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25 de janeiro de 2016

Brasil pode lançar satélite 100% nacional

Em 2018, o Brasil poderá lançar o Amazonia 1, o primeiro satélite de médio porte construído inteiramente no país. Desenvolvido pelo Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe), o equipamento foi fabricado a partir da Plataforma Multimissão (PMM), uma estrutura criada pelo Inpe para a fabricação de satélites que pesam aproximadamente 500 quilos.

O Amazonia 1, cujo custo de desenvolvimento SATELITE_BRASILEIRO_250gira em torno de R$ 233 milhões, poderá ser lançado em uma órbita de 750 quilômetros, levando 100 minutos para circundar a Terra e passando sobre o Brasil a cada cinco dias. A câmera WFI, que integra o equipamento, é capaz de captar imagens de 850 quilômetros de largura. Feita em parceria com a empresa Opto Eletrônica (spin-off do Instituto de Física de São Carlos – IFSC/USP) e Equatorial Sistemas, de São José dos Campos (SP), a câmera permitirá que o satélite monitore os recursos naturais brasileiros e auxilie no controle do desmatamento da floresta amazônica, através da previsão de safras agrícolas, do monitoramento de zonas costeiras e do gerenciamento de recursos hidrográficos.

Em entrevista à Revista Pesquisa FAPESP, Adenilson Roberto da Silva, pesquisador do Inpe responsável pela área de satélites baseados em PMM, disse que o Amazonia 1 é o primeiro satélite de alta complexidade projetado, montado e testado no país. “Com ele, como vários outros países, vamos dominar o ciclo completo de desenvolvimento de satélites estabilizados em três eixos”.

Em dezembro passado, o Inpe finalizou com êxito os testes térmicos do satélite, onde simulou condições que o Amazonia 1 deverá enfrentar durante a órbita, tendo em vista que, no espaço, há radiação espacial e temperaturas extremas. “As partes mais expostas do satélite enfrentarão temperaturas de cerca de -80ºC no período noturno e +80ºC nas horas iluminadas”, disse Adenilson Roberto.

No primeiro semestre de 2014, os seis propulsores do satélite, que foram desenvolvidos pela empresa brasileira Fibraforte (São José dos Campos) e que permitem a realização de manobras no espaço, foram qualificados. Neste ano, espera-se que o modelo elétrico do satélite passe por uma bateria de testes que verificarão as interfaces entre os subsistemas e equipamentos do Amazonia 1.

Em 2016, também deverão ser feitos alguns testes de compatibilidade eletromagnética, para comprovar que os subsistemas do satélite estão em perfeito funcionamento. “Se tudo correr bem, partimos para integração e testes do modelo de voo, programados para acontecer em 2017”, comentou Adenilson à Revista.

Em razão do Brasil ainda não ter foguetes voltados para colocar em órbita satélites, o lançamento do Amazonia 1 deverá ocorrer através de algum foguete de origem internacional. Entre os principais candidatos, destacam-se os Dnepr (de origem ucraniana), Minotaur-C (fabricado nos Estados Unidos) e Vega (de origem européia).

Se tudo ocorrer dentro do planejado, o Amazonia 1 deverá entrar em órbita 25 anos após o lançamento do Satélite de Coleta de Dados 1 (SCD-1), o primeiro satélite brasileiro. Cinco anos depois, em 1998, o SCD-2 (da mesma família que o anterior) também entrou em órbita.

Assessoria de Comunicação – IFSC/USP

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Instituto de Física de São Carlos - IFSC Universidade de São Paulo - USP
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