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1 de novembro de 2023

Inscrições abertas para a Creche e Pré-Escola da USP São Carlos – Edital para ingresso de crianças – Ano de 2024

(In: “Metro Parent”)

Encontram-se abertas entre os dias 30 de outubro e 16 de novembro (até às 15h00) do corrente ano as inscrições para o processo seletivo constante do edital para ingresso de crianças (ano de 2024) na Creche e Pré-Escola da USP – Campus de São Carlos .

A Creche e Pré-Escola da USP São Carlos atende crianças dependentes de servidores docentes (categoria “docentes”), servidores técnico administrativos (categoria “funcionários”) e estudantes de graduação e pós-graduação strictu sensu (categoria “estudantes”) da Universidade de São Paulo – campus de São Carlos.

A inscrição, juntamente com a entrega da documentação necessária, deverá ser realizada pelo (s) responsável (is) legal (is) da criança, via formulário eletrônico, impreterivelmente nas datas acima indicadas.

Para o ano de 2024, serão atendidas, necessariamente, crianças nascidas entre 01/04/2018 a 16/11/2023 (data limite do encerramento das inscrições para o processo seletivo previsto neste edital).

Por se tratar de uma seleção socioeconômica realizada por profissional de Serviço Social, os critérios de risco e vulnerabilidade social serão avaliados mediante documentação comprobatória e entrevista social e serão considerados no momento da classificação final.

No edital estão mencionados os seguintes critérios socioeconômicos:

*Condições de Habitabilidade do local onde reside a criança;

*Situação ocupacional dos pais ou responsáveis;

*Situação geral do núcleo familiar no qual a criança está inserida;

*Condições de saúde da criança e de componentes de seu núcleo familiar;

*Meio de transporte utilizado para o deslocamento da criança;

*Renda per capita da família;

*Propriedade de bens móveis ou imóveis;

*Situações especificas apresentadas pelas famílias também podem ser consideradas desde que devidamente comprovadas.

Para conferir o conteúdo de todo o edital, clique AQUI.

(Prefeitura do Campus USP de São Carlos)

Assessoria de Comunicação – IFSC/USP

30 de outubro de 2023

Congresso de Graduação: o uso da inteligência artificial no ensino superior

O 8º Congresso de Graduação da USP será realizado nos dias 31 de outubro e 1º de novembro de 2023, no campus da USP em São Carlos. Promovido pela Pró-Reitoria de Graduação (PRG), o evento tem como objetivo reunir docentes e estudantes de graduação para refletirem sobre o uso da inteligência artificial no ensino superior, explorando seu potencial e limites.

Segundo os organizadores, a ideia é construir coletivamente propostas de aprimoramento da qualidade dos cursos de graduação, propiciando a oportunidade de compartilhamento de experiências didático-pedagógicas e a proposição de novas ações com vistas ao fomento da integração curricular e à incorporação de tecnologias de informação e comunicação no processo ensino-aprendizagem.

Confira a programação completa:

31 de outubro (terça-feira)

8h30– Credenciamento e Welcome Coffee – Salão Primavera (EESC)
9h30– Abertura autoridades – Anf. Jorge Caron (EESC)
10h15 – “IA na Graduação: impactos e potencialidades no ensino-aprendizagem” – Anf. Jorge Caron
Moderador MR1: Prof. Marcos G. Neira (FE) – Participantes: Prof. Seiji Isotani (ICMC) e Profa. Selma Garrido (FE)
12h30 – Apresentação cultural – “Redondo in Concert” – Espaço Redondo ICMC
14h00 – Mesa Temática e atividades do PDPD – Anf. Jorge Caron
Participantes: Prof. Adenilson Simão (ICMC), Profa. Alma Blásida Concepcion (FORP), Prof. Manoel Rodrigues Alves (IAU) e Profa. Paula Vicentini (FE)
16h00 – Intervalo – Salão Primavera
16h30 – Sessão de Pôsteres Digitais – Sagão EESC
18h30 – Atividade cultural – Salão Primavera
“Quarteto da Tulha” – Prof. Rubens Ricciardi (maestro da USP Filarmônica)
Coquetel & Relançamento da Revista Grad+

01 de novembro (quarta-feira)
8h30 – Credenciamento e Welcome Coffee
9h00 – “IA na Graduação: investigações exploratórias no ensino” – Anf. Jorge Caron
Moderador da MR2: Prof. Osvaldo Oliveira (IFSC) – Participantes: Prof. Fabio Gagliardi Cozman (EP) e Prof. Rogério de Almeida (FE)
10h45 – Minutos de Cultura “25 anos de Recepção aos Calouros”
Mostra itinerante da PRG – Salão Primavera EESC e Sagão
11h15 – “IA na Graduação: implicações psicológicas e sociais”- Anf. Jorge Caron
Moderador MR3: Prof. David Moreno Sperling (IAU)  – Participantes: Prof. Ricardo Rodrigues Teixeira (PRIP) e Prof. Tarcízio Silva (UFABC)
12h45 – Intervalo para almoço
13h45 – Sessão de Pôsteres Digitais – Salão Primavera
14h45 – Intervalo
15h00 – “IA na Graduação: aspectos éticos” – Anf. Jorge Caron
Moderador MR4: Prof. Ruy Sardinha Lopes (IAU) – Participantes: Profa. Cristina Godoy (FDRP) e Dr. Rooney R. A. Coelho (Pós-Doutorando EP)
16h15 – Encerramento – Anf. Jorge Caron

Para obter mais informações, clique AQUI.

O Anfiteatro Jorge Caron e o Salão Primavera ficam junto ao Bloco E-1 da EESC, na região central do campus.

(Prefeitura da USP São Carlos)

Assessoria de Comunicação – IFSC/USP

29 de outubro de 2023

Floresta Virtual – um GameTur pelo bioma mais importante do planeta Terra

O “Floresta Virtual” é mais do que um jogo para PC, ele é um “Tur” associado a um “game”, por isso o denominamos GameTur. É uma ferramenta educativa que permite que os usuários se conectem com este bioma de forma lúdica iniciando uma aventura que agrega conhecimento e emoção.  O “Floresta Virtual” levará o usuário à exploração da Floresta Amazônica e esperamos que o sensibilize para que colabore na defesa e proteção deste tesouro natural inestimável.

A Floresta amazônica será explorada através da simulação em 3D realista, utilizando ferramentas digitais, onde o visitante conhecerá representantes da flora e fauna deste bioma, além do conhecimento dele extraído por diferentes etnias dos povos originários. Foi desenvolvido para ser acessado pela WEB, fica disponível para download gratuito e é destinado ao público infanto juvenil.

Este passeio em 3-D é “guiado” através de uma seta, localizada na parte superior da tela, que auxiliará o jogador a localizar diferentes plantas, animais e curiosidades desta floresta. Durante a navegação o visitante irá interagir com elementos que compõem a floresta, adquirindo conhecimentos gerais e específicos sobre plantas e animais que ali habitam. Ao longo do percurso o usuário poderá participar de “quizzes” e conquistar bonificações que o estimularão a interagir com os elementos da mídia e testarão os conhecimentos adquiridos.

O objetivo foi despertar, particularmente nos jovens, a importância da preservação da imensa biodiversidade existente nesta floresta, como do conhecimento dos povos que a habitam, utilizando a “linguagem computacional”, presente em seus cotidianos.

Foi desenvolvido pela equipe do Espaço Interativo de Ciências ((EIC), localizado em São Carlos, SP, ligado ao Centro de Pesquisa e Inovação em Biodiversidade e

Fármacos (CIBFar), financiado pela FAPESP, coordenado pelo prof. Glaucius Oliva, prof. Sênior do IFSC. Envolveu uma equipe multidisciplinar de especialistas e estudantes de diferentes áreas tanto de TI como de ciências da natureza, sob a orientação geral da Profa. Leila Beltramini, profa. Sênior do IFSC-USP e pesquisadora do CIBFar. A mídia foi desenvolvida através da modelagem 3D de uma floresta, podendo ser acessada por computadores com diferentes graus de configurações, desde as mais modestas até as mais sofisticadas. Para isso os estudantes foram orientados a trabalhar em “lood Level of detail”, texturas do tipo “PBR” e otimização de scripts. As ferramentas computacionais mais utilizadas foram: Unity 3D, um motor de jogo que permite criar jogos interativos e aplicativos em 3D de alta qualidade, através de recursos como física, renderização, animações, gráficos e som; Blender, software de modelagem 3D, animação e renderização que permite criar cenas tridimensionais, desde objetos simples até cenas elaboradas, ele foi utilizado para criar toda a modelagem da floresta, dos animais e animações; Gimp, software de edição de imagens que foi usado para o desenvolvimento da edição de todas as imagens “Bilboards” (técnica que permite que uma determina imagem em um foco fique sempre virado para a câmera) e Figma, ferramenta de design online que foi usado para o desenvolvimento de interface do jogo e sua prototipação de “user interface” (UI) e “user experiences” (UX).

A mídia consiste de uma plataforma híbrida entre jogo e um passeio turístico, sendo o jogo um elemento que estimula e entusiasma a exploração da Floresta. Guiado pela seta, o navegante se aproxima de uma espécie ou curiosidade e aparecerá uma mensagem na tela para que ele explore o conteúdo didático, que será acessado clicando a tecla “H”. As teclas A, S, D e W permitem que o jogador se movimente pela floresta, e o mouse indicará a direção a seguir. A cada item ou curiosidade explorados o jogador será habilitado com um distintivo que aparecerá na parte inferior da tela. Clicando em “Q” e “E”; respectivamente, poderá avançar ou retroceder aos distintivos visíveis.

Ao final do passeio pela floresta o jogador será direcionado para o acampamento e, neste local, poderá revisar os conhecimentos adquiridos respondendo um “quiz”, sobre a fauna e a flora exploradas.

Acreditamos que este GameTur estimulará as funções executivas, como memória, planejamento e atenção dos jovens, ao mesmo tempo que os levará a conhecer o potencial desta floresta, a importância de sua preservação e do conhecimento dos povos ancestrais e ribeirinhos na exploração sustentável de sua flora e fauna.

Ele é indicado tanto para ser usado nas escolas, como para entretenimento dos jovens e adultos.

Clique AQUI para acessar o Game e obter mais informações.

(CréditosThiago N. C. Garcia1,2; William L. A. Ferreira2; Thiago L. Bandeira3;  Karoline E. G. Fonseca4; Letícia V. Ferreira4; Gislaine C. Santos5, Leila M. Beltramini6 1-Modelagem 3D, Design de Interface UI/UX; 2-Programação completa da Mecânica, jogabilidade; 3-Retopologia 3D dos animais, animação, modelagem 3D; 4-Pesquisa Conteúdo flora e Fauna; 5-Aspectos didáticos/educacionais; 6-Correções conteúdo, supervisão geral e Coordenação EIC/CIBFar).

Agradecimentos: programa PUB/USP; programa Estagiários EIC/IFSC/CDCC

Programa CEPID/FAPESP, EIC/CIBFar/Instituto Física de São Carlos/USP;

Thiago N.C. Garcia, Assessor TI/CIBFar, Criar Games, Ribeirão Preto, SP.Br.

Assessoria de Comunicação – IFSC/USP

27 de outubro de 2023

23 anos do CEPOF – Um dos centros de pesquisa mais antigos de São Carlos

Falar do Centro de Pesquisa de Óptica e Fotônica, usualmente conhecido por CEPOF, é abordar um dos mais antigos redutos de ciência na cidade de São Carlos, alocado no Instituto de Física de São Carlos (IFSC/USP). Criado em 01 de outubro de 2000, comemorando, portanto, vinte e três anos de criação e num País onde existem grandes dificuldades em manter projetos duradouros, o CEPOF é um motivo de orgulho não só para o Instituto onde se encontra sediado, mas também para a cidade, para o Estado e para a Nação, com imensa repercussão internacional.

Sob a gestão de cientistas de elevado padrão – permitimo-nos destacar aqui os nomes dos Profs. Vanderlei Salvador Bagnato, Euclydes Marega Junior, Sebastião Pratavieira, Cristina Kurachi, Daniel Varela Magalhães, Francisco Gontijo Guimarães e Natália Inada, dentre largas dezenas de jovens pesquisadores -, o CEPOF começou sua jornada agregando pessoas que tinham competência reconhecida na área da óptica e com vontade de desenvolver da melhor forma possível a chamada ciência básica. Além de tudo isso, a esse primeiro contingente foi exigida uma disponibilidade quase total, porque, ao mesmo tempo que se gerasse conhecimento, o mesmo deveria ser repassado para a sociedade. Então, esse grupo de pessoas do CEPOF, agora bem mais dilatado, ao mesmo tempo que avança o conhecimento da ciência com seus trabalhos de laboratório, com suas orientações e teses, também fica atento, observando aonde é que esse conhecimento pode ser aplicado, principalmente nas demandas mais urgentes, como foi o caso da pandemia, com a aprovação de cerca de cem patentes. Além disso, o CEPOF formou centenas de pessoas, tendo contribuído para a criação de mais de quarenta empresas na região de São Carlos, com a geração de milhares de empregos.

Ao longo dos anos, o CEPOF tem marcado a sua rota trabalhando incansavelmente para que sejam gerados novos projetos na fronteira do conhecimento, em pé de igualdade com os outros países, sempre tendo como meta beneficiar a sociedade. Por outro lado, veja-se os equipamentos desenvolvidos nesse centro de pesquisa e que estão aí na área do câncer, do diagnóstico, oftalmologia,  metrologia, e na área de descontaminação, de um modo geral, de linhas de produção de empresas, etc.. Vanderlei Salvador Bagnato é um dos cientistas – senão o principal – que coordena esse centro de pesquisa, várias vezes salientou que a sociedade tem o direito de saber e conhecer o que se faz nesse centro “(…) principalmente porque a gente trabalha com dinheiro público e eu sou um desses cientistas que acham que  todo momento de prestar contas para sociedade deve ser usado. Eu não tenho que prestar contas só para os burocratas; eu tenho que prestar contas para o cidadão que paga seu imposto e que quer saber qual o retorno que eu estou dando para ele e para o resto da sociedade (…)”. Parabéns ao Centro de Pesquisa de Óptica e Fotônica.

Rui Sintra – Assessoria de Comunicação – IFSC/USP

22 de outubro de 2023

“Ciência, Tecnologia, Inovação e o futuro de São Carlos” – Livro apresenta a realidade do avanço tecnológico na cidade

(Foto – Região Destake)

Integrado na “1ª Conferência de Ciência, Tecnologia  e Inovação de São Carlos”, evento que se iniciou no dia 17 do corrente mês e que se prolongará até dia 27, realizou-se no último dia 20 o lançamento do livro intitulado “Ciência, Tecnologia, Inovação e o futuro de São Carlos”, um trabalho desenvolvido pela Secretaria Municipal de Ciência, Tecnologia e Inovação em parceria com a Fundação Pró-Memória.

Nesta publicação, o leitor poderá ficar por dentro da importância que tem os avanços científicos e tecnológicos para a resolução dos principais problemas com que se debatem as cidades, tendo em vistas um futuro sustentável, quer no desenvolvimento urbano, quer, ainda na qualidade de vida das populações.

A cerimônia de lançamento da publicação, que ocorreu no auditório do Paço Municipal, reuniu diversas individualidade, dentre as quais destacamos, por parte do município, os secretários municipais de Ciência, Tecnologia e Inovação, Prof. José Galízia Tundisi, e de Comunicação, Leandro Severo, representando o prefeito, Airton Garcia, enquanto que por parte da Fundação Pró-Memória marcou presença a sua diretora presidente, Isabel Alves Lima. Por parte da Câmara Municipal de São Carlos esteve presente o vereador Robertinho Mori, enquanto que representando a Academia estiveram presentes os Profs. Adriano Andricopulo, docente do Instituto de Física de São Carlos (IFSC/USP) e atual presidente da Academia Brasileira de Ciências do Estado de São Paulo (ACIESP), e Tito José Bonagamba, igualmente docente do Instituto de Física de São Carlos (IFSC/USP).

Dentre os diversos discursos alusivos ao lançamento deste livro, permitimo-nos destacar a intervenção do Prof. Adriano Andricopulo que destacou: “O futuro de São Carlos vai depender da ciência, da tecnologia e da educação, por isso é preciso ampliar essa discussão e falar do futuro do Estado de São Paulo, do país, e do mundo, e de todos os desafios que viveremos ao longo deste século, principalmente com o aumento e o envelhecimento populacional”.

Este livro mostra, de uma forma abrangente, como a ciência, inovação e tecnologia têm impactado positivamente o desenvolvimento da cidade de São Carlos ao longo dos anos.

Para conferir toda a programação da “1ª Conferência de Ciência, Tecnologia  e Inovação de São Carlos”, clique AQUI.

Assessoria de Comunicação – IFSC/USP

22 de outubro de 2023

A busca pelo raríssimo diamante cor de rosa – Por: Prof. Roberto N. Onody

Figura 1 – O diamante cor de rosa Graff – O famoso colecionador de diamantes Laurence Graff (conhecido como King of Bling) comprou esse diamante em 2010, num leilão realizado pela Sotheby´s. Ele tem 24,78 quilates (1 quilate = 0,2 gramas) e foi comprado por 46 milhões de dólares! Até aqui, o mais caro diamante cor de rosa vendido por quilate! Na gema havia 25 imperfeições (inclusões) superficiais. Com assessoria da GIA (Gemological Institute of America, seus certificados são o padrão-ouro na classificação de diamantes), especialistas da empresa Graf fizeram um novo polimento da pedra. Hoje ela tem 23,88 quilates, é magnífica e sem defeito. Feita de puro carbono, como os diamantes brancos (incolores).

Entre todas as pedras preciosas, os diamantes são os mais cobiçados. Desempenhando um papel cultural importante há milênios, os diamantes evocam sentimentos associados a beleza, brilho, luxo, poder, amor e compromisso. Eles são eternos.

Há diamantes azuis, verdes, laranjas e incolores, mas, o mais desejado é o diamante cor de rosa (Figura 1). Até seu fechamento em 2020, a mina de Argyle (situada numa região remota da Austrália Ocidental) era responsável por 90% do suprimento mundial dos diamantes cor de rosa! Para saber por que o local onde ficava a mina de Argyle produziu tantos diamantes, cientistas fizeram um estudo minucioso das suas características geológicas. E identificaram duas causas principais: a colisão de placas tectônicas e a deriva continental.

Para os gregos e os romanos, os diamantes seriam frutos das lágrimas derramadas pelos deuses ou pedaços de estrelas cadentes. Mitologia à parte, na verdade os diamantes naturais foram forjados entre 1 e 3 bilhões de anos atrás nas profundezas da Terra, quando o carbono, sob efeito de enormes pressões e altas temperaturas, adquire a sua forma cristalina (metaestável) de rede cúbica (Figura 2). Em baixas pressões e baixas temperaturas o carbono se estabiliza numa estrutura planar hexagonal – o grafite.

Figura 2 – Cada célula unitária da rede cristalina do diamante contém 8 átomos de carbono. As esferas azuis são átomos de carbono que se encontram ou nos 8 vértices ou nas 6 faces do cubo; as esferas pretas são átomos de carbono que estão no interior do cubo. O diamante é o material mais duro produzido pela natureza (dureza 10, máxima na Escala de Mohs)

Os diamantes se formam entre 40 e 600 km de profundidade no manto superior da Terra e são trazidos à superfície pelo magma dos vulcões. As condições termodinâmicas para a formação do diamante ou do grafite dependem criticamente da temperatura e da pressão local. A título de exemplo, numa temperatura de 950 graus Celsius e em profundidades maiores do que 150 quilômetros (o que equivale a pressões maiores do que 44.400 atmosferas) o grafite se transforma em diamante.

Diamantes também podem ser produzidos na queda de grandes meteoritos. A pressão e a temperatura geradas no impacto são mais do que suficientes para formar diamantes, desde que haja carbono ou no próprio meteorito ou nas rochas presentes no local da queda. Foi o que ocorreu há 35 milhões de anos atrás, quando um meteoro com diâmetro de 5 a 8 km, abriu a cratera de Popigai (na Sibéria, Rússia) com 100 km de diâmetro e cerca de 150 metros de profundidade. Ao redor da cratera, encontra-se uma quantidade enorme de pequenos diamantes (milimétricos) semelhantes aos diamantes sintéticos (veja abaixo). Além disso, incrustado nas rochas e no interior da cratera, acredita-se que existe uma quantidade de diamante maior do que em todas as outras jazidas do mundo juntas!

Diamantes também se formam nas estrelas, mais especificamente, nas anãs brancas. A anã branca BPM 37093 está a cerca de 49 anos-luz da Terra, tem raio de 4.000 km e é composta por carbono e oxigênio. O carbono presente (que está cristalizado) tem massa de 5 1029 kg, ou seja, um valor cem mil vezes maior do que a massa da Terra.  Trata-se do maior diamante existente na nossa vizinhança! Ele foi apelidado de Lucy, em homenagem à música dos Beatles Lucy in the Sky with Diamonds.

Figura 3 – Os maiores produtores mundiais de diamantes naturais em 2022. A Rússia lidera com folga, produzindo quase 42 milhões de quilates ou 8,4 toneladas de diamantes (Crédito: M. Garside)

Tudo o que dissemos até aqui se refere aos diamantes naturais (Figura 3). A partir da década de 1950 os diamantes passaram também a ser produzidos e manufaturados pelo homem – são os chamados diamantes sintéticos ou industriais. Dois métodos são utilizados na fabricação dos diamantes sintéticos: o CVD (Carbon Vapor Deposition), que faz a deposição química de vapor de carbono e o HPHT (High Pressure High Temperature) que imita a forma de produção da natureza.

Para olhos não preparados pode ser difícil distinguir um diamante natural de um sintético. Mas, existem hoje no mercado cerca de 40 dispositivos que detectam a diferença entre eles. Ainda bem, porque a diferença de preço é enorme – os diamantes sintéticos são muito mais baratos do que os diamantes naturais.

Figura 4 – Diamantes naturais adquirem a cor: (a) marrom devido a deformações plásticas na sua rede cristalina; (b) amarelo pela presença de átomos de nitrogênio; (c) azul pela presença de átomos de boro; (d) verdes pela exposição a material radioativo durante a sua formação ou depois (diamantes brancos se tornam verdes quando irradiados). O material radioativo cria vacâncias de átomos de carbono

Hoje, um quilate de diamante sintético custa três vezes menos do que um quilate de diamante natural. E, com o avanço das técnicas empregadas, o preço do diamante sintético deve recuar ainda mais. O maior produtor mundial de diamantes sintéticos é a China que responde por quase 90% do consumo mundial.

Figura 5 – Os 9 diamantes Cullinan. O maior de todos eles (indicado pela seta), conhecido como Estrela da África, tem 530,2 quilates e dimensões de 58,9 mm x 45,4 mm x 27,2 mm. Ele está montado no topo do cetro real da monarquia britânica.

Mas, por que os diamantes naturais têm várias cores? Resumidamente, a resposta é pela presença de vacâncias ou de defeitos (átomos de carbono são substituídos por outros elementos) que retiram da gema sua integridade cristalina ou sua pureza e alteram sua cor (Figura 4).

Os diamantes brancos ou incolores são praticamente feitos de carbono puro. Entre eles, certamente, o mais famoso é o diamante de Cullinan. Descoberto em 1905 na África do Sul, o diamante tinha, originalmente, 3.025 quilates e foi cortado e lapidado em 9 diamantes que hoje fazem parte das joias da coroa britânica (Figura 5).

Ainda sobre diamantes brancos, em 2019 a Alrosa (empresa russa e maior mineradora de diamantes do mundo) descobriu um diamante duplo – um diamante que contém no seu interior outro diamante. O diamante interno se move livremente numa cavidade do diamante externo (veja vídeo). À semelhança com a tradicional boneca russa, o diamante duplo foi batizado de matrioska.

Voltemos agora aos raríssimos diamantes cor de rosa. Eles são realmente os mais raros? De fato, não. Os diamantes vermelhos são os mais raros. Tão raros que, no mundo, só existem cerca de 30 diamantes considerados realmente vermelhos (Figura 6). Por esse motivo, não existe empresa mineradora de diamantes vermelhos. Mas, existem mineradoras de diamantes cor de rosa na Austrália, África do Sul e Índia. E, como dissemos no preâmbulo, a maior delas, a Argyle, fechou em 2020. Desde então, cientistas vêm tentando descobrir os pré-requisitos geológicos para a formação dos diamantes cor de rosa.

Como os diamantes cor de rosa (e o vermelho) não apresentam vacâncias (provocadas por radiação) e nem defeitos (pela presença de outros elementos químicos além do carbono) de onde vem a sua cor?

A única explicação plausível é que, durante o processo de sua formação, esses diamantes sofreram deformação plástica. Mas, de que tipo? Quais são os ingredientes por trás da formação dos diamantes cor de rosa?

Figura 6 – O diamante Mussaieff é o maior diamante vermelho do mundo. Descoberto na década de 1990 em Minas Gerais, Brasil, ele tem 13,9 quilates. O joalheiro Shlomo Mussieff é o seu atual proprietário

Em artigo publicado na Nature, Olierook et al. lançaram duas hipóteses novas. Há mais de um bilhão de anos atrás, no supercontinente Nuna ou Colúmbia Figura 7), as placas tectônicas em que hoje se encontram o Norte da Austrália e Kimberley (Austrália Ocidental) colidiram. A região da mina de Argyle se formou na sutura dessas placas.  Primeiro ingrediente: colisão de placas tectônicas.

Olierook et al. fizeram, então, uma datação geológica muito precisa dessa região e concluíram que ela se formou há 1,3 bilhão de anos. Isso coincide com o momento (estimado entre 1,3 e 1,22 bilhão de anos) em que o supercontinente Nuna ou Colúmbia iniciava seu processo de fratura e desagregação! O continente do que é hoje a Austrália não se partiu ou se desagregou, mas a região da mina de Argyle foi ´esticada´. Segundo ingrediente: estiramento geológico.

Se os pesquisadores estiverem corretos, esses ingredientes podem balizar buscas por novas minas de diamantes em locais que tenham um histórico geológico semelhante. Pelos magníficos diamantes cor de rosa, esperamos que sim.

Figura 7 – O supercontinente Nuna ou Colúmbia há 1,6 bilhão de anos atrás. (Crédito: Alexandre DeSotti)

 

 

 

 

 

 

 

 

 

*Físico, Professor Sênior do IFSC – USP

e-mail: onody@ifsc.usp.br

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(Agradecimento: ao Sr. Rui Sintra da Assessoria de Comunicação)

Assessoria de Comunicação – IFSC/USP

20 de outubro de 2023

Auxílio financeiro para participação em eventos científicos no Brasil e no exterior (2º/2023) – 3ª Chamada

A Comissão de Pós-Graduação (CPG) do Instituto de Física de São Carlos (IFSC/USP) estabeleceu as normas e critérios para a solicitação, avaliação e concessão de recurso financeiro para estudantes matriculados no Programa de Pós-Graduação em Física participarem de eventos científicos no Brasil e no Exterior com apresentação de trabalhos.

Acesse AQUI o edital completo da 3ª Chamada do Programa.

 

 

 

 

Assessoria de Comunicação – IFSC/USP

18 de outubro de 2023

“Atenção à Saúde Mental e Inclusão na Universidade” – Em prol de sua comunidade – IFSC/USP adere ao “Apoia USP”

Mesa de abertura com a presença da Vice-Diretora do IFSC/USP, Profª Ana Paula Ullian de Araújo

O grande destaque dentre os vários eventos que aconteceram no IFSC/USP nos dias 03 e 04 de outubro, foi certamente a realização da iniciativa “Atenção à Saúde Mental e Inclusão na Universidade”, que teve o foco de congregar ao seu redor toda a comunidade universitária do Campus USP de São Carlos – estudantes e servidores docentes e não docentes – e ainda a comunidade externa à Universidade.

Promovido pelas Comissões de Inclusão e Pertencimento (CIPs) das Unidades do Campus USP de São Carlos, em conjunto com o “Apoia USP” – Serviço de Apoio Psicossocial do Campus -, este evento contou com o apoio da Diretoria do IFSC/USP e do Grupo Coordenador de Cultura e Extensão do nosso Campus.

De fato, esta iniciativa abriu um espaço importante para uma reflexão sobre o modelo de cuidado em saúde mental na USP de São Carlos, bem como uma discussão sobre os vários desafios que se colocam, relacionados ao autismo na Universidade e as possibilidades que se apresentam no cuidado que deverá ser implementado em situações de crise. Em simultâneo, este evento assinalou o ingresso do IFSC/USP no “Apoia USP”, que abre portas para ampliar o atendimento psicossocial no Instituto, iniciado anteriormente com a iniciativa “IFSC e o bem estar de sua comunidade”.

Através de vários palestrantes, especialistas, o evento abordou temas que remeteram à necessidade de se pensar em um ambiente universitário mais saudável em termos de inclusão de pessoas com diferentes necessidades, especialmente aquelas que se inserem em quadros de neurodivergência, com destaque para o espectro autista no âmbito escolar. “Hoje, sabemos de casos de alunos do nosso Instituto diagnosticados com transtorno do espectro autista (TEA) e essa informação chegou até nós por mero acaso, ou seja, não de forma oficial. Já passou da hora de debatermos isso!. Nós temos que trabalhar para construir esse caminho no sentido de abrir um canal de informação e poder criar políticas – quer no IFSC, quer na própria USP – para apoiar essas pessoas, e todas as demais que apresentem qualquer necessidade, e ajudar a tornar o nosso ambiente mais inclusivo”, destaca o Prof. Fernando Paiva, presidente da Comissão de Inclusão e Pertencimento do Instituto de Física de São Carlos (IFSC/USP).

 

No que diz respeito ao evento, o Presidente da CIP do IFSC/USP sublinha que ele superou todas as expectativas, quer em termos do número de participantes, quer ainda – e mais importante – no envolvimento e participação do público na reflexão e discussão dos temas. “Essa participação justificou todo o esforço”, comemora Fernando Paiva, acrescentando que “esta foi uma porta que se abriu para que eventos como este possam ser periódicos no Campus, em todas as Unidades. Tudo isso, associado às campanhas que a Pró-Reitoria de Inclusão e Pertencimento da USP vem desenvolvendo, irá gerar uma comunidade mais atenta e receptiva a esse tipo de assunto. Estou muito feliz!”, conclui o docente.

“Apoia USP”

Prof. Fernando Fernandes Paiva

Para a assistente social da Prefeitura do Campus USP de São Carlos e integrante da equipe “Apoia USP”, Drª Emanuela Pap da Silva,a avaliação que faz sobre este evento é, de fato, bastante positiva. “Foram dois dias em que pudemos estar presencialmente conversando sobre temas tão importantes e atuais no contexto da nossa Universidade, e foi muito bom termos um público significativo de estudantes, funcionários e docentes do nosso Campus e também da comunidade externa, que participou e debateu ativamente conosco estes temas. Penso, também, que foi um evento inaugural e muito representativo para a entrada do IFSC no “Apoia USP”, que chega somando e colaborando com as demais unidades de ensino e da Prefeitura do Campus na consolidação e expansão do “Apoia USP” para a nossa comunidade universitária. É muito bom ver os esforços coletivos na construção de uma comunidade acadêmica mais acolhedora e mobilizada pelo bem-estar das pessoas que fazem parte dela”, sublinhou.

Testemunho

Mariana (nome fictício) veio com 17 anos para o IFSC/USP. Aluna brilhante, de excelência máxima em todo o seu percurso escolar, vencedora de prêmios em diversas olimpíadas do conhecimento, praticando natação, canto e piano, eis que após o período da pandemia entrou em depressão, com grandes dificuldades em fazer amigos, algo que nunca tinha acontecido anteriormente. A mãe, Arminda (nome fictício), sublinha o fato de a família ter dado todo o apoio quando da mudança da jovem para São Carlos. Contudo, o caminho de Mariana estava sendo cada vez mais penoso, já que além de não conseguir fazer amizades no IFSC/USP, a jovem começou a enfrentar dificuldades em terminar os exercícios, algo que para ela era impensável devido ao seu currículo escolar – de excelência. Em face a esse quadro, Arminda levou a filha a psicólogos e psiquiatras e o diagnóstico foi que a jovem estava inserida no espectro autista. “Neste momento está sendo acompanhada. Já perdeu um ano e meio no seu curso. Embora ela saiba perfeitamente as matérias, os seus conteúdos, o fato é que não consegue sentar e estudar. ‘Estou só, isolada’, desabafa ela comigo, ao que eu respondo que ela precisa interagir com seus colegas, criar vínculos, amizades, embora tenha havido situações em que foram os seus próprios colegas que se afastaram dela”, relata Arminda.

O caso de Mariana insere-se exatamente nos objetivos do evento “Atenção à Saúde Mental e Inclusão na Universidade” e nesse espaço que está sendo aberto no Campus USP de São Carlos para uma reflexão e ação sobre o modelo de cuidado em saúde mental. Arminda acompanhou todo o evento e, no final, afirmou que retirou dele todas as informações, dialogou com os demais participantes, colocou questões e estabeleceu contatos com os profissionais que poderão ajudar na resolução do problema de Mariana. “Essa ajuda vai ser determinante para a recuperação de minha filha”, conclui a mãe de Mariana.

Os participantes

 

Rui Sintra – Assessoria de Comunicação – IFSC/USP

16 de outubro de 2023

“Prêmio Ciência-Tecnologia São Carlos 2023” – Prof. Antonio Carlos Hernandes (IFSC/USP) conquista prêmio na “Modalidade Cientista Emérito – Prêmio Dietrich Schiel”

(Foto: Tiago Queiroz/Estadão)

A Prefeitura de São Carlos, por meio da Secretaria Municipal de Ciência, Tecnologia e Inovação, divulgou os nomes dos vencedores do “Prêmio Ciência-Tecnologia São Carlos 2023”, que tem como objetivo estimular e reconhecer o trabalho dos cientistas e pesquisadores de São Carlos. Dentre os vencedores está o docente e pesquisador do IFSC/USP, ex-diretor da Unidade e ex-vice-reitor da USP, Prof. Antonio Carlos Hernandes, que conquistou o prêmio na “Modalidade Cientista Emérito – Prêmio Dietrich Schiel”

Confira abaixo a lista de premiados.

Prêmio Ciência-Tecnologia São Carlos – 2023

*Modalidade Pesquisador Sênior – Prêmio Sérgio Mascarenhas de Oliveira:
Silvio Crestana;
Fernando Mauro Lanças;

*Modalidade Pesquisadora Sênior – Prêmio Yvonne Primerano Mascarenhas:
Debora Marcondes Bastos Pereira Milori;
Maria Bernadete Amâncio Varesche;

*Modalidade Jovem Pesquisador – Prêmio Antônio Pereira de Novaes:
Thiago Boaventura Cunha;

*Modalidade Jovem Pesquisadora – Prêmio Wanda Aparecida Machado Hoffmann:
Patrícia Hennig Osmari;
Laís Canniatti Brazaca;

*Modalidade Cientista Emérito – Prêmio Dietrich Schiel:
Antonio Carlos Hernandes;
Vanderlan da Silva Bolzani;

*Modalidade Professor de Ciência: 
Clezio Aniceto;

*Modalidade Professora de Ciência – Prêmio Odete Rocha: 
Milene Aparecida Rodrigues de Oliveira;

*Modalidade Jovem Cientista de São Carlos – Prêmio Silvio Crestana
Gustavo Ferragini Batista;
Yasmin Freire Soares;

*Modalidade Clube de Ciências – Prêmio Gilberto Orivaldo Chierice
SmartStation: Maximizando a Previsão Climática com Tecnologia Embarcada- EE Jesuíno de Arruda;
Bioplástico – Desenvolvimento de materiais biodegradáveis João Pedro Mardegan Ribeiro e Vanessa Cristina Correa; Seisdedos – EE Dona Aracy Leite Pereira Lopes;

O Prêmio é um reconhecimento do município aos cientistas que contribuíram para a ciência nacional e internacional, como também aos professores de ciências, aos alunos de ciências, aos clubes de ciências, enfim todos que participaram de alguma atividade científica relevante.

A cerimônia de premiação ocorrerá no próximo dia 26 de outubro, a partir das 19h00, na Câmara Municipal de São Carlos.

Assessoria de Comunicação – IFSC/USP

16 de outubro de 2023

Modernização na infraestrutura do IFSC/USP – Aquisição de equipamento avançado para Microscopia Eletrônica de Proteínas

O Instituto de Física de São Carlos (IFSC/USP) se prepara para dar outro salto na sua infraestrutura para pesquisas em biologia estrutural com a aquisição de equipamentos multiusuário de última geração para crio-microscopia eletrônica (crio-EM) de proteínas – tema do Prêmio Nobel em Química de 2017 (VER AQUI) – marcando um novo capítulo na história da pesquisa biomolecular.

A história começou há mais de três décadas, quando o IFSC/USP foi o pioneiro na América Latina nas pesquisas de cristalografia de proteínas, contribuindo para o entendimento das bases moleculares de processos biológicos básicos além de diversas doenças e o desenvolvimento de candidatos a medicamentos inovadores. Hoje, a instituição se prepara para explorar novas fronteiras com a introdução de crio-EM biológico. Este avanço metodológico supera as limitações da cristalografia, permitindo aos pesquisadores preparar e analisar amostras biológicas grandes e heterogêneas (inerentemente resistentes à cristalização), isoladas ou em seu ambiente nativo celular, com precisão inigualável. A equipe vem se preparando para este momento faz alguns anos via estágios realizados por estudantes e pesquisadores do IFSC em instituições de ponta no exterior.

Foto 1 – Equipes de pesquisadores e técnicos do IFSC e do IQSC receberam treinamento local do LNNano para operar o equipamento de vitrificação de grades e o módulo criogênico do microscópio eletrônico (Fotos 1 e 2).

Os equipamentos foram concedidos pela FAPESP dentro da chamada para Equipamentos Multiusuários para Uso Científico – 2022, pelo Programa de Apoio à Infraestrutura de Pesquisa (PAIP) do Estado de São Paulo (VER AQUI). Estes são o microscópio eletrônico de transmissão Tundra (100 kV, ThermoFisher Scientific) e um microscópio de duplo feixe (iônico e de varredura), Aquilos 2 (ThermoFisher Scientific) com capacidade para microscopia de luz correlativa, coletivamente avaliados em quase R$12 milhões, complementando infraestrutura em preparação, seleção e análise de amostras biológicas, inclusive em ambientes celulares nativos, para acelerar o entendimento da biologia básica e o desenvolvimento de tratamentos médicos inovadores.

A expectativa é que os novos microscópios, a serem instalados em espaço físico gentilmente cedido pelo Centro de Imagens e Espectroscopia in vivo por Ressonância Magnética (CIERMag/IFSC/USP), entrem em comissionamento na segunda metade de 2024 e estejam disponíveis abertamente à comunidade científica em 2025.

Uma Jornada de Colaboração e Inovação

(Foto – 2)

A conquista foi possível graças à colaboração entre docentes dos grupos de Biofísica e Cristalografia, o Departamento de Física e Ciência Interdisciplinar (FCI), a diretoria do IFSC/USP, e importantes parceiros externos, como o Laboratório Nacional de Nanotecnologia (LNNano/CNPEM), parte do Centro Nacional de Pesquisa em Energia e Materiais (CNPEM), e a Central de Análises Químicas (CAQI), do IQSC/USP. O movimento, iniciado em 2021, partiu da aquisição de um equipamento de vitrificação de grades de microscopia (Vitrobot Mark IV, ThermoFisher Scientific) e um porta amostras criogênico (ELSA cryo-transfer holder, Gatan Inc.) para adaptação de microscópio já existente no CAQI, ambos financiados pela FAPESP via Centro de Pesquisa e Inovação em Biodiversidade e Fármacos (CIBFar/CEPID).

O LNNano/CNPEM, que oferece acesso à infraestrutura ímpar à microscópios de alto desempenho para a coleta de dados de alta resolução, como o Titan Krios (ThermoFisher Scientific, 300 kV), desempenhou um papel crucial neste processo do IFSC, auxiliando na seleção da infraestrutura e oferecendo treinamento especializado para garantir que os pesquisadores e estudantes maximizem o potencial do novo equipamento. O treinamento inicial para utilização do Vitrobot e avaliação qualitativa no CAQI foi realizado entre 15 e 16 de junho de 2023, inaugurando oficialmente as atividades locais em crio-EM de proteínas (anexarei fotos). O treinamento foi conduzido pela equipe do Dr Rodrigo Portugal, do LNNano/CNPEM, e financiado com recursos da Chan Zuckerberg Initiative (CZI), contando com apoio e participação da equipe do Prof. Laudemir Varanda, do IQSC/USP.

Olhando para o futuro

À medida que o IFSC/USP abre suas portas para a comunidade científica, a parceria com LNNano e CAQI promete impulsionar a pesquisa em alta resolução, marcando o início de uma rede robusta de microscopia eletrônica em São Paulo e para o Brasil, pavimentando o caminho para descobertas científicas sem precedentes e um futuro promissor na arena global da biologia estrutural.

Na ocasião desta matéria, os docentes envolvidos na iniciativa expressam seus profundos agradecimentos ao IFSC/USP e CIERMag, FAPESP, CIBFar/CEPID, LNNano/CNPEM, CAQI/IQSC/USP, CZI e EU-LAC/FAPESP, pela disponibilização e adequação de infraestrutura, suporte técnico e apoios financeiros.

Assessoria de Comunicação – IFSC/USP

16 de outubro de 2023

Prof. Antonio Carlos Hernandes recebe homenagem da Câmara Municipal de Ribeirão Preto

O ex-diretor do IFSC/USP (2010-2014), Prof. Antonio Carlos Hernandes, que exerceu as funções de vice-reitor da Universidade de São Paulo no mandato 2018-2021, foi homenageado no dia 05 de outubro pela Câmara Municipal de Ribeirão Preto por ocasião das comemorações dos quinze anos da instalação do Curso de Graduação da Faculdade de Direito de Ribeirão Preto (USP), tendo em consideração suas  “relevantes contribuições acadêmicas” ao longo desse período.

Na circunstância, também foram homenageados os professores Vahan Agopyan, ex-reitor da USP (mandato 2018-2021), Suely Vilela, ex-reitora da USP (mandato 2005-2009), a qual iniciou o funcionamento da Faculdade de Direito de Ribeirão Preto, e o atual reitor da Universidade de São Paulo, Carlos Gilberto Carlotti Junior.

Para o Prof. Antonio Carlos Hernandes, no Brasil não existe a cultura do reconhecimento público pelos trabalhos realizados pelas pessoas, pelo que seu sentimento foi de muita felicidade pelo ato realizado conjuntamente pela Câmara Municipal de Ribeirão Preto e pela Faculdade de Direito de Ribeirão Preto (USP), na pessoa de seu diretor, Prof. Nuno Manuel Morgadinho dos Santos Coelho.

 

Rui Sintra – Assessoria de Comunicação – IFSC/USP

9 de outubro de 2023

II Workshop de Cristalografia de São Carlos (LaMuCrEs) – Um sucesso

Os dias 05 e 06 de outubro ficaram marcados, no Instituto de Física de São Carlos (IFSC/USP), pela realização do “II Workshop de Cristalografia de São Carlos”, um evento apoiado pela FAPESP e promovido pelo Laboratório Multiusuário de Cristalografia Estrutural (LaMuCrEs), uma instalação de ponta sediada no nosso Instituto e dedicada à descoberta científica e inovação tecnológica, sendo um símbolo para o entendimento do mundo dos cristais e do seu profundo impacto em diversos campos, que vão da ciência dos materiais à medicina e que se iniciou a partir do trabalho pioneiro da Profa. Yvonne P. Mascarenhas, que começou seus primeiros trabalhos no estudo de materiais ainda na década de 60 do século passado.

Sob a direção do pesquisador Prof. Javier Ellena (IFSC/USP), este evento do LaMuCrEs teve o foco de intensificar o conhecimento sobre a utilização das técnicas de difração de raios-x por pó e por monocristal na elucidação estrutural de diferentes tipos de materiais, com o objetivo de aprofundar os conceitos da cristalografia para pesquisadores e alunos de pós-graduação.

Com a participação de um conjunto lato de pesquisadores que dissertaram sobre os fundamentos da cristalografia e desenvolveram atividades práticas de coleta, processamento, determinação e refinamento de estruturas cristalinas, este workshop foi também uma forma de apresentar aos potenciais usuários de nossa região a infraestrutura do LaMuCrEs, bem como as técnicas disponíveis para a comunidade. Em simultâneo, o evento procurou promover o treino de novos usuários nas técnicas experimentais abordadas, bem como capacitá-los nas novas tecnologias, com o intuito de permitir que eles possam desenvolver as habilidades e pensamento crítico nas abordagens das técnicas.

Profs. Javier Ellena e Yvonne Primerano Mascarenhas

Grande participação de pesquisadores e alunos de pós-graduação

Rui Sintra – Assessoria de Comunicação – IFSC/USP

9 de outubro de 2023

Seleção de bolsistas do Programa de Formação em Gestão Acadêmica da Inovação e Empreendedorismo da USP (PGI)

Considerando a necessidade de formação de profissionais capacitados(as) para atuar como gestores(as) acadêmicos(as) de Inovação e Empreendedorismo em projetos de pesquisa e desenvolvimento que propiciem a gestão, otimização do tempo, maior competitividade internacional, fomentando o empreendedorismo e inovação na Universidade, a Agência USP de Inovação torna público o edital que visa conceder bolsas no âmbito do Programa de Formação em Gestão Acadêmica da Inovação e Empreendedorismo da USP (PGI), conforme Resolução CoPI Nº 8484, DE 30 DE AGOSTO DE 2023 (VER AQUI). 

Os bolsistas selecionados atuarão junto à Agência USP de Inovação, dando apoio aos grandes projetos da Universidade (unidades Embrapii, CEPIDs, CPEs e outros), com ênfase em um ou mais eixos temáticos do PGI.

Confira AQUI o edital.

Assessoria de Comunicação – IFSC/USP

9 de outubro de 2023

Delegação da Universidade de Tecnologia de Guangdong (R. P. China) visita IFSC/USP

Uma delegação da Universidade de Tecnologia de Guangdong – República Popular da China – visitou no passado dia 05 de outubro o IFSC/USP com o intuito de aprofundar as relações entre as duas instituições de ensino superior.

O programa da visita foi coordenado por um dos responsáveis da Comissão de Relações Internacionais de nosso Instituto (CRINT/IFSC), Prof. Diogo Boito, que contou com a presença do Diretor do IFSC/USP, Prof. Osvaldo Novais de Oliveira Junior.

Além da apresentação institucional da Universidade de Tecnologia de Guangdong, o encontro inicial contou, ainda, com as apresentações do Instituto de Química de São Carlos (IQSC/USP), através do Prof. Fabio Henrique Barros de Lima, do Instituto de Arquitetura e Urbanismo (IAU/USP), por intermédio da Profª Lucia Shimbo, e do IFSC/USP, através do Prof. Diogo Boito.

O programa incluiu, ainda, uma visita às instalações do IFSC/USP e ao campus da USP de São Carlos, terminando com um almoço de despedida.

A Universidade de Tecnologia de Guangdong

Fundada em 1958, a Universidade de Tecnologia de Guangdong é uma universidade multidisciplinar, especializada em ensino de engenharia, oferecendo, também, uma ampla gama de programas educacionais em ciência, tecnologia, gestão, economia, humanidades, artes e direito.

Como uma universidade provincial de ciência e tecnologia de alto nível e de vanguarda, a Universidade de Guangdong tem aprofundado, há mais de sessenta anos, a sua integração com a indústria e promovendo continuamente o progresso académico e de pesquisa. Pela primeira vez, em 2019, ela foi listada no THE (Times Higher Education) World University Rankings e na lista “Top 1000” do ARWU (Academic Rankings of World Universities), tendo ficado, em 2020, no 51º lugar entre as  universidades do continente chinês no Times Higher Education Emerging Economies University Rankings e no 268º lugar entre as universidades de engenharia em 2020 US News & World Report Best Global Universities Rankings (45º na China).

Cidade de Guangzhou

A Universidade de Tecnologia de Guangdong está localizada em Guangzhou, uma cidade famosa localizada no sul da China e possui quatro campi, sendo que cada um deles se dedica a uma especialidade.

Atualmente, a Universidade de Tecnologia de Guangdong conta com um total de vinte escolas, quatro centros de ensino de cursos públicos e seis estações móveis de pós-doutorado.  Trabalham nesta universidade mais de dois mil professores em tempo integral, incluindo cerca de quatrocentos professores e setecentos professores associados.

O currículo completo relativo a bacharelado, mestre e doutor conta atualmente com oitenta e uma especializações em seus programas de graduação, vinte e três programas de mestrado de primeira classe e sete programas de doutorado de primeira classe. Existem mais de quarenta e quatro mil alunos em tempo integral, incluindo mais de trinta e seis graduandos e sete mil pós-graduados.

Universidade de Tecnologia de Guangdong

Clique AQUI  para saber mais sobre a Universidade de Tecnologia de Guangdong.

Rui Sintra – Assessoria de Comunicação – IFSC/USP

9 de outubro de 2023

Produção Científica do IFSC/USP em setembro de 2023

Para ter acesso às atualizações da Produção Científica do IFSC/USP cadastradas no mês de setembro de 2023, clique AQUI, ou acesse o Repositório da Produção USP AQUI.

As atualizações também podem ser conferidas no Totem “Conecta Biblio” em frente à biblioteca.

A figura ilustrativa foi extraída do artigo publicado recentemente por pesquisador do IFSC no periódico “Carbon” (VER AQUI).

 

 

Assessoria de Comunicação – IFSC/USP

9 de outubro de 2023

Unidade de Terapia Fotodinâmica (UTF) completa oito anos de sua criação – Inovações tecnológicas do IFSC/USP já beneficiaram cerca de cinco mil pacientes de todo o país

Tratamento para recuperação de olfato e paladar (sequelas pós-Covid)

A Unidade de Terapia Fotodinâmica (UTF), localizada na Santa Casa da Misericórdia de São Carlos (SCMSC), fruto de uma feliz parceria entre essa entidade e o Instituto de Física de São Carlos (IFSC/USP) está comemorando oito anos de sua criação, com uma atividade intensa dedicada à saúde e à qualidade de vida da sociedade.

As largas dezenas de pesquisadores que passaram por essa Unidade ao longo destes anos – pós-doutorandos, doutorandos, mestrandos e alunos de iniciação científica – contribuíram em larga escala para a formação de novos profissionais que viriam auxiliar no desenvolvimento e aplicação de novas tecnologias à base de laser e protocolos para tratamento de pacientes com os mais variados quadros clínicos – câncer de pele, onicomicose (micose da unha), úlceras venosas diabéticas e arteriais, fibromialgia, artrose e sequelas de Covid, entre outros. É um vasto trabalho desenvolvido e executado no IFSC/USP, que culminou com a introdução de novas metodologias dedicadas aos mais diversos tratamentos e o lançamento de vários equipamentos que foram absorvidos pela indústria nacional e que hoje se encontram ao dispor de todos, tudo isso tendo como foco a sociedade.

Pesquisador Antonio Eduardo de Aquino Junior

Para o Dr. Antonio Eduardo de Aquino Junior, coordenador da UTF, essa Unidade está se renovando a cada dia, sendo que, nos últimos anos, foram adicionados protocolos para a realização de novos tratamentos para doenças, como, por exemplo, tendinite, burcite, capsulite adesiva, sequelas pós-covid e, ainda estudos sobre o sono. A área de odontologia, coordenada pelo pesquisador e pós-doutorando do IFSC/USP, Dr. Vitor Hugo Panhóca, também tem estado em destaque, com o desenvolvimento de vários projetos de tratamentos relacionados, entre outros, com a recuperação de olfato e paladar (sequelas da Covid), mucosite, paralisia facial e, mais recentemente, minimizando as consequências da Doença de Parkinson, com resultados muito expressivos. Uma das mais recentes pesquisas na UTF, atualmente em curso, diz respeito às substanciais alterações tecnológicas que foram feitas visando potencializar a utilização do laser em processos de cicatrização, estando neste momento ocorrendo a fase experimental de tratamentos em fissuras mamárias, um projeto liderado pela pesquisadora Drª Sabrina Peviani, fisioterapeuta e especialista em saúde da mulher, em estreita colaboração com a médica pediatra Dra. Renata Bagnato, cuja missão é acompanhar de perto os processos. “De fato, estamos testando um novo dispositivo tecnológico diferenciado, à base de laser, cujo objetivo é facilitar o processo de cicatrização das fissuras mamárias, já que elas provocam bastantes dores nas lactantes, criando impactos negativos na amamentação. É uma visão diferenciada por parte do cientista do IFSC/USP, Prof. Vanderlei Bagnato, responsável por todas as pesquisas desenvolvidas na UTF”, pontua Antonio de Aquino Junior.

Com cerca de cinco mil atendimentos registrados ao longo destes oito anos, a UTF continua seu caminho na busca por inovações tecnológicas desenvolvidas no IFSC/USP, devidamente aprovadas e posteriormente disseminadas entre os profissionais de saúde, beneficiando, assim, todos quantos necessitam de atendimento e tratamentos para as mais diversas doenças.

Rui Sintra – Assessoria de Comunicação – IFSC/USP

8 de outubro de 2023

Unidade EMBRAPII – IFSC/USP recebe visita técnica

Eduardo Brito

A Unidade EMBRAPII do IFSC/USP, sediada no próprio Instituto de Física de São Carlos, recebeu, semana passada, a visita de Eduardo Brito, um dos técnicos da EMBRAPII, e cujo intuito foi avaliar a Unidade e onde onde foram apresentados os projetos já executados e os que se encontram em andamento.

Eduardo Brito salientou que o principal olhar dessa avaliação é voltado para um acompanhamento técnico. “Por vezes, as Unidades da EMBRAPII pensam que estas visitas são uma espécie de auditoria, o que não é verdade. A minha visita, aqui, tem apenas o objetivo de conhecer de perto os projetos que estão sendo desenvolvidos, entender o escopo das atividades, já que depois, durante o processo de prestação de contas, é necessário entender quais foram as necessidades, como, por exemplo, a compra de insumos, contratação de serviços de terceiros, enfim, tentar ficar por dentro do projeto com profundidade”, destaca o técnico.

No breve diálogo que manteve com a Assessoria de Comunicação do IFSC/USP, Eduardo Brito enfatizou que as Unidades  EMBRAPII devem sempre ver os técnicos que as visitam  como parceiros que tentam ajudar a resolver problemas que, entretanto tenham surgido, como, por exemplo, as relações com as empresas parceiras e questões operacionais, para que se possam sempre encontrar soluções em conjunto. “Sempre falo para que me relatem os problemas, porque não adianta falar que correu tudo muito bem, pois todos sabemos que não é assim. Então, vamos resolver juntos algum problema que tenha surgido e no que eu poder ajudar, estarei aqui. Temos que antecipar situações que possam complicar o andamento dos projetos”, finaliza o técnico da EMBRAPII.

Os resultados das pesquisas realizadas no IFSC/USP são aplicados em projetos que buscam o desenvolvimento tecnológico do País e o bem-estar da sociedade.

Exposição de um dos projetos

Em parceria com as mais diversas empresas, a Unidade EMBRAPII IFSC/USP incide sua ação no desenvolvimento de projetos em biofotônica e instrumentação, destacando-se:

*Tratamento e diagóstico em saúde humana;

*Controle microbiológico;

*Tratamento do câncer utilizando técnicas ópticas foto dinâmicas e sono dinâmicas;

*Óptica aplicada à agricultura e ao meio ambiente;

*Desenvolvimento instrumental e técnicas para reabilitação de doenças crônicas, como Parkinson, fibromialgia e artrite, entre outras.

Para saber mais sobre a Unidade EMBRAPP IFSC/USP, clique AQUI.

Rui Sintra – Assessoria de Comunicação – IFSC/USP

7 de outubro de 2023

Programa 2024 – Cátedras Franco-Brasileiras no Estado de São Paulo

Estarão abertas entre 12 de outubro e 13 de novembro do corrente ano as inscrições ao 14º edital de pesquisa conjunta do Programa de Cátedras Franco-Brasileiras no Estado de São Paulo (Edital AUCANI nº 1828 – Programa 2024 – Cátedras Franco-Brasileiras no Estado de São Paulo), para o período de execução dos projetos de março a dezembro de 2024 (VER AQUI).

O público-alvo são os docentes. São elegíveis professores titulares e associados. Não são elegíveis professores eméritos.

O objetivo do programa é acolher, num princípio de reciprocidade, professores e/ou pesquisadores de instituições francesas numa das universidades estaduais paulistas (USP, UNICAMP ou UNESP), bem como professores e/ou pesquisadores dessas universidades nas instituições da parceria na França, por um período de 20 a 45 dias para cada estadia. Trata-se de apoiar novas colaborações ou projetos sobre temas emergentes, bem como fortalecer o desenvolvimento de cooperações de excelência pré-existentes entre duas equipes de pesquisa (uma francesa e uma brasileira).

O link para a parte pública do Sistema Mundus (Editais > Docentes > Nº 1828) pode ser acessado AQUI.

As dúvidas poderão ser encaminhadas pelo Fale Conosco do Sistema Mundus (AQUI) – (Assunto: “Editais de Pesquisa Conjunta para Docentes”), ou para o e-mail international.networks@usp.br.

Assessoria de Comunicação – IFSC/USP

6 de outubro de 2023

Da escola pública para a universidade

Em sua sétima edição, competição de conhecimentos da USP exclusiva para alunos da rede estadual de ensino tem recorde de inscritos e procura aproximar jovens da graduação

Experiência com a Cuco ajudou Marcela Tonelli, de 18 anos, a ingressar no bacharelado em física da USP neste ano (à esq.). Após participar da competição, Geovânio Monteiro, de 20 anos, passou em vestibulares na USP em 2022 e 2023. Hyan Tuzi foi premiado com isenção da taxa da Fuvest e, em 2022, ingressou na USP no bacharelado em matemática aplicada e computacional (à dir.) – (Arquivo pessoal Léo Ramos Chaves/ Revista Fapesp)

A estudante Marcela Amanda Tonelli, de 18 anos, tinha o desejo de cursar a graduação em física quando iniciou o primeiro ano do ensino médio em uma escola pública do município de São Carlos, interior paulista. Naquele mesmo ano, em 2021, por incentivo dos professores, inscreveu-se e participou da Competição de Conhecimentos e Oportunidades da Universidade de São Paulo (USP), a Cuco. A prova on-line com 18 questões, distribuídas entre ciências da natureza, ciências humanas, matemática e linguagens, foi sua primeira aproximação com um exame nos moldes do vestibular e ela pôde testar seus conhecimentos e o controle do nervosismo com duas horas cronometradas para responder a tudo.

Com o melhor desempenho de sua sala, ganhou uma bolsa de pré-iniciação científica no campus da USP na cidade, com direito a aulas semanais sobre física e desenvolvimento de um projeto de pesquisa. Em 2022, pulou uma série e foi direto para o terceiro ano. Competiu novamente e ganhou acesso a cursos remotos para se preparar para o vestibular. “Descobri que as universidades públicas têm reservas de vagas para egressos do ensino público, o que me fez sentir mais confiante”, diz ela, que foi aprovada no bacharelado em física na Universidade Federal de São Carlos (UFSCar) e no Instituto de Física (IFSC) da USP e optou por este último, onde ingressou em 2023.

Tonelli faz parte dos 4.492 estudantes da rede estadual paulista que já participaram da Cuco e conseguiram ingressar em algum dos campi na universidade paulista ao longo dos últimos seis anos – cerca de 55% são mulheres. Em sua sétima edição, realizada em agosto, a competição gratuita exclusiva para alunos do ensino médio público bateu seu recorde: foram 141.254 inscritos – ante 18 mil da primeira edição – de 3.012 colégios distribuídos por 605 municípios.

Ao todo, 117.651 alunos efetivamente fizeram a prova e 15.888 foram premiados com certificados e cursos on-line de formação complementar para se prepararem para o vestibular, com direito a tirar dúvidas em fóruns de discussão com estudantes de graduação da USP. Algumas escolas também devem organizar visitas aos campi da universidade paulista e as 15 que tiveram maior adesão de alunos à Cuco receberão palestras sobre curiosidades da USP e um show de física com demonstrações de experimentos. “Apesar do nome do programa, o objetivo final não é promover uma disputa, mas estimular o processo formativo dos alunos, aproximá-los da universidade pública e mostrar que ela é um lugar para eles”, afirma o físico e educador Herbert Alexandre João, do IFSC-USP, coordenador-executivo da Cuco.

Uma ação de extensão universitária do programa Vem Saber, vinculado ao IFSC, a competição nasceu para ampliar o acesso de estudantes do ensino médio público ao ensino superior público. Foi criada em resposta à política de cotas para alunos de escolas públicas da USP, aprovada em 2017 para ingresso em 2018, que paulatinamente aumentou de 37% para os atuais 50% de vagas reservadas na graduação, 37,5% delas destinadas a candidatos autodeclarados pretos, pardos e indígenas (PPI). “Não basta que as vagas sejam criadas, os alunos precisam saber que têm esse direito. Ninguém escolhe o que não sabe que existe”, observa o físico.

Nas edições anteriores, apenas um aluno de cada sala era premiado. Neste ano, a pedido dos próprios estudantes e dos professores, os três melhores de cada turma passaram a ser classificados com certificados de nível ouro, prata e bronze.

Um dos prêmios que os alunos recebem é o acesso a cursos complementares oferecidos pela USP, mas a iniciativa não pretende ser um cursinho pré-vestibular popular, modelo que há décadas se dedica a preparar jovens com vulnerabilidades socioeconômicas para os vestibulares. No IFSC, os membros da equipe da Cuco costumam indicar esses cursinhos para competidores da cidade de São Carlos. “Nosso trabalho é oferecer uma formação complementar”, afirma o físico Antonio Carlos Hernandes, do IFSC, idealizador da Cuco, que foi pró-reitor de Graduação da USP quando a reserva de vagas foi implementada.

Como o foco é o processo de aprendizagem, os alunos são classificados dentro de sua série e de sua escola. “Cada escola tem a sua realidade e dessa maneira os alunos concorrem com as mesmas condições educacionais”, observa Hernandes, que organizou um livro sobre a experiência da Cuco, lançado neste ano. “O intuito desse sistema é incentivar os alunos e mantê-los motivados”, complementa. Após a realização da prova, formulada com questões específicas para cada ano com base no conteúdo curricular, a comissão avaliadora define uma nota de corte calculada a partir de uma média de desempenho estadual.

Hyan Tuzi, de 20 anos, conta que se sentia desanimado com os estudos quando cursava o terceiro ano do ensino médio público no município de Penápolis, em 2021, em meio à pandemia de Covid-19. Ele cogitou fazer o vestibular, ainda sem muitas certezas, e chegou a pedir isenção da taxa da Fuvest, mas se esqueceu de anexar um documento e teve seu pedido negado. “Foi quando lembrei que a coordenadora da escola havia comentado que quem fosse premiado na Cuco daquele ano teria isenção da taxa da Fuvest. Decidi participar”, recorda-se. Ficou bem colocado, ganhou a isenção e usou os cursos on-line a que também teve acesso para se preparar em casa para o vestibular. Interessado em ciências exatas, em 2022 ingressou na USP no bacharelado em matemática aplicada e computacional. Em 2023, os alunos premiados não terão direito a essa isenção porque a parceria com a Fuvest foi interrompida.

O papel dos professores

A prova on-line da Cuco é apenas uma das etapas, segundo Hernandes. Desde o cadastro no site, passando pela inscrição, pelo teste em si e depois pelo acesso aos conteúdos criados para os alunos, tudo foi planejado para que eles conheçam os caminhos que precisarão percorrer quando se inscreverem nos processos seletivos das universidades.

Neste ano, com a implementação de uma plataforma própria – anteriormente o programa ficava hospedado no site da Fuvest –, 106 professores colaboradores distribuídos em 91 diretorias de ensino do estado terão acesso ao desempenho das classes participantes. A ideia é que eles levem essas informações para diretores e coordenadores pedagógicos, que podem avaliar quais são os conteúdos que precisam de reforço em sua instituição. “Nós somos apenas os organizadores. Tudo realmente acontece graças à mobilização dos professores e das diretorias”, afirma Hernandes. A equipe costuma visitar escolas ao longo do ano para entender suas demandas.

Estudantes que fizeram parte da competição, em 2019, quando ela tinha uma fase presencial (à esq.). No campus da USP em Pirassununga, alunos receberam certificado de participação na Cuco (Marco Santos/USP Imagens)

Patrícia Chade, coordenadora de ciências e biologia da diretoria de ensino da cidade de Araçatuba, no interior paulista, e especialista no currículo das duas disciplinas, é uma das professoras colaboradoras da iniciativa. Ela costuma incentivar a participação de docentes e estudantes em projetos que estimulem os jovens a considerarem uma carreira na universidade – entre eles, a Cuco. “Logo que o prazo das inscrições para a competição é divulgado, mando mensagens para os coordenadores e professores em grupos de WhatsApp. Monitoro as inscrições das escolas pela plataforma on-line e incentivo as que estão mais devagar”, diz ela. “Os professores relatam que, como os alunos estão prestando uma prova da USP, muitos perdem o medo do vestibular e se sentem mais encorajados.”

Também há a figura do professor incentivador – neste ano, foram 5.131 cadastrados. Pela primeira vez, 91 deles foram premiados, entre os mais votados pelos alunos, com bolsas integrais de cursos de 18 meses do MBA USP/Esalq. A professora de biologia Isabela Garcia, da Escola Estadual José Augusto Lopes Borges, de Araçatuba, foi uma das premiadas e pretende fazer o curso de gestão escolar.

Além das aulas de biologia, ela é responsável pela disciplina Projeto de Vida, em que os alunos de nível fundamental e médio direcionam seus objetivos para uma carreira. Ela usa essas aulas para estimular a discussão sobre o acesso às universidades públicas e divulgar competições de conhecimento.

Uma das alunas que receberam incentivo de Garcia foi Laura Sutil da Silva, de 17 anos, que está no terceiro ano do ensino médio, gabaritou a prova da Cuco deste ano e levou certificado de nível ouro. “Eu não acreditava muito em mim, não me achava tão capaz. Mas, depois de ver meu bom desempenho neste ano, passei a confiar mais na minha capacidade para tentar uma vaga em universidades federais e estaduais”, conta ela, que está em dúvida entre prestar vestibular para física ou zoologia.

Isabela Garcia afirma que a participação na Cuco também poderá ajudar os estudantes a se prepararem para o Vestibular Paulista Seriado, conhecido como Provão Paulista, que começará a ser aplicado já neste ano – as notas dos alunos do terceiro ano serão consideradas para ingresso em 2024. Já no ano que vem, será utilizada a nota acumulada das provas feitas na 2ª e 3ª séries do ensino médio. E em 2025 serão consideradas as avaliações nas três séries. Segundo a Secretaria Estadual de Educação, haverá cerca de 13 mil vagas distribuídas em cursos superiores nas três universidades paulistas – USP, Universidade Estadual de Campinas (Unicamp) e Universidade Estadual Paulista (Unesp) –, na Universidade Virtual do Estado de São Paulo (Univesp) e nas Faculdades de Tecnologia (Fatecs) do Centro Paula Souza. “A prova da Cuco é uma prévia, porque aborda conhecimentos gerais e pode servir de termômetro para que os alunos avaliem as áreas que precisam estudar mais”, observa Garcia.

Entraves quase invisíveis

Os anos de experiência com a competição permitiram aos organizadores mapear o que chamam de “entraves invisíveis” enfrentados pelos alunos antes do vestibular. Ainda em 2017, quando o projeto começou, uma das dificuldades era a falta de documentos exigidos para fazer sua inscrição, como ter um número do Cadastro de Pessoas Físicas (CPF). “Levamos essa informação para a Secretaria de Educação, que passou a orientar os alunos a tirar logo o CPF. Hoje já se tornou algo raro de aparecer”, relata Hernandes.

Alunos e professores também se confundem na hora de preencher o questionário socioeconômico para requisitar auxílios estudantis oferecidos pelas universidades ou a isenção da taxa do vestibular. “Muitos acham que se trata do rendimento mensal da família e não o valor per capita. Um aluno cuja família é composta por cinco pessoas com renda mensal de cerca de R$ 8 mil [menos de 1,5 salário mínimo por pessoa] tem direito a requisitar certos auxílios e muitas vezes ele não se dá conta disso”, observa Herbert.

Neste ano, apesar de a Cuco ter recebido cerca de 180 mil cadastros em seu site, processo no qual o aluno cria um nome de usuário e uma senha, cerca de 40 mil estudantes não se inscreveram para a prova, que é uma segunda etapa. “Muitos pensaram que com o cadastro já estavam inscritos. O mesmo pode ocorrer quando estiverem se inscrevendo para o vestibular da Fuvest, porque o processo é o mesmo”, explica o coordenador-executivo do projeto. “Parecem detalhes pequenos, mas podem fazer a diferença entre ingressar na universidade ou perder um ano de estudos. A cada edição levamos essas dificuldades que notamos para as diretorias de ensino”, completa.

De acordo com as professoras entrevistadas nesta reportagem, outro receio recorrente dos jovens em sala de aula é o de não ter como se manter em uma nova cidade, caso eles sejam aprovados e precisem se mudar para continuar os estudos. Por isso, um dos prêmios deste ano para os participantes será uma live sobre os programas de permanência da USP.

Por muito tempo, Geovânio Alves Monteiro, de 20 anos, aluno de uma escola estadual do município de Casa Branca, interior paulista, não cogitava fazer vestibular para uma universidade pública. Ele não conhecia a reserva de vagas nem os programas de auxílio. Na época, conciliava o trabalho em um supermercado com os estudos. “O que eu via na minha cidade eram pessoas que estudavam em faculdades privadas da região”, recorda-se. Ele fez as provas da Cuco durante o ensino médio, foi o melhor colocado de sua série no terceiro ano e também ganhou isenção para a Fuvest, o que o motivou a prestar o vestibular.

Em 2021, ele ingressou na licenciatura em ciências exatas no IFSC, mas, no final de 2022, decidiu que queria mudar de área. Prestou todo o processo seletivo novamente e em 2023 iniciou o curso de ciências sociais da Faculdade de Filosofia, Letras e Ciências Humanas (FFLCH). Conseguiu auxílios estudantis para mudar novamente de cidade, dessa vez para São Paulo. “Já comecei a participar de grupos de pesquisa e pretendo conseguir uma bolsa de iniciação científica. Quero ser pesquisador”, vislumbra.

(Livro – HERNANDES, A.C. et al. CUCo. Aproximando os estudantes de escolas públicas da universidade. São Carlos: Pró Cultural Encadernadora e Editora, 91p. 2023. ISBN: 978-65-265-0265-5)

(By: Sarah Schmidt / Pesquisa FAPESP / Edição 332 / outubro 2023)

Assessoria de Comunicação – IFSC/USP

5 de outubro de 2023

Prof. Adriano Andricopulo (IFSC/USP) recebe prêmio “Senior Researcher” (SBQ)

Após ter sido premiado, em 2008, com o prêmio “Early Career”, e em 2012 com o prêmio “Vanguard Researcher”, ambos instituídos pela Divisão de Química Medicinal da Sociedade Brasileira de Química (SBQ), o docente e pesquisador do IFSC/USP, Prof. Dr. Adriano Andricopulo acaba de receber, pela mesma instituição, o prêmio “Senior Researcher” relativo ao ano de 2023.

O Instituto de Física de São Carlos (IFSC/USP) congratula o Prof. Dr. Adriano Andricopulo por mais esta conquista, que muito dignifica a Instituição e a ciência do Estado de São Paulo e do País.

 

 

 

 

 

 

 

 

Assessoria de Comunicação – IFSC/USP

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