unidos, Estados Unidos, Paraguai, Uruguai e Áustria, entre outras.

A simplicidade de um grande artista

Um pouco de antes de iniciar seu aquecimento vocal para participar neste concerto com a USP Filarmônica, Jean William não teve qualquer hesitação em conversar com a Assessoria de Comunicação do IFSC/USP sobre sua trajetória artística e sobre seu futuro imediato.

Questionado sobre quais os professores que o marcaram mais profundamente na sua ascensão artística, Jean referiu com extrema ênfase a sua primeira professora – Bernardete -, no pré-escolar e que, segundo ele, era uma pessoa que adorava cantar. 

Depois, já na 4ª Série, teve outra professora, de nome Marli, que era apaixonada por música e que o incentivou muito a seguir a carreira artística. Finalmente, Rose de Amorim, diretora de outra escola frequentada por Jean, marcou muito a sua vida escolar, já que ela era uma verdadeira caçadora de talentos, não só no âmbito musical como, também, em muitas outras áreas.

jean1-375Estudando sempre em escolas públicas, Jean William sublinhou a postura de seus professores: “Sempre encontrei professores que queriam e conseguiam enxergar muito além do que era tradicional numa escola; muito além de cumprir horários ou de dar matérias específicas e pré-estabelecidas, e, repare, sempre eram salas com quarenta alunos. E esse olhar diferenciado desses meus professores contribuiu em grande medida para que minha estrada começasse a ser traçada”. Ao chegar ao ensino superior, Jean sentiu o peso de se sentir colocado em um degrau abaixo dos seus mais diretos concorrentes, porque, a maioria, ou tinha estudado em conservatórios de música pelo menos dez anos, ou tinham já um percurso invejável em escolas particulares, o que era à partida uma desvantagem para o jovem artista: “Uma coisa é você prestar vestibular para medicina, direito, química, biologia, etc., outra coisa é você prestar vestibular para um curso tão específico quanto é o de música. Quando fui fazer a prova de aptidão na USP encontrei novamente – e para minha alegria – o mesmo olhar pedagógico de antigamente, aquele olhar que não se resumia a lecionar por lecionar, a cumprir metas estipuladas, horários e estatísticas: encontrei esse olhar no Prof. Rubens Ricciardi, no Prof. Fernando Corvisier e na Profaª Yuka de Almeida Prado. Foram essas três pessoas que tiveram a extrema sensibilidade de olhar um talento em estado bruto e de o lapidar de forma magistral, levando-o a uma formalização que proporcionou que eu fosse inserido na sociedade com segurança e respeito e que adquirisse a força e a determinação para galgar os íngremes degraus que iriam inevitavelmente aparecer na minha frente”, salienta Jean William.

Em relação ao público, o jovem tenor guarda sempre um carinho muito especial, não só em relação ao espectador brasileiro, que conhece um pouco sua história de vida e que associa muito o conceito de superação do ser humano, mas também o internacional: “Essa emoção se transmite de forma muito íntima. Semana passada, por exemplo, estava cantando na Catedral de São Marcos, em Milão (Itália), perante um público italiano, genuinamente europeu, que, portanto, não conhece minha história de vida; e a emoção estava ali presente, latente o tempo inteiro. Para se transformar num cantor lírico, você tem que possuir uma consciência técnica e corporal muito grande e, no meu caso, a linguagem da arte ter que estar altamente desenvolvida, por forma a que se apresente além da voz; ela tem que estar no brilho dos olhos, nos gestos, no diálogo perfeito que você estabelece com seu público e onde não existem palavras. E é essa sintonia que classifica o contato da minha arte com o meu público”, enfatiza Jean.

Quanto ao futuro próximo de Jean William, que acabou de regressar da Europa, os próximos dois meses estão já ocupados com diversas apresentações no Brasil, incluindo uma no Teatro Municipal de São Paulo, sendo que o jovem tenor viajará de seguida para Nova Iorque, para fazer um curso de canto. De lá partirá com destino à cidade italiana de Pesaro, seguindo-se Viena e Salzburgo (Áustria) e Moscou (Rússia), regressando depois a São Paulo.

jean500

Em relação ao tenor italiano Enrique Caruso, cujas semelhanças com a voz de Jean William relatamos nesta matéria, o jovem artista não se conteve em lançar duas ou três gargalhadas, tendo comentado: “É claro que Enrique Caruso me marcou muito. Quando Dona Julia Guidi dos Reis me falou pela primeira vez que eu era a reencarnação de Caruso, de fato eu, em primeiro lugar, não sabia sequer o que era reencarnação e muito menos quem era Caruso. Depois, quando estudei a história desse grande tenor e sabendo que ela estava me comparando com um dos maiores ícones e mestres da cultura operística italiana, para mim passou a ser um motivo de grande orgulho e eu espero ter a sorte de fazer um pouquinho só da carreira que Caruso fez.

(Fotos: USP – Filarmônica / André Estevão – FFCL-RP/USP e Jean William / Rui Sintra)

Assessoria de Comunicação – IFSC/USP

3 de maio de 2017

Em destaque a proposta de experimento de docente do IFSC

Até as primeiras décadas do século XX, o conceito de vácuo era o de uma região completamente vazia, sem partículas de matéria ou luz e desprovida de qualquer estrutura. Apenas com o advento da física ou mecânica quântica, e sua posterior conciliação com a relatividade restrita de Einstein — nas chamadas teorias quânticas de campos —, que o conceito de vácuo passou a ser entendido como um “mar” de partículas virtuais, que surgem e desaparecem tão rapidamente que são impossíveis de serem detectadas diretamente e mesmo de serem removidas de uma dada região. Mas ainda assim, considerando apenas as partículas ditas reais (aquelas que podem ser detectadas diretamente), o “vácuo quântico” continua sendo vazio com relação a estas partículas.

Mas o conceito de partículas passaria ainda por “revisões”. Uma delas refere-se à observação da quantidade de partículas em uma região qualquer, que, diferente do espaço e do tempo, não dependeria de um observador. “Desde a relatividade, sabia-se que algumas coisas dependem do observador, como a percepção do tempo e do espaço. Para partículas, no entanto, essa ‘máxima’ não valia. Ou seja, achava-se que a quantidade de partículas em uma região seria a mesma para qualquer um que a ‘observasse'”, explica Daniel Augusto Turolla Vanzella, docente do Grupo de Física Teórica do Instituto de Física de São Carlos (IFSC/USP).

Vanzella-_efeito_UnruhPorém, na década de 1970, trabalhos do matemático estadunidense, Stephen Fulling, e do físico australiano, Paul Davies, davam indícios de que a quantidade de partículas dependia, também, do observador. “Com a junção da mecânica quântica com a relatividade especial, viu-se que as partículas não são os elementos fundamentais da natureza, mas sim os campos [sendo o eletromagnético apenas um exemplo], cujas excitações são encaradas como as partículas. Com isso em mente, não é de se estranhar que a quantidade de partículas pode, sim, ser relativa, e que isso depende do movimento do observador”, explica Vanzella.

A relatividade da quantidade de partículas no vácuo foi finalmente elucidada por William Unruh, físico canadense, e recebeu o nome de efeito Unruh. Embora o vácuo seja desprovido de qualquer partícula real de acordo com qualquer observador inercial (ou seja, sem aceleração), observadores acelerados atribuem, a esse mesmo vácuo, um “banho térmico” de partículas reais. “Por ser muito ‘extravagante’ para nossa intuição de física clássica, muitos ainda acreditam que essa é uma ideia absurda. Mesmo agora, 40 anos depois de sua proposta, o efeito Unruh ainda sofre críticas, e muitos físicos não acreditam em sua realidade”, afirma o docente.

A partir de então, alguns experimentos começaram a ser propostos para comprovar ou refutar a proposta de Unruh. Mas a maneira através da qual essa comprovação pode ser feita é extremamente complexa.

A ideia é colocar um observador no vácuo com uma aceleração da ordem de 10^20m/s² ou mais, façanha impossível de se conseguir com objetos macroscópicos, que jamais suportariam tal aceleração. “Se fosse possível colocar um termômetro no vácuo e acelerá-lo nessa intensidade, o aumento da temperatura seria justamente a comprovação de que a quantidade de partículas no vácuo depende do observador. Ele começaria a marcar 1 K”, explica Vanzella.

Como até o momento é impossível acelerar um objeto macroscópico de tal forma, um “plano B” foi proposto: colocar partículas microscópicas no vácuo, utilizando-as como se fossem um termômetro. A ideia, que se insere como parte do trabalho de doutorado de Gabriel Cozzella (IFT-UNESP), foi bem vista pela revista Physical Review Letters e a proposta resultou em um artigo na revista, de coautoria do próprio Vanzella, e com colaboração dos pesquisadores George Matsas (IFT-UNESP) e André Landulfo (UFABC). “Propusemos um experimento que é factível com a tecnologia atual: inserir um feixe de elétron numa região com campos elétrico e magnético em paralelo. Calculamos a radiação eletromagnética que os elétrons emitem. Se no referencial acelerado, no qual os elétrons executam apenas movimento circular, essas partículas do efeito Unruh não existirem, a emissão de radiação para nós, no laboratório, será de uma maneira. Se no referencial acelerado houver essas partículas, observaremos uma radiação diferente”, elucida Vanzella. “A vantagem dessa proposta em relação às já feitas é que pode ser feita com tecnologia atual, já existente”.

Feita a proposta, que inclusive foi destacada pela notória revista Science, Vanzella acredita que alguns grupos experimentais estejam dispostos a realizar o experimento. “Além de propor este experimento, já fizemos o cálculo da radiação utilizando o eletromagnetismo clássico de Maxwell para prever a radiação que vai ser emitida pelo feixe de elétrons do ponto de vista do laboratório. Quando calculamos qual deve ser a radiação, mostramos que esses resultados estão de acordo com aqueles previstos se o efeito Unruh estiver correto. Sendo assim, a menos que alguém esteja disposto a desafiar o eletromagnetismo de Maxwell, nosso artigo pode ser encarado como uma observação virtual do efeito Unruh”.

Vanzella-_efeito_Unruh-1A comprovação do efeito Unruh pelo experimento viria ressaltar algo que já deveria ter sido aprendido há décadas: que partículas não são fundamentais. Embora isso seja uma consequência direta das mais bem testadas teorias — pois o formalismo usado é o mesmo sobre o qual é construído o chamado Modelo Padrão das Partículas Elementares —, Vanzella conta que o recorrente esquecimento desse ensinamento por vezes leva a direções duvidosas na busca pelo entendimento da Natureza em seu nível mais fundamental. “Na maioria das situações, as partículas podem ser consideradas fundamentais, mas não são, de fato. O experimento que propomos não comprova nada novo, em princípio, mas pode evidenciar importantes conceitos. Estamos através deste e de outros experimentos tentando entender melhor como a natureza e seus elementos funcionam. É mais um ‘tijolo’ que estamos ‘assentando’ e que poderá nos auxiliar nesse entendimento”, finaliza o docente.

Imagens: 1- Arranjo experimental proposto por Vanzella e colaboradores; 2- Gráfico com previsão teórica do que deve ser medido para verificação do efeito Unruh

Assessoria de Comunicação- IFSC/USP

2 de maio de 2017

Astrophysical Intensity Correlations in 2017 Photon bunching from Arcturus, Procyon and Pollux

Na tarde de 02 de maio, realizou-se, na sala de seminários do Grupo de Óptica do Instituto de Física de São Carlos (IFSC/USP), a apresentação Astrophysical Intensity Correlations in 2017: Photon bunching from Arcturus, Procyon and Pollux, em que o Dr. Robin Kaiser, do Instituto Não-Linear de Nice (França), ROBIN_KAISER_250discutiu os resultados de observações de interferometria de intensidade temporal em três estrelas, analisadas a partir de um telescópio óptico do observatório Calern, em Nice.

Desde 1997, Kaiser integra o INLN, uma instituição que envolve seis grupos de pesquisa, que atuam com física teórica e experimental, mais especificamente com óptica, átomos frios, cristais líquidos, sistemas não-lineares, campos e teoria de física estatística.

Assessoria de Comunicação – IFSC/USP

2 de maio de 2017

Da deriva continental às placas tectônicas

O conhecimento sobre como nosso planeta funciona e como nossa vida é afetada por este funcionamento dinâmico e cada vez melhor caracterizado e compreendido, será a base da palestra subordinado ao tema Da deriva continental às placas tectônicas: como trabalham o planeta e a ciência, inserida em mais uma edição do programa Ciência às 19 horas, que ocorrerá no próximo dia 16 de maio, pelas 19 horas, no Auditório “Prof. Sérgio Mascarenhas “(IFSC/USP).

A palestrante será Maria Cristina Motta de Toledo, da Escola de Artes, Ciências e Humanidades (EACH/USP), que dissertará não apenas sobre o que se conhece hoje acerca das placas tectônicas, seus movimentos, seus efeitos e conexões com outros processos da Natureza, mas de como esse conhecimento foi adquirido, por meio de uma longa evolução de observações, reflexões e discussões, utilizando o método científico.

A teoria da Tectônica de Placas tem sido cada vez mais divulgada nos meios de comunicação e verifica-se um interesse crescente com relação aos detalhes dos processos dinâmicos envolvidos e também com relação às razões pelas quais esta teoria encontra-se tão fortemente estabelecida.

Um palestra que terá o intuito de compreender melhor como o planeta se tornou o que é hoje.

A entrada para esta palestra é gratuita e aberta à sociedade.

Assessoria de Comunicação – IFSC/USP

28 de abril de 2017

Vidros e vitrocerâmicas laser e materiais híbridos luminescentes

No Colloquium diei que ocorreu em 28 de abril, no Auditório “Professor Sérgio Mascarenhas” do Instituto de Física de São Carlos (IFSC/USP), a Profa. Dra. Andréa Simone Stucchi de Camargo Alvarez Bernardez, do Grupo de Ressonância Magnética, Espectroscopia e Magnetismo do IFSC, apresentou o seminário Vidros e vitrocerâmicas laser e materiais híbridos luminescentes: Planejamento, síntese e correlações estruturais-funcionais.

A docente falou sobre os trabalhos que têm sido ANDREA_CAMARGO_250conduzidos no Laboratório de Espectroscopia de Materiais Funcionais (LEMAF/IFSC/USP), que faz parte do Center of Research, Technology and Education on Vitreous Materials (CeRTEV), um dos Centros de Pesquisa, Inovação e Difusão, apoiados pela Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de São Paulo (CEPID’s/FAPESP).

Em 1996 e 1999, a Profa. Andréa concluiu o bacharelado e o mestrado em química, respectivamente, na Universidade Estadual Paulista “Júlio de Mesquita Filho” (UNESP). Entre 1999 e 2003, realizou o doutorado em física na USP, tendo, em 2006, finalizado o pós-doutorado na Universidade Federal de São Carlos (UFSCar). No ano de 2015, ela obteve o título de Livre-Docência pelo IFSC/USP, quando defendeu a tese sobre Planejamento, obtenção e investigações espectroscópicas de materiais ópticos e luminescentes.

Assessoria de Comunicação – IFSC/USP

28 de abril de 2017

Projeto “Sirius” – O orgulho do Brasil

Previsto para ser inaugurado em meados de 2018, o Projeto Sirius, localizado em Campinas, pertencente ao Centro Nacional de Pesquisa em Energia e Materiais (CNPEM) e inserido no Laboratório Nacional de Luz Sincrotron (LNLS) – que opera a única fonte de Luz Sincrotron da América Latina para análise dos mais diversos tipos de sirius_externo_-_300materiais orgânicos e inorgânicos -, será a nova fonte de Luz Sincrotron brasileira e a maior e mais completa infraestrutura científica já construída em nosso país, tendo a missão de possibilitar o desenvolvimento de pesquisas de ponta em diversas áreas estratégicas, como, por exemplo, saúde, energia, agricultura, defesa e alimentação, entre outras.

O Sirius será uma gigantesca instalação aberta, indo atender gratuitamente os pesquisadores nacionais e estrangeiros que desejem utilizar suas estações experimentais e que constituem a maior parte de sua estrutura.

Recordamos que o CNPEM é uma organização social qualificada pelo Ministério da Ciência, Tecnologia, Inovação e Comunicações (MCTIC), que possui quatro laboratórios que são referências mundiais, abertos às comunidades científica e empresarial, sendo que os pesquisadores interessados em utilizar as instalações deverão submeter suas propostas de pesquisa, as quais serão analisadas por um comitê científico externo, que avalia o mérito científico e a viabilidade técnica das mesmas.

“UVX” e Luz Sincrotron – O que são

A construção do Sirius acontece para substituir a atual infraestrutura de fonte de Luz Sincrotron – a UVX –, que já esgotou há muito sua capacidade de responder à demanda e que se encontra em operação desde 1977, tendo sido a primeira – e ainda hoje a única – Luz Sincrotron da América Latina.

uvx500

Vista parcial dos pontos de pesquisa no UVX

Resumidamente, a UVX é uma máquina de grande porte que é capaz de controlar o movimento dos elétrons para produzir Luz Sincrotron, uma luz que é um tipo de radiação eletromagnética que se estende por uma faixa ampla do espectro eletromagnético (luz infravermelha, ultravioleta e Raios-X). Essa luz é produzida quando partículas carregadas, aceleradas a velocidades próximas da luz, têm sua trajetória desviada por campos magnéticos. Ela é usada como uma ferramenta de estudo para revelar as características microscópicas da matéria, fazendo com que as fontes de luz sincrotron tenham aplicações em quase todas as áreas do conhecimento.

O UVX comporta 14 linhas de pesquisa independentes entre si, nas mais variadas vertentes, podendo-se ver nas imagens abaixo algumas delas em pleno funcionamento e que são alimentadas pelas fontes de luz sincrotron, como por exemplo:

uvx2-500

Vista parcial de pontos de pesquisa no UVX

Saúde e fármacos: Identificação das estruturas de proteínas e unidades intracelulares complexas, etapa importante para o desenvolvimento de novos medicamentos, bem como no desenvolvimento de nanopartículas para o diagnóstico, por exemplo, do câncer e no combate a vírus e bactérias.

Meio-Ambiente e Agricultura: A Luz Sincrotron pode ser usada para a análise do solo, no desenvolvimento de fertilizantes mais eficientes e econômicos e, em simultâneo, menos agressivos ao meio-ambiente e à saúde.

Energia e Materiais: O uso da Luz Sincrotron na área de energia permite o desenvolvimento de novas tecnologias relativas à exploração do petróleo e do gás natural, bem como no entendimento e desenvolvimento de materiais e sistemas para células solares, células de combustível e baterias, bem como em pesquisas relativas a novos materiais, mais leves e eficientes.

A magnitude do Sirius

O Diretor do IFSC/USP, Prof. Tito José Bonagamba, acompanhado pelos Profs. Carlos Goldenberg e José Marcos Alves, ambos da Escola de Engenharia de São Carlos (EESC/USP), visitou em meados deste mês de abril, de forma demorada, o Sirius, que irá substituir o seu irmão mais velho UVX, que será desativado, dando lugar – pelo que se presume inicialmente – a uma gigantesca área de convenções.

recep-500

Ana Carolina Zeri e um dos técnicos do Sirius recepcionando os visitantes

Recepcionando e acompanhando os visitantes esteve a pesquisadora do LNLS (e ex-aluna do IFSC/USP), Dra. Ana Carolina de Mattos Zeri, uma extraordinária entusiasta pelo novo projeto que se encontra localizado em uma extensão de terreno adjacente ao CNPEM (Campinas) e que apresenta 68 mil metros quadrados de área construída (visto de fora parece um estádio de futebol).

obras_sirius-500

Parte da estrutura externa do Sirius

obrainterna2-500

Adequação do solo (camada sobre camada)

O Sirius (em forma circular) é constituído por quatro pisos, podendo acolher, em simultâneo, o trabalho de cerca de 650 pessoas (entre pesquisadores e equipes técnicas), sendo que irá abrigar três aceleradores de elétrons e quarenta linhas de luz independentes (postos de pesquisa). Entre essas quarenta linhas de luz, seis delas serão longas (entre 100 e 150 metros), com possibilidade de serem instaladas outras duas estações experimentais “extralongas” (com cerca de 250 metros de extensão). No entorno da infraestrutura serão construídos data-centers, laboratórios de apoio, oficinas mecânicas, salas de operações, escritórios e áreas de convivência.

obra_interna500

Adequação do solo

As obras de terraplanagem do Sirius iniciaram-se em 2013, sendo que a construção propriamente dita – e que tem particularidades muito especiais – arrancou em 2014, prevendo-se a conclusão das mesmas já no próximo ano. O Sirius irá disponibilizar as seguintes linhas de luz:

Nanoscopia de Raios-X;

Difração de Raios-X em Policristais;

Espectroscopia de Raios-X com Resolução Temporal;

Espectroscopia e Difração de Raios-X em Condições Extremas;

Tomografia e Difração de Raios-X em Alta Energia;

Espalhamento Inelástico de Raios-X;

Microtomografia de Raios-X;

Espalhamento Coerente de Raios-X;

Espalhamento de Raios-X a Baixos ângulos;

Espectroscopia de Ultravioleta e Raios-X Moles de Alta Resolução;

Espectroscopia de Fotoemissão e Absorção de Raios-X Moles de Alto Fluxo;

Micro e Nano Espectroscopia de Infravermelho;

Micro e Nanocristalografia Macromolecular;

Visitas ao Sirius e UVX

As visitas ao UVX e às obras de construção do Sirius são constantes, não só por parte de grupos de pesquisadores e empresários, como também – e principalmente – por estudantes dos mais variados níveis de ensino.

ponto_de_pesquisa-500

Pormenor de um dos pontos de pesquisa do UVX

Equipes do LNLS, devidamente treinadas, estão diariamente em prontidão para corresponder aos pedidos, agendamentos e acompanhamento dos grupos, sendo que as agendas normalmente estão preenchidas.

Para o Prof. Tito José Bonagamba e restante equipe que o acompanhou na visita, os alunos dos diversos cursos do Campus USP de São Carlos – principalmente os do IFSC, ICMC e EESC – deveriam ser motivados a conhecer estas importantes infraestruturas e entender como elas funcionam e como tudo está interligado para que a ciência brasileira possa avançar qualitativamente em um ambiente de pesquisa do primeiro mundo.

corte_a_laser-500

Técnica especializada procede ao corte através de lazer na oficina mecânica do UVX

oficina-500

Parte da oficina mecânica do UVX

visitantes-500

Responsáveis do LNLS/Sirius/UVX recepcionam os visitantes

No que concerne ao Sirius propriamente dito, ele é, de fato, um orgulho para o Brasil e um exemplo para o mundo.

Assessoria de Comunicação – IFSC/USP

27 de abril de 2017

Pesquisadores constroem 40 detectores de raios cósmicos em parceria internacional

No passado mês de março, três pesquisadores do Laboratório IMAGEM_1_-_TERRA_250de Instrumentação e Física Experimental de Partículas de Portugal (LIP) vieram ao Instituto de Física de São Carlos (IFSC/USP) para orientar uma equipe da nossa Unidade que tem colaborado com a construção de 40 detectores de raios cósmicos que serão instalados no Observatório “Pierre Auger”, em Malargüe, na província argentina de Mendoza.

As auroras boreais são os raios cósmicos mais conhecidos popularmente. Esses raios são partículas que chegam à Terra depois de serem liberadas pelo sol ou pela explosão de algumas estrelas (evento denominado super-nova). Quando interagem com os átomos da atmosfera, os raios cósmicos geram múons (partículas semelhantes aos elétrons, porém mais pesadas), caindo na superfície da Terra em uma chuva de partículas. Ao contrário das auroras boreais, que podem ser vistas no hemisfério norte, há raios cósmicos que não são visíveis, embora sejam comuns, incidindo-se na Terra a cada minuto.

Apesar de serem invisíveis, as partículas oriundas desses raios podem ser estudadas. No citado observatório argentino, por exemplo, há tanques de água que são utilizados para analisá-las. Isso porque elas têm uma quantidade muito grande de energia e, quando passam pela água, dão origem à Luz de Cherenkov, uma onda de choque no espectro do ultravioleta que pode ser detectada.

IMAGEM_2_OBSERVATRIO_ARGENTINO_500

Um dos tanques do observatório argentino

Os pesquisadores do LIP e do IFSC/USP, que estão trabalhando em parceria com o Instituto de Física “Gleb Wataghin”, da Universidade Estadual de Campinas (IFGW/UNICAMP), supõem que, ao mapear os múons dessas partículas na Terra, seja possível determinar o local da atmosfera onde os raios cósmicos colidiram com os átomos e, a partir daí, tentar saber qual fenômeno cósmico deu origem às partículas detectadas.

Como os tanques detectam não apenas os múons, mas todas as partículas (fótons, elétrons, etc.) que compõem a chuva em questão, os pesquisadores adaptaram um aparelho que é usado em experimentos de física de altas energias, executados apenas em ambientes com temperatura controlada, criando uma versão que, mesmo ao ar livre, pode detectar especificamente os múons, enviando os dados via rádio para um computador, para análise científica.

Para produzir as 40 unidades, os pesquisadores portugueses têm desenvolvido os sistemas eletrônicos no LIP, enviando-os ao Brasil, onde têm sido integrados aos detectores, pelo Prof. Dr. Luiz Vitor de Souza Filho (IFSC/USP) e pelos técnicos do IFSC, Ailton Batista Alves, Lírio Onofre Batista de Almeida e Marcos Roberto Gonçalves.

IMAGEM_3_PESQUISADORES_IFSC-LIP_500

Da esquerda para a direita: os pesquisadores e técnicos Orlando Cunha (LIP), Ailton Batista Alves (IFSC/USP), Miguel Ferreira (LIP), Lírio Onofre Batista (IFSC/USP), Luiz Vitor de Souza Filho (IFSC/USP), Marcos Gonçalves (IFSC/USP) e Luis Lopes (LIP).

Marcos Gonçalves, que tem dado suporte técnico a pesquisas que envolvem o estudo de sinais de peixes e neurônios de siris, tem adquirido o know-how para montar e testar os detectores no Instituto. “O trabalho tem sido bastante produtivo. É um projeto novo e diferente dos demais com que tenho me envolvido na Unidade”, explica.

Cada detector é composto por diversos elementos: sistemas mecânico e eletrônico, gases, etc. Integrar todos os componentes em um único equipamento também tem sido um desafio interessante para o técnico Lírio Batista. “São desafios de ordem prática… Esses detectores de partículas à gás exigem uma série de cuidados, porque todos os componentes devem estar limpos, vedados; a parte de eletrônica deve estar inteiramente conectada… Depois que finalizarmos a montagem de quatro ou cinco detectores, provavelmente já estaremos mais acostumados com todo o processo”.

Para o Prof. Luiz Vitor, a parceria internacional desse projeto tem uma importância substancial, já que os pesquisadores do LIP têm um longo histórico no desenvolvimento de detectores de raios cósmicos, ao passo que o IFSC tem vasta experiência com instrumentação para aplicação em experimentos de astrofísica. “Esses detectores são uma técnica nova de medida e agora o Instituto tem absorvido o conhecimento por trás dessa tecnologia”, diz o docente, otimista, uma vez que os detectores poderão obter dados inéditos, de uma forma que jamais fora explorada por observatórios astronômicos.

Dependendo dos resultados que forem coletados pelos detectores, Luis Lopes e Miguel Ferreira, ambos do LIP, esperam consolidar a metodologia dos equipamentos, aplicando-a em outros experimentos de astrofísica, além de investir em novas parcerias com o IFSC. “A ciência vive do compartilhamento do conhecimento. Nós aprendemos com os pesquisadores daqui [IFSC/USP] e eles aprendem conosco”, destaca Lopes.

Financiados pela Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de São Paulo (FAPESP) e pela Fundação para a Ciência e a Tecnologia (FCT/Portugal), os detectores poderão estar em operação no observatório argentino, no segundo semestre de 2018.

A pesquisa descrita nesta matéria de divulgação pode se encontrar em fase inicial de desenvolvimento. A eventualidade de sua aplicação para uso humano, animal, agrícola ou correlatas deverá ser previamente avaliada e receber aprovação oficial dos órgãos federais e estaduais competentes. A responsabilidade pelas informações contidas na reportagem é de inteira responsabilidade do pesquisador responsável pelo estudo, que foram devidamente conferidas pelo mesmo, após editadas por jornalista responsável devidamente identificado, não implicando, por isso, em responsabilidade da instituição.

(Imagem 1: NASA/Reid Wiseman / Imagem 2: Steven Saffi)

Assessoria de Comunicação – IFSC/USP

26 de abril de 2017

Anomalia quiral e magnetotransporte em semimetais de Weyl e Dirac

Anomalia quiral e magnetotransporte em semimetais de Weyl e Dirac GUSTAVO_MONTEIRO-300foi o tema do seminário ministrado pelo pós-doutorando da Universidade Estadual de Campinas (UNICAMP), Gustavo Monteiro, em 26 de abril, na sala 18 do bloco F2 do Instituto de Física de São Carlos (IFSC/USP), sob a organização do Grupo de Física Teórica do IFSC.

Graduado em Física pela Universidade Estadual de Londrina (UEL), o pesquisador desenvolveu o mestrado na área de Teoria das Supercordas, no Instituto de Física Teórica da Universidade Estadual Paulista “Júlio de Mesquita Filho” (IFT/UNESP), e o doutorado em Física da Matéria Condensada, na Universidade Estadual de Nova Iorque (SUNY), nos Estados Unidos. Desde 2016, Monteiro é pós-doutorando da UNICAMP.

Assessoria de Comunicação -IFSC/USP

26 de abril de 2017

Avaliação de bioimpedância

Entre 26 de abril e 12 de maio, serão realizadas as inscrições para avaliação de bioimpedância na Unidade de Fotodinâmica da Santa Casa de São Carlos. O público alvo da avaliação será exclusivamente mulheres entre 18 e 45 anos.

Grupo_de_Optica-_loguinhoO exame de bioimpedância é feito para medição da massa corpórea e identificação do volume de gordura em relação à musculatura, quantificando e qualificando com precisão a quantidade de músculos, gordura corporal total, gordura visceral, entre outros.

Os exames serão realizados por Antonio de Aquino Júnior, pesquisador do Grupo de Óptica do Instituto de Física de São Carlos (GO-IFSC/USP). De acordo com Aquino, o objetivo da avaliação é proporcionar maior consciência da saúde pessoal e familiar, com o objetivo de combater o aumento da obesidade.

As interessadas em se inscrever para avaliação deverão entrar em contato através do telefone (16) 3509-1351, das 8 às 17 horas.

Assessoria de Comunicação- IFSC/USP

26 de abril de 2017

Prisão de dois moradores do alojamento USP/São Carlos

Relativamente à prisão de dois moradores do alojamento do Campus USP – São Carlos, ocorrida no último dia 20 do corrente mês, a Assessoria de Comunicação do Campus informou em comunicado, no seu site, que paralelamente às medidas de ordem criminal, a Universidade de São Paulo, por meio de seus órgãos competentes, está tomando as providências administrativas internas previstas no regimento da instituição.

A prisão ocorreu durante uma ação de combate ao tráfico de entorpecentes realizada pela Polícia Militar, nesta região da cidade.

No citado comunicado, os dirigentes do Campus manifestam sua preocupação em face ao ocorrido e, neste sentido, destacam que foram assertivas as recentes decisões para gestão da moradia estudantil (VER NOTICIA), especialmente as que se referem ao controle de acesso e segurança dos moradores.

(Com informações da Assessoria de Comunicação – USP São Carlos)

Assessoria de Comunicação – IFSC/USP

26 de abril de 2017

“Medicina personalizada em Oncologia”

Câncer é um nome usado para definir mais de cem doenças distintas, que têm em comum o crescimento descontrolado das células de um determinado tecido. Esse crescimento descontrolado afeta os tecidos adjacentes e distantes, formando cel_cancer175as tão conhecidas metástases. O câncer é a segunda principal causa de morte no mundo e foi responsável por 8.8 milhões de mortes em 2015.

O câncer é causado por alterações que ocorrem no material genético das células e que são capazes de reprogramar as células normais e transformá-las em células tumorais. O sequenciamento do genoma humano e o desenvolvimento de novas metodologias de análise do material genético permitiram aos cientistas identificar essas alterações e, com isso, compreender os diferentes passos dessa transformação.

O conhecimento acumulado ao longo da últimas quatro décadas começa a ser utilizado em benefício dos pacientes com câncer, permitindo um diagnóstico mais precoce, um melhor acompanhamento da doença e o desenvolvimento da medicina personalizada na oncologia, na qual é possível selecionar o tratamento mais eficaz com base nas informações genéticas do tumor.

anamaria500

Este constitui o resumo da palestra inserida no programa Ciência às 19 Horas, intitulada Medicina Personalizada em Oncologia: A contribuição da genética para o tratamento do câncer, que ocorreu ontem, dia 25 de abril, pelas 19 horas, no Auditório “Prof. Sérgio Mascarenhas”, no nosso Instituto, apresentada pela Drª. Anamaria A. Camargo (PhD), Coordenadora Centro de Oncologia Molecular – Instituto Sírio-Libanês de Ensino e Pesquisa – Hospital Sírio-Libanês (SP), que falará um pouco sobre as bases genéticas do câncer, sobre o processo de transformação celular e sobre como a medicina personalizada tem sido utilizada para mudar a história de alguns tipos de câncer.

Assessoria de Comunicação – IFSC/USP

25 de abril de 2017

Fim da invasão da Prefeitura do Campus USP São Carlos

Na sequência do fim da invasão da Prefeitura do Campus USP de USP_LOGO_MODERNOSão Carlos por um grupo representativo dos alunos da moradira estudantil, os dirigentes do Campus USP São Carlos emitiram um comunicado, que abaixo se transcreve na íntegra:

A invasão da Prefeitura do Campus USP de São Carlos

“Desde abril de 2016, a Administração da Prefeitura do Campus USP de São Carlos tem notificado os representantes dos alunos da moradia estudantil sobre a necessidade de se fazer um inventário patrimonial nos bens ali existentes.

Desde há anos que o Serviço de Patrimônio da Prefeitura informa o registro de mais de 1.300 bens sem averiguação, e a resposta dos representantes sempre foi : “na moradia ninguém entra”. Nesse período, foram se acumulando denúncias sobre a permanência de moradores irregulares sem vínculo com a USP e tornou -se imperioso um controle de quem ali mora. A resposta dos representantes foi “na moradia ninguém entra”. Outras denúncias mais graves geraram comissões de sindicância.

Dia 31/03/2017 foi marcada uma reunião entre os Dirigentes da USP e os representantes dos alunos da moradia estudantil; o anunciado foi a necessidade de limpeza, mas, de fato, o desejo dos representantes era que a USP não interferisse com o inventário patrimonial, bem como na seleção e controle dos seus moradores. Eles queriam que os dirigentes reconhecessem a “autogestão” da moradia pelos moradores, sem a interferência da USP.

Os representantes dos alunos da moradia estudantil queriam que a USP cedesse o prédio e colocasse água, energia elétrica, gás, fogão, máquina de lavar roupa, guarda-roupa, cama, mesa, lâmpada, reator, torneira, serviço de limpeza, de vigilância, de conservação de grama, papel higiênico, entre outros; mas, a “autogestão” faria a gestão da moradia.

Os dirigentes afirmaram que os bens e os recursos públicos devem ser administrados por agentes públicos legalmente instituídos e disseram não reconhecer a “autogestão”. Não concordando com esse posicionamento legal dos dirigentes, um grupo invasor, representando os alunos da moradia estudantil, conduzido pelos seus representantes, ocupou o prédio da Prefeitura do Campus. Imediatamente, no dia 03/04/2017, a USP entrou com pedido de reintegração de posse e, no mesmo dia, a Juíza da Vara da Fazenda Pública de São Carlos concedeu liminar.

Após duas visitas dos oficiais de justiça ao grupo invasor que se encontrava ocupando a Prefeitura do Campus, a Juíza marcou uma Sessão de Conciliação em 07/04/2017, por sugestão e na presença do Comandante da Polícia Militar. Nessa Sessão, os representantes dos alunos da moradia estudantil não aceitaram a proposta dos Dirigentes da USP, insistindo no reconhecimento da “autogestão”. A Juíza escreveu, em seu despacho, a ratificação da liminar de reintegração de posse, tendo estabelecido o prazo de cinco dias: “De ressaltar, ainda, que a ocupação se apresenta desarrazoada frente à pauta de reivindicação, que diz respeito a interesse exclusivo de um número de estudantes, moradores do prédio de moradia cedido pela Universidade, que pleiteiam ser reconhecidos como uma entidade de “Autogestão”, que sequer possui existência jurídica e pretendem que seu estatuto permaneça, frente ao proposto pela USP”.

Ao se aproximar o final do prazo para a reintegração, encontrando-se a ordem de execução em poder da Polícia Militar, os representantes dos alunos da moradia estudantil procuraram o Comandante da Polícia Militar e propuseram a ele mediar uma nova Sessão de Conciliação com os Dirigentes da USP. Como sempre, os Dirigentes aceitaram conversar e, como resultado do diálogo, na presença do Comandante da Polícia Militar, foram aprovados os seguintes itens:

1- Realização anual de inventário patrimonial;

2- Para fins de gestão da USP e segurança dos moradores, implantação de controle de acesso aos prédios da moradia estudantil;

3- Criação de Comissão Permanente de Seleção e Coordenação da Moradia, instituída pelo Conselho do Campus da USP em São Carlos que, entre outras atribuições, fará a seleção dos moradores.

Após a elaboração da ata, que foi anexada ao processo judicial, o grupo invasor entregou o prédio da Prefeitura do Campus sem necessidade de ação da Polícia Militar.

Concluindo, a Universidade de São Paulo estará permanentemente disposta ao diálogo, como fez continuamente durante este episódio, contudo, nunca compactuará com iniciativas ilegais e sempre recorrerá aos regimentos e à justiça, defendendo a gestão pública no interesse da sociedade, neste caso em prol dos alunos que realmente necessitam e fazem jus ao dispendioso benefício oferecido pela Universidade de São Paulo.

Os Dirigentes do Campus USP de São Carlos”

Assessoria de Comunicação – IFSC/USP